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Livro - Geografia Regional Do Brasil - Parte 1
Livro - Geografia Regional Do Brasil - Parte 1
A geografia regional – tema central desta obra – tem, historicamente, uma po- GEOGRAFIA REGIONAL
sição central na geografia. Há reflexões que consideram o conceito de região
DO BRASIL
GEOGRAFIA REGIONAL
DO BRASIL
o meio pelo qual a geografia percorreu para se consolidar como uma ciência
moderna. De produto-síntese do conhecimento geográfico a conceito curinga Manoella de Souza Soares
da geografia, a região, como ferramenta analítica, ultrapassa a noção de área e
representa de maneira mais ampla o espaço geográfico.
Aqui, buscamos aproximar você, leitor, desse tema que é ao mesmo tempo
teórico – devido a correntes de pensamento e visões de mundo – e prático, em
razão da concretude das regionalizações, dos planejamentos e ordenamentos
territoriais e representações cartográficas.
Educação
FAEL
Carta ao aluno | 5
1. O conceito de região | 7
2. Planejamento regional | 23
Gabarito | 157
Referências | 169
Carta ao aluno
– 6 –
1
O conceito de região
região não poderia ser diferente. Assim, no decorrer desta seção vamos conhe-
cer a origem desse conceito e como ele foi modificado.
No Império Romano, o termo região emergiu como um conceito impor-
tante. Originado do latim regere, estava relacionado, além das noções de loca-
lização e extensão, à centralização do poder em uma porção do espaço de alta
diversidade social, cultural e espacial.
No auge de suas conquistas, o Império Romano foi um exemplo per-
feito do surgimento do poder centralizado e, com isso, das complexas rela-
ções entre o poder político e administrativo, áreas sujeitas a essa hegemonia.
Com seu declínio, houve a fragmentação de seu território. Assim, as antigas
regiones foram subdivididas e deram forma ao poder autônomo dos feudos,
que predominaram na Idade Média.
Mapa 1 – Divisão do Império Romano em regiões no ano 117 d. C.
CALEDÔNIA MAR
GERMÂNICO
HIBÉRNIA Eboraco
Deva
BRITÂNIA
Londínio
MAGNA
OCEANO GERMÂNIA
INFERIOR Colônia
Agripina GERMÂNIA
BÉLGICA
Lutécia Augusta
Treveroro
1. ALPES PENINOS
2. ALPES COTIOS
LUGDUNENSE
GERMÂNIA
Augusta
Vindelicoro Vindobona
SARMÁTIA
SUPERIOR
3. ALPES MARÍTIMOS Limono Lauriaco
RÉTIA Aquinco
AQUITÂNIA Lungduno NÓRICA PANÔNIA
SUPERIOR
Napoca REINO DO
Ólbia
Burdigala Mediolano BÓSFORO
Aquileia Apulo
PANÔNIA
INFERIOR
DÁCIA IBÉRIA
NARBONENSE Cremona MÉSIA
Sarmisegetusa
Massília DALMÁCIA INFERIOR
Salamântica César Augusta Narbo Márcio
Naisso
Tomis
PONTO EUXINO
LUSITÂNIA TARRACONENSE ITÁLIA Salona Durostoro
Trapezo ARMÊNIA
Toleto CÓRSEGA MÉSIA
Emerita Augusta Tarraco SUPERIOR Filípolis
BITÍNIA E Artaxata
Aléria PONTO
Itálica Nápoles
TRÁCIA Bizâncio CAPADÓCIA
Dirráquio
MACEDÔNIA GALÁCIA
Córduba
SARDENHA Tessalônica
Gades
BÉTICA ÉPIRO Niceia Ancira ASSÍRIA
Nova Cartago Tarento
Butroto Cesareia IMPÉRIO
Caralis ACAIA ÁSIA
Edessa
PARTO
Panormo Nisibis
Cesareia Éfeso
Tingi CILÍCIA
Útica Antioquia MESOPOTÂMIA
MAURITÂNIA MAURITÂNIA SICÍLIA Corinto Atenas Mileto
Tarso
TINGITANA
Cartago
Siracusa LÍCIA E SÍRIA
CESARIENSE Cirta
ÁFRICA PANFÍLIA Ctesifonte
Tarso
CHIPRE Salamis
GETÚLIA Tiro
E JUDEIA
Léptis Magna Jerusalém
Estados clientes
EGITO
vida passou a fazer parte dos conceitos vinculados à região. Essa seria uma
região de enfoque cultural, mas que teria como subsídio a base física e natu-
ral, elevada pela ação do homem em sua organização por meio da técnica.
