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Coordenação do volume
Clecio dos Santos Bunzen Júnior
Textos
Alunos dos Cursos de Pedagogia e Letras (Vespertino e Noturno), da Universidade
Federal de São Paulo, campus Guarulhos. Professores da Secretaria de Educação de
Guarulhos.
Revisão
Clecio dos Santos Bunzen Júnior
B9429
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-66530-32-2
370 CDD
37 CDU
Pipa Comunicação c.pc:06/14ajns
Recife - 2014
CRÉDITOS DA SÉRIE
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Apresentação
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SUMÁRIO 83
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá de
Jorge Amado
23 Chapeuzinho Vermelho: diferentes autores e 127 Rotas Fantásticas: histórias que o povo conta
gêneros
139 Contos de Mistério: desvelando a sua escrita
31 Os Três Porquinhos: os diferentes usos e
recursos 147 Pra rimar e cantar: poesia de cordel e outras
batalhas
41 Coraline no País das Maravilhas
161 Entre contos e poesias: versando memória e
49 Muitas Alices, muitas Histórias diversidade no mundo das palavras
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Literatura e outras linguagens: construindo sugestões didáticas CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
1. Escolher gêneros do discurso da esfera literária e apresentava as principais seções e seus objetivos.
da esfera da divulgação científica2 para um trabalho Neste sentido, é importante frisar que não estáva-
na escola que leve em consideração os letramentos
mos construindo “sequências didáticas” ou “pro-
múltiplos (Rojo, 2009) e os multiletramentos (Rojo,
jetos de ensino” que apresentam características de
2012).
uma ação didática mais sistematizada e uma maior
2. Desenvolver uma percepção inicial para a escolha discussão sobre o tempo pedagógico. As SDs cons-
de textos singulares adequados para o trabalho pe- truídas objetivaram mais instigar, propor alguns
dagógico na escola, apostando no trabalho de media- caminhos, insinuar gestos didáticos, fornecer pro-
ção do professor na análise verbo-visual dos textos. postas e aventar práticas em que o ensino da lei-
tura de textos verbo-visuais possa ser central nas
3. Construir uma rede intertextual que apóie o traba-
diferentes disciplinas escolares ou áreas do conhe-
lho de leitura e produção de textos na escola, levando
cimento.
em consideração o “local” e o “global”; as diferenças
sociais e culturais, além da diversidade de mídias
As SDs encontram-se organizadas por títulos
(Rojo, 2012) que remetem a elementos importantes do proje-
to didático autoral, citações que retomam textos
Com base na Bibliografia Básica da Unidade lidos pelos autores e seções. Cada seção procura
Curricular (com destaque para Rojo, 2009 e 2012, responder a determinados objetivos da Unidade
Antunes, 2009, Fontana, 2009; Lerner, 2002), os Curricular e ao mesmo tempo dialogar com os fu-
grupos iniciaram a elaboração das sugestões di- turos leitores:
dáticas após a apresentação de um modelo que
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Literatura e outras linguagens: construindo sugestões didáticas CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
Objetivo das sugestões didáticas: explicitar de forma bre- Fazendo relações com outros textos verbais e/ou visuais:
ve aos leitores quais são os principais objetivos da sugestão sugere a ampliação da análise linguística e visual por meio
didática, levando em consideração à esfera em jogo (literária da relação intertextual do texto principal com outros textos,
ou divulgação científica), os textos singulares escolhidos, a levando consideração a diversidade de mídias e produções
rede intertextual construída e os elementos verbais e visuais verbo-visuais (filmes, pinturas, jogos eletrônicos, literatura
que poderão ser analisados. infantil, quadrinhos, vídeos, canções etc.). O objetivo tam-
bém não é sistematizar quais caminhos o professor deve
seguir, mas apenas mostrar possíveis trilhas e possíveis pro-
Iniciando a proposta com as crianças: apresenta para os
postas.
leitores qual é a obra ou texto que será principal para a cons-
trução das aulas e das propostas sugeridas.
Produzindo textos com as crianças: apresenta algumas
propostas de produções textuais orais, escritas ou verbo-
Sugestões para começar o encontro com o texto: sugere
visuais com as crianças, como uma forma de sistematizar ou
ao professor gestos didáticos que apontam para a importân-
ampliar as possibilidades de trabalho com a língua(gem) na
cia do planejamento de ações pedagógicas que introduzam
escola.
as crianças na experiência inicial com o texto.
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Literatura e outras linguagens: construindo sugestões didáticas
Referências Bibliográficas
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
Chapeuzinho Vermelho:
diferentes autores • Contribuir para que as crianças compreendam que
e gêneros1 os textos possuem autores que fazem escolhas, têm
intenções e propósitos, se alinham e se relacionam
com outros autores por intermédio de suas obras;
bem como divergem de outros, o que, também,
“No entanto, sabemos que, em nosso país, nem pode ser feito por meio de suas produções.
todas as crianças e adolescentes têm a opor-
tunidade de conviver com livros de literatura
infantil e juvenil antes e fora da escola e, com
Iniciando a proposta com as crianças...
isso, destacamos a importância de o professor
garantir em sua rotina pedagógica prática de
livros de literatura.”
