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SUMÁRIO

GESTÃO DE CUSTOS ............................................................................ 1


Vantagem Competitiva ................................................................... 3
Cadeia de valor............................................................................... 5
CONCEITOS ............................................................................................ 6
Gastos ............................................................................................ 6
Desembolsos .................................................................................. 7
Investimentos.................................................................................. 7
Perdas ............................................................................................ 8
Despesas ........................................................................................ 8
Desperdícios ................................................................................... 9
Custos ............................................................................................ 9
Lucro............................................................................................. 19
Depreciação.................................................................................. 19
SISTEMAS DE CUSTOS ....................................................................... 19
Atividades fim ............................................................................... 21
Atividades meio ............................................................................ 28
CUSTOS, NÍVEL DE SERVIÇOS E ANÁLISE DE RENTABILIDADE DE
CLIENTES .................................................................................................... 28
Nível de serviço ............................................................................ 29
Análise de rentabilidade de clientes ............................................. 29
CUSTO TOTAL E TRADE-OFF ............................................................. 30
Custo total .................................................................................... 30
Trade off ....................................................................................... 31
FORMAÇÃO DOS PREÇOS.................................................................. 32
CUSTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO .......................................... 37
VISIBILIDADE DOS CUSTOS ............................................................... 39
IMPACTO DOS TRIBUTOS NOS CUSTOS .......................................... 40
MÉTODOS DE CUSTEIO ................................................................... 43
Custeio variável ............................................................................ 43
.................................................................................................................. 45
Teoria das restrições .................................................................... 45
Custeio direto................................................................................ 46
Custeio por missão ....................................................................... 47
Custeio por absorção.................................................................... 47
Custeio total de propriedade (Total Cost of Ownership – TCO) ... 48
Custeio baseado em atividade (ABC) ........................................... 49
Análise de rentabilidade multidimensional (Cost to Serve) ........... 53
Balanced Scorecard (BSC) ........................................................... 54
Valor Econômico Agregado – EVA ............................................ 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 58

O material didático da disciplina de Gestão de Custos tem o objetivo de ensinar aos alunos
os principais conceitos abordados na literatura e em outras referências corporativas, além
de instruir para suas aplicações.
GESTÃO DE CUSTOS
A gestão de custos é delimitada por áreas de aplicação como Contabilidade Financeira e
Contabilidade Gerencial, onde ambas se complementam e se completam. O custo
contábil, subordinado à contabilidade financeira corresponde à normas legais técnicas,
fiscais e societárias. Já o custo gerencial se refere à eficiência resultante da redução dos
gastos, por meio de estudos e análises voltados para a mudança de processos, gestão
financeira adequada e para o atendimento de questões especiais relacionadas com a
logística do atendimento correto aos clientes.
Além disso, a gestão de custos tem a função de evitar custos, reduzir perdas, eliminar
desperdício e combater erros e falhas, onde o mais importante desse processo não é
cortar, mas sim, racionalizar os custos.
Uma organização empresarial, que é definida pela ordenação e agrupamento de
atividades e recursos, visa o alcance de objetivos e resultados estabelecidos, por meio de
áreas funcionais básicas divididas em áreas funcionais fim e áreas funcionais meio, como
apresentado na figura abaixo.

Figura 1: Áreas funcionais básicas da empresa


As áreas funcionais fim englobam as funções e atividades envolvidas diretamente no ciclo
de transformação de recursos em produtos e de sua colocação no mercado. Sendo
representadas pelo Marketing, que é a função relativa à identificação das necessidades
de mercado, bem como a colocação dos produtos e serviços junto aos consumidores, e
pela Produção que é a função relativa à transformação das matérias-primas em produtos
e serviços a serem colocados no mercado.

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As áreas funcionais meio agrupam as funções e atividades que proporcionam os meios
para que haja a transformação de recursos em produtos e serviços e sua colocação no
mercado. Sendo representadas pela administração financeira, que é a função relativa ao
planejamento, captação, orçamentação e gestão dos recursos financeiros, envolvendo
também os registros contábeis das operações realizadas nas empresas;
administração de materiais, que é a função relativa ao suprimento de materiais, serviços e
equipamentos, à normatização, armazenamento e movimentação de materiais e
equipamentos da empresa; administração de recursos humanos, que é a função relativa
ao atendimento de recursos humanos da empresa, ao planejamento e gestão deste
recurso, do seu desenvolvimento, benefícios, obrigações sociais etc; administração de
serviços, que é a função relativa ao transporte de pessoas, administração dos escritórios,
documentação, patrimônio imobiliário da empresa, serviços jurídicos, segurança; e
gestão empresarial, que é a função relativa ao planejamento empresarial e ao
desenvolvimento de sistemas de informações.
Diante das áreas funcionais fim representadas pelo Marketing e pela Produção deve-se
considerar o processo de integração com a função Logística, pois, é uma escolha
estratégica para que se cumpram com eficiência e eficácia as atuais exigências do
mercado consumidor.
Sendo logística conceituada por Ballou (2006) como:
“O processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias,
serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o
propósito de atender às exigências dos clientes”.
A função Logística, por ser considerada um processo, significa que inclui todas as
atividades importantes para a disponibilização de bens e serviços aos consumidores
quando e onde quiserem adquiri-los.
Com isso, todas as funções e atividades que fazem parte da organização empresarial são
responsáveis pelas gerações de custos para as empresas e é importante conseguir
identificar os custos pertinentes a cada uma dessas funções e atividades.
Atualmente no Brasil tem havido uma grande preocupação em especial com o custo
logístico, pois cerca de 11,7% das receitas das empresas é consumida pelo custo
logístico.

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A logística é um conceito que está sempre em evolução e está atrelada a busca de
ganhos de competitividade e níveis de custos reduzidos, em função do desafio global e da
necessidade de agir de modo rápido, frente as alterações ambientais.
Dentro desse ambiente atual, a logística envolve vários fatores relevantes como:
 Mercados turbulentos que se modificam rapidamente e de forma imprevisível, de
acordo com a variação do comportamento das empresas perante a economia global;
 Nichos de mercado altamente fragmentados em vez de mercados de massa;
 Altas taxas de inovação tecnológica em produtos e processos;
 Menor ciclo de vida dos produtos, bem como crescimento da demanda por
produtos personalizados (customização em massa);
 Distribuição de soluções completas aos clientes; e
 Inclusão de produtos e serviços, com exigências de preços reduzidos, qualidade
superior e serviços adicionais, além de cooperação e colaboração entre os parceiros em
uma cadeia de suprimentos.
Dentro do ambiente atual no mercado competitivo onde existe um grande número de
empresas oferecendo produtos similares em que os clientes têm disponibilidade de
escolher por qual comprar, é importante olhar paralelamente a melhoria da qualidade para
atingir o ponto de vista do cliente por meio do processo de inovação e agregação de valor
ao produto e a redução dos custos sem que haja interferência na qualidade do produto.
Nesse sentido a relação entre a melhoria da qualidade e a redução dos custos gera o
conceito de produtividade que significa fazer mais e melhor com menos recursos.
Além do conceito de produtividade, há uma busca atual das empresas por vantagem
competitiva e pela cadeia de valor.

Vantagem Competitiva
É a vantagem de perceber, de forma pró ativa, tendências de mercado à frente dos
concorrentes e de se ajustar a oferta em função dessa antecipação. Pode estar definida
em diferentes áreas funcionais dentro da organização e pode ser descrita por alguns
fatores, como:
 Atender a ciclos menores de entregas do produto com o uso de tecnologias mais
avançadas para viabilizar o atendimento de ciclos menores de entrega de um produto;

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 Ter produto com qualidade e confiabilidade, o que aumenta a fidelização do cliente
com a marca;
 Cumprir com a promessa de entrega, visando a satisfação do cliente;
 Ser hábil para produzir novos produtos rapidamente para que o cliente não precise
procurar outra marca em busca de produtos novos;
 Possuir flexibilidade para ajustar mudanças no volume afim de atender aos pedidos
de acordo com a necessidade do cliente; e
 Obter custos baixos
Dentre as formas de se obter vantagem competitiva, temos a adoção de práticas como:
 Economia de escala
Economias de escala pode ser encontrada, em quase qualquer parte da operação de um
negócio, incluindo a compra, processamento, publicidade, vendas, marketing, faturamento
e cobrança. Podem ser alcançadas por meio do aumento total das vendas ou pela
reestruturação da linha de produtos. Ou seja, ocorre quando o custo médio de produção
fica mais barato à medida que aumenta a quantidade de produtos produzidos;
 Aprendizagem
A aprendizagem pode fornecer ideias para reduzir custos por meio de mudanças, como
do layout da planta, programação melhorada, melhoria da eficiência do trabalho,
modificações no design de produtos, melhorias de rendimento, ou melhorias em
procedimentos de instalação e transporte.
 Inter-relações
São como as empresas ou unidades de negócios partilham o custo de uma atividade de
valor.
 Ligações
O custo de uma atividade de valor é frequentemente afetado pela forma
como outras atividades são realizadas, como nos exemplos de usinagem e manutenção,
inspeção e serviços pós-venda, logística inbound e operações, publicidade e venda direta.
 Integração vertical
É a expansão das atividades de valor que uma empresa exerce, onde uma empresa
poderia escolher lidar com suas entregas realizadas pelos próprios caminhões e
motoristas, ou poderia terceirizar essa atividade de valor para portadores de serviços
terceirizados.

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 Cronometragem
É o empo de permanência da empresa no mercado, ou escolha do tempo certo para
compras com custos reduzidos.
 Políticas discricionárias
São as maneiras de fazer as coisas, tais como as políticas e procedimentos, muitas
vezes, refletem a estratégia da empresa e envolvem os trade-off (designa situações de
escolha entre opções conflitantes) entre custos e diferenciação.
 Localização
Localização geográfica de uma atividade de valor pode afetar o custo.

Cadeia de valor
Valor é o montante que os compradores estão dispostos a pagar por aquilo que uma
empresa, ou indivíduo, lhe fornece.
A meta de uma empresa moderna, competitiva, é de aumentar ao máximo o valor
agregado de seus produtos, ao mesmo tempo em que busca minimizar os custos globais
na cadeia de suprimento.
Segundo Ballou (2006),
A cadeia de suprimentos abrange todas as atividades relacionadas com o fluxo e transformação de
mercadorias desde o estágio da matéria-prima até o usuário final, bem como os respectivos fluxos de
informação.
O modelo de gerenciamento de cadeia de suprimentos é apresentado na figura abaixo.

Figura 2: Modelo do gerenciamento da cadeia de suprimentos


Fonte: Ballou (2006)

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Em uma situação focalizada no consumidor, o objetivo não é mais maximizar a margem
de um ou mais participantes da cadeia de suprimento. O objetivo agora é reduzir o preço
final para o consumidor, visando ter um maior volume de vendas e aumentar a
participação no mercado (market share), conseguindo maior giro e, consequentemente,
maiores lucros.

CONCEITOS
No ambiente empresarial é preciso ficar atento as diferenças importantes entre os
conceitos relativos a custos, pois para a contratação de um serviço ou realização do
mesmo há diferenças quando são ditos que tal serviço custou X reais, ou levou-nos a um
gasto de Y reais, ou tivemos uma despesa de W reais.
Devido a essas diferenças os conceitos de cada termo são apresentados nos itens
abaixo.
Gastos
É o sacrifício financeiro arcado pela empresa para obtenção de um produto ou serviço.
Está ligado ao desembolso de certa quantia de dinheiro, no qual pode ser representado
pela entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente representado por dinheiro).
Segundo Wernke (2014), a palavra gasto pode ser aplicada de forma abrangente, visto
que cabe utiliza-la para designar corretamente situações nas quais a empresa despende
recursos ou contrata uma dívida qualquer.
Como exemplos se pode citar uma ampla associação a outros termos, como apresentado
abaixo:
 Uma transportadora pode gastar dinheiro com o pagamento da conta telefônica que
é uma despesa;
 A mesma transportadora pode gastar dinheiro destinado ao consumo de
combustíveis na prestação de serviços que é tecnicamente considerável como custo;
 Uma distribuidora gasta dinheiro na construção de um novo Centro de Distribuição
e esse montante deve ser considerado investimento, enquanto que aos valores dos bens
deteriorados por inundação cabe designar como perdas;
 Gasto de dinheiro na substituição de peça com defeito;
 Gasto de dinheiro com assistência técnica;
 Etc.