Nesse sentido, região e paisagem por vezes se tornam sinônimos. Essa união
de aspectos físicos e humanos a fazem um produto e ao mesmo tempo uma
síntese do saber geográfico. Desse modo, surgiu então a região geográfica:
A região geográfica abrange uma paisagem e sua extensão territorial,
onde se entrelaçam de modo harmonioso componentes humanos e
natureza. A ideia de harmonia, de equilíbrio, evidente analogia orga-
nicista que Vidal de La Blache adota, constitui o resultado de um
longo processo de evolução, de maturação da região, onde muitas
obras do homem fixaram-se, ao mesmo tempo com grande força de
permanência e incorporadas sem contradições ao quadro final da ação
humana sobre a natureza. (CORRÊA, 2000, p. 28)
Por fim, ainda podemos compreender esse conceito à luz de sua uniformi-
dade ou sua capacidade de mutação. Assim, região pode ser um fenômeno espa-
cial – derivado da classificação, uniformidade e hierarquização de um sistema
4 O objetivo dessa concepção é alcançar leis gerais e conceitos abstratos e generalistas de uma
realidade sistemática.
– 16 –
O conceito de região
Regionalizar
Origem do termo
Análise regional
• Império Romano
• Região homogênea
• Idade Média
• Região funcional
• Criação dos Estados-modernos
• Região polarizada
• Senso comum
• Poder centralizado e diversidade Geografia crítica ou radical
social, cultural e espacial
• Relação com a definição da Antigui- • Método histórico dialético
dade – localização e extensão • Totalidade socioespacial
– 18 –
O conceito de região
Conclusão
Podemos finalizar nossa discussão sobre esse assunto? Temos uma defi-
nição estabelecida do que é hoje o conceito de região na geografia? Esperamos
que não. Esperamos também que isso não seja um problema. Entender que a
definição de um conceito é cíclica e contextualizada; é a principal mensagem
que deve ser compreendida aqui.
A problemática de pesquisa, as transformações na sociedade e no espaço,
os avanços teóricos e metodológicos modificaram, modificam e continua-
rão modificando nossas ferramentas analíticas. E não podemos esperar outra
coisa do conceito de região. De qualquer forma, isso não significa que qual-
quer explicação é suficiente para compreendê-lo, senão corremos o risco de
fortalecer seu uso no senso comum, ou utilizá-lo de maneira inadequada.
Assim, é sempre importante deixar claro qual é a vertente em que determi-
nado autor embasa sua definição e, especialmente, para qual finalidade você
utilizará esse conceito em uma análise.
– 19 –
Geografia Regional do Brasil
[...]
A região enquanto conceito, na interação sujeito-objeto, não
pode cair nem na visão de região como algo autoevidente a ser
“descoberto” (seja como realidade “natural”, seja como “algo
vivo percebido pelos homens”) nem como simples recorte
apriorístico, definido pelo pesquisador com base unicamente
nos objetivos de seu trabalho. Assumimos aqui a posição, já
comentada, da região enquanto conceito, veículo de inter-
pretação do real, e regionalização enquanto instrumento de
investigação, de forma análoga ao método de periodização
dos historiadores.
Região, enquanto conceito, não deve, entretanto, ser vista
como uma simples ideia lançada pelo geógrafo como uma
rede produzida na e para a sua teoria regional. Esta “rede”
apreende características efetivamente existentes. A região
não é apenas uma construção intelectual, ela também é
– 20 –
O conceito de região
Atividades
1. Quando pensamos na história do pensamento geográfico e na definição
do conceito de região, pode nos vir à mente momentos históricos e
espacialidades que influenciaram ressignificações. Essas transformações
são discutidas por vários teóricos, considerados representantes de diver-
sas vertentes. Mais do que apenas listá-los, relacione a definição do con-
ceito de geografia com a temporalidade e espacialidade de seus estudos.
– 22 –
2
Planejamento regional
1 Franklin Delano Roosevelt (1882-1945) foi presidente dos Estados Unidos de 1933 até sua
morte, em 1945.
