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(QUESTÃO 1 – ENEM 2021) Na construção do soneto, as cores representam um

recurso poético que configura uma imagem com a


Se for possível, manda-me dizer: qual o eu lírico
– É lua cheia. A casa está vazia –
a) revela a intenção de isolar-se em seu espaço.
Manda-me dizer, e o paraíso
Há de ficar mais perto, e mais recente b) simboliza a beleza e o esplendor da natureza.
Me há de parecer teu rosto incerto. c) experimenta a fusão de percepções sensoriais.
Manda-me buscar se tens o dia d) metaforiza a conquista de sua plena realização.
Tão longo como a noite. Se é verdade e) expressa uma visão de mundo mística e
Que sem mim só vês monotonia. espiritualizada.
E se te lembras do brilho das marés 1
De alguns peixes rosados (QUESTÃO 3 – ENEM 2020)
Numas águas
E dos meus pés molhados, manda-me dizer: Retrato de homem
– É lua nova –
E revestida de luz te volto a ver. A paisagem estrita
ao apuro do muro
feito vértebra a vértebra
HILST, H. Júbilo, memória, noviciado da paixão. São Paulo: Cia. das
e escuro.
Letras, 2018

Falando ao outro, o eu lírico revela-se vocalizando um A geração dos pelos


desejo que remete ao sobre a casca e os rostos
em seus diques de sombra
a) ceticismo quanto à possibilidade do reencontro. repostos.
b) tédio provocado pela distância física do ser Os poços com seu lodo
amado. de ira e de tensão:
c) sonho de autorrealização desenhado pela entre cimento e fronte
memória. – um vão.
d) julgamento implícito das atitudes de quem se
As setas se atiram
afasta. às margens de ninguém,
e) questionamento sobre o significado do amor ilesas a si mesmas
ausente. retêm.

Compassos de evasão
(QUESTÃO 2 – ENEM 2021) entre falange e rua
sondando a solitude
nua.
O pavão vermelho
E na armadura de coisa
Ora, a alegria, este pavão vermelho, salobra, um só segredo:
está morando em meu quintal agora. a polpa toda é fruição
de medo.
Vem pousar como um sol em meu joelho
quando é estridente em meu quintal a aurora. ARAÚJO, L.C. Cantochão. Belo Horizonte: Imprensa Publicações – Governo do Estado de
Minas Gerais, 1967.

Clarim de lacre, este pavão vermelho


No poema, a descrição lírica do objeto representado
sobrepuja os pavões que estão lá fora.
é orientada por um olhar que
É uma festa de púrpura. E o assemelho
a uma chama do lábaro da aurora.
a) desvela sentimentos de vazio e angústia sob a
É o próprio doge a se mirar no espelho. aparente austeridade.
E a cor vermelha chega a ser sonora b) expressa desilusão ante a possibilidade de
neste pavão pomposo e de chavelho. superação do sofrimento.
c) contrapõe a fragilidade emocional ao uso
Pavões lilases possuí outrora. desmedido da força física.
Depois que amei este pavão vermelho,
d) associa a incomunicabilidade emocional às
os meus outros pavões foram-se embora.
determinações culturais.
COSTA, S. Poesia completa: Sosígenes Costa. Salvador: Conselho e) privilegia imagens relacionadas à exposição do
Estadual de Cultura. 2001. dinamismo urbano.
(QUESTÃO 4 – ENEM 2021) (QUESTÃO 5 – ENEM 2019)

A viagem
Essa lua enlutada, esse desassossego
Que coisas devo levar A convulsão de dentro, ilharga
nesta viagem em que partes? Dentro da solidão, corpo morrendo
As cartas de navegação só servem Tudo isso te devo. E eram tão vastas
a quem fica. As coisas planejadas, navios,
Com que mapas desvendar Muralhas de marfim, palavras largas 2

um continente Consentimento sempre. E seria dezembro.


que falta? Um cavalo de jade sob as águas
Estrangeira do teu corpo Dupla transparência, fio suspenso
tão comum Todas essas coisas na ponta dos teus dedos
quantas línguas aprender E tudo se desfez no pórtico do tempo
para calar-me? Em lívido silêncio. Umas manhãs de vidro
Também quem fica Vento, a alma esvaziada, um sol que não vejo
procura
um oriente. Também isso te devo.
Também
HILST, H. Júbilo, memória, noviciado da paixão. São Paulo: Cia.
a quem fica Das Letras, 2018.

cabe uma paisagem nova


No poema, o eu lírico faz um inventário de estados
e a travessia insone do desconhecido passados espelhados no presente. Nesse processo,
e a alegria difícil da descoberta. aflora o

O que levas do que fica, a) cuidado em apagar da memória os restos do amor.

o que, do que levas, retiro? b) amadurecimento revestido de ironia e desapego.