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Chapeuzinho Vermelho: diferentes autores e gêneros CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Chapeuzinho Vermelho: diferentes autores e gêneros CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Chapeuzinho Vermelho: diferentes autores e gêneros CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
Os três porquinhos:
os diferentes usos Objetivos das sugestões didáticas
e recursos1
• Trabalhar a literatura oral com crianças, enfatizando as
diversas formas de narrar uma mesma história, além
de promover as práticas de letramento ao oferecer di-
ferentes gêneros: contos de fada, canção, filme, entre
outros.
1. Andressa Baldini da Silva, Beatriz Loge Hashimoto, Debora Regina Marques Sugerimos a leitura da história “Os três porquinhos
de Barros e Thabita Aline Biazon Lopes, alunas do 5º Termo do curso de Peda-
gogia (Vespertino) da Universidade Federal de São Paulo. em cordel”, de Marco Haurélio. A narrativa retoma
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Os Três Porquinhos: os diferentes usos e recursos CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Os Três Porquinhos: os diferentes usos e recursos CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
4. VERISSIMO, Erico. Os três porquinhos pobres. São Paulo: Companhia das Letrinhas,
2008.
6. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=kL5EjA2xu3k>
5. VERISSIMO, Erico. Outra vez os três porquinhos. São Paulo: Companhia das Letrinhas,
2003. 7. Versão da Ciranda Cultural – Sacolinha da Alegria.
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Os Três Porquinhos: os diferentes usos e recursos CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Os Três Porquinhos: os diferentes usos e recursos
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
3. Termo cunhado por Will Eisner em 1978, que poderia ser traduzido para o portu-
guês como Novela Gráfica, remete a histórias em quadrinho publicadas em formato
de livro, e que tratam de assuntos mais maduros e complexos, mostrando um coti-
1. Tamires Narumi e Valesca Brites, alunas do curso de Pedagogia da Universi- diano mais próximo à realidade.
dade Federal de São Paulo.
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Coraline no País das Maravilhas CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
Coraline, escrito para sua filha e publicado em imagem e palavra, símbolos e signos. Sua lin-
2002, conta a história de uma garota que gosta de guagem se insere nos campos da cultura e da arte”
explorar o lugar para o qual acabou de se mudar (LUYTEN, 2011, p. 22). Por conter todas essas ca-
com os pais. Em uma de suas explorações, desco- racterísticas, seu emprego na educação escolar é
bre uma porta secreta, que na verdade era um por- de suma importância para a consolidação do pro-
tal para outro mundo, reflexo do mundo no qual cesso de alfabetização.
ela vive, onde coisas perturbadoras acontecem. A
personagem passa por situações assustadoras e Sugestões para começar o encontro
precisa enfrentar seus maiores pesadelos para con- com o texto
seguir se salvar e voltar ao seu mundo verdadeiro.
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Coraline no País das Maravilhas CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Coraline no País das Maravilhas CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
1. Gisele Cristina Salazar, Jaqueline Alves Magalhães Venancio, Maria das Do-
res, Marlene Alves dos Santos, Thaisa Tamie N. de Oliveira, alunas do curso de
Pedagogia da Universidade Federal de São Paulo.
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Muitas Alices, muitas Histórias CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
3. As crianças podem conversar sobre o léxico em Aos 19 anos, Alice volta ao País das
grupos para que possam compreender os possíveis Maravilhas, fugindo de um casamento
sentidos e metáforas das palavras e expressões: “Esbu- arranjado. No mundo mágico, ela
galhados” “Lacaio” etc. reencontra os personagens estranhos,
como o Chapeleiro Maluco a Rainha Branca
4. Comparar as ilustrações do livro, para que as crian- e a Rainha, inspirados na obra de Lewis
ças percebam a relação da imagem com cada parte Carroll. É nessa jornada fantástica que a
jovem tentará encontrar seu verdadeiro
narrativa.
destino e acabar com o reino de terror da
Rainha Vermelha.
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Muitas Alices, muitas Histórias CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
Jogo que permite que você guie, • COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas. São Paulo:
proteja e ajude Alice em sua jornada
Ática, 1991.
pelo País das Maravilhas, onde vários
mistérios serão revelados. Ao longo
• COLASANTI, Marina. A leitura sempre renovada – Alice,
do caminho, os jogadores visitam
personagens como o Chapeleiro Louco Pinóquio, Peter Pan. In: Leitura: Teoria e Prática. Ano 21,
e o Gato Risonho, com habilidades Março de 2003, Número 40.
especiais para ajudar a escapar de
armadilhas e solucionar os enigmas. • MARTINS, Aracy; MACHADO, Maria Zélia Versiani. A
Literatura e a versatilidade dos leitores. In: Aracy Alves
Martins (Orgs.). Livros & Telas. Belo Horizonte: UFMG,
4. Apreciar as pinturas dos 2011.
quadros de Salvador Dali que
representam o conto Alice no • ROJO, Roxane. Letramentos múltiplos, escola e inclusão
Pais das Maravilhas, fazendo social. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
relações entre o conto e as
pinturas.
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
A reinterpretação de
Romeu e Julieta para a Objetivos das sugestões didáticas
Literatura Infantil1
• Trabalhar com as crianças a habilidade da recriação
narrativa através da literatura infanto-juvenil.
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A reinterpretação de Romeu e Julieta para a Literatura Infantil CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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A reinterpretação de Romeu e Julieta para a Literatura Infantil CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
3. ROCHA, Ruth. Romeu e Julieta. Ilustrações de Mariana Massarani. São Paulo: Sala-
mandra, 2009.
