Pensando com Marx

Francisco José Soares Teixeira realizou esse livro em companhia de

filósofos e economistas. Para Marx, ciência está ligada à Filosofia. Ele não
rompe com o tríplice amálgama de Marx: filosofia alemã, economia política
inglesa, socialismo francês. Ele em primeiro lugar lida com uma leitura de Marx,
por parte de Habermas, principalmente, que considera a dialética algo
metafísico e sem lugar na sociedade moderna. Igualmente, essa vertente lê os
Grundrisse de Marx e postula que o capitalismo negou a si mesmo. Não
haveria, dentro desse ambiente, mais lugar para a luta de classes. Seria o
réquiem das ideologias.

Os novos fenômenos do capitalismo não estão em O Capital, Lênin e

Hilferding indicam que é preciso estudar. Os marxistas precisam atualizar a
obra de Marx. Ele ressaltou a importância do método.

Teixeira começa debatendo a mais valia: “se a mercadoria que ele

produziu tem valor maior do que as mercadorias que foram necessárias para
sua produção, fora do mercado” (TEIXEIRA, 1995, p. 39).

Apenas com as teorias disponíveis no mundo das mercadorias, não se

podia explicar a mais-valia. A propriedade seria obtida pelo próprio trabalho da
pessoa. Não seria o capitalista que, tirando de seu fundo próprio, pagaria o
trabalhador, mas seria o trabalhador que criaria seu próprio fundo de onde o
patrão paga o empregado.

A compra do trabalho deixa, então, de ser uma verdadeira compra. A

propriedade aparece, do lado do capitalista, como direito de se apropriar de
trabalho alheio não-pago.

Marx expõe, na primeira seção do Livro II, os três ciclos do capital no

seu movimento autônomo, isolado. Em seguida, seção II, ele apresenta o
movimento desses diferentes capitais. No Livro III, ele considera o capital
enquanto capital social.
 O processo de trabalho, em O Capital, é a combinação de três
elementos: o trabalhador, os objetos de trabalho e os meios de trabalho. O
trabalho é uma atividade consciente, no sentido de que o homem,
primeiramente, projeta na mente aquilo que ele pretende produzir.