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TEOLÓGICAS (18)
5. O Sermão:
2) SERMÃO TEXTUAL:
2
3) SERMÃO EXPOSITIVO:
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A. W. Blackwood, A Preparação de Sermões, p. 60.
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Vejam-se: Walter L Liefeld, Exposição do Novo Testamento: do texto ao sermão, p. 11ss.; A.W.
Blackwood, A Preparação de Sermões, p. 70-83; Hernandes Dias Lopes, Pregação Expositiva: sua
importância para o crescimento da igreja, São Paulo: Hagnos, 2008, 277p.
Introdução à Metodologia das Ciências Teológicas (18) – Rev. Hermisten M.P. Costa - 20/12/2010 - 2
De modo mais técnico, podemos dizer que o sermão expositivo é aquele no qual
o tema e as divisões são extraídos de um texto que tenha mais de quatro versículos.
Assim como no Sermão Textual, você lê a Escritura, expõe e a aplica o texto.
Basicamente o que o distingue do sermão textual é a extensão do texto bíblico
utilizado.
Todo sermão deve ter um elemento agregador, que é o tema, o qual deve ser
extraído do texto e, a partir daí, as palavras e versos ganham relevância na conexão
com o assunto tratado. Os elementos do texto devem ser agrupados a partir do
tema, formando uma mensagem, um quadro único e objetivo. Insisto: um sermão
não é um comentário bíblico, nem uma aula de teologia sistemática por mais
exegético, instrutivo, e edificante que este possa ser. “A pregação expositiva não
é simplesmente um comentário contínuo. Com isto eu quero dizer uma
sequência de pensamentos sem muitos vínculos entre si, às vezes presos à
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passagem, sem estrutura homilética ou aplicação adequada”.
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R. Albert Mohler Jr., Pregar com a cultura em mente: In: Mark Dever, ed., A Pregação da Cruz, São
Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 64.
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Liefeld faz uma crítica certamente pertinente: “Tenho certeza que o tipo de instrução exegética
que muitos estudantes de seminários receberam faz com que eles pensem que o preparo
exegético de um sermão consiste em análise gramatical, diagramação e estudo de
palavras. Em consequência, tempo excessivo é gasto com trabalho detalhado, enquanto
sofre o estudo bem mais produtivo do texto, em termos de estrutura literária, sequência de
pensamento, etc. Não há melhor caminho para desincentivar a pregação expositiva nos
cursos de seminário do que o formalismo do professor e o trabalho maçante do aluno”
(Walter L Liefeld, Exposição do Novo Testamento: do texto ao sermão, p. 23). À frente: “A
pregação expositiva não é exegese versículo-por-versículo” (Walter L Liefeld, Exposição do
Novo Testamento: do texto ao sermão, p. 26).
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Bryan Chapell, Pregação Cristocêntrica, p. 50.
6
Walter L Liefeld, Exposição do Novo Testamento: do texto ao sermão, p. 26.
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expositiva, como toda pregação genuinamente bíblica, deve estar sintonizada com
todas as partes das Escrituras, formando um todo harmônico procedente de Deus
para o Seu povo. No entanto, no sermão expositivo, a amplitude da exposição está
determinada pelo alcance dos ensinamentos daquele texto que exponho. Ou seja:
na busca de outros textos bíblicos, apenas procuro confirmar o que aquela
passagem ensina ou ilustrá-la, não desenvolver outros aspectos, mesmo que
verdadeiramente bíblicos, mas, estranhos àquele texto. Na pregação expositiva
procura-se entender dentro do contexto, o objetivo primário do texto: Para que ele foi
escrito? Qual o seu propósito? E, fundamentalmente, todo sermão deve ser um
desafio aos ouvintes para que respondam as questões cruciais: à luz do que
ouvimos, o que devo fazer? O que Deus deseja de mim? Qual deve ser a minha
atitude?
Este método foi usado pelos profetas e apóstolos que, baseando-se no Antigo
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Testamento interpretavam o texto e aplicavam às necessidades de seus ouvintes.
Historicamente este foi o método preferencialmente usado pela maioria dos Pais da
Igreja e pelos Reformadores, pelos puritanos e diversos pregadores até os nossos
dias. Calvino, de modo especial, tinha o costume de expor cada livro da Bíblia
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“A pessoa que tenta colocar tudo em um único sermão é, na verdade, um pregador
medíocre” (Francis A. Schaeffer, A Arte e a Bíblia, Viçosa, MG.: Editora Ultimato, 2010, p. 76).
8
Bryan Chapell, Pregação Cristocêntrica, p. 24.
9
Veja-se: Hernandes Dias Lopes, Pregação Expositiva: sua importância para o crescimento da
igreja, p. 21ss.
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desde o seu início até o final. Os seus comentários constituem-se num primor de
exposição bíblica. Por isso, conforme já citamos, ele, entre outros justos principados,
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recebeu o de “príncipe dos expositores”.
10
Cf. expressão de Singer. (C. Gregg Singer, John Calvin: His Roots and Fruits, Greenville: Abingdon
Press, 1989, p. 6).
11
A. W. Blackwood, A Preparação de Sermões, p. 81.
12
“Se eu subir ao púlpito para apenas emitir minhas opiniões, Deus não é glorificado” (John F.
MacArthur Jr., Chaves para o Crescimento Espiritual, 2ª ed., São José dos Campos, SP.: Fiel, 1986,
p. 46).