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Um fator importante a ser considerado é que, gastos são os valores que a empresa não
prevê no orçamento, mas tem a necessidade de investir para continuar produzindo.
Sendo o gasto geralmente imprevisível, não é possível ser repassado ao preço do
produto, tornando a empresa responsável em arcar com o prejuízo.

Desembolsos
O termo desembolso é utilizado no contexto em que uma empresa desembolsa dinheiro
para comprar algo a vista ou para quitar alguma dívida. Este pagamento pode ocorrer
antes, durante ou depois de ser utilizado o item comprado.
É um pagamento resultante da obtenção de um bem ou serviço, que não coincide
necessariamente com o momento do gasto.
Podem ser exemplificados por:
 Compra de mercadorias à vista;
 Compra de combustível à vista;
 Pagamento da prestação de um financiamento ou compra a prazo na quitação de
uma dívida;
 Etc.

Investimentos
São os recursos empregados na compra de bens físicos ou intangíveis1 ou na obtenção
de direitos (de receber de clientes, de usar uma marca ou de usufruir de uma concessão,
etc.) cuja finalidade principal ou perspectiva é a geração de benefícios econômicos
(receitas ou lucros).
Com essas características os valores de investimento costumam ser classificáveis como
Ativos no Balanço Patrimonial das empresas.
Um ponto importante é que para ser considerado como investimento o gasto deve ser
realizado com algo classificável como Ativo (bens ou direitos), no qual a propriedade
permita ter expectativa de benefício futuro relacionado com receitas ou lucros.
Podem ser exemplificados por:

1 Bens intangíveis são associados a uma organização e independentemente de estarem contabilizados


possuem valor e podem agregar vantagens competitivas, tal como é o caso de uma marca.

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 Aquisição de um lote de mercadorias para revenda em que o gasto de recursos
seja capaz de gerar lucro futuro;
 Aquisição de um caminhão para transportar cargas de seus clientes e cobrar por
isso;
 Etc.

Perdas
Estão associadas aos bens ou serviços consumidos de forma anormal ou involuntária,
algo inesperado, tal como a obsolescência dos estoques.
Um gasto pode ser classificado como perda quando ocorrer de forma involuntária e/ou
incomum no cotidiano operacional normal de uma entidade.
Uma forma de ser avaliada é pela relação apresentada abaixo.
PERDA = GASTO – CUSTO
Podem ser exemplificadas por:
 Multas de trânsito ou autuações fiscais/tributárias;
 Furtos de mercadorias ou do caminhão;
 Deterioração de bens ocasionada por acidentes, incêndios, inundações, etc;
 Reparos dos veículos por colisões;
 Avarias ocorridas nas mercadorias transportadas que as tornam imprestáveis;
 Atividades que agregam valor e precisam ser minimizadas ou eliminadas;
 Etc.
Despesas
É o valor despendido com bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para
obtenção de receitas ou manter a empresa em funcionamento.
Abrangem exemplos classificados em:
 Despesas financeiras
Juros pago por atraso nas duplicatas de fornecedores, tarifas bancárias, material de
expediente, Juros dos empréstimos/financiamentos, pagamento dos funcionários e
aluguel ou depreciação do prédio.
 Despesas administrativas

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Honorários profissionais (contador, advogado, etc), material de escritório, combustível,
manutenção e depreciação dos veículos administrativo, folha de pagamento e conta de
energia elétrica, internet, telefone e correio.
 Despesas de venda
Gasto com propaganda, material de consumo do setor comercial, manutenção e
depreciação dos carros das áreas de vendas, comissão de vendedores e
aluguel/manutenção de escritórios de representação.

Desperdícios
Pode ser entendido como qualquer esforço ou iniciativa que não adicione valor ao produto
ou serviço, ou seja, aquilo que o cliente não reconhece como uma atividade ou algo que
mereça ser remunerado.
Podem ser exemplificados por:
 Entrega da mercadoria em endereço errado;
 Custos de urgência na entrega;
 Falhas de equipamentos;
 Tempo perdido em função de acidentes; e
 Depreciação predial de prédio.

Custos
São os gastos relacionados aos sacrifícios dos recursos ocorridos no processo produtivo.
Além disso, são gastos apropriados na fabricação de um produto ou na prestação de um
serviço e está diretamente relacionado à execução efetiva de um serviço.um
Podem ser exemplificados por:
 Combustíveis e Lubrificantes consumidos pelos veículos utilizados na prestação de
serviços aos clientes;
 Gestão de rotas e sinistros;
 Salários e encargos dos motoristas e ajudantes;
 IPVA, seguros, depreciações ou gastos com aluguel dos veículos;
 Manutenção e conservação dos caminhões; e
 Etc.

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Os custos são elementos essenciais, considerados nas estratégias competitivas de uma
empresa, mais especificamente em algumas linhas de produtos e serviços, o principal
determinante do sucesso competitivo.
Já os custos logísticos são os custos de planejar, implementar e controlar todo o
inventário de entrada (inbound2), em processo e de saída (outbound3), desde o ponto de
origem até o ponto de destino.

Classificações tradicionais de custos


A classificação a ser adotada nesse material é representada pelos seguintes fatores:

 Facilidade de identificação ou facilidade de atribuição ao objeto de custeio, o qual


é representado por fornecedor, cliente, produto, regiões ou canais de distribuição;
 Volume de atividade ou volume comercializado no período, caracterizado pela
variabilidade, o qual é representado por volumes produzidos, movimentados,
transportados, vendidos e distribuídos; e
 Processo de Gestão, sendo representados por processos de tomada de decisão,
podendo ser elas de natureza estratégica, tática ou operacional.

Facilidade de identificação ou facilidade de atribuição


A facilidade de atribuição é representada pelos Custos Diretos e pelos Custos Indiretos.

Custos diretos
São aqueles que podem ser diretamente apropriados a cada tipo de objeto, pela sua fácil
identificação e mensuração no momento de sua ocorrência.
Podem ser exemplificados por:
 Custos de transportes na distribuição (produto faturado e entregues);
 Embalagem específica usada em um produto por 1 cliente;
 Salário dos funcionários;

2 Inbound: Trata-se do controle de fluxo de materiais da janela de abastecimento da cadeia de suprimentos.


Do qual tem início nos fornecedores e vai até a chegada à fábrica.
3 Outbound: A saída dos materiais para pontos de apoio, centros de distribuição (CDs) ou para os

consumidores finais

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 Matérias-primas usados na fabricação do produto;
 Mão-de-obra direta;
 Serviços subcontratados e aplicados diretamente nos produtos ou serviços; e
 Etc.

Custos indiretos
São aqueles que não se podem apropriar diretamente a cada tipo de objeto, no momento
de sua ocorrência, por não estarem diretamente relacionados ao mesmo.
São caracterizados por serem difíceis de mensurar e por serem difíceis de serem
alocados ou associados um objeto de custeio específico.
Podem ser exemplificados por:
 Aluguel do galpão utilizado para consolidar a carga que vai ser embarcada;
 Custos com tecnologia de informação utilizada em um processo que atenda a
diversos clientes;
 Mão de obra realizada por prestadores de serviço;
 Depreciação;
 Seguros;
 Manutenção de equipamentos; e
 Etc.

Volume de atividade (Variabilidade)


A variabilidade é representada pelo custo fixo, custo variável e custo semivariável ou
semifixo.
Custo fixo
São os custos estruturais relacionados ao período de tempo, sem alterações, ou cuja
alterações não se verifiquem como consequência de variação no volume de atividade em
iguais períodos, onde o valor total em R$ ao final do período se manterá inalterado
mesmo que as vendas aumentem ou diminuam.
Podem ser exemplificados por:
 Armazenagem própria;
 Mão de obra mensal;
 Depreciação dos ativos logísticos;

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 Limpeza e Conservação;
 Salários da Administração;
 Segurança e Vigilância; e
 Etc.

Custo variável
São custos que variam em função do volume da atividade e da distância do percurso.
Enquanto o custo variável por unidade permanece no mesmo valor (R$), o valor total
desse tipo de gasto aumenta proporcionalmente às quantidades vendidas.
Assim, se em uma distribuidora, as vendas forem nulas, o total de custos variáveis
também é zero.
Podem ser exemplificados por:
 Custo com pneus;
 Custo com lubrificantes;
 Custos de transportes na distribuição (produto faturado e entregues);
 Matérias-Primas;
 Comissões de Vendas; e
 Etc.

Custo semivariável ou semifixo


São custos que tem uma parcela variável e outra fixa, porém, são termos não utilizados
atualmente, pois se considera que o custo tem parcela fixa ou parcela variável.
Podem ser exemplificados por:
 Salário fixo de um vendedor mais a comissão sobre vendas que é variável;
 Energia elétrica negociada com a companhia de energia, em que a empresa paga
uma parcela fixa para determinado nível de produção e parcela variável para valores
acima do nível acordado; e
 Etc.

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Grau de Agregação
Os custos fixos somados aos custos variáveis resultam no Custo Total.
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐹𝑖𝑥𝑜 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙
Já o custo unitário é dado pela relação entre o custo total e as unidades produzidas.
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
Custo unitário =
𝑈𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎𝑠

O grau de agregação é exemplificado a partir da observação da Tabela 1.

Tabela 1: Custos fixos e variáveis


Vendas em Venda Total (R$) Custo Variável Custo Variável Custo Fixo Total Custo Fixo
unidades Unitário (R$) Total (R$) (R$) unitário (R$)

(a) (b) (c) (d=cXa) (e) (f=e/a)


0 - - - 230 -

1 100 50 50 230 230

2 200 50 100 230 115

3 300 50 150 230 76,67

4 400 50 200 230 57,50

5 500 50 250 230 46

Os dados apresentados na O grau de agregação é exemplificado a partir da observação


da são demonstrados em forma de gráfico na figura abaixo.

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Relação de Custo Variável total e Relação de Custo Fixo total e
unitário unitário
300 250
250 230 230 230 230 230 230
250
200
200
Custo Variável (R$)

Custo Fixo (R$)


200
150 150
150
100 115
100
100
76,67
50 50 50 50 50
50 57,5
50 46
0
0 0 0
0 2 4 6 0 2 4 6
Unidades de vendas Unidade de Vendas

Custo Fixo Unitário

Custo Variável Unitário Custo Variável Total


Custo Fixo Total

Figura 3Erro! Fonte de referência não encontrada.: Custo variável total e custo unitário
e Custo fixo total e unitário

A caracterização dos custos variáveis demonstra que enquanto o custo variável por
unidade permanece no mesmo valor monetário, o valor total desse tipo de gasto aumenta
proporcionalmente às quantidades vendidas. Esse mesmo comportamento de
variabilidade, no caso de uma transportadora, demonstra que quanto maior a
quilometragem percorrida, possivelmente maior o gasto total do mês com o consumo de
combustível.
Nos custos fixos observa-se que o valor total ao final do período será mantido inalterado
mesmo que as vendas aumentem ou diminuam. Já em termos de custo fixo unitário à
medida que as vendas aumentem ocorre a diminuição do valor do custo fixo, esse
comportamento do custo fixo por unidade é conhecido como ganho de escala.

Processo de Gestão (Processos de tomada de decisão)


Entre os tipos de custos considerados relevantes à gestão estão conceituados nesse item
os mais importantes.

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Custos controláveis e não controláveis
Custos controláveis
Os custos controláveis são aqueles que são influenciados pela decisão e ação de um
gestor e pode ser identificado ao objeto ou rastreado em determinado processo/atividade.
Os custos controláveis são diretamente influenciados por um gerente dentro de
determinado período.
Podem ser exemplificados por:
 Custos com transporte;
 Custos com armazenagem;
 Custos com insumos;
 Custos com mão-de-obra;
 Custos com combustíveis;
 Custos com energia; e
 Etc.
O controle de custos é fundamental para manter a empresa competitiva no mercado atual,
pois, faz-se necessário, cada vez mais, maximizar os lucros, aumentar a produtividade e
sempre reduzir custos. Também fornece informações que auxiliam no processo de
tomada de decisões sob aspectos operacionais, legais e gerenciais, por isso as
informações desse setor devem ser muito claras e diretas. O uso inadequado do controle
pode causar sérias consequências e até o fechamento da empresa.
Custos não controláveis
Os custos não controláveis são aqueles que não podem ser influenciado pela decisão.
O custo sobre o qual o responsável do centro de responsabilidade do custo não tem
influência, situa-se a outro nível de decisão.
Podem ser exemplificados por:
 Gastos com segurança do prédio;
 Gastos com limpeza do prédio;
 Depreciação do veículo/instalação;
 Aluguel;
 Impostos;
 Encargos; e

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 Etc.

