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Diário de Leitura
Diário de Leitura
DISCIPLINA:
Literatura Infanto-juvenil
DOCENTE:
Profª Drª Sônia Pascolati
DISCENTE:
Valdir Roque de Lima
Londrina 2021
SUMÁRIO
6. O LENÇO ...............................................................................................................14
HOLANDA, chico Buarque de. Chapeuzinho amarelo. Ilustração: Ziraldo. 27ª edição.
Rio de Janeiro: José Olimpo Editora, 2011.
O livro, como o título nos diz, conta a história de Chapeuzinho Amarelo, uma menina
que tinha medo do medo de tudo e não vivia como uma criança normal por temer se
machucar, se engasgar, descolar, ensopar, não ficava em pé para não cair, vivia para,
deitada, mas sem dormir para não ter pesadelo.
Outro fator aqui é a arte de Ziraldo, que forma um contraponto entre as cores da
história original e as cores dessa paródia de chico Buarque, gerando uma rede de
novos símbolos que podem ser facilmente percebidos pelo leitor mais perspicaz.
Chapeuzinho Amarelo é uma história sem diálogos, um poema que narra a superação
do medo e a chegada do amadurecimento de uma garota. Uma história Universal que
merece ser lida e contada várias vezes.
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2. REFLEXÕES TEÓRICO-CRÍTICAS A PARTIR DAS LEITURAS DA DISCIPLINA.
Narrativa em verso.
Intertextualidade: PARÓDIA de chapeuzinho vermelho. Releitura em forma de
paródia por entender ser um texto com recurso dialógico de refutação temática, o
diálogo intertextual entre os dois contos configura-se como uma paródia, uma vez que,
no conto de Chico Buarque, temos uma versão que refuta a ideia ingenuidade e
submissão da criança em relação ao sentimento do medo e da opressão. Desse modo,
não há uma imitação apenas do gênero e do estilo, mas um diálogo com o tema medo,
abordado no conto dos Irmãos Grimm.
Há uma grande relação intertextual entre a obra Chapeuzinho Amarelo e o conto dos
irmãos Grimm, Chapeuzinho Vermelho, uma vez que há uma relação intertextual
referente às personagens, assim como o próprio nome do conto.
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2- CHAPEUZINHO VERMELHO E O BOTO COR-DE-ROSA
O autor usa visões contrária a que geralmente temo, por exemplo, que o boto não é
aquele animal dócil que todos nós pensamos;
Não fica claro qual a intenção do boto malvado, que faz parecer que ele só queria
jogar a vovó e a chapeuzinho no rio.
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Percorrendo igarapés, o cenário da Amazônia vai surgindo como incentivo para
conhecer novas espécies da fauna e da flora brasileiras:
ASPECTO PEDAGÓGICO:
Ao meu ver, a história busca mais servir para que as crianças não brinquem
inadvertidamente na beira do rio.
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3 - FITA VERDE NO CABELO
ROSA, João Guimarães. Fita verde no cabelo. Ilustração: Roger Mello 13ª ed. Rio
de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1992.
Todos com juízo, suficientemente, menos uma meninazinha (ao invés de menininha),
que é a protagonista, esta vai levar doces, mas o cesto que leva está vazio para trazer
framboesa.
A protagonista chega na casa da avó e se identifica, tal como nos outros contos,
encontra a uma avó debilitada, a partir deste ponto, vários aspectos psicológicos
saltam a nossa imaginação, inclusive o estado psicológico da avó que denota uma
mudança psicológica no enredo do conto.
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2. REFLEXÕES TEÓRICO-CRÍTICAS A PARTIR DAS LEITURAS DA DISCIPLINA.
Intertextualidade
A intertextualidade é estabelecida tanto com o conto “Chapeuzinho Vermelho”, de
Charles Perrault como também com o modelo de narrativa dos irmãos Grimm,
cabendo observar que no primeiro não há salvação para a personagem, pois
Chapeuzinho é devorada pelo lobo, enquanto que, no segundo, um caçador resgata
a avó e sua netinha das entranhas do animal.
Também, a protagonista vaia à casa da avó, contudo há uma diferença, esta vai levar
doces, mas o cesto está vazio para trazer framboesa.
Fantástico
Vejo como uma marca do fantástico, a falta de localização de espaço e tempo, o que
alguns autores chamam de espaço e tempo mítico, representado por “havia uma
aldeia em algum lugar”, que amo mesmo tempo marca a indefinição do espaço, mas
também do tempo, em substituição do conhecido “era uma vez”.
