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Lista de exercícios Enem Simbolismo

1- Responda:

Cárcere das almas

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,


Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!

(CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura /


Fundação Banco do Brasil, 1993.)

Os elementos formais e temáticos relacionados com o contexto cultural do


Simbolismo encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são:

a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas


filosóficos.

b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática


nacionalista.

c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas


universais.
d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em
imagens poéticas inovadoras.

e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica


tradicionais em favor de temas do cotidiano.

2- Responda:

“Ah! plangentes violões dormentes, mornos,


Soluços ao luar, choros ao vento…
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.
Sutis palpitações à luz da lua.
Anseio dos momentos mais saudosos,
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos.
Quando os sons dos violões vão soluçando,
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem.
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”

As estrofes anteriores, claramente representativas do_____ , não apresentam


_____ .

Assinale a alternativa que completa corretamente AS DUAS lacunas anteriores.

a) Romantismo – sinestesia

b) Simbolismo – aliterações e assonâncias

c) Romantismo – musicalidade

d) Parnasianismo – metáforas e metonímias


e) Simbolismo – versos brancos e livres

3- Responda:

“Nasce a manhã, a luz tem cheiro... Ei-la que assoma


Pelo ar sutil... Tem cheiro a luz, a manhã nasce...
Oh sonora audição colorida do aroma!”

A linguagem poética, em todas as épocas, foi e é simbólica; o Simbolismo


recebeu esse nome por levar essa tendência ao paroxismo.

Os versos acima atestam essa exuberância, pela fusão de imagens auditivas,


olfativas e visuais, constituindo rico exemplo de:

a) eufemismo
b) polissíndeto
c) sinestesia
d) antítese
e) paradoxo

4- Responda:

Vida obscura

Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,


ó ser humilde entre os humildes seres,
embriagado, tonto de prazeres,
o mundo para ti foi negro e duro.

Atravessaste no silêncio escuro


a vida presa a trágicos deveres
e chegaste ao saber de altos saberes
tornando-te mais simples e mais puro.

Ninguém te viu o sentimento inquieto,


magoado, oculto e aterrador, secreto,
que o coração te apunhalou no mundo,
Mas eu que sempre te segui os passos
sei que cruz infernal prendeu-te os braços
e o teu suspiro como foi profundo!

SOUSA, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1961.

Com uma obra densa e expressiva no Simbolismo brasileiro, Cruz e Sousa


transpôs para seu lirismo uma sensibilidade em conflito com a realidade
vivenciada. No soneto, essa percepção traduz-se em

a) sofrimento tácito diante dos limites impostos pela discriminação.


b) tendência latente ao vício como resposta ao isolamento social.
c) extenuação condicionada a uma rotina de tarefas degradantes.
d) frustração amorosa canalizada para as atividades intelectuais.
e) vocação religiosa manifesta na aproximação com a fé cristã.

5- Responda:

“Hão de chorar por ela os cinamomos,


Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.”

Uma das linhas temáticas da poesia de Alphonsus de Guimaraens, como se


observa no exemplo, é a:

a) amada morta
b) religiosidade profunda
c) transfiguração do amor
d) atmosfera litúrgica
e) paisagem mariana

6- Responda:

Leia o fragmento a seguir do poema 'Evocações' de Alphonsus de Guimaraens:

Na primavera que era a derradeira,


Mãos estendidas a pedir esmola
Da estrada fui postar-me à beira.
Brilhava o sol e o arco-íris era a estola
Maravilhosamente no ar suspensa

Como se sabe, Alphonsus de Guimaraens é tido como um dos mais


importantes representantes do Simbolismo no Brasil. No fragmento acima,
pode-se destacar a seguinte característica da escola a qual pertence:

a) bucolismo, que se caracteriza pela participação ativa da natureza nas ações


narradas.
b) intensa movimentação e alta tensão dramática.
c) concretismo e realismo nas descrições.
d) foco no instante, na cena particular e na impressão que causa.
e) tom poético melancólico, apresentando a natureza como cúmplice na
tristeza.