Quando o foco é o funcionário, a classificação do custo em controlável ou não controlável


vai depender da posição hierárquica do mesmo na empresa. Quanto mais baixa a posição
do funcionário no organograma empresarial, maior a quantidade de custo não controlável.
O inverso também ocorre: níveis de diretoria ou presidência de uma empresa possuem
uma maior proporção de custo controlável.

Custo de oportunidade
Representa quanto a empresa sacrificou em termos de remuneração por ter aplicado seus
recursos em uma alternativa ao invés de em outra.
Pode ser definido também como o valor do benefício que se deixa de ganhar quando, no
processo decisório se toma um caminho em detrimento de outro. Ou é o lucro que
poderia ter sido conseguido se um conjunto de recursos tivesse sido aplicado num certo
uso alternativo.
Pode ser exemplificado por:
 Custo de oportunidade da mão de obra
 Um representante de vendas, autônomo, após contabilizar receitas e
custos das suas vendas verifica que teve um lucro médio mensal no ano
passado de R$ 3.500,00, no entanto, lembra-se que antes de deixar o
emprego para abrir sua representação comercial tinha um salário médio
de R$ 8.500,00, esse é o custo de oportunidade de sua mão-de-obra, o
custo da melhor alternativa do emprego de sua força de trabalho.
Custo de oportunidade do capital.
Um empresário investe R$ 100.000 em um negócio que tem um lucro anual
de R$ 5.000. Se o empresário tivesse escolhido a alternativa de fazer
uma aplicação bancária poderia ganhar algo em torno de 8% ao ano, ou
seja, R$ 8.000. Esse, portanto é o custo de oportunidade do capital.

Custos relevantes
São custos futuros que diferem entre as diversas alternativas.
São custos que influenciam para uma tomada de decisão.

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Por outro lado, os custos relevantes são os que podem ser alterados em função de uma
decisão.
São custos que afetam o fluxo de caixa. Sendo assim, para a escolha de determinadas
alternativas como modo de transporte, alguns custos serão relevantes, como:
 Custo de embalagem;
 Custo de manutenção de inventário;
 Custo com combustível;
 Custo com mão de obra;
 Custo de transbordo; e
 Etc.

Custos irrecuperáveis
São custos incorridos no passado e não são relevantes para decisões no presente, pois
não se alteram em função das decisões.
Podem ser exemplificados por:
 Depreciação de um ativo;
 Compra de um equipamento de difícil utilização e baixo preço de revenda; e
 Etc.

Custo incremental, marginal ou diferencial


É considerado como um custo extra, associado a uma unidade adicional.
Em uma tomada de decisão, devemos analisar os aumentos ou diminuições nas receitas
e nos custos, que ocorrerão em cada decisão. Incluem custos que se modificam, como
consequência da escolha entre as diversas alternativas.
Pode ser exemplificado por:
 O Custo de 100 computadores é de R$ 50.000, já o custo de 101 computadores é
de R$ 50.600, temos um custo marginal é de R$ 600,00.

Custos ocultos
São custos que não são visíveis aos gestores, mas que afetam o resultado econômico da
empresa, pois ocorrem em condições anormais de operação, associados ao conceito de
perdas, tais como falhas e desperdícios nos processos logísticos.

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Podem ser exemplificados por:
 Defeitos representado por erros que necessitam de mensuração;
 Sobreprodução quando existe geração de estoques desnecessários como
exemplo;
 Esperas e atrasos que podem causar ociosidade em determinado momento e
horas extras em outros;
 Acumulo de material em processo; e
 Etc.

Custo – padrão
Pode ser considerado como um custo elaborado que contempla aspectos físicos e
monetários, ou seja, é o custo que se deseja alcançar se tudo ocorrer de acordo com o
normal da atividade.
Pode ser exemplificado por:
 Custos com materiais;
 Custos com mão de obra;
 Custos com equipamentos; e
 Etc.

Custo meta ou alvo


É a diferença entre o preço de mercado do produto/serviço e a definição da margem de
lucro desejada.
O custo-meta, conhecido na língua inglesa como Target Cost, é uma fortíssima
ferramenta utilizada para mensurar o custo máximo suportável para que se atinja o
retorno desejável e, com isso, o melhor posicionamento estratégico e desempenho
praticado. Ou seja, é o caminho inverso utilizado para obter o resultado mínimo
necessário capaz de cobrir seus gastos e retorno estimado.

Custo no ciclo de vida


É um sistema que fornece informação para que sejam entendidos e gerenciados os
custos existentes nos vários estágios ou ciclos de projetos, desenvolvimento, fabricação,
comercialização, distribuição, manutenção, serviços, até a entrega do produto.

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Custo Kaizen
Está relacionado a melhoria contínua dos processos, visando a redução constante dos
custos em todas as fases do ciclo de vida de um produto/serviço.
Além dos conceitos apresentados acima, temos outros conceitos importantes aplicado a
gestão de custos.

Lucro
No âmbito da sociedade capitalista, caracterizada pela propriedade privada de recursos
econômicos, o lucro é a remuneração pelo uso do fator de produção como capacidade
empresarial, considerando-se a combinação dos demais fatores de produção (terra,
capital e trabalho).
O lucro contábil de uma empresa pode ser definido como a quantia máxima que a firma
pode distribuir como dividendos e ainda esperar estar tão bem no final do período como
estava no começo.
O lucro econômico de uma empresa atua no incremento do patrimônio líquido, decorrente
das operações da empresa ou da valorização de seus ativos. O lucro econômico, ao ser
mensurado pelo incremento do patrimônio líquido, requer avaliação de todos os ativos da
empresa com base nos recebimentos líquidos futuros esperados, com o cálculo do valor
presente dos fluxos dos benefícios futuros.

Depreciação
É a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil, ou
seja, o registro da redução do valor dos bens pelo desgaste ou perda de utilidade por uso,
ação da natureza ou obsolescência.

SISTEMAS DE CUSTOS
Os custos na maioria das vezes podem ser vistos como elemento estratégico da empresa,
pois a boa gestão de custos tem grande objetivo na maximização dos lucros, onde a meta
principal é a conquista natural da liderança em custos, podendo levar uma empresa a
conquistar mais fatias e assegurar sua permanência no mercado.

19
A partir desse princípio quanto mais intensa a concorrência a que estiver submetida uma
empresa, mais importante será dispor de um sistema de custos que lhe permita conhecer
seus custos e, a partir daí, encontrar uma posição vantajosa diante de seus concorrentes.
Diante da necessidade de conhecimento dos custos tem-se que sistemas de custos são o
conjunto dos meios e os métodos que a empresa utilizará para coletar e sistematizar os
dados de que necessita para produzir informações.
O sistema de custos é capaz de auxiliar no gerenciamento e monitoramento do
desempenho da organização empresarial. Para isso cada componente de custo tem
tratamento contábil específico, sendo dotado de detalhes de ordem fiscal, econômica e
administrativa.
Os componentes de custos podem ser reunidos em dois grupos, sendo eles, custos
primários e custos de transformação. Os custos primários são valores representativos da
soma dos componentes de matéria-prima e mão de obra. Já os custos de transformação
são os valores da soma dos componentes de mão de obra direta e custos indiretos na
fabricação.
Nas atividades fim, representadas por atividades industrial, comercial e de serviço, os
sistemas de custos apesentam diferentes abordagens. Nas atividades meio os sistemas
de custos são denominados como despesas.
Na indústria a atividade fim é definida pela fabricação de produtos para vender, onde os
gastos com a produção são denominados por custo industrial, custo fabril ou de produção.
Esse custo é representado pela soma dos componentes de matéria-prima, mão-de-obra
direta e custos indiretos de fabricação.
No comércio a atividade fim é definida pela compra e venda de mercadorias. E por não
passar pelo processo de fabricação de produtos os cálculos dos custos costumam ser
mais simples.
Nos serviços a atividade fim é a prestação de serviços, onde os gastos mais
representativos são oriundos do trabalho do pessoal.
Em relação a forma como o processo produtivo ocorre, os custos logísticos que envolvem
o planejamento, a implantação e o controle da mercadoria (carga) desde o início da
produção até a entrega para o cliente final é essencial para a gestão de custos. Eles
podem tanto representar as atividades fim como as atividades meio.

20
No controle do fluxo de mercadoria que atua entre o fornecedor a empresa e o cliente os
custos são representados pelas ordens de compra (Inbound) e pelas ordens de venda
(Outbound).

Atividades fim
Na concepção da logística o sistema de custos pode ser representado pelas atividades
fim apresentadas abaixo.
 Recepção, Armazenagem e Movimentação;
 Transporte;
 Acondicionamento e embalagens;
 Manutenção de inventário;
 Tecnologia de Informação (TI);
 Tributários;
 Lotes;
 Custo de oportunidade do capital investido;
 Etc.

Recepção, Armazenagem e Movimentação


É uma das atividades dos fluxos de materiais no armazém e o ponto destinado à locação
estática dos materiais (Moura, 1989).
Podem ser considerados como custos de armazenagem os custos que se referem ao
acondicionamento de bens e a sua movimentação, podendo ser exemplificados
respectivamente por custo financeiro de estoque e o custo de perdas (devido a roubo,
obsolescência e avarias) e aluguel do armazém, mão-de-obra, depreciação das
empilhadeiras, etc.
A grande maioria dos custos de armazenagem – aluguel, mão de obra, depreciação de
instalações e equipamentos de movimentação – são fixos e indiretos. Os principais custos
são apresentados na figura abaixo.

21
Figura 4: Custos de armazenagem
Fonte: Faria e Costa (2015)
Nota: Movimentação e Armazenagem de Materiais (MAM).

Transporte

Determina com que rapidez e consistência um produto se move de um ponto a outro


(entre o fornecedor e a empresa ou entre a empresa e o cliente). Sendo um dos motivos
da sua importância para as organizações empresariais.
Dentre os principais objetivos e funções do transporte temos:
 Fazer com que os bens cheguem ao seu destino final sem qualquer tipo de avarias;
 Cumprir os prazos previstos evitando transtornos ao cliente;
 Entregar a mercadoria no local certo e facilitar o processo de descarga para o
cliente;
 Aprimoramento dos processos, afim de executá-los de forma ágil; e
 Redução dos custos de entrega considerando a satisfação do cliente e os
benefícios gerados para a organização.
Os custos com transporte podem variar dependendo do processo de tomada de decisão
da empresa, podendo ser definido a partir da escolha pela frota própria ou frota
terceirizada.
Quando se tem frota própria existem custos fixos e custos variáveis, já quando se adota
frota com serviço terceirizado os custos passam a ser apenas variáveis.

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Para esse processo de tomada de decisão devem ser considerados fatores como, custo,
qualidade do serviço e rentabilidade financeira das alternativas e características como
tamanho da operação, capacitação interna, competência do setor, captação de cargas de
retorno e modo de transporte utilizado.
Os custos principais custos de transportes são apresentados a seguir:

 Custo do frete de diferentes modos de transportes; e


 Custo com a frota própria
 Custo de capital investido com depreciação e remuneração;
 Custos operacionais com manutenção própria (administração, mão de obra e
encargos, peças de reposição, ferramentas, espaço físico, etc) e terceirizada,
operação com administração, mão de obra e encargos, combustível e
lubrificantes, limpeza, frota reserva, seguros e licenciamentos;
 Etc.

Os custos fixos para precificação do transporte, segundo Ballou (2006) são representados
por custos constantes independente da variação do volume de operação do transportador.
Os custos variáveis são considerados os demais custos.
Os custos fixos e variáveis têm características distintas entre os modos de transporte.
Ferroviário: Os custos fixos são elevados e os principais motivos são a operação de
carga e descarga, faturamento e cobrança, manobras de trens de múltiplos produtos e
múltiplos embarques contribuindo para altos custos dos terminais do transporte. Os
custos variáveis são relativamente baixos, pois o aumento do volume por trem e seus
efeitos na redução dos custos de terminais produzem economias de escala, onde os
custos unitários são reduzidos.
Rodoviário: Os custos fixos são os mais baixos dentre todos os modos, pois as
empresas não são proprietárias das rodovias nas quais operam, o veículo representa uma
pequena unidade econômica e as operações em terminais não exigem equipamentos
dispendiosos. Já os custos variáveis tendem a ser mais elevados porque os custos de
construção e manutenção das rodovias são cobrados dos usuários na forma de impostos
sobre os combustíveis, pedágios e taxas por peso-quilômetro.