– 24 –
Planejamento regional
Fonte: Studioraffi/iStockphoto.
Podemos observar que as teorias e dinâmicas envolvidas na ação de
planejar estão implicitamente ligadas às teorias e políticas econômicas.
Teoricamente, no capitalismo, o espaço é compreendido de maneira inte-
grada e articulada – é daí que surge, por exemplo, a definição de globalização.
Assim, a regionalização é sempre entendida como um corte arbitrário e está
relacionada com a interação entre pontos do espaço sob uma ótica capitalista.
– 26 –
Planejamento regional
Para o autor, o espaço era formado pela interação entre sistemas de obje-
tos e sistemas de ações. Dessa forma, podemos perceber que – especialmente
no caso brasileiro – o planejamento e a formulação de mudanças nos sistemas
de objetos tinham como essência as transformações do sistema de ações no
âmbito econômico e de desenvolvimento. Esse desenvolvimento deve ser aqui
compreendido com base nas premissas do sistema capitalista.
4 Referente a Euclides, geômetra que viveu na cidade de Alexandria no século III a.C.
– 27 –
Geografia Regional do Brasil
7 Luiz Inácio Lula da Silva foi presidente do Brasil de 1º janeiro de 2003 a 1º janeiro de 2011.
8 De acordo com Sampaio Júnior, o neodesenvolvimentismo consiste “em conciliar os aspectos
‘positivos’ do neoliberalismo – compromisso incondicional com a estabilidade da moeda, aus-
teridade fiscal, busca de competitividade internacional, ausência de qualquer tipo de discrimi-
nação contra o capital internacional – com os aspectos ‘positivos’ do velho desenvolvimentis-
mo – comprometimento com o crescimento econômico, industrialização, papel regulador do
Estado, sensibilidade sócia” (SAMPAIO JR., 2012, p. 679).
9 A Revolução Verde – iniciada nos anos 1960 – orientou a pesquisa e o desenvolvimento
de sistemas de produção agrícola com o objetivo de aprimorar e elevar a capacidade de pro-
dução de cultivos.
10 Entendemos por commodities todo produto (matéria-prima em estado bruto) produzido em
larga escala destinado ao comércio.
– 29 –
Geografia Regional do Brasil
Ano de
Nome
criação
1909 Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IOCS)
1938 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
1945 Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS)
1948 Comissão do Vale do São Francisco (CVSF)
1950 Banco de Crédito da Amazônia
Banco do Nordeste do Brasil (BNB)
1952 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
1953 Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SPVEA)
Plano de Metas
1956 Superintendência do Desenvolvimento do Sul (Sudesul)
1959 Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene)
1963 Plano trienal
– 31 –
Geografia Regional do Brasil
Ano de
Nome
criação
1964 Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG)
Superintendência do Desenvolvimento da
1966 Amazônia (Sudam) e Banco da Amazônia
Superintendência do Vale do São Francisco (Suvale),
1967 Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco)
e Superintendência do Desenvolvimento do Sul (Sudesul)
1972 I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND)
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do
1974 São Francisco e do Parnaíba (Codevasf)
1975 II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND)
1980 III Plano Nacional de Desenvolvimento (III PND)
1986 I Plano Nacional de Desenvolvimento da Nova República (I PND-NR)
1987 Plano de Ação Governamental
1990 Extinção da Sudeco e da Sudesul
1991 Plano Plurianual
1996 Programa Brasil em Ação
2000 Programa Avança Brasil
2001 Extinção da Sudam
Criação da Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA)
2001 Extinção da Sudene
Criação da Agência do Desenvolvimento do Nordeste (Adene)
2004 Programa Brasil de Todos
Extinção da ADA
Recriação da Sudam
2007 Extinção da Adene
Recriação da Sudene
Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR)
2009 Recriação da Sudeco
Fonte: Elaborado pela autora.
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Planejamento regional
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Planejamento regional
Norte
Nordeste
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
Inspetoria de obras
Contra Secas (IOCS -1909)
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Geografia Regional do Brasil
Norte
Nordeste
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
Companhia do Desenvolvimento dos
Vales do São Francisco e do Parnaíba
Norte
Nordeste
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
Superintendência de Desenvolvimento
do Nordeste (Sudene)
Norte
Nordeste
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
Superintendência de Desenvolvimento
da Amazônia (Sudam)
Fonte: Elaborado pela autora com base em THÉRY; THÉRY, 2008, p. 269.
