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LEITE E DERIVADOS
Professora: Sônia
Aluna: Daniele Silva
Curso: Química Industrial
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1. INTRODUÇÃO
Leite fermentado é o nome genérico dado a produtos como: iogurte, leite cultivado, leite acidófilo,
kefir, kumys e coalhada. Este nome se deve ao fato do leite ser inoculado com culturas iniciadoras de
microrganismos ácido-láticos, que convertem parte da lactose do leite em ácido lático por meio da
fermentação. A fermentação lática aumenta o prazo de validade do leite, inibindo o crescimento de
bactérias patogênicas e/ou deteriorantes. Outras substâncias também são formadas no processo de
fermentação, conferindo aos produtos características sensoriais desejáveis.
A produção e a comercialização destes leites são regulamentadas e devem seguir alguns padrões
de qualidade e composição. Eles são ajustados em seu teor de gordura e de sólidos não gordurosos, e
modificados pela inoculação de culturas lácteas. Atualmente, existe uma grande variedade de leites
fermentados, classificados de diferentes maneiras.
Originalmente populares no Oriente Médio, os leites fermentados tiveram uma difusão mundial de
seu consumo, principalmente a partir do desenvolvimento de produtos adicionados de ingredientes como
frutas e aromatizantes. A relação destes produtos como alimentos funcionais, que visam benefícios à
saúde, a simplicidade da tecnologia de fabricação, o preço acessível e o relativo elevado prazo de
validade em relação ao leite, são alguns dos fatores responsáveis pelo sucesso destes produtos no
mundo.
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2. HISTÓRICO DOS LEITES FERMENTADOS
O leite fermentado é um alimento lácteo conhecido desde os primórdios da civilização, sendo
classificados como os mais antigos derivados. Algumas referências sobre esse alimento são encontradas
na bíblia: Abraão acreditava que sua longevidade estava relacionada ao consumo de leite fermentado.
Moisés considerava o leite fermentado um presente de Deus, assim como o mel e o vinho. Cientistas
conhecidos como Hipócrates, consideravam o leite fermentado não apenas um alimento, mas também
um remédio, prescrevendo-o no tratamento de distúrbios estomacais e intestinais. Na França, o leite
fermentado foi relacionado à cura de infecções intestinais e considerado um fator de auxílio à digestão.
No início do século 20, pesquisadores do instituto Pasteur na França, começaram a apresentar
explicações sobre os efeitos benéficos das bactérias acido-láticas presentes no leite fermentado, sendo
nesta época atribuída a ótima saúde e longevidade dos povos Búlgaros ao consumo elevado de leites
fermentados. Em 1908, um pesquisador russo (Metchnikoff), do referido Instituto, ganhou o prêmio
Nobel após isolar o Bacillus bulgaricus e analisar os efeitos benéficos desse microrganismo no leite
fermentado. O estudo foi baseado no fato de que as bactérias ácido-láticas, naturalmente presentes no
intestino, apresentavam-se no leite e produziam substâncias que inibiam o crescimento de bactérias
patogênicas e, assim prolongavam a longevidade dos consumidores. O Bacillus bulgaricus não produzia
álcool no leite, diferente de outros alimentos lácteos amplamente consumidos na época, como kefir e
Kumys. Metchnikoff acreditava que o crescimento de contaminantes bacterianos era inibido pelo ácido
lático e outros produtos ainda não identificados, que atuavam sinergicamente no leite.
Originalmente o processo de fermentação envolvia a coagulação do leite por microrganismos
presentes naturalmente no alimento, obtendo-se um produto final com características e propriedades
físico-químicas diferentes da matéria original. Atualmente, o leite fermentado pode ser definido como
um produto adicionado ou não de microrganismos específicos, responsáveis pela coagulação e
acidificação do leite. Pode se afirmar que o início do século passado foi importante para a produção em
grande escala dos leites fermentados. Em 1971, Isaac Carasso começou a produzir industrialmente o
leite fermentado em Barcelona; esse foi o marco para o consumo em massa deste alimento.
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3. DEFINIÇÃO DE LEITES FERMENTADOS
De acordo com a Instrução Normativa nº 46 do Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento (MAPA) que trata do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leites
Fermentados, “entende-se por Leites Fermentados os produtos adicionados ou não de outras substâncias
alimentícias, obtidas por coagulação e diminuição do pH do leite, ou reconstituído, adicionado ou não de
outros produtos lácteos, por fermentação láctica mediante ação de cultivos de microrganismos
específicos. Estes microrganismos específicos devem ser viáveis, ativos e abundantes no produto final
durante seu prazo de validade”.