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A reinterpretação de Romeu e Julieta para a Literatura Infantil CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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A reinterpretação de Romeu e Julieta para a Literatura Infantil CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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A reinterpretação de Romeu e Julieta para a Literatura Infantil CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
tivas desse clássico, em conto, poesia • REGO, L. L. B. Literatura infantil: Uma nova perspectiva
e/ou cordel – apresentações em livros da alfabetização na pré-escola. São Paulo: FTD, 1995.
e áudios.
• VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o
desenvolvimento dos processos psicológicos
• Uma opção é propor uma dramatiza- superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
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A reinterpretação de Romeu e Julieta para a Literatura Infantil
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
“Os Miseráveis” em um
contexto sociocultural A proposta pedagógica é:
atual – além de
Victor Hugo1 • Utilizar com as crianças do Ensino Fundamental I um
dos livros indicados pelo Ministério da Cultura para o
PROLER (Programa Nacional de Incentivo a Leitura),
da Fundação Biblioteca Nacional – FBN.
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“Os Miseráveis” em um contexto sociocultural atual – além de Victor Hugo CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
Iniciando a proposta com as crianças... ca, 2007) da obra clássica erudita de Victor Hugo,
apresenta ilustrações de Gérard Dubois5 diversifi-
A sugestão didática, que visa alcançar os objeti- cadas e expressivas que possibilitam a recriação do
vos observados acima, pode ser realizada de forma universo e do ambiente vivido na época retratada.
interativa, contanto que promovamos a participa- Com muitas cores em sua maioria escuras, realça
ção ativa dos educandos. Pode ser iniciada com a decadência moral e social que o texto denuncia.
a leitura do livro feita pelo(a) professor(a) para a
classe de forma gradual, sendo um capítulo por dia
(tendo por base que o livro contém nove capítu-
los), de forma a mostrar as ilustrações e perguntar,
questionar sobre o que está sendo lido, apontan-
do as críticas sociais, e questionando como Victor
Hugo2 mostra isso em sua obra, ou também como
ele retrataria nossa sociedade atual.
O livro “Os Miseráveis”, adaptação por Luc Le-
fort3 e tradução de Luciano Vieira Machado4 (Áti-
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“Os Miseráveis” em um contexto sociocultural atual – além de Victor Hugo CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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“Os Miseráveis” em um contexto sociocultural atual – além de Victor Hugo CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
- Viana, Klevisson. O
miseráveis em cordel. São
Paulo: Nova Alexandria, 2008,
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“Os Miseráveis” em um contexto sociocultural atual – além de Victor Hugo CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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“Os Miseráveis” em um contexto sociocultural atual – além de Victor Hugo CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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“Os Miseráveis” em um contexto sociocultural atual – além de Victor Hugo
Documentário
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
O Gato Malhado
e a Andorinha Sinhá • Sensibilizar os alunos para a intertextualidade
presente em uma mesma narrativa (utilização
de Jorge Amado1 de poemas no decorrer da narração);
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O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá de Jorge Amado CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
Sugestões para começar o encontro são da história a partir do que foi visto,
com o texto quem são os personagens que apare-
cem, e se é perceptível a presença da
• Podemos iniciar a exploração da obra participação do narrador no trecho em
com a sala, através da leitura em voz análise.
alta do poema sobre o amor do Gato
Malhado e da Andorinha Sinhá, pro-
posta pelo próprio autor, Jorge Amado,
no começo do livro:
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O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá de Jorge Amado CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá de Jorge Amado CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá de Jorge Amado CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá de Jorge Amado
• Website: www.jorgeamado.com.br
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
As Aventuras de Pinóquio:
as diversas versões para Objetivos das sugestões didáticas
a mesma história1
• Trabalhar a versão original da obra As aventuras de
Pinóquio, de Carlo Collodi2, com as crianças para pos-
sibilitar aprendizagens sobre o gênero conto mara-
vilhoso;
1. Amanda Magnani, Carl Pissato, Jessica Sacuman e Sidney Paulo Alves Jú- 3. O Stop Motion é uma técnica cinematográfica que usa a repetição de fotos de bo-
nior, alunos do 5º Termo do curso de Pedagogia (Vespertino) da Universidade necos de massinha realizando alguma ação para montar uma sequência de imagens
Federal de São Paulo. que dê a impressão de movimento.
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As Aventuras de Pinóquio: as diversas versões para a mesma história CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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As Aventuras de Pinóquio: as diversas versões para a mesma história CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
história e das experiências das crianças 2. Com a leitura e o estudo desta obra é possível traba-
lhar com a pontuação e seus usos. Ao longo de toda a
em relação ao seu contato com o gêne- obra, podemos observar pontos finais, de exclamação,
ro conto maravilhoso. de interrogação e reticências.
(COLLODI,2002, p.7)
Fazendo relações com outros textos
verbais e/ou visuais
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As Aventuras de Pinóquio: as diversas versões para a mesma história CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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As Aventuras de Pinóquio: as diversas versões para a mesma história
Maquete
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
Experimentando poemas:
uma saborosa e divertida • Apresentar de diversas modalidades de se produzir
poemas: oral, escrita e visual.
aventura1
• Colocar a criança em contato com o poema,
destacando a sonoridade, a rima, as cores, as
imagense os movimentos.
“A literatura infantil é, antes de tudo, literatura;
ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que
representa o mundo, o homem, a vida, através
Iniciando a proposta com as crianças...
da palavra. Funde os sonhos e a vida prática,
o imaginário e o real, os ideais e sua possível/
impossível realização”.