Com as novas influências neoliberais dos governos FHC e após o Plano
Real houve um forte empenho na manutenção da estabilidade monetária.
O Programa Brasil em Ação, embasado na criação de eixos nacionais de
integração e desenvolvimento – que compreendiam a geografia econômica
do país, os fluxos de bens e serviços –, por vezes ultrapassava os limites
estaduais e regionais com base na divisão regional oficial do IBGE. O
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Planejamento regional
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Geografia Regional do Brasil
Arco de desmatamento
Mortes em Conflitos
rurais (1985-1991)
Progressão de produção
de soja (1977-1999)
Fonte: Elaborado pela autora com base em THÉRY, THÉRY, 2014, p. 289.
Com a eleição de governos de centro-esquerda, houve o retorno ao desen-
volvimentismo, ao neodesenvolvimentismo e às políticas de planejamento
regional. A Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) – por
meio do Plano Brasil de Todos, do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC), do Programa Bolsa Família e do Plano de Desenvolvimento da
Educação – estimulou a inclusão social e a redução das desigualdades. Essa
política ocasionou o crescimento de emprego e renda de maneira ambiental-
mente sustentável, reduziu as desigualdades regionais e possibilitou desen-
volvimento da cidadania e da democracia. No mapa a seguir, observamos
um novo modo de regionalização, não embasado administrativamente em
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Planejamento regional
Boa Vista
Macapá
Fortaleza
Manaus
Marabá
Boa Vista
Tabatinga Itaituba
Imperatriz
Macapá
Sousa
Crajuba -
Araguaína Crato -
Sinop Cruzeiro do Sul Barreiras Salvador Eliseu Martins Juazeiro do No
Barbalha
Porto Velho
Juazeiro Petrolina
BrasíliaRio Branco Vitória da Conquista Palmas
Belo Horizonte
Campo Grande Uberlândia
Belo Horizonte
Rio de Janeiro Campo Grande
Rio de Janeiro
São Paulo
São Paulo
Cascavel
Curitiba Cascavel
Curitiba
Chapecó Chapecó
Legenda: Macrorregiões
Macropolos consolidados Belém-São Luís
Legenda: Macrorregiões Novos macropolos Belo Horizonte
Brasil Central Ocidental
Aglomerações sub-regionais Brasil Central
Macropolos consolidados Belém-São Luís Aglomerações locais Extremo Sul
Novos macropolos Belo Horizonte Aglomerações geopolíticas Fortaleza
Brasil Central Ocidental Manaus
Aglomerações sub-regionais Brasil Central Recife
Rio de Janeiro
Aglomerações locais Extremo Sul Salvador
Aglomerações geopolíticas Fortaleza São Paulo
Territórios estratégicos
Manaus
Recife
Rio de Janeiro
Fonte: BRASIL, 2008b, p. 37.
Salvador
São Paulo
Territórios estratégicos
– 43 –
Geografia Regional do Brasil
Conclusão
Como verificamos, os contextos histórico, político, democrático e eco-
nômico nacional/mundial influenciam diretamente os caminhos que o pla-
nejamento regional – de caráter econômico desenvolvimentista – percorreu.
Na atualidade, as incertezas nesses campos claramente influenciam o planeja-
mento regional. Neste momento, cabe a nós avançarmos na compreensão dos
processos históricos e nas ferramentas analíticas da geografia para analisar o
presente e, por que não, futuramente contribuir para o planejamento regional
brasileiro como geógrafos.
Atividades
1. O Nordeste brasileiro sempre foi alvo de políticas voltadas ao pla-
nejamento regional e ordenamento territorial. Essa centralidade está
diretamente ligada à figura de “região problema”. Contextualize as
características que tornam essa região peculiar no contexto nacional
e quais tipos de experiências foram realizadas. Referencie também a
transposição do Rio São Francisco em sua argumentação.