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4 - CHAPEUZINHO VERMELHO E O LOBO GUARÁ
O início da história é o mesmo, se trata de uma vez uma menina muito bonita que
morava numa cidadezinha próxima a uma floresta, sua mãe gostava muito dela e sua
avó gostavam mais ainda e veste também um chapeuzinho vermelho. Porém, nesta
história não desobedece a mãe, segue pelo caminho que mãe.
Mas no decorrer da história o lobo-guará informa que o lobo-mau até deu um pulinho
no Brasil, mas foi a passeio e já retornou às suas terras, para a Europa.
Aqui, só tem Lobo-Guará. A Chapeuzinho desta história, também foi visitar a avó
doente com uma cestinha cheia de bolo, mel e jabuticabas. E, como era uma menina
obediente, seguiu as orientações de sua mãe.
Na verdade, ela gostava de andar por ali porque achava engraçadas as árvores
pequenas, tortas e carregadas de frutas gostosas dessa região. E encontrou com
alguns amigos inclusive o Lobo- Guará que aqui no Brasil é um animal em extinção, e
ele então pediu umas jabuticabas para a menina.
Ela continuou seu caminho e o Lobo-Guará foi descansar. Logo apareceu o Anhangá,
um espírito mau que andava pelo Cerrado disfarçado de veado, todo branco e com
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olhos de fogo. E ele tinha um problema: agora que o lobo-mau voltou para a Europa,
ele tinha que fazer todas as maldades sozinho e era muito trabalho.
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b) Atividades de pré-conhecimento e contextualização sobre o tema
Chamar os alunos para a percepção de releitura de Chapeuzinho vermelho.
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5. TIRRIM E COCORICÓ
Sandra Aymone nos apresenta a história de um fazendeiro que acorda bem cedinho
todos os dias. Ele tem um galo e um despertador, e eles brigam entre si para ver quem
realmente acorda o fazendeiro. Mas o mau resultado do trabalho dos dois, causado
pela disputa, os leva a entender que a competição não trará vitória a nenhum dos dois,
então resolvem se unir e descobrem que juntos eles podem fazer um trabalho muito
melhor.
É uma história engraçada, mas que traz uma reflexão importante, principalmente para
motivar o trabalho em equipe.
INTERTEXTUALIDADE:
ASPECTOS MORALIZANTE/ASPECTO PEDAGÓGICO: A mensagem fica por conta
do aspecto pedagógico, no sentido de ressaltar a importância da amizade e do
trabalho em equipe ao invés da rivalidade.
MARAVILHOSO: O relógio e o galo agem com seres humanos, falam discutem,
dialogam.
Na ilustração, o relógio é apresentado bigodes e olhos arregalados.
Há presença de onomatopeias que são os sons produzidos tanto pelo galo como pelo
relógio, cocoricó e tirrim, que compõem os nomes respectivos.
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A autora nos apresenta a história de um fazendeiro que acorda bem cedinho todos os
dias. Ele tem um galo e um despertador, e eles brigam entre si para ver quem
realmente acorda o fazendeiro.
O texto é uma narrativa em forma de poesia, com rimas sempre na segunda estrofe
com a quarta. A história ressalta a importância da amizade, em oposição aos atos de
rivalidade, mostrando que a primeira traz união e, com ela, resultados muito mais
compensadores diante dos desafios da vida. Cocoricó - um galo - disputa com Tirrim
- o relógio despertador - o privilégio de despertar o dono todas as manhãs. A
competição acabará criando problemas para os dois, que resolvem, então, se unir e
ficam amigos, a ponto de se ajudarem em dificuldades futuras.
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6. O LENÇO
O livro, acima denominado, se constitui como uma narrativa por imagem e narra as
brincadeiras que uma menina vivencia com um lenço, a partir do faz-de-conta. Na
narrativa está presente a menina e apenas em três momentos aparece uma mulher –
que se pressupõem que seja a mãe dela. Ao decorrer das trinta e duas páginas que o
livro oferece a menina cria várias brincadeiras e vivencia com apenas um lenço
vermelho. Uma narrativa riquíssima de elementos de hipersignificação, como: o
movimento; cores em tons mais leves e mais fortes; expressões faciais e corporais
diversificadas; além dos brancos que a autora-ilustradora deixa para que o leitor possa
imaginar e interpretar de forma mais autônoma, a partir do contexto geral da narrativa.