c) mosaico de alegrias formado seletivamente.
MARQUES, A. M. In: SANT’ANNA, A (Org.). Rua Aribau. Porto d) desejo reprimido convertido em delírio.
Alegre: Tag, 2018.
e) arrependimento dos erros cometidos.
A viagem e a ausência remetem a um repertório
poético tradicional. No poema, a voz lírica dialoga
com essa tradição, repercutindo a

a) saudade como experiência de apatia.


b) presença da fragmentação da identidade.
c) negação do desejo como expressão de culpa.
d) persistência da memória na valorização do
passado.
e) revelação de rumos projetada pela vivência da
solidão.
(QUESTÃO 6 – ENEM 2018) (QUESTÃO 6 – ENEM 2018)

Quebranto
Eu sobrevivi do nada, do nada
às vezes sou o policial que me suspeito Eu não existia
me peço documentos
Não tinha uma existência
e mesmo de posse deles
me prendo e me dou porrada Não tinha uma matéria
Comecei existir com quinhentos milhões e quinhentos
às vezes sou o porteiro
mil anos
não me deixando entrar em mim mesmo 3
a não ser Logo de uma vez, já velha
pela porta de serviço
Eu não nasci criança, nasci já velha
[...] Depois é que eu virei criança
E agora continuei velha
às vezes faço questão de não me ver
e entupido com a visão deles Me transformei novamente numa velha
sinto-me a miséria concebida como um eterno
Voltei ao que eu era, uma velha
começo

fecho-me o cerco PATROCÍNIO, S. In: MOSÉ, V. (Org.). Reino dos bichos e dos
animais é meu nome.
sendo o gesto que me nego Rio de Janeiro: Azougue, 2009.
a pinga que me bebo e me embebedo
o dedo que me aponto Nesse poema de Stela do Patrocínio, a singularidade
e denuncio da expressão lírica manifesta-se na
o ponto em que me entrego.
a) representação da infância, redimensionada no
às vezes!... resgate da memória.
b) associação de imagens desconexas, articuladas por
CUTI. Negroesia. Belo Horizonte: Mazza. 2007 (fragmento).
uma fala delirante.
Na literatura de temática negra produzida no Brasil, é c) expressão autobiográfica, fundada no relato de
recorrente a presença de elementos que traduzem experiências de alteridade.
experiências históricas de preconceito e violência. No
d) incorporação de elementos fantásticos, explicitada
poema, essa vivência revela que o eu lírico
por versos incoerentes.
a) incorpora seletivamente o discurso do seu
e) transgressão à razão, ecoada na desconstrução de
opressor.
referências temporais.
b) submete-se à discriminação como meio de
fortalecimento.
c) engaja-se na denúncia do passado de opressão e
injustiças.
d) sofre uma perda de identidade e de noção de
pertencimento.
e) acredita esporadicamente na utopia de uma
sociedade igualitária.
(QUESTÃO 8 – ENEM 2018) (QUESTÃO 9 – ENEM 2018)

Esses chopes dourados


o que será que ela quer
essa mulher de vermelho [...]
quando a geração de meu pai
alguma coisa ela quer
batia na minha
pra ter posto esse vestido a minha achava que era normal
que a geração de cima
não pode ser apenas
só podia educar a de baixo
uma escolha casual batendo 4
podia ser um amarelo
quando a minha geração batia na de vocês
verde ou talvez azul ainda não sabia que estava errado
mas a geração de vocês já sabia
mas ela escolheu vermelho
e cresceu odiando a geração de cima
ela sabe o que ela quer
aí chegou esta hora
e ela escolheu vestido
em que todas as gerações já sabem de tudo
e ela é uma mulher e é péssimo
ter pertencido à geração do meio
então com base nesses fatos
tendo errado quando apanhou da de cima
eu já posso afirmar e errado quando bateu na de baixo
que conheço o seu desejo
e sabendo que apesar de amaldiçoados
caro watson, elementar: éramos todos inocentes.
o que ela quer sou euzinho
WANDERLEY, J. In: MORICONI, I. (Org.).
sou euzinho o que ela quer Os cem melhores poemas brasileiros do século.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (fragmento).
só pode ser euzinho
o que mais podia ser
Ao expressar uma percepção de atitudes e valores
situados na passagem do tempo, o eu lírico manifesta
FREITAS, A. Um útero é do tamanho de um punho. São Paulo:
uma angústia sintetizada na
Cosac Naify, 2013.
a) compreensão da efemeridade das convicções
No processo de elaboração do poema, a autora antes vistas como sólidas.
confere ao eu lírico uma identidade que aqui
representa a b) consciência das imperfeições aceitas na
a) hipocrisia do discurso alicerçado sobre o senso construção do senso comum.
comum. c) revolta das novas gerações contra modelos
b) mudança de paradigmas de imagem atribuídos à tradicionais de educação.
mulher.
c) tentativa de estabelecer preceitos da psicologia d) incerteza da expectativa de mudança por parte das
futuras gerações.
feminina.
d) importância da correlação entre ações e efeitos e) crueldade atribuída à forma de punição praticada
causados. pelos mais velhos.
e) valorização da sensibilidade como característica de
gênero.
(QUESTÃO 10 – ENEM 2016) (QUESTÃO 11 – ENEM 2019)