7- Responda:

Violoncelo

Chorai, arcadas
Do violoncelo!
Convulsionadas
Pontes aladas
De pesadelo ...

Trêmulos astros…
Soidões* lacustres…
- Lemes e mastros…
E os alabastros
Dos balaústres!

soidões solidões.

(Camilo Pessanha)

Assinale a alternativa correta sobre o texto.

a) Destaca a expressão egocêntrica do sofrimento amoroso, de nítida influência


romântica.
b) Recupera da lírica trovadoresca a redondilha maior, a estrutura paralelística
e os versos brancos.
c) A influência do Futurismo italiano é comprovada pela presença de frases
nominais curtas e temática onírica.
d) A linguagem grandiloqüente, as metáforas cósmicas e o pessimismo
exacerbado comprovam o estilo condoreiro.
e) A valorização de recursos estilísticos relacionados ao ritmo e à sonoridade é
índice do estilo simbolista.

8- Leia os seguintes versos:

Mais claro e fino do que as finas pratas

O som da tua voz deliciava…

Na dolência velada das sonatas

Como um perfume a tudo perfumava.

Era um som feito luz, eram volatas

Em lânguida espiral que iluminava,

Brancas sonoridades de cascatas…

Tanta harmonia melancolizava.

(SOUZA, Cruz e. “Cristais”, in Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,


1995, p. 86.)

Assinale a alternativa que reúne as características simbolistas presentes no


texto:

a) Sinestesia, aliteração, sugestão.

b) Clareza, perfeição formal, objetividade.

c) Aliteração, objetividade, ritmo constante.

d) Perfeição formal, clareza, sinestesia.

e) Perfeição formal, objetividade, sinestesia.

9- Disse o grande professor de literatura:


“O trecho que acabo de ler é objetivo, comedido, as descrições são minuciosas
e são freqüentes as evocações de figuras mitológicas. É elaborado; tem formas
eruditas. É freqüente o hipérbato”.

Com mais probabilidade, o trecho que o professor acaba de ler:

a) era de um romance do Romantismo brasileiro (primeira fase).


b) era de um poema do indianismo brasileiro.
c) era de uma obra realista ou naturalista (conto ou romance).
d) era um poema parnasiano.
e) era de algum autor simbolista, mas, sem dúvida, em prosa.

10- “O ….. está para o Parnasianismo, assim como a ….. está para o
Simbolismo.”

A alternativa que não preenche as lacunas é:

a) verso de ouro/dimensão mística


b) artesanato da palavra/liturgia
c) culto da forma/musicalidade
d) lirismo exacerbado/realidade chã
e) perfeccionismo métrico/flexibilidade

11- Assinale a única afirmação coerente com as características do movimento


simbolista:

a) Algumas obras são bastante herméticas, justificando a referencia a um estilo


“nefelibata”, pela obscuridade nebulosa, consistindo não poucas vezes em uma
linguagem de compreensão extremamente difícil.

b) Evita radicalmente a abordagem de paisagens desoladamente esfumaçada,


de visões esgarçadas, de um estilo etéreo e de um penumbrismo no ambiente.

c) Nas obras há um predomínio dos fatos fisiológicos, que não de fatos de


ordem espiritual e transcendente, mas apenas manifestações da matéria.

d) Preferência pelos assuntos da época, marcadamente as questões sociais,


como a abolição da escravatura.
e) Exacerbado sentimento da natureza, que se revela especialmente quanto à
apresentação do indígena e das riquezas naturais, como florestas, rios e fauna.