(COELHO, 2000, p. 9).
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Experimentando poemas: uma saborosa e divertida aventura CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
Então o porteiro
• O professor pode começar o trabalho Mordeu o portão
com a obra, recitando para as crianças – Porteiro maluco! –
Gritou o portão.
um dos poemas do livro “Que Delícia” – Maluca é a rua! –
(páginas 34 a 37). Após a leitura, deixar Relincha o cão. 2
que elas observem as ilustrações do li-
vro.
1. Os poemas escolhidos permitem que as crianças
• Outra opção é explorar a capa do livro comparem quadrinhas (quatro versos) conhecidas por
com as crianças, para que elas façam eles com as sextilhas (seis versos).
uma relação entre a imagem (de dife- 2. As rimas e o ritmo da poesia podem ser explorados,
rentes ilustradores e estilos) e o quê jogar e brincar com essas percepções.
será que irão ler nas próximas páginas.
2. BELINKY, Tatiana. Um caldeirão de poemas. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2006.
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Experimentando poemas: uma saborosa e divertida aventura CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
3. As crianças podem conversar sobre o léxico dos poe- 3. Jogar e brincar com as percep-
mas em grupos para que possam compreender os pos- ções: destacar as cores da capa, o
síveis sentidos e metáforas das palavras e expressões: desenho com a ideia de movimen-
“latiu o portão”, “gritou o portão”. to, as letras que a bicicleta vai sol-
tando ao passar, ou outra percep-
4. O poema pode ser comparado com as ilustrações ção que as crianças possam ter.
que compõem as páginas, deixando que as crianças
apreciem e discutam a questão estética. O Limão
1. Comparar as estrutura do
Produzindo textos com as crianças
poema de Arnaldo Antunes,
como: as sextilhas, rimas,
metáforas. • As crianças podem produzir poemas,
explorando seu imaginário. Depois de
“O girino é o peixinho do sapo.
O silêncio é o começo do papo.
realizadas as produções, fazer um blog
O bigode é a antena do gato. para divulgá-las. No blog da sala, postar
O cavalo é o pasto do carrapato. sempre indicações de outros poemas.
O cabrito é o cordeiro da cabra.
O pescoço é a barriga da cobra[...]3
• Filmar as crianças recitando poemas
2. Mostrar as possibilidades de se
(sejam produções delas mesmas, ou
fazer um poema verbo- visual. não). Os vídeos também podem ser di-
vulgados no blog.
3. ANTUNES, Arnaldo. Cultura. São Paulo: Iluminuras, 2012. 4. CAPPARELLI, Sergio. Poesia de Bicicleta. São Paulo: L&PM, 2009.
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Experimentando poemas: uma saborosa e divertida aventura
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
NARRATIVAS MÍTICAS
DOS ÍNDIOS BRASILEIROS1 • Promover a imersão na cultura indígena e
seus saberes na esfera escolar;
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Narrativas míticas dos índios brasileiros CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
ram os animais podem ser respondidas através dos • Debater com as crianças a importância
mitos2 indígenas brasileiros, sem, contudo, fazer dos mitos indígenas, tanto quanto aque-
afirmações definitivas, ou seja, o objetivo é apre- les provenientes de textos bíblicos ou da
sentá-los como explicações legítimas para as crian- Grécia Antiga;
ças sobre o mundo, o surgimento da vida. Afinal,
cada povo possui a sua maneira própria de contar a • Promover a imersão cultural indígena,
história da humanidade, não podendo prevalecer através de suas tradições e costumes.
uma visão única sobre a origem do mundo.
Apresentar esses mitos às crianças é uma ótima De olho no texto verbo-visual
oportunidade para enfatizar a importância da cul-
tura oral de nosso povo.
O começo da humanidade3
Sugestões para começar o encontro Não existia gente no mundo, apenas um homem chamado
Toba com sua mulher. Plantavam macaxeira, milho, batatas,
com o texto banana e mamão. Fora a roça deles, tudo era natureza, sem
plantação alguma. Eram só os dois sozinhos. Nem sequer
• Apresentar o livro O Primeiro Homem bichos havia; só a cutia e o nambu-relógio. Um dia, viu que
a colheita estava desaparecendo. Imaginando que o ladrão
e Outros Mitos dos Índios Brasileiros, podia ser a cutia, se não fosse a tanajura ou a saúva, fez uma
explorando o texto introdutório que nos tocaia para espreitá-la, bem de madrugada. Em vez de cutia,
viu que era gente, debaixo da terra, que esticava a mão por
conta, inicialmente, sobre os mitos in-
um buraco para roubar seu milho. Toba conseguia ouvir
dígenas que procuram explicar a criação conversas no subterrâneo, pessoas brigando para quem
dos homens, plantas e animais; poria a mão para surrupiar o milho. [...]
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Narrativas míticas dos índios brasileiros CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
1. Explorar com as crianças as palavras de origem Fazendo relações com outros textos
indígena utilizadas em nosso cotidiano relacionadas à verbais e/ou visuais
linguagem e à culinária;
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Narrativas míticas dos índios brasileiros CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Narrativas míticas dos índios brasileiros CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Narrativas míticas dos índios brasileiros CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
Para ler mais • Volume 14: Série Vias dos Saberes n. 3: Povos Indígenas
a Lei dos “Brancos”: o direito à diferença.