Diante de uma narrativa desta natureza se constitui perceptível a riqueza de uma
história que é contada apenas por imagens, sem necessitar de uma palavra, a
exceção do título. A temática da brincadeira do faz-de-conta se constitui uma das
leituras possíveis da narrativa. Esse tipo de brincadeira que pode acontecer em
qualquer local, momento, e com qualquer objeto que a criança tenha a disposição.
Dentre as várias reflexões, uma se constitui interessante a respeito do poder de
criatividade da criança, em inventar brincadeiras das mais diversas possíveis. E, neste
caso, brincadeiras sem a presença de um mediador, pois a menina brinca sozinha,
durante toda a narrativa.
Outras várias ações são realizadas pela criança durante a narrativa, quais sejam:
utiliza o lenço para se fantasiar como uma noiva com um buquê nas mãos; em seguida
coloca o lenço embaixo da blusa para encenar uma gestação; logo depois o lenço se
transforma em um bebê em suas mãos; transforma o lenço na capa de uma rainha;
dentre muitas outras brincadeiras e encenações a partir do faz-de-conta e de sua
imaginação. Até o desfecho final, em que ela posiciona o lenço como um vestido, de
frente ao espelho e, de repente, surge a mulher – que pode ser sua mãe – do início
da narrativa. A mulher pega o lenço dela e com o corpo curvado, cabeça baixa a
menina não tem mais seu “objeto” de criação de suas brincadeiras e fantasias.
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2. REFLEXÕES TEÓRICO-CRÍTICAS A PARTIR DAS LEITURAS DA DISCIPLINA.
Obra muito própria para trabalho com educação infantil, e ensino fundamental, com o
objetivo de levá-los a compreender alguns aspectos do livro e da possibilidade de
criatividade:
a) Apresentar o livro às crianças demonstrando os aspectos principais de uma
obra literária. (como por exemplo, enfatizar o nome do ilustrador (a));
b) Utilizar estratégias de leitura como: conhecimento prévio, antecipação,
inferências, síntese, dentre outras;
c) Chamar a atenção das crianças para as cores das imagens, os brancos e as
ações que os personagens fazem na narrativa;
d) Estimular as crianças à expressarem oralmente suas apreciações em relação
as imagens;
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7. AS TRANÇAS DA MINHA MÃE
FATIMA, Ana. As tranças de minha mãe. Ilustração de Quezia Silveira. 1. Ed. São
Paulo: Uirapuru, 2018.
Em as tranças de minha mãe o narrador, o pequeno Akin, uma criança negra, cujo
nome significa “guerreiro”, nos leva aos enlaces afetivos ao lado da mãe Najuma e,
também, do pai, Amin. Tais tranças vão além da estética visual e nos remetem aos
enlaces ancestrais, cujas raízes são de origens africanas. Trata-se, portanto, de um
livro de extrema relevância, pois, suas páginas podem abrir caminhos para o leitor
viajar a um universo inserido em significações e à afirmação identitária.
O início e o final do livro com imagens iguais fazem parecer que Akin declarou tudo o
que tem no livro para a sua mãe, que teceu muitos comparativos a beleza, as tranças,
tudo ali naquele exato momento para ela, no aconchegante abraço e deitados na
cama.
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no processo de descolonizar as mentes, Akin via refletido na estética de sua mãe algo
que ele estava vivenciando na sua relação familiar e também na religião.
“As tranças de minha mãe”, em 2018, pela editora Uirapuru. Autoria de mulher
negra, sensível e belamente ilustrado por outra mulher negra, Quezia Silveira.
TRÊS PERSONAGENS: Akim, Najuma, Amim.
É um livro que exalta as qualidades de sua mãe, como mãe, mas sobretudo como
mãe negra. Traços constituintes do diverso e belo fenótipo de origem afro.
Também fala muito sobre orixás, religião de matriz africana, sobretudo o candomblé,
assim como a maneira de ver o mundo sobre a visão dos orixás do candomblé, a
interação entre o céu e a terra, assim como os elementos da natureza em harmonia.
INTERTEXTUALIDADE:
O livro Tranças é composto exclusivamente por narrativa do início ao fim, como no
livro BUCALA, a diferença é que em Tranças o narrador é Akin, uma criança que vai
relatar como vê a sua mãe, e que em nenhum momento você duvida que seja
realmente uma criança falando.