12- Responda:

Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,


Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —


Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,


E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição


designada como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem
temática presentes no soneto, identificam-se marcas dessa literatura de
transição, como

a) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas e o


vocabulário requintado, além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos
vigentes no Modernismo.
b) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em
metáforas como “Monstro de escuridão e rutilância” e “influência má dos signos
do zodíaco”.

c) a seleção lexical emprestada ao cientificismo, como se lê em “carbono e


amoníaco”, “epigênesis da infância” e “frialdade inorgânica”, que restitui a visão
naturalista do homem.

d) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo


e do Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética, e o
desconcerto existencial.

e) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo


tempo filosófica, que incorpora valores morais e científicos mais tarde
renovados pelos modernistas.

13- Leia o soneto de Cruz e Sousa.

Silêncios

Largos Silêncios interpretativos,

Adoçados por funda nostalgia,

Balada de consolo e simpatia

Que os sentimentos meus torna cativos;

Harmonia de doces lenitivos,

Sombra, segredo, lágrima, harmonia

Da alma serena, da alma fugidia

Nos seus vagos espasmos sugestivos.

Ó Silêncios! ó cândidos desmaios,


Vácuos fecundos de celestes raios

De sonhos, no mais límpido cortejo…

Eu vos sinto os mistérios insondáveis

Como de estranhos anjos inefáveis

O glorioso esplendor de um grande beijo!

(Cruz e Sousa. Broquéis, Faróis, Últimos Sonetos, 2008.)

A análise do soneto revela como tema e recursos poéticos, respectivamente:

a) a religiosidade como forma de superação do sofrimento humano; metáforas


e antíteses reforçam o negativismo da desagregação existencial nos versos
livres.

b) o esforço de superação do sofrimento coexiste com o esgotamento das


forças do eu lírico; assonâncias e metonímias reforçam os contrastes das rimas
alternadas em versos livres.

c) o apelo à subjetividade e à espiritualidade denota a conciliação entre o eu


lírico e o mundo; metáforas e sinestesias reforçam o sentido de
transcendentalidade nos versos de doze sílabas.

d) a apresentação da condição existencial do eu lírico, marcada pelo


sofrimento, em uma abordagem transcendente; assonâncias e aliterações
reforçam a sonoridade nos versos decassílabos.

e) a aura de mistério e de transcendentalidade suaviza o sofrimento do eu


lírico; rimas alternadas e sinestesias se evidenciam nos versos de redondilha
maior.

14- O Simbolismo é, antes de tudo, antipositivista, antinaturalista e


anticientificista. Com esse movimento, nota-se o despontar de uma poesia
nova, que ressuscitava o culto do vago em substituição ao culto da forma e do
descritivo.
(Massaud Moisés. A literatura portuguesa, 1994. Adaptado.)

Considerando esta breve caracterização, assinale a alternativa em que se


verifica o trecho de um poema simbolista.

a) “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de


neblinas!... Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das
aras...”

b) “É um velho paredão, todo gretado, Roto e negro, a que o tempo uma


oferenda Deixou num cacto em flor ensanguentado E num pouco de musgo em
cada fenda.”

c) “Sobre um trono de mármore sombrio, Num templo escuro e ermo e


abandonado, Triste como o silêncio e inda mais frio, Um ídolo de gesso está
sentado.”

d) “Erguido em negro mármor luzidio, Portas fechadas, num mistério enorme,


Numa terra de reis, mudo e sombrio, Sono de lendas um palácio dorme.”

e) “Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado


Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado.”

15- Tendo em vista os tercetos abaixo e os poemas de onde foram


extraídos, O Incêndio de Roma e Sinfonias do Ocaso, bem como seus
respectivos autores, Olavo Bilac e Cruz e Sousa, assinale a alternativa
INCORRETA.

“Nero, com o manto grego ondeado ao ombro, assoma

Entre os libertos, e ébrio, engrinaldada a fronte,

Lira em punho, celebra a destruição de Roma”.