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Narrativas míticas dos índios brasileiros
• http://danielmunduruku.blogspot.com.br/p/
daniel-munduruku.html
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Rotas Fantásticas: histórias que o povo conta... CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
de dez relatos sobre lendas urbanas, sendo uma De olho no texto verbo-visual
das mais famosas a lenda da Loira do banheiro. As
páginas são ilustradas para dar mais vivacidade aos
relatos apresentados. Os relatos são contados por
pessoas comuns que ouviram tais estórias de ami-
gos, avós, pais, etc.
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Rotas Fantásticas: histórias que o povo conta... CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
crianças quais palavras ou expressões da nossa realida- Fazendo relações com outros textos
de cotidiana são utilizadas na grande parte das lendas verbais e/ou visuais
urbanas, como por exemplo, espelho, vaso sanitário, fria
pra danar, entre outras.
“Chegamos assim ao coração do fantástico. Em um
mundo que é o nosso, que conhecemos, sem diabos,
2. As lendas urbanas em oposição aos contos são
sílfides, nem vampiros se produz um acontecimento
geralmente mais breves, seu enredo é mais simples,
impossível de explicar pelas leis desse mesmo mundo
apresentam os relatos de forma dialogada para gerar
familiar. Que percebe o acontecimento deve optar por
mais suspense e possuem poucos personagens. Para
uma das duas soluções possíveis: ou se trata de uma
demonstrar isso às crianças, fazer uma breve compa-
ilusão dos sentidos, de um produto de imaginação,
ração na lousa entre uma lenda urbana e um conto de
e as leis do mundo seguem sendo o que são, ou
fadas seria interessante. Podemos utilizar, por exemplo,
o acontecimento se produziu realmente, é parte
a lenda urbana loira do banheiro e o conto de fadas
integrante da realidade, e então esta realidade está
Cinderela, diferenciando os enredos através de peque-
regida por leis que desconhecemos. Ou o diabo é
no resumo, destacando inclusive quantos personagens
uma ilusão, um ser imaginário, ou existe realmente,
aparecem em ambos os casos.
como outros seres, com a diferença de que rara vez o
encontra.”
3. É possível explorar os aspectos cotidianos presen-
tes nas lendas urbanas e a contemporaneidade que
elas trazem consigo - todas as histórias supostamente (TODOROV, 1981, P.15)
aconteceram recentemente. Nesse ponto, seria rele-
vante perguntar às crianças sobre o tempo em que
elas acham que se passam as lendas urbanas.
4. As ilustrações ajudam a compor a lenda urbana [...] De repente vi um sujeito pedindo carona.
Gente na estrada, assim à noite, é perigo na certa. Mas quando bati
causando veracidade à lenda e fazendo com que ima-
o farol na cara dele, vi que era só um estudante. Um garotão. Parei e
ginemos a história realmente acontecendo, diante de
abri a porta. É bom ter com quem conversar.
nossos olhos. Dessa forma, além de explorar as ilus- -Pra onde você vai? – perguntei.
trações do livro, seria atraente utilizar também outras - Estou indo pra Sorocaba; minha família é de lá.
imagens sobre a lenda. - E por que está pedindo carona?[...]
— PIETRO, Heloisa; ilustrado por Daniel Kondo.
Rotas fantásticas. São Paulo: FTD, 2003, p. 15.
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Rotas Fantásticas: histórias que o povo conta... CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
1. Explorar as diferenças de composição do relato 1 3. Histórias de arrepiar com Ângela Lago. Trabalhar com
“Vovó Maria” com o relato 4 “Feliz foi Adão” este livro que também trata de temas de mistério e terror
instigaria ainda mais as crianças a conhecerem sobre o
tema. Esta imagem2 ilustra uma das páginas do livro 7
histórias para sacudir o esqueleto de Ângela Lago editado
pela Companhia das Letras. Este capítulo narra a história
“Encurtando o caminho” em que Tia Maria conta que ao
sair do colégio já estava escurecendo, então para chegar
em casa mais rápido resolveu ir pelo cemitério. Nisto ela
avistou uma menina que andava por lá e então perguntou
a ela se podia acompanhá-la. A menina disse que tudo
bem, pois quando era viva, também tinha medo de andar
no cemitério.
2. Lendas urbanas dos anos 80. Seria interessante
mostrar às crianças algumas lendas urbanas que
provavelmente os seus pais conheceram em sua infância
Pergunte a elas se já ouviram falar em tais lendas,
instigando-as para que falem sobre as lendas que
conhecem. Alguns tuiteiros enviaram para o blog da 2. Disponível em http://www.angela-lago.net.br/livro.html.
Vejinha (Veja SP) 10 lendas urbanas dos anos 80.
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Rotas Fantásticas: histórias que o povo conta... CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
3. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=LDz8nz7uHXA.
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Rotas Fantásticas: histórias que o povo conta...
Acesso em 15/10/2012.
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
CONTOS DE MISTÉRIO:
DESVELANDO A SUA ESCRITA1 • Reconhecer os recursos linguísticos que
permeiam tais narrativas e a caracterizam.
(Como por exemplo, o uso do “Certa noite”, em
substituição ao “Era uma vez”).
LAJOLO,1999, p.105.
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Contos de mistério: desvelando a sua escrita CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
Caio
1. As crianças podem conversar e refletir sobre o signi- 1. Explorar outros livros de histórias de mistérios,
ficado de algumas expressões, tais como: matutava, comparando as narrativas entre si, tanto no aspecto
voz cavernosa, murmurar, vadiar, dentre outras. textual, como no que tange a diagramação dos
mesmos, com as ilustrações e uso de cores.