Também, o livro nos remete a vários outros que tratam do tema, principalmente pela
valorização da mulher negra, através dos cabelos.
ASPECTO PEDAGÓGICO: O aspecto pedagógico fica por conta da divulgação de
vários pontos que nos remete à religiosidade de matriz africana, bem como o afeto,
sempre muito marcante entre mãe e filhos.
- E por fim, fechar com a abordagem de que para estarmos bem na luta diária da
resistência precisamos estar bem conosco mesmos, em grande parte isso significa
estar bem com o nosso cabelo, as nossas feições, precisamos estar nos amando, a
nossa cor, a textura do cabelo e assim podemos estar preparados para outras
batalhas que ultrapassam a dimensão estética.
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8. MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA
MACHADO, Ana Maria. Menina Bonita do laço de fita. Ilustração: Claudius. 22ª ed.
São Paulo: Editora ática, 2013.
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b) Atividades de pré-conhecimento e contextualização sobre o tema
É importante chamar a atenção dos alunos para as capas e indagar o que eles
sabem dizer sobre o tema.
c) Leitura do livro, pelo professor ou leitura coletiva em revezamento.
d) B) Atividades de reconhecimento dos elementos da narrativa
Após a leitura, trabalhar com a turma o entendimento com relação aos elementos
da narrativa.
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9 – HISTÓRIA DO MEIO CONTRÁRIO
História meio ao contrário, de Ana Maria Machado, traz já em seu título a ideia
essencial que perpassa toda a obra, e que pode ser sintetizada, a grosso modo, como
a proposta de ir contra o estabelecido. Assim, o livro pode ser enquadrado como
pertencente à tendência cultural que, em linhas gerais, volta-se para a recusa a tudo
o que é imposto, questionando valores, costumes, e práticas que atravessam os anos
e se solidificam como verdades a serem seguidas. Embora possa causar estranheza
a proposta de trabalhar esse tema em um livro destinado, a priori, ao público infanto-
juvenil, esse fato realça a força e a legitimidade dessa obra, capaz de despertar
questionamentos pelo fazer literário.
Intertextualidade
A obra em foco apresenta-se, desde o título, como transgressão - parcial - a algo pré-
existente, pois ao se propor “meio ao contrário” contraria o paradigma que configura
os contos de fadas da tradição. A história articula uma continuação ao iniciar
justamente pelo ponto em que aquelas terminam: “E então eles se casaram e tiveram
uma filha linda como um raio de sol e viveram felizes para sempre...” também, termina
com a celebre frase: era uma vez...
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Apresenta rompimento com os padrões das histórias de contos de fadas.
d) Produção textual.
Através da interpretação da história construir pequenos textos com presença de
ironia, metáfora, homonímia e polissemia.
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10 – O CABELO DE LELÊ
O livro é uma grande porta para se trabalhar coma as crianças do ensino fundamental,
a formação e descoberta da identidade. Nesse sentido, o livro sugere uma forma de
valorização de suas características étnico-raciais, através da abordagem do
personagem ‘Lelê’.
A obra contempla as matrizes afro-brasileiras, explicitando um crescimento da
importância da conscientização sobre esta temática desde a infância. Porém, essas
vontades provenientes dos livros infantis, de atuar sobre as infâncias, ademais de
propor reflexões, como mostrar-se, também produzem outros efeitos: ao passo que
educam, educação aqui entendida como forma de introdução dos sujeitos no mundo
e uma inserção na sociedade vigente, para uma realidade como a do respeito e
promoção à igualdade étnico racial.
É fato que a construção da identidade é algo que permeia a Educação Infantil e os
primeiros anos do ensino fundamental. Nessa fase, o desenvolvimento da criança,
que está em formação de seu próprio “eu”, é relacionado a fatores externos,
ocorrendo, portanto, por meio da socialização.
Há intertextualidade com várias obras da mesma temática, eu diria até que há algo
mais profundo, no campo da interdiscursividade, à medida que o discurso de
igualdade entre pretos e brancos vem de um patamar histórico e ideológico.
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Não podemos esquecer o caráter pedagógico da história, uma vez é uma ferramenta
de combate ao booling, infelizmente, ainda presente nas escolas, principalmente
relacionado aos cabelos das meninas negras.
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