23
Aquático: O maior investimento de capital que um transportador necessita fazer é em
equipamento de transporte e por vezes em instalações de terminais (pois os terminais e
portos podem ser públicos ou privados). Os custos fixos são relacionados principalmente
relacionados a operações dos terminais (tarifas portuárias e custos de carga e descarga).
Os custos variáveis são aqueles ligados à operação do equipamento de transporte.
Aéreo: Os custos fixos e variáveis tornam o transporte aéreo um serviço de luxo
principalmente em curtas distâncias, no entanto apresenta custos unitários reduzidos pois
o rateio das despesas de terminais e de outros custos fixos em função do aumento do
volume proporciona alguma redução dos custos unitários.
Dutoviário: Para ser competitivos os dutos precisam trabalhar com grandes volumes a
fim de reduzir os altos custos fixos. Os principais custos variáveis são a energia
(altamente variáveis) para movimentar o produto (quantidade variável) e os custos
relacionados à operação das estações de bombeamento.

Acondicionamento e embalagens
Os custos de embalagens e dispositivos de movimentação, para o fabricante das
embalagens, englobam custos variáveis com materiais, tais como, madeira, papelão,
plástico, aço, ferro, além de custos não recuperáveis. Já os custos fixos no fabricante, são
relacionados à mão de obra envolvida na produção das referidas embalagens, custos com
pesquisa e desenvolvimento, custos com depreciação e manutenção dos equipamentos
utilizados na produção das embalagens.
Na empresa usuária, os custos são incorporados ao estoque de matéria-prima quando
estão associados à obtenção de materiais pela Logística de Abastecimento, são
considerados custos indiretos de fabricação quando associados às operações de
produção e custos de distribuição na Logística de Distribuição.
As embalagens retornáveis costumam ser contabilizadas no ativo imobilizado e aparecem
no balanço patrimonial gerando custos de oportunidade.

Manutenção de inventário (estoques)

Os estoques (ou inventários) são ativos tangíveis, adquiridos ou produzidos por uma
empresa, visando a sua comercialização ou utilização própria em suas operações.

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Os custos de manutenção de inventário são os custos incorridos para que os materiais e
produtos estejam disponíveis para o sistema logístico.
Os custos de manutenção de inventário são os custos incorridos para que os materiais e
produtos estejam disponíveis para o sistema logístico. Esta decisão ocorre pela
necessidade de manter estoques de matérias-primas, produtos em processo, produtos
acabados ou peças de reposição e representam uma das principais parcelas de custo
logístico total.
O custo de inventário total é a soma dos custos de oportunidade dos estoques, custos de
serviços de inventario (impostos e seguros), custos de espaço para armazenagem e
custos de riscos de estoques.

Custos de Tecnologia da Informação (TI)


Os custos de TI incluem os custos de emissão e atendimento dos pedidos, comunicação,
custos de transmissão de pedidos, entradas, processamentos, comunicações internas e
externas, além do tempo de execução das atividades por meio de:
 Mão de obra (salários-base, encargos sociais e benefícios do pessoal envolvido na
operação dos sistemas);
 Depreciação ou leasing/aluguel de equipamentos, instalações e hardware e
amortização de software (licença de uso);
 Manutenção do hardware e do software;
 Matérias de consumo/serviços aplicados;
 Seguros;
 Treinamentos; e
 Etc.
Na maioria das vezes os custos apresentados acima são tratados como custos indiretos e
fixos, apresentando dificuldade de alocação direta aos produtos.

Custos tributários
O conceito de tributo engloba impostos, taxas de serviços públicos e contribuições de
melhoria, contribuições sociais e econômicas, encargos e tarifas tributárias e
emolumentos (taxas remuneratórias), a serem pagas ao Poder Público em função de

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obtenção/transferência de bens ou serviços, diretos, específicos ou de concessão. Podem
ser observados mediante Tabela 2 apresentada abaixo.

Tabela 2: Operações logísticas e respectivos tributos incidentes


Operação Logística Tributos Incidentes Efeito Fiscal

Vendas para industrialização, ICMS; IPI; PIS; COFINS Débito de ICMS, IPI,
comercialização PIS/COFINS

Compras para industrialização e ICMS; IPI; PIS; COFINS Crédito de ICMS, IPI,
imobilização PIS/COFINS
Compras para comercialização ICMS; IPI (se for indústria); -
PIS; COFINS
Remessas de mercadorias para ICMS; IPI Suspensão de ICMS e IPI
industrialização por terceiros ou o
retorno de mercadorias com objetivo
de industrializar ou comercializar/
Objetivo de uso, consumo ou
imobilização

Retornos de mercadorias ISS; ICMS; IPI Suspensão de ICMS e IPI


industrializadas por terceiros com
objetivo de uso, consumo ou
imobilização
Remessas e retornos de mercadorias ICMS Suspensão de ICMS
para armazenagem

Saídas por transferência para ICMS; IPI Débito, suspensão ou diferimento


estabelecimentos da mesma de ICMS; suspensão de IPI
organização
Entradas por transferência para Crédito, suspensão ou
estabelecimentos da mesma diferimento de ICMS; suspensão
organização de IPI

ICMS; IPI (se for indústria); Débito de ICMS, IPI, PIS e


Saídas por devolução
PIS e COFINS COFINS

Crédito de ICMS, IPI, PIS e


Entradas por devolução ICMS; IPI; PIS e COFINS
COFINS

Suspensão de débito de ICMS


Remessa para conserto ou reparo ICMS
(na mercadoria)
Débito de ISS; suspensão de
débito de ICMS (nas
mercadorias); débito de ICMS
Retorno de conserto ou reparo ISS; ICMS; IPI
(nas peças); Débito de IPI (se
conserto ou reparo executado
pelo fabricante)
Suspensão; diferimento ou não
Remessas e retornos de demonstração ICMS; IPI incidência do ICMS; suspensão
do IPI

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Débito de ICMS; IPI (se for
Doações e cessões gratuitas ICMS; IPI entidade governamental ou
assistencial, não há incidência)
Não incidência do ICMS;
Exportações ICMS; IPI
Suspensão do IPI

ICMS; IPI; II; IOF; PIS e Débito/Crédito de ICMS; IPI; II;


Importações
COFINS IOF; PIS e COFINS

Custos decorrentes de lotes


O conceito de lote, no processo produtivo, está associado à atividade de setup, que
consiste no trabalho requerido para preparar uma máquina específica, recurso, centro de
trabalho, entre o término da fabricação de um item e o início da produção do próximo item
na programação.
O tempo gasto na preparação resulta em perdas (desperdícios).
O aumento no custo dos lotes ocorre pela falta de integração entre os macroprocessos
envolvidos, como, compras, produção, logística e marketing.

Custos de Oportunidade do Capital Investido


Seu valor equivale a quanto se deixou de ganhar decidindo-se por um investimento, em
vez de outro com mesmo grau de risco.
De forma sintetizada pode-se observar que o custo/valor de um produto inicia com o
atendimento das especificações na obtenção das matérias-primas e termina quando o
produto acabado de um membro é entregue ao outro membro da cadeia e assim
sucessivamente até o consumidor final, como apresentado na figura abaixo.

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Preço ao Cliente Final

Despesas Comerciais

Custos de Distribuição

Melhorias no Produto

Comprometimento com
Fornecedor

Pesquisa e Desenvolvimento do
Fornecedor

Custos de Transações
(Overheads)

Termos de Pagamento
(juros/prazos)

Custos da Cadeia Logística

Custos de Produção

Custos decorrentes de Lotes

Custos de Recebimento

Custos de Qualidade

Custos de Transportes

Custos de Relacionamento com Fornecedor

Custos de Transação

Custo Básico dos


Materiais/Produtos

Figura 5: Elementos do custo logístico


Atividades meio
Pode-se citar os custos relacionados com fornecedores que derivam da constituição e
manutenção de uma relação com o fornecedor. Custo das Transações, formado pelos
custos de detectar, transmitir as necessidades de material e processar o fluxo de material
na ordem em que são requisitados pelos produtos. Custos de Qualidade/Fatores que são
relativos à qualidade e garantias afetam a produção da empresa, os custos de vendas, a
distribuição reversa. Custos Indiretos de Financiamento onde os termos de pagamento
para o fornecedor causam um impacto sobre o custo total. Fatores Táticos de Entrada na
qual a qualidade dos fornecedores é um dos maiores custos e valores de entrada numa
cadeia de suprimentos. Etc.

CUSTOS, NÍVEL DE SERVIÇOS E ANÁLISE DE RENTABILIDADE DE


CLIENTES
Na integração entre custos, nível de serviço e análise de rentabilidade de clientes a
satisfação dos clientes depende do nível que o serviço é ofertado e a geração de lucros
depende do custo total incorrido para ofertar esse serviço.

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Nível de serviço
O nível de serviço ao cliente representa uma medida de produtividade na criação das
utilidades de tempo e de lugar, onde, cada nível de serviço origina diferentes receitas e
diferentes custos, determinando os lucros. Se nenhum serviço é ofertado, incorre-se em
baixos custos, mas não se criam as utilidades de tempo e de lugar e não se concretizam
as vendas.
O ótimo nível de serviço é considerado aquele que retém os clientes ao menor custo total
possível.
O objetivo final dos processos logísticos é que a quantidade certa do produto certo esteja
disponível no lugar certo, no momento certo, nas condições certas, a um preço certo e
com a informação certa e crie aos clientes as utilidades de tempo e de lugar.
O nível de serviço é influenciado por fatores como, disponibilidade, desempenho
operacional (velocidade, consistência, flexibilidade e recuperação de falhas) e
confiabilidade (qualidade).
Em função da gestão de custos relacionados ao atendimento do nível de serviço
esperado pelo cliente tem-se que:
 Clientes satisfeitos tornam-se leais e repetem suas compras;
 Atrair novos clientes é mais custoso que manter um cliente antigo;
 Clientes insatisfeitos costumam compartilhar seu grau de descontentamento e
dificultam a atração de novos clientes;
 Lucra-se mais o vendedor com atuais clientes do que encontrando novos clientes
para vendas adicionais;
 Etc.

Análise de rentabilidade de clientes


É a apuração dos custos para atender determinado cliente e assim obter a parcela de
margem de contribuição para o lucro total da empresa.
Por apresentarem padrões diferentes os clientes podem ser classificados em classes
como:
 Classe I: Composta pelos clientes altamente rentáveis devido a exigibilidade de
nível de serviço ser adequada ao volume de atividades demandadas por estes clientes;

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 Classe II: Composta por clientes com rentabilidade menor, porém o nível de
serviços exigidos por estes não comprometem o atendimento aos outros clientes;
 Classe III: É constituída pelos clientes que possuem a rentabilidade mínima, mas
que cobre os custos de operação. A rentabilidade destes clientes pode ser melhorada se
adequando o nível de serviço prestado à estes clientes.
 Classe IV: Atrair potenciais clientes rentáveis, através de uma análise de volume de
compras, localização, estratégia de atuação dos clientes potenciais por meio da oferta de
descontos e melhor nível de serviço atual.
Para a empresa ter lucro é necessário ser melhorada tratando clientes distintos de formas
diferentes. Dessa forma, os clientes podem ser classificados da seguinte maneira:
 Nível I – Recompensar: Os clientes de primeiro nível são os mais valiosos que a
empresa deve manter, devem receber mais atenção que os outros, pois perdendo-os os
lucros serão afetados. Valorizam o que a empresa faz e podem não ser sensíveis ao
preço;
 Nível II – Desenvolver: São clientes intermediários de lucro baixo a médio que
podem ser desenvolvidos e podem se tornar de primeiro nível;
 Nível III – Dispensar: A empresa perde dinheiro com esses clientes e não consegue
promove-los facilmente, deve ser considerado a possibilidade de cobrar mais pelos
serviços.
Uma rentabilidade adequada continuadamente é possivelmente o maior indicador de
sobrevivência e sucesso da empresa.

CUSTO TOTAL E TRADE-OFF


Custo total
Não é apenas um somatório dos elementos de Custos individuais, mas, sim um montante
apurado, considerando os possíveis aumentos ou diminuições de custos existentes entre
os elementos. Como pode ser observado nas equações abaixo.