2. É possível ainda, realizar um trabalho de exploração
textual acerca das diversas “vozes” presente da narrati-
va, ao discutir e analisar com a turma os momentos de
falas do narrador e personagens, atentando para a
intencionalidade presente nesta alteração de discursos.
2. A exploração do filme
A casa monstro possibilita
tecer um diálogo sobre
espanto, medo etc.
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Contos de mistério: desvelando a sua escrita CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Contos de mistério: desvelando a sua escrita
• http://www.angela-lago.net.br/livro.html
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Pra rimar e cantar: poesia de cordel e outras batalhas CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
pelas artes dramáticas, tradição popular etc. Soma Abreu (Salamandra, 2005). O volume apresenta
se a isso as diversas possibilidades de letramentos folhetos representativos da cultura de cordel (al-
que o cordel (assim como outros gêneros da tradi- guns do final do século XIX), além da contextuali-
ção oral ou mesmo literária) estimula discursiva- zação, apresentação a cada cordel reproduzido etc.
mente nas práticas sociais e que a escola por muito
tempo ignorou por não pertencer a uma tradição
associada ao rigor acadêmico da escolarização. O
trabalho pedagógico com o cordel é um caso clás-
sico de possibilidades de estímulo de letramentos
não dominantes, os chamados “letramentos ver-
naculares”, justamente pelas suas características
de ligação ao cotidiano, à localidade e ao que não
é valorizado socialmente pelo cânone cultural vi-
gente (Rojo, 2009 e 2012).
Indicamos a utilização de diferentes suportes
textuais: da menção ao cordel como instrumento
que registra os acontecimentos prosaicos sob uma
ótica lírica, passando pela xilogravura, música etc. Sugestões para começar o encontro
Além da utilização das formas informatizadas de com o texto
comunicação, como blogs e outras plataformas di-
gitais, para “fazer cordel” (o mesmo gênero em um • Podemos discutir com o grupo de crian-
novo suporte). ças o que cada um sabe sobre cordel ou
Sugerimos o início do trabalho com literatura poesia popular improvisada;
de cordel a partir da antologia de cordel chama-
da “Amor, História e Luta”, organizada por Márcia
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Pra rimar e cantar: poesia de cordel e outras batalhas CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
É um lugar magnífico
onde eu passei muitos dias
passando bem e gozando
prazer, amor, simpatias,
todo esse tempo ocupei-me
em recitar poesias.” [...] 2
2. ABREU, Marcia (org.) Amor, História e Luta – Antologia de folhetos de cordel. São
Paulo: Salamandra, 2005.
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Pra rimar e cantar: poesia de cordel e outras batalhas CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
1. As crianças podem explorar o ritmo do cordel, Fazendo relações com outros textos
destacando as métricas mais utilizadas (por exemplo: verbais e/ou visuais
“batatinha quando nasce/se esparrama pelo chão”);
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Pra rimar e cantar: poesia de cordel e outras batalhas CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
3. ABREU, Marcia (org.) Amor, História e Luta – Antologia de folhetos de cordel. São
Paulo: Salamandra, 2005.
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Pra rimar e cantar: poesia de cordel e outras batalhas CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
• Endereço eletrônico: http://digitalizacao.fundaj. • CURRAN, Mark. História do Brasil em Cordel. São Paulo:
gov.br/fundaj2/modules/busca/listar_projeto. Edusp, 2003.
php?cod=12&from=0. Acesso em 12/12/12.
• ROJO, Roxane. Letramentos(s) – práticas de
letramento em diferentes contextos. In: Letramentos
múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola,
2011.
4. SANTOS, Apolonio Alves dos. O Forró da Bicharada. IN. Jangada Brasil – Edição Espe-
cial: Literatura de Cordel. Disponível em http://www.jangadabrasil.com.br/revista/
agosto93/es930818.asp. Acesso em 22/11/2012.
159 160
Pra rimar e cantar: poesia de cordel e outras batalhas
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Entre Contos e Poesias: versando Memória e Diversidade no Mundo das Palavras CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
gues2? Ou historias dos poderosos reinos africanos Cidinha da Silva5 e ilustração de Mbiya Kabengele6,
de Ghana3 e Achanti4? é um conto que permite nos aproximar das cultu-
ras do continente africano; inspirado na região de
fronteira dos países entre o Mali, Níger e Burkina
Faso. Além disso, a obra nos oferece ricas ilustra-
ções e o conto revela os costumes, lendas e os ricos
provérbios próprios das culturas africanas.
4. Os ashantis ou axântis são um importante grupo étnico de Gana. Eles foram um
povo poderoso, militarista e altamente disciplinado da África Ocidental. Disponí- 5. Mineira de Belo Horizonte, formada em Historia na UFMG.
vel em http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Ashanti. Acessado em
19/12/2012 6. Radicado no Brasil, é natural da Republica Democrática do Congo ex Zaire.
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Entre Contos e Poesias: versando Memória e Diversidade no Mundo das Palavras CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
• Contar a história para as crianças, 1. Os trechos da obra podem ser trabalhados de ma-
neiras diferentes, orientando para as características do
explorando as ilustrações, permitindo gênero conto.
suas intervenções, problematizando
suas hipóteses; explorando os sentidos 2. Podemos reler o texto e perceber como a autora
utiliza metáfora, comparação e metonímias no texto
do texto e das palavras. para conseguir um determinado efeito de sentido na
interpretação do leitor.
