Figura 1 - Sessão psicoterapêutica virtual

Milkhealing: Curativo biodegradável para lesões

superficiais na pele a partir da proteína do leite
Ana Giulia Soares Martins da Silva, João Vitor Figueiredo de Vasconcelos,
Maria Júlia Gama Seelig Helfer
Orientador: Prof(ª) Laura Freitas da Fonseca e Silva

Introdução Resultados e Discussões

Estima-se que cada leito hospitalar na América Latina produz Os experimentos realizados permitiram a formação de um fio
cerca de 3 kg de resíduos sólidos por dia (WHO, 1999), e parte somente a partir da caseína extraída do leite integral.
desses materiais são descartados de maneira inadequada em Entretanto, ele não apresentou resistência suficiente para que
lixões ou vazadouros, agravando a poluição ambiental. Outro pudesse ser feito o processo de tecelagem em um tear, além
problema que impacta o meio ambiente é o desperdício de de que as fibras degradaram-se algumas horas após a sua
alimentos, seja durante o processo de produção ou pela formação, não permitindo assim a constituição de um curativo
ultrapassagem dos prazos de validade para consumo. Nessa que já possa ser usado em lesões na epiderme.
conjuntura, o presente projeto buscou aliar a redução do Na busca por outras alternativas, foram achados estudos
descarte de polímeros sintéticos no meio ambiente, realizados por Bier et al. (2016), que indicam que o uso de
abundantes nos curativos tradicionais, à diminuição do uma solução de água, glicerina, ácido hialurônico e caseína
desperdício de leite, através do desenvolvimento de um possam reduzir a fragilidade das fibras obtidas.
curativo biodegradável constituído principalmente pela Para a testagem da cola, foram realizados testes cutâneos que
caseína, proteína mais abundante no leite. não acusaram nenhuma reação alérgica após o contato com a
pele, sugerindo sua potencial segurança e viabilidade para sua
Materiais e Métodos aplicação em um curativo.
Para a extração da caseína foi utilizado o leite fora da validade,
coalhado após três dias de espera para que houvesse a Figura 2 - Caseína após o processo de fiação
separação do soro do leite, com a ajuda de um filtro de café.
Também foram utilizados o vinagre (solução de ácido acético) e o
limão para facilitar a separação da proteína. Após a extração, a
caseína permaneceu por uma noite em um pano seco para que
pudesse ser peneirada. Ela foi colocada em uma máquina
centrífuga com fonte de calor central para o processo de fiação,
surgindo a fibra. Para a cola do curativo, foi testada uma mistura
entre gelatina incolor e o soro do leite que foi obtido no
processo descrito anteriormente.
Figura 1 - Extração da caseína

Referências
WORLD ORGANIZATION HEALTH (WHO). Safe management of
wastes from health‑care activities. Geneva: WHO, 1999.
BIER, M.C. et al. Investigation of eco-friendly casein fibre
production methods. Bielefeld, Germany, 2016.
Considerações Finais
Mesmo não tendo atingido a totalidade de seus objetivos, o
projeto demonstrou resultados promissores com a obtenção
de um fio cuja principal matéria prima provém do leite. Sendo
assim, planeja-se para pesquisas futuras a investigação acerca
do uso de outros produtos naturais associados à caseína, para
obtenção de um fio com maior resistência e que possa ser
usado para tecelagem, além da junção do mesmo com a cola
já testada. Assim, será permitida a concretização de um
curativo biodegradável que atenda às propostas iniciais do
projeto, ou seja, formado a partir de excedentes da indústria
alimentícia e livre de substâncias que possam formar
microplásticos após sua degradação.

Contato:
teacherlaurafreitas@gmail.com