CLT = CAM + CTRA + CE + CMI + CTI + CTRI + CDL + CDNS + CAD

CAM = Custos de Armazenagem e Movimentação de Materiais


CTRA = Custos de Transporte (incluindo todos os modais ou operações intermodais)
CE = Custos de Embalagens (utilizadas no sistema logístico)

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CMI = Custos de Manutenção de Inventários (matérias – primas, produtos em processo e produtos
acabados)
CTI = Custos de Tecnologia de Informação
CTRI = Custos Tributários (tributos não recuperáveis)
CDL = Custos decorrentes de Lotes
CDNS = Custos decorrentes do Nível de Serviço
CAD = Custos de Administração Logística
Ou
CLT = CLOGAba + CLOGPla + CLOGDis
CLOGAba = Custos Logísticos do Abastecimento
CLOGPla = Custos Logísticos da Planta
CLOGDis = Custos Logísticos da Distribuição

Ainda o Custo Total pode ser representado pelo custo fixo e variável.

Custo Total = Custo Fixo + Custo Variável

Trade off
Os trade-offs de custos compreendem as trocas compensatórias em que o aumento em
um custo (perda em algum aspecto) pode ser compensado pela redução em outro custo
e/ou pelo aumento do nível de serviço oferecido ao cliente (ganho em outro aspecto), e
vice-versa. Essa relação pode ser observada pelo exemplo na figura abaixo.

Preço ao cliente final

Custos de distribuição Trade-off

Custos da Cadeia Logística Trade-off

Custos de Produção Trade-off

Custos decorrentes de Lotes Trade-off

Custos de Recebimento Trade-off

Custos de Transportes Trade-off

Custo Básico de Materiais/Produtos

Figura 6: Trade-off nos custos logísticos

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FORMAÇÃO DOS PREÇOS
É a quantidade de dinheiro que o consumidor desembolsa para adquirir um produto ou
serviço, e que a empresa recebe em troca da execução do mesmo.
É o valor monetário pago pelo consumidor visando satisfazer suas necessidades,
enquanto o fornecedor o recebe na expectativa de obter lucro com a transação.
Em uma visão geral de uma empresa os profissionais responsáveis pelo processo de
formação de preços delegam essa tarefa ao mercado, por serem incapazes de identificar
e controlar todos os fatores necessários ao estabelecimento de seu próprio preço.
As decisões relativas a preços podem ser consideradas como uma das mais difíceis
enfrentadas pelos gerentes. Embora não seja o único aspecto de marketing a ser
analisado, o preço é crucial para a prosperidade de qualquer empresa.
Existem três metodologias usualmente utilizadas para a formação dos preços sendo elas
definidas a partir da concorrência; a partir dos custos de produção; e a partir do valor
percebido pelo consumidor.
Outros fatores como o tipo de mercado no qual a empresa se insere (concorrência
perfeita, concorrência monopolista, concorrência oligopolista ou monopólio), e o
posicionamento estratégico para o produto (sobrevivência, maximização do lucro,
liderança de participação no mercado ou liderança de qualidade) que também influenciam
a formação de preço não devem ser colocados à margem do processo.
Em um caso específico, posto nesse documento como um exemplo de formação de preço
tem-se o caso de uma transportadora em um mercado competitivo.
Especificamente nesse caso a formação do preço do serviço a ser prestado é feito em
função da composição do frete.

Frete
É o preço a pagar, resultante da aplicação de uma tarifa a um serviço de transporte.
Serve para remunerar o serviço de transporte.
De acordo com a NCT (Associação Nacional do Transporte de Carga e Logística) o frete-
peso é a parcela da tarifa que tem por finalidade remunerar o transporte do bem entre os
pontos de origem e de destino. Inclui tanto os custos diretos quanto os custos indiretos,
como custos operacionais do veículo, despesas administrativas e de terminais, custos de
gerenciamento de riscos, custos de capital e taxa de lucro operacional. A soma destes

32
constitui o custo operacional, que é específico para cada transportadora e para cada tipo
de serviço realizado.
O Frete valor (ad - valorem) é um componente tarifário fundamental para o equilíbrio
entre custos e receitas. Proporcional ao valor da mercadoria transportada, tem como
finalidade resguardar o transportador dos riscos de acidentes e avarias envolvidos em sua
atividade. Tais riscos são proporcionais ao tempo que o bem fica em poder da empresa
durante a operação de transporte.
GRIS (Gerenciamento de riscos) é representado por um percentual (%) sobre o valor da
Nota Fiscal. Independentemente da distância a ser percorrida, tem finalidade cobrir os
custos específicos decorrentes das medidas de combate ao roubo de cargas,
notadamente as de prevenção de risco (segurança patrimonial de instalações,
rastreamento de veículos, entre outros), redução de risco (ociosidade dos veículos
determinada pela limitação do valor das mercadorias) e transferência de riscos, além dos
custos de mão de obra aplicada a essas atividades.
Composição do frete
Se insere em um mercado competitivo, por meio de um conjunto de oferta e demanda.
A oferta de serviços (transportes) geralmente é organizada por transportadores com
veículos com circulação regular, ou contratados especialmente para viagens específicas,
por frota própria, por prestadores de serviço e por agenciadores.
As definições adequadas para as ofertas dos serviços de transportes não são apenas
monetárias, uma vez que, o valor do frete apresenta um valor maior quando o serviço é
designado para um destino, o qual haverá congestionamento, o que implica na demora no
processo de descarga, sendo neste caso mais caro que para outro destino, com igual
quilometragem e condições de vias, onde o processo será mais rápido.
As características da oferta do serviço de transporte de destaque são:
 Tecnologia: Tem impactos diretos no custo operacional, repercutindo na
capacidade e na velocidade da prestação do serviço.
 Estratégia operacional: São o comportamento e os objetivos do operador, que
implicarão na adoção ou não da tecnologia mais moderna e mais adequada à
movimentação das cargas, que estará em consonância com o desejo em se especializar
ou não nas cargas que demandam operação mais tecnificada.

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 Requisitos institucionais e restrições: As ações dos órgãos reguladores, que
estabelecem, requisitos e limitações, tais como, tabelas de fretes, regulamentação sobre
a capacidade dos veículos e extensão dos veículos, localizações de balanças,
regulamentação sobre a circulação de veículos especiais como treminhões, taxas,
licenças e os documentos do transporte.
 Comportamento da demanda: as necessidades de embalagem e a frequência com
que o embarcador procura pelo serviço, serão informações relevantes para os
transportadores avaliarem sua disposição de investimentos em ativos especializados.

Da mesma maneira os principais agentes do mercado são descritos abaixo:


 Ofertante: o ofertante pode ser desde uma empresa de construção e conservação
da infraestrutura de transporte até firmas que locam veículos;
 Operador: é a empresa prestadora de serviço, que toma decisão da regularidade
da prestação do serviço e das rotas a serem atendidas;
 Embarcador: é o agente que precisa da viagem, dono da carga. É com base nas
necessidades geradas pelo embarcador que se decide pelo nível do serviço e pelas rotas
de transporte;
 Regulador: entidade que exerce alguma forma de controle sobre a operação dos
transportes. Pode ter abrangência técnica, operacional e de gestão do setor, que
regulamenta aspectos como características dos veículos, regras de tráfego, taxas
(pedágio) e cuidados no tráfego de cargas especiais.
Um fator importante para a análise dos transportes de uma empresa é a forma pela qual
ela realiza suas compras e recebe seus suprimentos. Existem dois meios para operar as
compras: pelo sistema CIF – Cost Insurance and Freight (transporte por conta do
fornecedor) ou pelo sistema FOB – Free on Board (transporte por conta da empresa). Em
que, a tendência normal dos setores de compras ou suprimentos é optar pelo sistema
CIF, de forma a receber a carga em seus depósitos, deixando os fornecedores
incumbidos de escolher os meios de transporte para o cumprimento dos prazos de
entrega.

34
No sistema CIF o fornecedor é responsável pelo frete, em que, o fornecer guia e o
comprador resgata o produto perante o courrier4. Sendo assim, este custo consta no
orçamento do fornecedor.
Resumidamente no sistema CIF o frete fica por conta de quem está mandando a
mercadoria.
No sistema FOB, o fornecedor é responsável (contratualmente) pela mercadoria até o
momento da entrega ao transportador escolhido pelo comprador. Este preço não faz parte
do orçamento do fornecedor, deverá ser calculado pelo comprador de acordo com o
serviço de frete que escolheu.
Resumidamente no sistema FOB o frete fica por conta de quem está recebendo a
mercadoria.
No mercado há dois agentes representados pela oferta e pela demanda.
Os agentes responsáveis pelas ofertas têm a função de tomar a decisão visando a rápida
disponibilidade do produto nos segmentos de mercado, intensificação do potencial de
vendas do produto, buscar por cooperação dos participantes da cadeia de suprimentos,
garantir o nível de serviço pré-estabelecido fornecer um rápido fluxo de informação e
redução de custos.
E por outro lado os agentes referentes às demandas desejam que suas expectativas
sejam cumpridas, sendo elas:
 Entrega da mercadoria no tempo estimado;
 Preservação da integridade física dos produtos; e
 Viagem da mercadoria seja realizada em caminhões com condições adequadas de
segurança e informação do passo a passo do andamento do processo.
Além disso, se tratando de horários, ressalta-se que o não cumprimento de horário, por
parte do Transportador, sujeitá-lo-á ao pagamento de multa contratual.
Mas para que essa relação aconteça, os agentes responsáveis pela oferta no intuito de
cumprir com as expectativas dos clientes necessitam desempenhar inúmeras operações
envolvidas nas diferentes etapas do processo.

4 Courrier: Responsável por entregas de documentos e encomendas.

35
Ainda, tem-se que a maioria dos usuários do transporte aceitam corrigir o frete somente
quando são apuradas as variações nos custos fixos e variáveis demonstrados na planilha
de custos dos veículos.
Mas muitas das vezes cobra-se do usuário, a título de frete-peso, apenas uma parcela
dos custos totais. Os demais gastos – despesas administrativas e de terminais –
compõem valores adicionais na forma de taxas (acréscimos e decréscimos) como se
fossem ingredientes que podem ser suprimidos ou adicionados. É daí que surgem as
dificuldades nas negociações de fretes.
Os tipos de mercado podem ser classificados em concorrência perfeita e mercado de
concorrência imperfeita (Valente et al, pp. 40, 2008).
As características de mercado de concorrência perfeita são: 1) grande número de
compradores ou vendedores, no qual nenhuma empresa consegue sozinha influenciar os
preços; 2) não existe diferenças entre os produtos, então o preço é o principal fator para a
compra dos produtos; 3) todos os compradores e vendedores conhecem perfeitamente as
condições de mercado (perfeitamente transparente); e 4) ingresso e saída do mercado de
forma livres para compradores e vendedores (perfeita mobilidade dos integrantes).
Da mesma forma, as características de mercado de concorrência imperfeita, no qual são
representadas pelo monopólio e oligopólio.
 Monopólio: quando há apenas uma empresa no mercado, assim, ela determina os
preços e a qualidade dos serviços. No setor de transportes os casos de monopólio são
comuns, exercido muitas vezes por empresas estatais ou concessionárias dos serviços de
transporte;
 Oligopólio: quando a um conjunto de poucas empresas, todas interdependentes e
sensíveis a mudanças de preços, em que, qualquer iniciativa de um concorrente pode
derrubar a outra, levando as empresas a atuarem em conjunto, para determinarem suas
atuações no mercado, evitando a guerra de preços.
A partir dos exemplos estruturados de acordo com formação do preço do frete ofertado
por uma transportadora, deve-se verificar as características pertinentes a cada tipo de
serviço ou oferta de mercadorias oferecidos para a demanda, seguindo as três
metodologias usualmente utilizadas para a formação dos preços sendo elas definidas a
partir da concorrência; custos de produção; e do valor percebido pelo consumidor.

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CUSTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO
Para que se possa tomar decisões no presente e no futuro, precisa-se fazer uma revisão
nos sistemas de avaliação de custos aplicados. A Contabilidade de Custos é feita com o
objetivo de avaliação dos estoques e de resultado, tratando da incorporação dos Custos
Fixos e Variáveis aos produtos fabricados.
Alguns fatores básicos são necessários, para que o analista de custos possa preparar as
informações para a tomada de decisões, sendo alguns deles apresentados a seguir:
 Conhecer com relativa profundidade o segmento de atividade da empresa
(principais concorrentes, política de preços, principais fornecedores, limitação do
mercado, etc.);
 Ter conhecimento da legislação fiscal e previdenciária que disciplinam as
atividades da empresa;
 Preocupar-se em conhecer convenientemente o processo industrial e operacional e
suas características;
 Saber que, além dos fatores mensuráveis, existem fatores não mensuráveis que
devem ser considerados e analisados quando da tomada de decisões;
 Considerar sempre os valores relevantes, não perdendo tempo com valores
insignificantes, muitas vezes difíceis de ser obtidos;
 Compreender que existe sempre uma margem de erro por mais cuidado que
tomemos na elaboração da informação;
 Ter conhecimento da importância do espaço de tempo, pois os custos, certamente,
serão diferentes se o propósito é produzir um número limitado de unidades ou produzir
habitualmente um novo produto;
 Preparar as informações, de forma que o usuário que as solicita consiga entendê-
las;
 Diferenciação dos clientes;
 Necessidade de fornecimento a baixos custos;
 Uso efetivo de ativos;
 Flexibilidade.