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Entre Contos e Poesias: versando Memória e Diversidade no Mundo das Palavras CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
1. Explicar sobre a
PROVÉRBIOS AFRICANOS importância dos pro-
– A borboleta que esbarra vérbios para algumas
em espinhos rasga as culturas do continente
próprias asas. africano e qual o seu
– O hoje é o irmão mais
papel social. Podemos
velho do Amanhã, e a relacionar os gêneros e
garoa é a irmã mais velha conversar sobre as carac-
da chuva. terísticas dos provérbios
5. Explorar como as ilustrações colaboram para a in-
terpretação do texto a partir das interpretações feitas – Quando não souberes demonstrando as seme-
pelas crianças. para onde ir, olha para trás lhanças com os outros
e saiba pelo menos de onde textos trabalhados e ana-
vens.
6. Demonstrar as características dos personagens e lisados.
cenários e comparar com outras obras literárias infan- - Aquele que tenta sacudir
tis chamando atenção para os traços do ilustrador. Tal o tronco de uma árvore
atividade ajuda as crianças a compreender que as ilus- sacode somente a si
trações também estão carregadas de sentido. mesmo.
– Domínio Público
169 170
Entre Contos e Poesias: versando Memória e Diversidade no Mundo das Palavras
2. Retomar os primeiros
Estrela conceitos trabalhados
Há de surgir em O Mar de Manu, ex-
Uma estrela no céu plorando a percepção
Cada vez que você sorrir do gênero canção e suas
Há de apagar
Uma estrela no céu características poética
Cada vez que você chorar e sonora. Exploramos o
O contrário também sentido dos versos na can-
Bem que pode acontecer
ção relacionado à música,
De uma estrela brilhar
Quando a lágrima cair ao som dos instrumentos.
Ou então Procuramos identificar a
De uma estrela cadente metáfora, comparação e
se jogar
Só pra ver personificação nos versos
A flor do seu sorriso se da canção.
abrir
(...)
– Gilberto Gil
171
CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
• Trabalhar o gênero conto popular, enfatizando O livro Contos africanos para crianças brasilei-
suas características. ras, do autor Rogério Andrade Barbosa e ilustra-
ções de Mauricio Veneza (editora Paulinas, 2004),
• Utilizar diferentes contos para as crianças
saberem distinguir e compreender o que diz o traz dois contos que despertam o interesse das
gênero conto popular; crianças, além de ilustrações coloridas que ajudam
• Propiciar às crianças o entendimento de que a
a contar essas duas histórias. Em um dos contos
leitura do conto popular pode ser uma fonte de intitulado “Amigos, mas não para sempre”, somos
informação, prazer e conhecimento. apresentados à eterna luta entre gato e rato de for-
ma concisa e divertida. Já o segundo conto escla-
rece o porquê dos jabutis terem o casco rachado.
1. César Marinho, Fernando Guimarães, Lion Santiago e Mauricéia da Concei- Ambos os contos são temas universais e tradicio-
ção (alunos de Pedagogia, 5º termo- vespertino) e Silvana Ferreira Dias – Pro-
fessora da rede Municipal de Guarulhos.
nais, que pertencem à literatura oral de Uganda.
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Descobrindo os Contos Populares CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
• Outra opção seria em uma roda de con- 1. As crianças podem grifar os verbos do conto e dizer
se o verbo está em primeira ou terceira pessoa e, a
versa levantar, de forma introdutória e partir dessa reflexão, identificar a voz do narrador
espontânea, os elementos que compõe e dos personagens. É importante destacar que
em outros contos, o narrador pode ser também o
o conto popular como: personagens,
protagonista e assim sua voz aparece em 1ª pessoa.
tempo, espaço, narrador e clímax. Esse
levantamento também ajudará na com- 2. Pedir aos alunos que falem cenas aleatórias do conto.
O professor (a) vai fazendo as anotações em cartazes.
preensão do conto. Além disso, nessa
Depois de prontos, os alunos devem organizar as cenas
roda, é possível apresentar aos alunos a na ordem original do conto, percebendo a sequência
fábula O leão e o ratinho e, a partir dessa temporal narrativa do conto.
leitura, levantar as impressões dos alu-
nos sobre as relações culturais existen- 2. BARBOSA, Rogério Andrade. Amigos, mas não para sempre. Contos africanos para
tes, ou não entre os dois gêneros. crianças brasileiras. São Paulo. Paulinas, 2004. p.1.
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Descobrindo os Contos Populares CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
3. A forma como se lê o conto é muito importante, por Fazendo relações com outros textos
isso seria interessante propor que as crianças lessem verbais e/ou visuais
o conto em voz alta, atentando-se, com auxilio do
professor (a), às intenções dadas pelo autor em cada
parte do texto. Para a leitura as crianças podem se
dividir em narrador e personagens. “Os textos curtos, como os contos, possibilitam uma
melhor adequação ao fôlego do leitor em formação.
4. As crianças podem observar a movimentação do E a relação com o momento contemporâneo pode ser
narrador no texto, identificando em que momentos um instigante meio de “mergulhar” no clima da obra.
aparece e quais os recursos gráficos são utilizados Daí para a leitura de romances... E o professor, como
para que se note a sua presença no trecho transcrito, um mediador dessas leituras, assume papel funda-
por exemplo. mental.”