Soneto VII Uma ouriça

Onde estou? Este sítio desconheço: Se o de longe esboça lhe chegar perto,
Quem fez tão diferente aquele prado? se fecha (convexo integral de esfera),
Tudo outra natureza tem tomado; se eriça (bélica e multiespinhenta):
E em contemplá-lo tímido esmoreço. e, esfera e espinho, se ouriça à espera.
Mas não passiva (como ouriço na loca);
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço nem só defensiva (como se eriça o gato)
De estar a ela um dia reclinado: sim agressiva (como jamais o ouriço), 5
Ali em vale um monte está mudado: do agressivo capaz de bote, de salto
Quanto pode dos anos o progresso! (não do salto para trás, como o gato):
daquele capaz de salto para o assalto.
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera: Se o de longe lhe chega em (de longe),
Nem troncos vejo agora decadentes. de esfera aos espinhos, ela se desouriça.
Reconverte: o metal hermético e armado
Eu me engano: a região esta não era; na carne de antes (côncava e propícia),
Mas que venho a estranhar, se estão presentes as molas felinas (para o assalto),
Meus males, com que tudo degenera! nas molas em espiral (para o abraço).

COSTA, C. M. Poemas. Disponível em: MELO NETO, J. C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro; Nova
www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 jul. 2012. Fronteira, 1997

Com apuro formal, o poema tece um conjunto


No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a semântico que metaforiza a atitude feminina de
contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma a) tenacidade transformada em brandura.
reflexão em que transparece uma
b) obstinação traduzida em isolamento.
a) angústia provocada pela sensação de solidão.
c) inércia provocada pelo desejo platônico.
b) resignação diante das mudanças do meio
ambiente. d) irreverência cultivada de forma cautelosa.
c) dúvida existencial em face do espaço e) desconfiança consumada pela intolerância.
desconhecido.
d) intenção de recriar o passado por meio da
paisagem.
e) empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da
terra.
Gabarito: [A]

Resposta da questão 1: Em “Negroesia”, Cuti, pseudônimo de Luiz Silva,


[C] aborda as questões inerentes à problemática das
relações raciais no Brasil no que toca ao combate às
No poema “Júbilo”, de Hilda Hilst, o eu lírico revela o formas de preconceito e discriminação em que,
desejo de se reencontrar com o seu amado, retido em muitas vezes, a vítima assume o comportamento do
um passado que resgata pelas memórias das opressor: “sou o policial que me suspeito”, “às vezes
experiências vividas. O último verso, “E revestida de sou o porteiro/não me deixando entrar em mim
luz te volto a ver” revela a importância que esse desejo mesmo”, “fecho-me o cerco/sendo o gesto que me
se transforme em realidade para sua autorrealização, nego”. Assim, é correta a opção [A]. 6
como mencionado em [C].
Resposta da questão 7:
Resposta da questão 2: [E]
[D]
Stela do Patrocínio, internada em clínica psiquiátrica
No soneto, o eu lírico se apropria metaforicamente da durante décadas e portadora de uma linguagem
imagem do pavão vermelho para expressar a singular, captou o interesse da comunidade literária
sensação de realização plena (“É o próprio doge a se quando teve as suas falas gravadas, posteriormente
mirar no espelho”) que não havia sentido antes reproduzidas em forma de poema e publicadas. No
(“Depois que amei este pavão vermelho/ os meus poema do enunciado, expressões como “eu não
outros pavões foram-se embora”). Assim, é correta a existia” ou “nasci já velha” ou “depois virei criança”
opção [D]. surpreendem o leitor que se depara com a ausência
de lógica no discurso do eu-lírico ecoada na
desconstrução de referências temporais, como se
Resposta da questão 3:
afirma em [E].
[A]

Expressões como “paisagem estrita”, “escuro”, Resposta da questão 8:


“diques de sombra”, “poços com seu lodo/de ira e de [A]
tensão”, “evasão”, “solitude” e “medo” sugerem a
figura de um homem que esconde, sob a capa de um No poema “o que será que ela quer”, o eu lírico
comportamento austero, profundos sentimentos de masculino interpreta o comportamento e a
vazio e angústia, como se afirma em [A]. personalidade femininos a partir da uma perspectiva
subjetiva, a ponto de atribuir-se a si mesmo as
qualidades necessárias que o tornam o único possível
Resposta da questão 4:
alvo dos desejos de uma mulher. Assim, é correta a
[E]
opção [A], pois revela um tipo de discurso vigente em
sociedades patriarcais, cujos padrões morais revelam
O poema “A viagem”, de Ana Martins Marques,
uma visão estereotipada da mulher.
remonta ao repertório poético tradicional das
cantigas de amigo trovadorescas, na presença da voz
feminina que revela as suas inquietudes pela partida Resposta da questão 9:
do amado. A sequência de interrogações que [B]
constitui o corpo do poema revela a incerteza de
rumos projetada pela vivência da solidão, como se A angústia do eu lírico decorre da constatação que as
afirma em [E]. convicções se alteram de geração para geração, no
sentido de corrigir comportamentos e conceitos
arraigados na sociedade, mas que se vão revelando
Resposta da questão 5:
incorretos e ultrapassados ao longo do tempo. Ou
[B]
seja, o eu lírico manifesta angústia pela consciência
das imperfeições aceitas na construção do senso
As lembranças do passado enunciadas nos primeiros
comum. Assim, é correta a opção [B].
versos conferem valor positivo ao verso “Tudo isso te
devo”, mas contrastam com as sensações negativas
com que o eu lírico se defronta no presente, depois Resposta da questão 10:
de uma reavaliação mais madura: “E tudo se desfez no [E]
pórtico do tempo”. Assim, o último verso da estrofe,
“Também isso te devo”, expressa amadurecimento Ao longo do soneto, o eu lírico manifesta estranheza
revestido de ironia e desapego, como se afirma em pelas mudanças que observa na natureza: “Quem fez
[B]. tão diferente aquele prado?”, “ Uma fonte aqui houve;
eu não me esqueço”, “Ali em vale um monte está
mudado”, “Nem troncos vejo agora decadentes”. No
Resposta da questão 6:
último terceto, reconhece que também nele
aconteceu a mesma deterioração que encontra na
natureza: “Mas que venho a estranhar, se estão
presentes/Meus males, com que tudo degenera!”.
Nesse sentido, deduz-se que existe empatia entre os
sofrimentos do eu lírico e a deterioração da terra,
como se afirma em [E].

Resposta da questão 11:


[A]
7
O título do poema contém um vocábulo criado por
João Cabral, aproximando a mulher de um animal, em
explícita analogia. Da mesma forma que o ouriço, ao
sentir-se ameaçada, a mulher se fecha para se
proteger, assumindo até uma atitude agressiva,
“capaz de bote, de salto”. Mas “Se o de longe lhe
chega em”, “de esfera aos espinhos, ela se desouriça”,
ou seja, se o desconhecido se aproxima de modo não
ofensivo, ela se desarma, acabando por transformar
sua aparência “multiespinhenta” “na carne de antes”,
pronta para oferecer-lhe seu “abraço”. O poema
metaforiza, assim, a atitude feminina de tenacidade
transformada em brandura, como se afirma em [A].
1 204095 Elevada Português
Enem/2021 Múltipla escolha

2 ............. 204085..... Elevada ......... Português


............... Enem/2021 ...................... Múltipla escolha

3 ............. 196957..... Elevada ......... Português


............... Enem/2020 ...................... Múltipla escolha

4 ............. 189448..... Elevada ......... Português


............... Enem/2019 ...................... Múltipla escolha 8

5 ............. 189440..... Elevada ......... Português


............... Enem/2019 ...................... Múltipla escolha

6 ............. 181756..... Média ............ Português


............... Enem/2018 ...................... Múltipla escolha

7 ............. 181775..... Elevada ......... Português


............... Enem/2018 ...................... Múltipla escolha

8 ............. 181763..... Elevada ......... Português


............... Enem/2018 ...................... Múltipla escolha

9 ............. 165293..... Elevada ......... Português


............... Enem/2016 ...................... Múltipla escolha

10 .......... 165281..... Elevada ......... Português


............... Enem/2016 ...................... Múltipla escolha

11 .......... 189415..... Elevada ......... Português


............... Enem/2019 ...................... Múltipla escolha
Estatísticas - Questões do Enem

Q/prova Q/DB Cor/prova


Ano Acerto

4 ................................ 189448 .......... azul


.................................. 2019 .............. 33% 9

5 ................................ 189440 .......... azul


.................................. 2019 .............. 27%

6 ................................ 181756 .......... azul


.................................. 2018 .............. 35%

7 ................................ 181775 .......... azul


.................................. 2018 .............. 32%

8 ................................ 181763 .......... azul


.................................. 2018 .............. 21%

9 ................................ 165293 .......... azul


.................................. 2016 .............. 22%

10 ............................. 165281 .......... azul


.................................. 2016 .............. 13%

11 ............................. 189415 .......... azul


.................................. 2019 .............. 31%

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