Além disso, para o processo de tomada de decisões mais complexas como as existentes
em atividades logísticas existem variáveis classificadas como não controláveis como

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fatores políticos/legais, econômicas, socioculturais, geográficas, tecnológicas e
competição e diversidade de cultura que disponibilizam diversas alternativas de escolha a
serem mensuradas, gerando informações uteis e oportunas.
As decisões a serem tomadas em uma empresa costumam ser segregadas nos níveis
estratégico, tático ou estrutural, funcional ou operacional e de implementação.

Estratégico
As decisões estratégicas que normalmente são tomadas pela Alta administração da
empresa envolvendo seus objetivos e políticas são relacionadas ao comprometimento de
capital e com a alocação eficiente dos recursos, em função do horizonte de longo prazo,
assim, decisões errôneas podem resultar em altos custos.

Para isso algumas questões que integram as preocupações de Marketing e Produção


como as citadas abaixo devem ser respondidas.

Quais as necessidades dos clientes?


Que mercados serão atendidos?
Qual variedade de produtos será necessária?
Como, quando e onde será realizada a produção?
Qual o nível de inventário a ser mantido?
Quantos fornecedores serão necessários?
Quando, onde e como deverá ser movimentado e mantido o estoque?

Para responder a todas essas questões deve ser definido o sistema contábil a ser
utilizado pela empresa, visando a identificação, mensuração e informação dos custos
associados aos processos ou atividades a serem realizados conforme o nível estratégico
a ser observado na empresa.

Estrutural ou tático
Envolve os planos, previsões e orçamentos. Podem estar associados aos sistemas de
controle de produção; subcontratação de serviços; frequência com que os clientes
receberão os produtos; seleção do modo de transporte, políticas de inventário; etc.

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Funcional ou operacional
São decisões de curto prazo nas mais variadas operações de uma empresa podendo ser
relacionadas a armazenagem e movimentação, expedição, determinação de rotas e
carregamento de cargas, equipamentos de transporte, minimização ou eliminação das
ineficiências de processos e ociosidades, bem como à administração de materiais.

Implementação
Está associada à execução do que foi efetivamente decidido nos outros níveis. Sendo os
sistemas de informações gerenciais as peças chaves, pois apoiam todos os outros níveis.

VISIBILIDADE DOS CUSTOS


A importância dada a visibilidade dos custos é prover maior intimidade da área de
controladoria da empresa com as necessidades dos gestores buscando auxiliar o apoio
as tomadas decisões a partir de maiores informações disponíveis nos relatórios gerenciais
disponibilizados pelas empresas.
Como já visto a contabilidade no Brasil tem 2 vertentes, sendo elas, a Contabilidade
Financeira (Societária) e a Contabilidade Gerencial.
A contabilidade financeira (societária) é caracterizada por representar a legislação fiscal
vigente, ser obrigatória a todas as empresas, atender as necessidades de usuários
externos e proporcionar uma visão da situação de empresa como um todo, por meio de
livros fiscais e relatórios contábeis exigidos por órgão governamentais.
Já a contabilidade gerencial é facultativa a empresa permitindo que sejam avaliados
fatores específicos que contemplem informações uteis e oportunas à tomada de decisão,
visando reduzir custos operacionais ou adequar as operações às necessidades do
mercado e passar informação para os gestores que são os usuários internos.
Na Tabela 3 é apresentada a demonstração de resultados geralmente aceitos para
demonstração da contabilidade financeira.

Tabela 3: Demonstração de resultados e forma tradicional


(+) RECEITA OPERACIONAL BRUTA
(-) Devoluções/Cancelamentos

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(-) Descontos/Abatimentos concedidos
(-) Impostos incidentes ou sem vendas
(+) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS DOS PRODUTOS /SERVIÇOS VENDIDOS
(=) LUCRO BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
 Despesas administrativas
 Despesas de vendas
 Encargos financeiros líquidos
 Outras receitas e despesas operacionais
(=) RESULTADO OPERACIONAL
(±) RESULTADO NÃO OPERACIONAL
(=) RESULTADO ANTES DO IR/CS/PARTICIPAÇÕES
(-) IR/CS
(-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO

IMPACTO DOS TRIBUTOS NOS CUSTOS


A gestão tributária preocupa-se basicamente em produzir informação para os gestores.
Possuir dados tributários que possam ajudar na tomada de decisões, bem como efetivar o
suporte para a realização de um planejamento tributário satisfatório da entidade e ainda
poder dispor de um sistema eficaz na gestão tributária, são questões que qualquer
organização necessita nos tempos atuais para ajudar a conquistar êxito na efetivação da
missão da mesma.
Dentro dessa concepção de sistema tributário tem-se o sistema tributário nacional,
relação jurídica tributária e planejamento tributário.

Sistema tributário nacional


É toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em Lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada (Código Tributário Nacional – CTN – Lei nº 5.172/66
– Art. 3º).
É formado por espécies de tributos como:
 Imposto (art. 16 do CTN e art. 145, I, CF/88): É um tributo cuja exigência não tem
qualquer vínculo com uma atividade específica do Estado. Ou é todo o montante de

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dinheiro que os cidadãos de um país devem pagar ao Estado para garantir a
funcionalidade de serviços públicos e coletivos.
Exemplo: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS): incide sobre
prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação.
 Taxa (art. 77 do CTN e art. 145, II, CF/88): Tem a característica de ser cobrada em
razão do poder de política ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos,
prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.
Exemplos: Taxa de Emissão de Documentos como: emissão de CPF e RG; Taxa de
Licenciamento Anual de Veículo; Taxas do Registro do Comércio (Taxa cobrada para
registro do Contrato Social de uma empresa).
 Contribuição de Melhoria (art.81 do CTN e art. 145, III, CF/88): Só pode ser
cobrada para custeio de obras públicas, poderá ser lançada a todos quantos aproveitarem
a utilidade da obra pública.
Exemplo: Despesas com asfalto.
 Empréstimos Compulsórios (art. 148 da CF/88): São imposições feitas pelo Estado,
obrigando as pessoas a uma prestação monetária que será devolvida no futuro.
Exemplo: Empréstimos compulsórios realizados durante o Plano Collor, em que as
poupanças dos brasileiros foram confiscadas como um empréstimo ao governo.
 Contribuições Especiais ou Parafiscais (art. 195 da CF/88): São contribuições
cobradas por Autarquias, Órgãos Estatais de Controle da Economia, Profissionais ou
Sociais, para custear seu financiamento.
Exemplo: atividade desenvolvida pelo SENAI, SESC, SENAC, SEBRAE, etc.
Os principais tributos são classificados como: IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica;
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços; PIS – Programa de
Integração Social; IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados; COFINS – Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social; CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido; IOF – Imposto sobre Operações Financeiras; ITBI – Imposto de Transmissão de
Bens Imóveis; ITR – Imposto sobre Propriedade Territorial Rural; IE – Imposto de
Exportação; e ISS – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza.

Relação jurídica tributária

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A relação jurídica tributária é composta pelo sujeito ativo e passivo. O sujeito ativo é a
pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o cumprimento da
obrigação (Art. 119 e 120 CTN). Já o sujeito passivo é a pessoa obrigada ao pagamento
de tributo (contribuinte/responsável) (Art. 121 e 123 CTN).
No Brasil os principais tributos praticados nas empresas são os apresentados na Tabela
4.
Tabela 4: Principais Tributos Praticados no Brasil
Federal Estadual Municipal
Cofins* ICMS* IPTU
CPMF IPVA IPI
Imposto de Importação ITD ISS*
Imposto de Exportação - -
IOF - -
IPI - -
IRRF - -
PIS* - -
* Tributos que mais impactam na logística da empresa.

Planejamento Tributário
Tem por objetivo reduzir a carga tributária das empresas considerando os princípios que
norteiam a legalidade fiscal, isto é, procurar obter todas as vantagens permitidas em lei
que visem à economia de tributos.
O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da maneira que melhor lhe
pareça, procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos
impostos (Portal Tributário, 2017).
O planejamento tributário pode incluir a compra de produtos, contratação de funcionários
e o transporte das mercadorias. E pode ser realizado por meio de etapas como
apresentados no fluxograma abaixo.

Mapear atividades da
empresa e carga de tributos

Identificar operações que


geram maior custo tributário

Verificar se estão feitas de 42


forma adequada
Figura 7: Etapas básicas para o planejamento tributário
Para definir qual é o melhor regime tributário a empresa pode escolher entre o Simples
Nacional, IRPJ- lucro presumido e IRPJ- lucro real.
O regime Simples Nacional estabelece normas gerais relativas ao tratamento tributário
diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno
porte no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante
regime único de arrecadação, inclusive obrigações assessórias.
O IRPJ- lucro presumido é a forma de tributação simplificada do Imposto de Renda das
Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL).
Já o IRPJ – lucro real se dá mediante a apuração contábil dos resultados, com os ajustes
determinados pela legislação fiscal.

Diante dos custos tributários que vão impactar na gestão dos custos de uma empresa é
importante descrever todos eles e se possível escolher por regimes mais adequados para
o cumprimento da atividade a ser realizada pela empresa.

MÉTODOS DE CUSTEIO
O significado da palavra método é a junção da palavra meta, que representa o resultado
pretendido, e da palavra hodós, que equivale ao caminho.
A partir dessa definição método de custeio é o caminho escolhido para atingir os
resultados pretendidos sobre a atribuição dos valores de custos a determinados objetos
que se pretende custear. Ou podem estar relacionados com a forma de atribuir os custos
aos produtos ou outros objetos, tais como, clientes, regiões, canais de distribuição, etc.
Nesse sentido o objeto de custeio é qualquer atividade ou item para o qual se deseja uma
avaliação específica de seu custo. Ou é um núcleo central do custo gerencial, pode ser
uma operação, uma atividade ou um conjunto de atividades ou operações que consomem
recurso.

Custeio variável

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Este método separa os custos em custos fixos e custos variáveis. No entanto não é aceito
para fins fiscais, sendo um instrumento relevante à gestão, pois tem a finalidade de
identificar os produtos ou serviços mais rentáveis para a empresa, com base no conceito
de margem de contribuição, que representa a diferença entre as vendas líquidas e os
custos e despesas variáveis.
O método de custeio variável auxilia no processo de tomada de decisão de curto prazo
pois é capaz de analisar as relações de custo/volume/lucro de cada produto ou serviço.
As etapas principais para aplicação do método são apresentadas no fluxograma abaixo.

Separa os custos incorridos pela empresa em


custos fixos e variáveis

Aloca os custos variáveis aos respectivos produtos

Calcula as margens de contribuições dos produtos


(receitas dos produtos – custos variáveis)

Somatória das margens de contribuições dos


produtos – custos fixos = Lucro da empresa

Figura 8: Etapas método de custeio variável


O método de custeio variável pode ser realizado pelo cálculo da Margem de Contribuição
por Unidade ou pela Análise de Ponto de Equilíbrio ou Breakeven Point.
Margem de Contribuição por Unidade
É o preço de venda do produto subtraído do custo variável de cada produto que resulta na
contribuição que cada unidade traz a empresa para cobrir os custos fixos e gerar lucros.
A margem de contribuição deve ser empregada para representar o quanto cada
produto/serviço contribui para, inicialmente, pagar os custos/despesas fixos do mês e
posteriormente, gerar o lucro desse período.

Análise de Ponto de Equilíbrio ou Breakeven Point


Essa análise faz uma relação entre custo, volume e lucro, tem duas finalidades principais
que são determinar o nível de operações que a empresa precisa manter para cobrir todos
os custos operacionais e avaliar a lucratividade associada a vários níveis de vendas. Ou

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seja, informar o volume de vendas necessário para chegar ao nível em que as receitas se
igualem aos custos e despesas do período (mês, ano, etc.).