– 45 –
Geografia Regional do Brasil
– 46 –
3
O Estado e a
escala regional
Nação
Governo
Identidade Estado-nação
Leis próprias
Nacional
Estado
País
Aspecto Estado-nação
Aspecto físico
político
1 Definição de objetivos
3 Implementação de estudos
prospectivos
Boa Vista
Macapá
Belém
Sao Luís
Manaus
3B Fortaleza
1 Teresina Natal
2B1 João Pessoa
Recife
Peru Salvador
Bolívia Cuiabá
Goiânia Brasilia
2A
Campo Grande Belo Horizonte
Vitória
3A
Paraguai Rio de Janeiro
São Paulo
Curitiba
Chile
Florianópolis
Porto Alegre
Argentina Uruguai
Governo
federal
177 ações
• 6.000 obras e serviços
pactuados
19 ministérios do
Governos Colegiados
governo federal
estaduais territoriais • Controle público
através do portal
R$ 12,9 bilhões
Governos
municipais
70 000
60 000
50 000
40 000
30 000
20 000
10 000
0
60
62
64
66
68
70
72
74
76
78
80
82
84
86
88
90
92
94
96
98
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
Pavimentadas Não-Pavimentadas
9 Sancionado pela Lei n. 9491, de 1997, o PND tinha como objetivos: transferir à iniciativa
privada algumas atividades do setor público; contribuir para a reestruturação econômica do
setor público; permitir a retomada de investimentos nas empresas e atividades transferidas para
a iniciativa privada; contribuir para reestruturação do setor privado; permitir que a adminis-
tração pública se concentrasse apenas em atividades fundamentais a ela; e contribuir para o
fortalecimento do mercado de capitais. Para ler o documento na íntegra, acesse: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9491.htm>. Acesso em: 10 jan. 2018.
10 Disponível em: <https://www.bndes.gov.br>. Acesso em: 10 jan. 2018.
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O Estado e a escala regional
INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA
44%
(R$ 289,4 BI)
68,5 EM R$ BILHÕES R$
654,1
BILHÕES
*GRANDES
PROJETOS
56%
(R$ 364,7 BI)
(acima de
36,6 500 MW)
* **
PEQUENOS INVESTIMENTOS DO BNDES
27,7 E MÉDIOS 27,9 (2008-2014)
24,5 23,2 PROJETOS
EM INFRAESTRUTURA, LOGÍSTICA
(abaixo de 19,3
500 MW) E ENERGIA
11,5 11,7 INVESTIMENTOS DO BNDES
9,5 8,9
6,5 ** 6,1 (2008-2014) EM OUTRAS ÁREAS
2,4 4,5
ENERGIA
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O Estado e a escala regional
PORTOS AEROPORTOS RODOVIAS, PONTES TRANSPORTE TERMINAIS DUTOS DE TRANSPORTE ESTALEIROS, NAVIOS SIDERURGIA E
E FERROVIAS PÚBLICO MULTIMODAIS, (PETRÓLEO, ETANOL, E REBOCADORES MINERAÇÃO EM
DE ARMAZENAMENTO E GÁS), PLATAFORMAS LARGA ESCALA
CONDOMÍNIOS MARÍTIMAS, REFINARIAS
LOGÍSTICOS
INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA
ENERGIA
PROJETOS HIDRELÉTRICOS DE
GRANDE, MÉDIO E PEQUENO PORTE
PROJETOS TERMELÉTRICOS
PROJETOS NUCLEARES
PROJETOS EÓLICOS
PROJETOS
SUCROALCOOLEIROS
NOVAS LINHAS
DE TRANSMISSÃO
Conclusão
Até aqui, verificamos as principais correntes de pensamento relaciona-
das à geografia regional e seus principais conceitos. Região, território, plane-
jamento regional e ordenamento territorial são conhecimentos que devemos
compreender e se apropriar para a análise sob a ótica da geografia regional.
As definições de Poder, poder, Estado, Estado-nação e pós-modernidade tam-
bém devem ser absorvidas para não cometermos erros interpretativos.
Agora, cabe-nos detalhar os estudos sobre as regionalizações oficiais brasi-
leiras, compreender como um geógrafo é capaz de realizar de maneira analítica
trabalhos dessa natureza e, por fim, refletir sobre como o estudo da geografia
regional influenciou e influenciará nossa visão geográfica do mundo.
Atividades
1. A cidade, como ponto focal do espaço urbano, é colocada como
protagonista na compreensão de relações econômicas, e, consequen-
temente dos projetos de planejamento regional e ordenamento ter-
ritorial. Quais discussões no campo da geografia essa centralidade
levanta? Relacione-as e argumente criticamente.
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