“Ah! por estes sinfônicos ocasos

A terra exala aromas de áureos vasos,


Incensos de turíbulos divinos”.

a) Ao contrário de Olavo Bilac, Cruz e Sousa conseguiu vencer os preconceitos


e sobrepor-se ao jugo de uma sociedade hostil e escravocrata.

b) A exploração da musicalidade, de assonâncias e de aliterações e a presença


de vocabulário litúrgico são comuns na poesia de Cruz e Sousa.

c) destruição de Roma (1º terceto) alude a um fato histórico e faz do Imperador


Nero a representação de um louco.

d) A percepção do objeto (pôr do sol) não pela visão, mas pela audição –
sinestesia – caracteriza o poema aludido no 2º terceto.

e) A impassibilidade de Nero (1º terceto) perante o incêndio devastador pode


ser interpretada como a representação ideal do artista na estética parnasiana.

16- Do léxico de Cruz e Sousa, especialmente o dos primeiros livros, já se


disse que, além da presença explicável de termos litúrgicos, traía a obsessão
do branco, fator comum a tantas de suas metáforas (…) Ao que se pode
acrescer a não menor frequência de objetos luminosos ou translúcidos.

(Alfredo Bosi, História Concisa da Literatura Brasileira)

Os versos que confirmam de modo mais preciso as características apontadas


no texto são:

a) As minhas carnes se dilaceraram E vão, das llusões que flamejaram, Com o


próprio sangue fecundando as terras...(“Clamando”)

b) Alma! Que tu não chores e não gemas, Teu amor voltou agora. Ei-lo que
chega das mansões extremas, Lá onde a loucura mora! (“Ressurreição”)

c) Nesse lábio mordente e convulsivo, Ri, ri risadas de expressão violenta O


Amor, trágico e triste, e passa, lenta, A morte, o espasmo gélido, aflitivo...
(“Lésbia”)

d) Para as Estrelas de cristais gelados As ânsias e os desejos vão subindo,


Galgando azuis e siderais noivados De nuvens brancas a amplidão vestindo.
(“Siderações”)
e) Ó Formas alvas, brancas. Formas claras De luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras...
(“Antífona”)

17- Responda:

Texto 1

O Morcego

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.

Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:

Na bruta ardência orgânica da sede,

Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

“Vou mandar levantar outra parede…”

Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho

E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,

Circularmente sobre a minha rede!

Pego de um pau. Esforços faço. Chego

A tocá-lo. Minh’alma se concentra.

Que ventre produziu tão feio parto?!

A Consciência Humana é este morcego!

Por mais que a gente faça, à noite, ele entra

Imperceptivelmente em nosso quarto!

(ANJOS, A. Obra completa. Rio de Jan: Aguilar, 94)

Texto 2
O lugar-comum em que se converteu a imagem de um poeta doentio, com o
gosto do macabro e do horroroso, dificulta que se veja, na obra de Augusto dos
Anjos, o olhar clínico, o comportamento analítico, até mesmo certa frieza, certa
impessoalidade científica.

Em consonância com os comentários do texto 2 acerca da poética de Augusto


dos Anjos, o poema O morcego apresenta-se, enquanto percepção do mundo,
como forma estética capaz de:

a) reencantar a vida pelo mistério com que os fatos banais são revestidos na
poesia.

b) expressar o caráter doentio da sociedade moderna por meio do gosto pelo


macabro.

c) representar realisticamente as dificuldades do cotidiano sem associá-lo a


reflexões de cunho existencial.

d) abordar dilemas humanos universais a partir de um ponto de vista


distanciado e analítico acerca do cotidiano.

e) conseguir a atenção do leitor pela inclusão de elementos das histórias de


horror e suspense na estrutura lírica da poesia.

18- Responda:

Sorriso interior

O ser que é ser e que jamais vacila

Nas guerras imortais entra sem susto,

Leva consigo esse brasão augusto

Do grande amor, da nobre fé tranquila.