Venda (em R$)


Ponto de equilíbrio Receita total do mês

Total das despesas e custos (variáveis e fixos) do mês

R$ 20 Área de lucro (acima do ponto de equilíbrio)

R$ 10 Total das despesas e custos fixos do mês

Área de prejuízo (abaixo do ponto de equilíbrio

Venda (unidades)
0 1 2

Na interpretação do gráfico temos a explicação abaixo.


Quando o faturamento da empresa for igual a zero a empresa terá prejuízo, pois os
custos/despesas fixos do mês (no valor de R$10) ocorrerão, quer as vendas sejam
efetuadas ou não.
Com vendas de 3 unidades (R$ 30) a linha tracejada que representa a receita total do
mês supera a linha que representa o valor total das despesas e custos (variáveis e fixos
do mês), havendo lucro de vendas.
Já quando as vendas forem de 2 unidade (R$ 20), o valor total das despesas e custos
(variáveis e fixos) do mês também serão de R$20 nesse nível de atividade operacional,
com isso a igualdade entre receita e gastos ocasionará lucro igual a zero, o que equivale
ao ponto de equilíbrio.
O ponto de equilíbrio pode ser calculado pela equação abaixo ou pelo método gráfico
(como o apresentado acima).
𝐶.𝐹 𝐶.𝐹
Equação: 𝑃. 𝐸 = =
𝑃−𝐶.𝑉 𝑀.𝐶

Em que:
C.F = Custos Fixos
C.V = Custos Variáveis
P= Preço de Venda do Produto
M.C = Margem de Contribuição

Teoria das restrições

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Tem o objetivo de maximizar os ganhos das empresas, os quais considera que estão
limitados por restrições.
Uma restrição que pode ser considerada como algo que limita o bom funcionamento de
um sistema, se tornam fatores limitativos (gargalos). Gargalos pode ser associado aos
limites ou restrições da empresa, que podem estar obstruindo o processo decisório e
impedindo a empresa de atingir suas metas e objetivos.
No método da teoria das restrições pode ser implementado por meio de três fatores,
como: 1) ganho que é equivalente à margem de contribuição, reconhecendo os custos
dos ganhos, sendo apurada pela diferença entre as receitas das vendas menos os custos
dos materiais diretos; 2) inventário que é o investimento realizado na compra dos
Materiais Diretos, que serão utilizados na produção; e 3) custos ou despesas
operacionais que se referem a todos os custos operacionais incorridos para obter a
margem de contribuição, que envolvem salários, aluguel, depreciação, etc.
As etapas para realizar o método das restrições são apresentados pelo fluxograma
abaixo.
Identificar cada uma das restrições
internas ou externas

Explorá-las, afim de tornar os recursos o


mais eficiente possível

Subordinar a utilização dos recursos às


restrições existentes

Elevar as restrições do sistema, a partir


de desenvolvimento de programas de
melhoria continua

Repetir o processo, cada vez que um


gargalo é eliminado

Figura 9: Etapas da Teoria das restrições


Custeio direto
Pelo método de custeio direto, existe a preocupação em segregarem os custos em diretos
e indiretos.
Nesse método são utilizados para cálculo do custo unitário dos produtos tanto os custos
(e despesas) diretos variáveis quanto os diretos fixos.

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Os custos diretos envolvem os gastos específicos ou identificáveis diretamente a um
centro de custos, atividade ou objeto específico.
Um ponto importante é que alguns autores consideram o método de custeio direto e
variável o mesmo método, pois a maioria dos custos variáveis é direto, no entanto podem
existir custos diretos alocados a um objeto que não seja variável, como por exemplo, o
custo de tecnologia da informação pode ser considerado um custo indireto ou fixo
(produto) e direto se for visto como um software que esteja sendo utilizado para uma
operação logística dedicada a um determinado cliente.
Custeio por missão
É um conjunto de metas de serviço ao cliente a serem alcançadas pelo sistema dentro de
um contexto produto/mercado.
Estas missões podem ser definidas em termos de regiões ou produtos e, em função de
suas restrições ou seus custos, onde se deve considerar uma integração sistêmica com
as missões de diferentes tipos de processos.
As etapas para realizar o método do custeio por missão são apresentados pelo
fluxograma abaixo.

Definir o segmento de serviço ao cliente

Identificar os fatores que causam variações nos


custos dos serviços

Identificar as fontes utilizadas para apoiar


segmentos de clientes

Atribuir os custos da atividade por tipo ou


segmento de cliente

Figura 10: Etapas do método de custeio por missão


Para executar esse método é necessário reestruturar o plano de contas da companhia,
sendo capaz de acumular os custos à medida que estes forem acontecendo, desde o
momento da geração do pedido até a sua entrega ao cliente.
Custeio por absorção
Esse método consiste na apropriação de todos os gastos relativos ao esforço de
produção aos produtos elaborados ou serviços executados, sejam diretos ou indiretos,

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fixos ou variáveis. No Brasil é necessária sua aplicação, pois fiscalmente é obrigatório
saber e discriminar todos os custos, para fim de valorização de estoques.
O método pode ser por absorção integral ou absorção parcial.
Na absorção integral devem ser considerados todos os tipos de custos para o cálculo do
custo dos produtos ou serviços. Já na absorção parcial somente uma parcela “ideal” dos
custos indiretos deveria ser atribuída aos objetos de custeio ou seja somente os gastos
efetuados de forma eficiente devem ser computados.
Suas principais vantagens são, ser um método adotado pela Contabilidade Financeira,
sendo valido tanto para fins de Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados como
também para o Imposto de Renda na apresentação dos Lucros Fiscais e ser capaz de
trazer melhores informações à gerência, para as finalidades de estabelecimento dos
preços de venda, visando a recuperação de todos os custos incorridos pela empresa.
As principais desvantagens são, apresentar falha na alocação dos custos indiretos fixos,
pois estes custos são alocados aos produtos por critérios de rateio baseados em volume
de consumo de matéria-prima ou mão de obra direta; a distorção no desempenho dos
produtos ou serviços afetar negativamente a confiabilidade das informações necessárias
para se efetuar a análise de rentabilidade dos segmentos de mercado.
Custeio total de propriedade (Total Cost of Ownership – TCO)
Visa a determinação do custo total associado à aquisição e subsequente utilização e
manutenção de um bem ou serviço proveniente de um determinado fornecedor. Deve ser
adotado em situação em que haja oportunidade de redução de custos, via otimização dos
elos da cadeia de suprimentos ou substituição de fornecedores.
Esse método pode ser uma ferramenta para a melhoria contínua (kaizen) quando utilizada
como técnica de gestão estratégica de custos. Pode ser conhecido também como Análise
do Custo do Ciclo de Vida.
Um outro ponto importante é que esse método trabalha na interface entre fornecedor e
comprador, assim, o objetivo é que a empresa possa identificar o verdadeiro custo de
qualquer atividade, ao invés de simplesmente alocar os custos.
Para isso as atividades-chave em compras têm sido divididas em seis grandes categorias,
tais como, qualidade, entrega (que está associada diretamente à logística), precificação,
gestão, serviço e comunicação.

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Além de, concentrar-se no custo de fazer negócio com um fornecedor em particular para
um dado item e servir para identificar alternativas de suprimentos que levam à redução
dos custos totais e trazer benefícios para a empresa, fornecer dados para subsidiar as
transações de compra, avaliar o desempenho dos fornecedores e facilitar a identificação
dos fatores que agregam valor aos produtos. Há razões especiais para seu uso, como:
 Apoiar a seleção de fornecedores com base em propostas, cotações e/ou lances;
 Recompensas aos fornecedores pelo bom desempenho;
 Direcionamento das melhorias dos fornecedores, identificando prioridades;
 Mensurar o desempenho atual dos fornecedores;
 Planejamento do desempenho futuro dos fornecedores com base em dados
históricos;
 Prover dados para negociação;
 Concentrar recursos em compras mais relevantes;
 Comparar o desempenho de cada fornecedor no decorrer do tempo; e
 Apoiar os esforços para parcerias ou alianças estratégicas.

Custeio baseado em atividade (ABC)


O Método ABC permite que haja uma visão focada em nível operacional dos problemas
relacionados à criação de valor para os clientes ou para os acionistas e não unicamente
aos produtos e bens.
Busca amenizar o problema de arbitrariedade na alocação dos custos indiretos.
Surgiu a partir de duas grandes mudanças no cenário mundial.
 Maior diversidade de produtos produzidos pelas empresas; e
 Transformações dos processos de produção que antes eram intensivos em mão de
obra e hoje são intensivos em capital.
Simplificadamente o método ABC não é mais um sistema de acumulação de custos para
fins contábeis, ou seja, não apura o custo dos produtos e serviços para a elaboração de
balanços e demonstrações de resultado e, sim um novo método de análise de custos, que
busca “rastear os gastos” de uma empresa para analisar e monitorar as diversas rotas de
consumo de recursos diretamente identificáveis com suas atividades mais relevantes, e
destas para os produtos e serviços, tendo como objetivo facilitar a mudança de atitudes
dos gestores de uma empresa, a fim de que estes, paralelamente à otimização de lucro

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para os investidores, busquem, também, a otimização do valor dos produtos para os
clientes.
Em comparação com método de custeio por absorção que da prioridade aos centros de
custos para posterior rateio aos objetos de custeio, prioriza a determinação do custo total
de cada atividade que integra determinado processo, fazendo posteriormente alocação do
gasto respectivo dessas atividades aos objetos de custeio, conforme o número de
atividades que estes utilizaram ou consumiram no período.
Para que seja possível compreender o método ABC conhecimentos como, processos,
atividades e direcionadores, recursos e direcionadores devem ser adquiridos.

Processos
É um conjunto de atividades relacionadas entre si de forma interdependente, cuja função
consiste em gerar bens e serviços para atendimento de clientes, quer sejam internos ou
externos à empresa.
Um exemplo de uma transportadora poderia ser considerado como processos: (1)
transporte, (2) compras, (3) vendas e (4) administrativo.
Atividades
Representam uma ação onde são consumidos recursos monetários (folhas de
pagamento, materiais, serviços, etc.), associados ao uso de equipamentos (ferramentas,
máquinas, veículos, etc.) para obter um resultado na forma de bens elaborados ou de
serviços prestados ao público externo e ou interno da empresa.
Um exemplo de uma distribuidora de mercadoria poderia ser representado por: (1)
requisitar suprimentos, (2) cotar com fornecedores, (3) comprar mercadorias, (4)
recepcionar e armazenar mercadorias e (5) quitar as duplicatas de fornecedores que pode
representar todo o ciclo do processo de compras.

Recursos
Representam os gastos relativos aos diversos insumos requeridos para executar uma
atividade ou tarefa. Nesse sentido, desde que sejam necessários à execução das várias
atividades operacionais, podem ser enquadrados como recursos os valores despendidos
com:

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 Folha de pagamentos
 Depreciação de veículos, máquinas, equipamentos e prédio;
 Licença ou aluguel de softwares;
 Material de expediente;
 Utilidades como energia elétrica, água, etc.;
 Outros.

Direcionadores
É importante determinar quanto custa executar cada atividade e como distribuir esse
montante aos objetos de custeio.
As duas modalidades de direcionadores utilizados no método ABC são: Direcionador de
recursos às atividades e direcionador do custo total de cada atividade aos objetos de
custeio.
Cabe aos direcionadores de custos servir como parâmetro de mensuração do consumo
médio de cada atividade pelos produtos ou serviços.
Para o desenvolvimento do método ABC são seguidas etapas, como as apresentadas
pelo fluxograma na figura abaixo.

Desenvolver Coletar
Identificar Calcular os Calcular os
Coletar dados Identificar modelo de dados dos
direcionador custos da custos do
financeiros atividades fluxo de direcionador
es de custo atividade produto
custo es de custo

Figura 11: Etapas do modelo de custo ABC

O modelo de custo ABC pode ser representado por duas fases, sendo elas, identificação
das atividades e apropriação dos custos às atividades e aos produtos.

