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EXTENSORES DE DIÓXIDO DE TITÂNIO PARA FILMES

CONVENCIONAIS

Rafael M. Pontes1*, Eliton J. Silva2, Mariana S. Nascimento3, Ana R. Morales4

1*
Centro Universitário Fundação Santo André – CUFSA / Cromex S.A.- Av. Professor Celestino Bourroul, 273 CEP
02710-000 Bairro do Limão, São Paulo/SP- Rafaelmp18@yahoo.com.br; 2 Centro Universitário Fundação Santo
André – CUFSA / Cromex S.A. - Tonjose2003@yahoo.com.br; 3 Universidade Federal de São Carlos –UFSCar /
Cromex S.A. – Mariana.sanz@gmail.com; 4 Universidade Estadual de Campinas –UNICAMP / Cromex S.A –
AnaRita@cromex.com.br

Titanium dioxide extender for conventional films

Titanium dioxide extender main applications focus on fine particle size calcium carbonate and calcined kaolin clays,
due to their low price – which is 60-90% lower than TiO2. Two important properties must be available when
considering alternatives for the use of TiO2 extender: opacity and color (or whiteness). Opacity ability of a pigment is
related to two characteristics: refractive index and particle size.
In this work, we studied the possibilities for the TiO2 substitution, keeping the same opacity and whiteness as pure rutile
TiO2 in conventional polyethylene blow film. For these tests we used TiO2 + extenders in masterbatches.
Different types and amounts of calcium carbonate and kaolin have been used in the tests.

Introdução
É sabido que devido ao custo do TiO2 tratado, o interesse pela utilização de
extensores deste tipo de pigmento é de grande importância uma vez que podem substituir
em média 20 a 25% do TiO2. Essa quantidade pode variar de acordo com o tipo de
processamento do produto final (injeção, filme, extrusão), o extensor escolhido e suas
características, principalmente tamanho de partícula e distribuição de tamanho de partícula.
Para um melhor efeito na opacidade do produto, a partícula utilizada como extensor
deve ter metade do comprimento de onda da luz visível, ou seja, 0,2 microns. Estas
partículas de extensor atuam espaçando as partículas de TiO2.
O carbonato de cálcio (CaCO3) é a carga mais aplicada na indústria do plástico,
devido à sua brancura, baixa abrasividade, range variado de tamanhos de partícula, baixo
índice de refração, boa dispersabilidade, aprovação para uso em contato com alimentos e
baixo custo. É uma carga natural, encontrada em rochas sedimentares. As formas cristalinas
encontradas podem ser a calcita (forma termodinamicamente estável do CaCO3) e a
aragonita (fase polimórfica metaestável). A posição dos íons na estrutura do cristal é o que
define a forma cristalina.
Com relação à aplicação em poliolefinas, É conhecido que, tanto elastômeros
quanto cargas minerais podem aumentar a tenacidade de polímeros semi-cristalinos. A
distância crítica entre as partículas, que é fundamental nas propriedades da matriz, é afetada
pelas características das partículas dispersas na matriz. Comparando com cargas
elastoméricas, o CaCO3 aumenta a rigidez, mas não afeta a Tg do material.
Em filmes de HDPE e LDPE, o CaCO3 é usado como agente antiblocking e como
auxiliar na dispersão de partículas finas como TiO2 e negro de fumo. Grades micronizados
e tratados podem substituir de 20 a 25% de TiO2 e aumentar a opacidade do filme.
O caulim é um silicato hidratado de alumínio obtido pela decomposição do granito e
do feldspato branco. Quando puro apresenta coloração branca, porém se apresentar
contaminação com quartzo e feldspato torna-se amarelado/ acinzentado.
Seu componente majoritário é a kaolinita (Al4Si4O10(OH)8), um mineral natural
alumino-silicato encontrado na natureza já com alta pureza e partículas finas.
A grande utilização deste mineral é na indústria de papel, onde é utilizado como
carga e como recobrimento. Sua utilização também é importante nas indústrias de
borrachas, plásticos, tintas, fertilizantes, cerâmica, adesivos, tecidos e farmacêuticos.

Experimental
Preparação dos masterbatches
Os masterbatches contendo TiO2 (Millennium) e extensores em concentrações
variadas, foram preparados em extrusora dupla rosca industrial, L/D 40, utilizando como
resina veículo o PEBD (MFI = 30 g/10min).
Os testes iniciais foram realizados conforme formulações abaixo:
Tabela 1. Formulações em estudo.
Formulação Teor de TiO2 Teor de extensor
A 50 -
B 40 -
C 40 20 (Caulim)
D 40 30 (Caulim)
E 40 40 (Caulim)
F 40 20 (CaCO3)
G 40 30 (CaCO3)
H 40 40 (CaCO3)

Anais do 9o Congresso Brasileiro de Polímeros


Na continuidade deste trabalho serão avaliados outras formulações, com extensores
com diferentes tamanhos de partícula.

Preparação das amostras


Os corpos-de-prova foram preparados em extrusora tipo Blow, aplicando-se os
masterbatches a 5,0% em PEBD (MFI: 2g/10min), com espessuras de 20, 30 e 40 microns.

Avaliação das propriedades ópticas


As avaliações de opacidade dos corpos-de-prova foram realizadas através de
análises de poder de cobertura, via sistema colorimétrico CIELab.

Resultados e Discussão
Os resultados iniciais mostram que a utilização dos extensores, mesmo com perdas
opacidade entre 5 e 10%, extende (aumenta) o poder tintorial e de cobertura do dióxido de
titânio, pois, o mesmo aumenta e facilita a dispersão das partículas finas de TiO2.
A Figura 1 mostra a linha de tendência do desempenho das formulações já testadas.

Gráfico de Cobertura

63
61
59 Formulação A
57
Cobertura (%)

Formulação C
55
53 Formulação D
51 Formulação E
49
47 Formulação G
45 Formulação H
43
Formulação F
41
39 Formulação B
37
35
15 20 25 30 35 40 45
Espessura (µm)

Figura 1. Comparativo de opacidade nos filmes Versus as variações de espessura.

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Conclusões
Os resultados iniciais mostram que a utilização de extensores de dióxido de titânio
pode aumentar a competitividade dos produtos, sem perdas significativas de opacidade.
Com isso, pode-se aumentar a participação em nichos de mercado como o de filmes
convencionais além de desenvolver novos mercados de aplicação.
A continuidade do trabalho apresentará outros testes com foco em outras variáveis
como o tamanho de partícula do extensor.

Agradecimentos
Os autores agradecem o apoio da empresa Cromex S.A.

Referências Bibliográficas
1. J. Edenbaum. Plastics. Additives aind Modifiers Handbook (revised edition). Editora
Chapman & Hall; New York USA; 1996; pág. 493-520.
2. G. Wypych. Handbook of Fillers. Editora Plastics Design Library (pdl); 2nd Edição;
Toronto Canadá; 1999.
3. L. M. Sherman. Plastics Technology. 1999, USA.

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