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Descobrindo os Contos Populares CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Descobrindo os Contos Populares CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
3. BARBOSA, Rogério Andrade. Amigos, mas não para sempre. Contos africanos para
crianças brasileiras. São Paulo. Paulinas, 2004.p. 6 e 16.
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Descobrindo os Contos Populares CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Descobrindo os Contos Populares
• http://augustopessoacontadordehistorias.
blogspot.com.br/2009/02/noticias.html
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
Trabalhando com
Contos Populares1 Objetivos das sugestões didáticas
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Trabalhando com Contos Populares CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
tranhos. E mais: Macunaíma, Scherazade, O Ne- e no dia a dia em relação a esses dois
grinho do Pastoreiro, entre outras, permitem uma povos e consequentemente desenvol-
viagem através da imaginação de outros povos e de ver a curiosidade e o gosto pela leitura.
crianças que viveram em outras épocas.
• Outra forma de se trabalhar os contos
populares é exatamente levantando
com as crianças as histórias contadas
no nosso cotidiano, questionando
como elas acham que essas surgiram,
já que são obras de autoria popular.
Deixando claro para as crianças a im-
portância dessas narrativas para a
compreensão da realidade.
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Trabalhando com Contos Populares CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
De olho no texto verbo-visual pelha sobre a realidade vivida pelo povo apresentado.
Essa discussão deverá ser oral, onde a criança irá mani-
festar livremente as ideias formuladas mediante a inter-
pretação dada por cada ao conto.
O Pintor do Céu
(História do Folclore Tibetano)
2. Explorar o emprego de letras maiúsculas e minús-
cula, bem como os de nome próprio, uma vez que há
Há muito tempo, vivia no sul da China um velho pintor
diferenças entre “Morte” e “morte”, “Senhor” e “senhor”.
de muito talento. O que ele mais gostava de retratar eram
rostos de crianças.
3. Analisar parágrafo, travessão, interrogação, exclama-
Certa noite [...] Ele estava tão entretido em fazer o retrato
ção e reticências, como essas pontuações são utilizadas
de uma linda menina que nem percebeu que à sua porta
para representar emoções e falas, dando vida ao conto.
surgira uma misteriosa figura. Ela atravessou o cômodo e,
quando chegou ao seu lado, disse:
4. Levantar entre os alunos o porquê de o pintor gostar
- Eu sou a Morte e preciso levá-lo comigo hoje.
de pintar rostos de crianças e, porque achavam que a
- Morte, por favor, diga ao Senhor do céu que estou muito
morte tinha vindo visitá-lo. Existe algum conto brasilei-
ocupado e não posso partir sem terminar meu retrato...
ro semelhante? Todos os rostos então de criança inclusi-
O rosto que ele pintava era tão lindo e vivo que parecia lhe
ve os nossos seriam desenhados por um pintor chinês?
sorrir. Emocionada, a Morte foi-se embora. Quando chegou
ao céu, o Senhor do céu lhe perguntou:
- Morte, o que aconteceu? Você voltou sozinha? Fazendo relações com outros textos verbais
- Senhor, me perdoe, mas não consegui interromper o
velho mestre.
e/ou visuais
O Senhor do céu ficou furioso com a Morte.
- O que é isso? Você nunca me desobedeceu! Volte já para 1. Apresentar outras versões dos
a Terra e traga-me o pintor! contos recontados nas duas obras,
(...) ampliando o repertório de leitura
das crianças. A comparação pode
ser uma boa estratégia para que as
crianças observem semelhanças e
diferenças entre os textos. Como
1. Todo conto popular traz consigo aspectos do coti- sugestão, podemos indicar o livro
diano e das vivências de determinado povo. Diante Como nasceram as estrelas, de Cla-
desse aspecto, realizar uma atividade direcionada para rice Lispector (Editora Rocco), em que
o questionamento sobre o que o conto em questão es- a história do Negrinho do Pastoreio é
retomada, além de outras lendas.
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Trabalhando com Contos Populares CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Trabalhando com Contos Populares
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
• Compreender e reconhecer a importância da Nossa proposta tem por objetivo principal traba-
antologia para a produção literária.
lhar o gênero literário da poesia, que é pouco traba-
lho na escola, com seus elementos característicos.
Para iniciar esse trabalho, podemos sugerir uma
1. Carolina Zambotti Simões , Ezequiel Santos, José da Silva, Karen Regina roda de leitura, onde cada criança pode ler um tre-
Amorin - Alunos do curso de Pedagogia (Noturno) da Universidade Federal
de São Paulo. cho do livro. Podemos questionar os alunos sobre a
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A poesia disseminando o direito CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
forma desse texto, o que ele apresenta de diferente, Fazendo relações com outros textos
se eles percebem o ritmo, a rima, a forma etc. verbais e/ou visuais
- Toquinho (1987)
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A poesia disseminando o direito CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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A poesia disseminando o direito
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CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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Créditos das Imagens CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
207 208
Créditos das Imagens CADERNOS DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
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• Contos Tradicionais do Brasil para crianças. http://www.skoob.com.br/
livro/52577-contos_tradicionais_do_brasil
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Créditos das Imagens
INFORMAÇÕES TÉCNICAS
FORMATO: 14 x 21 cm
TIPOLOGIA: Constantia / Myriad Pro
PAPEL MIOLO: Off-set - 90g/m2
CAPA: Triplex 270 - g/m2
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