Fases do modelo de custo ABC


10.7.5.1. Identificação das atividades
Esta fase tem o objetivo de identificar as atividades que não agregam valor ao produto e
avaliar sua importância para os clientes.
Nesse caso aquelas que não forem importantes devem ser eliminadas. As que forem
significativas para os clientes e para a organização devem ser comparadas com

51
atividades similares de outras empresas para avaliar a eficiência e a qualidade com que
estas estão sendo realizadas.
As atividades podem classificadas como:
 Atividades que Agregam Valor (A): Apresentam uma relação direta com o produto,
e são reconhecidas pelo consumidor;
 Atividades que Não Agregam Valor ou Atividades “Parasitas” (N): Devem ser
eliminadas ou reduzidas, pois acrescentam gastos aos produtos sem agregar valor;
 Atividades de Valor Incorporando Atividades (AN): Atividades que aparentemente,
não incorporam valor ao produto, porém são necessárias para que outras atividades
ocorram; e
 Atividades de Suporte (S): Atividades de difícil identificação da relação com os
produtos.

Apropriação dos custos às atividades e aos produtos


Pode ser definido pelo Custeio do Processo Baseado em Atividade ou Custeio de Objetos
Baseado em Atividades.
Custeio do Processo Baseado em Atividade
Nessa fase é necessário conhecer os principais processos da organização. Que pode ser
feito por meio do mapeamento do fluxo de trabalho para a realização das atividades que
formam parte de um processo. As ordens de prioridade são definidas pela:
 Alocação direta: Existe relação direta, clara e objetiva dos itens de custos com
certas atividades;
 Rastreamento: Identificação da relação de causa e efeito entre a ocorrência da
atividade e a geração de custos; e
 Rateio: É utilizado quando não há possibilidade de se utilizar nem a alocação direta
nem o rastreamento.

Custeio de Objetos Baseado em Atividades


Nessa fase ocorre a iniciação da técnica de alocação dos custos aos objetos de custeio.
Para isso alguns passos devem ser seguidos.
 Passo 1 - Formação dos grupos de Atividades: Reunião em grupos de custos mais
agregado;

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 Passo 2 - Especificação dos direcionadores de atividades: Os direcionadores
devem refletir a relação entre a atividade e o objeto de custeio;
 Passo 3 - Coleta de dados: A coleta de dados deve ser a mais simples possível,
porém, deve ser representativa;
 Passo 4 - Execução dos Cálculos: Estabelecer qual o objetivo do custeio para que
o custo seja calculado pela unidade correta; e
 Apresentação dos Resultados: Os resultados devem ser mostrados da forma mais
clara e entendível possível de forma que possa ser utilizado em decisões importantes.

Análise de rentabilidade multidimensional (Cost to Serve)


Cost to Serve, pode ser definido como o método que visa aperfeiçoar os sistemas que
tratam da rentabilidade dos clientes com toda a profundidade requerida.
É considerado uma derivação do Custeio Baseado em Atividades, que pode ser aplicada
aos demais objetos de análise, além de produtos e serviços.
Então após mensurado o custo de cada uma das atividades, com base na metodologia
ABC e identificados quanto cada cliente consome de cada uma dessas atividades, tem-se
o Custo de Servir cada cliente.
As etapas do método podem ser acompanhadas pela figura abaixo.
Separar os custos da organização
em uma estrutura de custos de
atividades e custos de não
atividades

Identificar o comportamento dos


custos de todas as atividades e
não atividades

Rastrear esses custos para o


produto, canal de distribuição ou
cliente individual

Converter os elementos de custos


do produto, canal de distribuição
e cliente dentro de uma visão de
custo total dos negócios

Figura 12: Etapas do método de análise de rentabilidade multidimensional

53
Separar os custos da organização em uma estrutura de custos de atividades
e custos de não atividades
As não atividades são as atividades que não agregam valor aos diversos objetos e
deveriam ser minimizadas ou eliminadas.
O número de detalhamento dos componentes deve ser atribuído ao estudo de
direcionamento.
Identificar o comportamento dos custos de todas as atividades e não
atividades
Cada componente de custos deve estar relacionado a apenas uma categoria de custos.
As categorias são, produto, cliente e canal de distribuição.
Rastrear esses custos para o produto, canal de distribuição ou cliente
individual
Julga-se necessário identificar o fator de rastreamento (direcionador) que relaciona
aqueles custos para apropriação aos diversos objetos.
Converter os elementos de custos do produto, canal de distribuição e cliente
dentro de uma visão de custo total dos negócios
São construídas duas matrizes para ligar as três visões (produto, cliente e canal de
distribuição).
Assim, a empresa de forma global ou a Unidade de Negócio, de forma específica, deve
gerar informações relevantes para saber quais os produtos que continuarão a ser
comercializados, em que região, por meio de qual canal e para qual cliente.
O método pode ser representado pela rentabilidade direta por produto, custos logísticos
pela dimensão do pedido do cliente, custo para servir o cliente e custo logísticos por
região.

Balanced Scorecard (BSC)


O termo Balanced é utilizado para ressaltar o equilíbrio existente entre os objetivos
empresariais de curto e longo prazo e a utilização de medidas financeiras e não
financeiras.
Já o termo Scorecard é utilizado para evidenciar a maneira como os resultados são
demonstrados.

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Sendo assim, é um sistema para avaliação do desempenho empresarial que parte do
estabelecimento de indicadores e metas relacionadas às diretrizes e estratégias definidas
pela Alta Administração da empresa ou gestores de determinada área, tal como a
Logística.
Além do mais também é considerado um sistema de mensuração do desempenho que
utiliza uma filosofia inovadora e prática de gestão de desempenho organizacional, visando
a auxiliar as empresas a expressar sua estratégia em metas, objetivos e indicadores,
alinhados e balanceados, direcionando comportamentos e desempenhos.
Atualmente o método é considerado apropriado para resolver problemas que necessitam
de estratégia x ação.
A implantação do método objetiva criar uma visão partilhada das metas da organização
entre todos os seus níveis, visando a direcionar a empresa para seu sucesso futuro,
definindo quais os objetivos a atingir e medindo o seu desempenho a partir de quatro
perspectivas, sendo elas, financeira, do cliente, aprendizado e crescimento e
processos internos.
Os indicadores de uma mesma perspectiva ou de perspectivas diferentes são inter-
relacionados em relações de causa e efeito. Onde, os efeitos finais decorrem das causas
intermediárias mensuradas pelos indicadores selecionados pelos gestores.
A implantação do método BSC pode ser realizada pelas etapas apresentadas no
fluxograma na figura abaixo.

Alinhamento em Identificação de Construção do


torno da Visão e Objetivos Mapa
Missão Estratégicos Estratégico

Definição e Construção do
Alinhamento de
Detalhamento Plano de
Metas
de Indicadores Implementação

Figura 13: Lógica de implantação do BSC.


É importante apresentar que o mapa estratégico explicita a hipótese da estratégia, onde,
cada indicador do BSC converte-se em parte integrante de uma cadeia logística de causa
e efeito que conecta os resultados almejados da estratégia com os vetores que induzirão
a essas consequências, além disso, descreve o processo de transformação de ativos
intangíveis em resultados tangíveis para os clientes e em resultados financeiros.

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Para o levantamento de indicadores de desempenho deve-se levar em conta o objetivo
das medidas para que se possa atuar sobre as causas do desempenho. É indicado
principalmente que os indicadores possuam cálculos simples e definam de forma clara a
extensão do problema.
As formas de apresentação dos indicadores de desempenho podem ser feitas por tabelas,
gráficos e escrita.
No entanto, relatórios combinados entre tabelas e gráficos é a melhor forma de
apresentação para os Indicadores de Desempenho.
A relação entre os indicadores e os objetivos e aspectos pode ser observado conforme a
figura abaixo e a Tabela 5.

Figura 14: Objetivos estratégicos e indicadores de desempenho

Tabela 5: Exemplo de apresentação de indicadores de BSC


Perspectivas Diretrizes Objetivos Estratégicos Indicadores Estratégicos
Estratégicas
Financeira Crescimento • Retorno sobre o capital investido; • Retorno sobre Investimento
Financeiro • Utilização dos ativos existentes; ROI;
• Rentabilidade • Fluxo de Caixa;
• Classificação em Margem
Líquida.
Clientes Encantar o Encantar continuamente •
os Participação no mercado
consumidor (Nível de clientes almejados
Serviço)
Processos • Fornecedor • Gerenciamento dos Estoques; • Índices de Faltas ou Falhas
Internos competitivo • Liderança de custos no setor; no Processo;
• Qualidade • Conformidade com especificações; • Custo da atividade versus
• Pontualidade. Concorrência
Aprendizado e Força de trabalho • Clima para a ação; • Pesquisa entre
Crescimento motivada e preparada• Competências e Habilidades empregados;
essenciais; • Disponibilidade de
• Acesso à informação estratégica. competência e informação
estratégica

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Valor Econômico Agregado – EVA
Como transformar as medidas de desempenho visando agregar valor ao acionista é um
ponto crítico para solucionar objetivos conflitantes e suportar os custos de trade-offs na
empresa ou por meio de atividades complexas como as da cadeia de suprimento.
Por esse motivo, questiona-se: De que forma podemos mensurar o valor agregado aos
acionistas?
Para que esse questionamento seja respondido alguns conceitos são apresentados.

Modelo estratégico de rentabilidade


Tem como base o retorno sobre investimentos, sobre Ativos ou sobre Capital Empregado
e o Retorno sobre o Patrimônio Líquido.
Representa um indicador de desempenho cujo coeficiente é o resultado obtido na
Unidade de Negócios ou empresa analisada, em relação ao total dos investimentos nos
ativos empregados.
Resultado Líquido Venda Líquida
Retorno sobre o investimento= (Margem Líquida)× (Giro do Ativo)
Venda Líquida Ativos Operacionais

Esse indicador é segregado em retorno sobre vendas (margem líquida) e giro do ativo.

Lucro residual
É o resultado incremental de uma empresa ou Unidade de Negócios (UN) após deduzir
um custo de capital, baseado no valor do investimento em ativos.
Exemplo:
Lucro da Unidade de Negócio (UN) = R$50.000,00
(-) Custo de capital usado pela UN (15% de 250.000,00) = R$ 37.500,00
(=) Lucro residual da UN = R$12.500,00

Valor de mercado agregado e valor econômico agregado


O Valor de Mercado Agregado (MVA) mede o valor acumulado em todo o período de
existência da empresa.
Este indicador expressa as estimativas de mercado quanto às perspectivas de
crescimento da empresa.

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Mede a percepção do mercado sobre os esforços realizados pelos gestores para gerar
riqueza.
MVA= (Número de ações ×valor das ações no mercado)-Capital Investido
A partir desses conceitos EVA é definido como o valor resultante da dedução do “custo de
capital” do “lucro” obtido pela companhia num período qualquer.
Assim temos que:
EVA positivo = Custo do Capital < Lucro = Criação de riqueza; e
EVA negativo = Custo do Capital > Lucro = Destruição de riqueza.
O cálculo do EVA pode ser realizado conforme a equação apresentada abaixo.
EVA = [RSAL (%) – CMPC (%)] x Capital Investido (em R$)
Em que,
RSAL = Retorno Sobre Ativos Líquidos (Resultado Operacional Líquido após IR/CSLL)
CMPC = Custo de Capital (próprio ou de terceiros)
Capital investido = valor econômico do capital comprometido na empresa
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
RSAL = ∑ 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑢 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑑𝑜

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
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Faria, A.C., Costa, M.F.G. Gestão de Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividades
(ABC), Balanced Scorecard (BSC), Valor Econômico Agregado (EVA). Editora Atlas S.A. 2005.

Novaes, A.G. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. 3ª Ed. Editora Campus. 2007.

NTC. Manual de Cálculo de Custos e Formação de Preços do Transporte Rodoviário de Cargas – 2014.
DECOPE – Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos. São Paulo SP.
2014. Disponível em: <http://www.portalntc.org.br/media/images/publicacoes/manual-de-calculo-e-
formacao-de-precos-rodoviario- 2014/files/assets/common/downloads/publication.pdf.
Pereira, A.C., Souza, B.F., Redaelli, D.R., Imoniana, J.O. Custo de Oportunidade: Conceitos e
Contabilização. Caderno de Estudos nº 02, São Paulo, FIPECAFI – Abril/ 1990.

Wernke, R. Custos Logísticos: Ênfase na gestão financeira de distribuidoras de mercadorias,


transportadoras rodoviárias de cargas, operadores logísticos e empresas com frota própria. Editora
MAG. 2014.

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Sites consultados em 2017
http://enguniverso.blogspot.com.br/2011/09/gerencia-industrial.html
http://www.unicamp.br/~leonardo/sistemas/S6.pdf
http://www.anpad.org.br/admin/pdf/GOL-B16.pdf

http://www.fdc.org.br/blogespacodialogo/Lists/Postagens/Post.aspx?ID=482

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