Os abismos carnais da triste argila

Ele os vence sem ânsias e sem custo…


Fica sereno, num sorriso justo,

Enquanto tudo em derredor oscila.

Ondas interiores de grandeza

Dão-lhe essa glória em frente à Natureza,

Esse esplendor, todo esse largo eflúvio.

O ser que é ser transforma tudo em flores…

E para ironizar as próprias dores

Canta por entre as águas do Dilúvio!

(CRUZ e SOUZA, João da. Sorriso interior. Últimos sonetos. Rio de Janeiro:
UFSC/Fundação Casa de Rui Barbosa/FCC, 1984)

O poema representa a estética do Simbolismo, nascido como uma reação ao


Parnasianismo por volta de 1885. O Simbolismo tem como característica, entre
outras, a visão do poeta inspirado e capaz de mostrar à humanidade, pela
poesia, o que esta não percebe.

O trecho do poema de Cruz e Souza que melhor exemplifica o fazer poético, de


acordo com as características dos simbolistas, é:

a) “Leva consigo esse brasão augusto”.

b) “Os abismos carnais da triste argila/Ela os vence sem ânsias e sem


custo…”.

c) “Fica sereno, num sorriso justo/Enquanto tudo em derredor oscila”.

d) “O ser que é ser transforma tudo em flores…/E para ironizar as próprias


dores/Canta por entre as águas do Dilúvio!”.

e) “O ser que é ser e que jamais vacila/Nas guerras imortais entra sem susto”.
19- Responda:

I
“Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!”

II
“Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!…
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas…
Incensos dos turíbulos das aras…”

As estrofes anteriores são, respectivamente, dos poetas:

a) Manuel Bandeira e Olavo Bilac


b) Vinícius de Moraes e Fagundes Varela

c) Olavo Bilac e Cruz e Sousa


d) Cruz e Sousa e Castro Alves
e) Castro Alves e Alphonsus de Guimaraens

20- Responda:

Texto I

Paisagens de Inverno II

Passou o outono, já, já torna o frio…

Outono de seu riso magoado.


Álgido inverno! Oblíquo o sol, gelado…
O sol, e as águas límpidas do rio.

 
Águas claras do rio! Águas do rio,
Fugindo sob o meu olhar cansado,

Para onde me levais meu vão cuidado?


Aonde vais, meu coração vazio?

Ficai, cabelos dela, flutuando,


E, debaixo das águas fugidias,
Os seus olhos abertos e cismando…

Onde ides a correr, melancolias?


E, refratadas, longamente ondeando,
As suas mãos translúcidas e frias…

amilo Pessanha, Clepsidra, 1920

Obs.: álgido: frio, gélido.

Texto II

Claude Monet, Impressão, nascer do sol, 1872

Sobre o Simbolismo, movimento ao qual é vinculado o poeta Camilo Pessanha,


e o Impressionismo, movimento ao qual é associado o pintor Claude Monet, é
INCORRETO afirmar que
a) para os impressionistas, o essencial não é retratar a realidade do objeto,
mas, sim, a impressão que esse objeto produz.

b) por ser, no século XIX, o início do caminho artístico em direção à abstração,


o Impressionismo, cujas figuras não devem ter nitidez e contornos absolutos, é
considerado um dos primeiros marcos da Arte Moderna.

c) a arte simbolista valoriza o espiritual, o misterioso, o vago, o inconsciente,


retomando, inclusive, a subjetividade, o misticismo e o individualismo
caraterísticos do Romantismo.

d) no final do século XIX, a estética simbolista e seu espírito decadentista


decretam a falência do Positivismo, do Cientificismo e do Naturalismo.

e) na tentativa de valorizar a sugestão, os sentimentos e as emoções, a arte

Gabarito:

1- C
2- E
3- C
4- A
5- A
6- D
7- E
8- A
9- D
10- D
11- A
12- D
13- D
14- A
15- A
16- E
17- D
18- D
19- C
20- E

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