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Ficha de exercícios – Parnasianismo

Colégio Militar do Recife Em que da voz materna ouvi: “meu filho!” E em que
Profª Jéssica Mendes Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem
Estudante: ____________________________ ventura e o amor sem brilho!
(Olavo Bilac, Poesias)
1) Ano: 2013 Banca: INEP Órgão: ENEM
No poema, o eu lírico
Mal secreto A) define-se apaixonado pela língua portuguesa
Se a cólera que espuma, a dor que mora de Portugal, mas não pela do Brasil.
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce, B) desqualifica a língua portuguesa, pois a vê
Tudo o que punge, tudo o que devora como agreste e símbolo da saudade.
O coração, no rosto se estampasse; C) questiona se a língua portuguesa chegará a
ser bela como outras nascidas do latim.
Se se pudesse, o espírito que chora, D) sugere que a língua portuguesa traz em si
Ver através da máscara da face, sentimentos ruins e, por isso, não pode ser
Quanta gente, talvez, que inveja agora bela.
Nos causa, então piedade nos causasse! E) enaltece a língua portuguesa, por sua riqueza
capaz de expressar diferentes sentimentos.
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo, 3) Ano: 2018 Banca: Unichristus
Como invisível chaga cancerosa! Torce, aprimora, alteia, lima A frase, e enfim, No verso
de ouro engasta a rima Como um rubim Quero que a
Quanta gente que ri, talvez existe, estrofe cristalina, Dobrada ao jeito Do ourives, sai da
Cuja ventura única consiste oficina ........................................... Assim procedo.
Em parecer aos outros venturosa! Minha pena Segue esta norma, Por te servir, Deusa
CORREIA. R In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Brasilia: AFhambra, 1995.
serena, Serena forma.
BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. 40a ed. Cultrix, São Paulo. p.
Coerente com a proposta parnasiana de cuidado 227.

formal e racionalidade na condução temática, o


soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma Nesse fragmento, de Olavo Bilac, observa-se que o
como as emoções do indivíduo são julgadas em poeta parnasiano define a palavra como algo que não
sociedade. Na concepção do eu lírico, esse julgamento se identifica com a substância das coisas, mas veste-a
revela que de forma magnífica. Nesse fragmento, fica evidente
A) a necessidade de ser socialmente aceito leva uma das características da poesia parnasiana, no caso,
o indivíduo a agir de forma dissimulada. A) a idealização da natureza.
B) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno B) o erotismo latente.
quando compartilhado por um grupo social. C) o culto da forma.
C) a capacidade de perdoar e aceitar as D) a dessacralização da palavra.
diferenças neutraliza o sentimento de inveja. E) o sentimentalismo exagerado.
D)
E) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo 4) A um Poeta
a apiedar-se do próximo.
F) a transfiguração da angústia em alegria é um Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve!
artifício nocivo ao convívio social. No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
2) Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: INSPER Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço;
Leia trecho do poema de Olavo Bilac. e a trama viva se construa De tal modo, que a imagem
Língua Portuguesa fique nua, Rica mas sóbria, como um templo grego.
Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E,
esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga natural, o efeito agrade, Sem lembrar os andaimes do
impura A bruta mina entre os cascalhos vela... edifício:
Amote assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura,
clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da inimiga do artifício, É a força e a graça na
procela E o arrolo da saudade e da ternura! simplicidade.
Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens (BILAC, O. Poesias. 15.ed. Rio de Janeiro: Francisco
selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso Alves, 1931. p.339.)
idioma,
Com base nesse poema e nos conhecimentos sobre o Mas eu que sempre te segui os passos
Parnasianismo, considere as afirmativas a seguir. sei que a cruz infernal prendeu-te os braços
e o teu suspiro como foi profundo!
(SOUSA, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1961)
I. O eu lírico defende que o sofrimento do poeta na
feitura do poema fique explícito para o leitor atento. Com uma obra densa e expressiva no Simbolismo
II. O último verso ironiza a escola parnasiana por brasileiro, Cruz e Souza transpôs para seu lirismo
conta de seus excessos formais e exageros uma sensibilidade em conflito com a realidade
metalinguísticos. vivenciada. No soneto, essa percepção traduz-se em
III. O poema retoma certos valores preconizados pela
tradição clássica, como a forma soneto, por exemplo. (A) sofrimento tácito diante dos limites impostos
IV. O poema é uma espécie de receita de como se pela discriminação.
fazer poesia, o que fica sugerido já em seu título. (B) tendência latente ao vício como resposta ao
Assinale a alternativa correta. isolamento social.
A) Somente as afirmativas I e II são corretas. (C) extenuação condicionada a uma rotina de tarefas
B) Somente as afirmativas I e IV são corretas. degradantes.
C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. (D) frustração amorosa canalizada para as atividades
D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. intelectuais.
E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. (E) vocação religiosa manifesta na aproximação com
a fé cristã.
5) (ITA) – Leia com atenção as duas estrofes
abaixo e compare-as quanto ao conteúdo e à 7) (UNIP) Das alternativas abaixo, indique a que
forma. não se aplica ao Simbolismo.
I a) Procura evocar a realidade e não descreve-la
Mas que na forma se disfarce o emprego minuciosamente.
Do esforço; e a trama viva se construa b) O poeta evita que os sentimentos interfiram na
De tal modo que ninguém fique nua abordagem da realidade.
Rica mas sóbria, como um templo grego. c) O valor musical dos signos lingüísticos é um efeito
II procurado pelos poetas.
Do Sonho as mais azuis diafaneidades d) O Simbolismo mantém ligações com a poética
que fulijam, que na Estrofe se levantem romântica.
e as emoções, todas as castidades e) O tema da morte é valorizado pelos simbolistas.
Da alma do Verso, pelos versos cantem.
8) Ano: 2019 Banca: Exército Órgão: EsSA
Comparando as duas estrofes, conclui-se que:
a) I é parnasiana e II, simbolista. Leia os versos a seguir, e assinale a alternativa que os
b) I é simbolista e II, romântica. analisa corretamente: Vozes veladas, veludosas vozes.
c) I é árcade e II, parnasiana. Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos
d) I e II são parnasianas. vórtices de vozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
e) I e II são simbolistas. A) a expressão objetiva aponta para a racionalidade
dos poetas do Realismo.
6) ENEM B) a combinação vocabular provoca a ênfase na
Vida obscura sonoridade típica do Simbolismo.
C)a linguagem dos versos materializa no texto a visão
Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro bucólica do Arcadismo.
ó ser humilde entre os humildes seres, D) os versos decassílabos apresentam os paradoxos
embriagado, tonto de prazeres, característícos do Barroco.
o mundo para ti foi negro e duro. E) as metáforas insólitas traduzem a crítica social
própria do Modernismo.
Atravessaste no silêncio escuro
a vida presa a trágicos deveres
e chegaste ao saber de altos saberes
tornando-te mais simples e mais puro.

Ninguém te viu o sofrimento inquieto,


magoado, oculto e aterrador, secreto,
que o coração te apunhalou no mundo,

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