4. LEITE ACIDÓFILO
Leite acidófilo é o leite que foi inoculado com uma cultura de Lactobacillus acidophillus (figura 1)
onde é permitida a fermentação em condições que favoreçam o crescimento e o desenvolvimento de
grandes números de microrganismos. Como o ácido se forma muito devagar, pode não ser capaz de
ultrapassar a contaminação com outras bactérias. É necessário esterilizar o leite antes da inoculação a
fim de eliminar a possibilidade de contaminação a partir desta fonte. O lactobacilo acidófilo faz parte da
grande família dos fermentos lácteos, está presente no intestino humano, onde constitui 50 % da flora
microbiana normal. Para preparar este produto, utiliza-se leite integral ou desnatado, pasteuriza-se a
85°C por 2 vezes para eliminar quase a totalidade dos germes, ou esteriliza sob pressão a 115°C, como
UHT. Deve-se resfriá-lo a 37°C e colocá-lo em frascos que devem ser mantidos durante 24 horas a 35-
37°C para favorecer a coagulação e ser consumido rapidamente. Sua forma de conservação é a 4ºC.
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vários benefícios para a saúde. Ainda, apresentam a capacidade de resistir a baixas tensões superficiais e
ao suco gástrico.
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embora o crescimento ocorra tambem em temperaturas de 45°C, a faixa de temperatura ideal de
crescimento de Lb. acidophilus é entre 35 e 40°C, sendo a temperatura ótima de 37°C.
A tolerância de ácido varia de 0,3 a 1,9% de acidez titulável, com um crescimento ótimo em pH
5.5 - 6.0 .Por causa de baixo teor de peptídeos e aminoácidos disponíveis no leite, Lb. acidophilus tende
a multiplicar lentamente neste meio.
5. BUTTERMILK (LEITELHO)
Denomina-se leitelho o leite resultante da bateção do creme para a fabricação da manteiga,
adicionado ou não de leite desnatado e acidificado ou não biologicamente por fermentos selecionados
com desdobramento parcial da lactose e rico em ácido lático, proteínas e sais minerais. Pode ser exposto
ao consumo no estado fresco ou em pó.
No Brasil são poucos os registros de volume de leitelho produzido, estima-se cerca de 34.000
litros/dia no período da safra. Esse valor é questionável, devido à falta de controle do registro de
produção e o fato de ser procedimento corriqueiro misturar indiscriminadamente leitelho e soro, como
também o simples descarte desse subproduto nas redes coletoras de esgoto e cursos d’água.
Devido aos elevados valores nutritivos e pela sua elevada carga orgânica, tanto o soro como o
leitelho não devem ser misturados aos demais efluentes da indústria. O descarte nos efluentes líquidos
da respectiva indústria significa dupla perda nutricional e financeira, uma vez que se deixa de ganhar
pelo produto a mais que poderia ser vendido e, a outra, pelo gasto a mais com o tratamento de maiores
volumes e maiores cargas poluidoras que esses desperdícios incorporam aos efluentes líquidos.
6. YAKULT
Em termos simples, o intestino é conectado com o mundo externo principalmente através da
boca e, por isso, é necessário ter as barreiras para defesa contra invasões bacterianas nocivas. O
suco gástrico (ácido clorídrico) e a bile representam algumas dessas barreiras e, portanto, os
lactobacilos presentes nos alimentos fermentados, para serem considerados como probióticos,
têm de ser resistentes à passagem pelo ácido clorídrico e pela bile para conseguirem chegar vivos
ao intestino e colonizarem a microbiota. Os L. Casei Shirota em comparação às demais cepas
existentes em produtos à disposição dos consumidores, são mais resistentes a essas barreiras
naturais e conseguem chegar vivos e em maior quantidade ao intestino, permitindo uma vida
intestinal mais saudável e o aumento da imunidade.
PRODUÇÃO DE YAKULT
O leite desnatado é esterilizado e segue para os tanques de pré-fermentação e de fermentação.
No tanque de pré-fermentação, o leite esterilizado recebe a cultura de Lactobacillus casei Shirota.
Decorrido o período de pré-fermentação, o líquido é transferido ao Tanque de Fermentação. A
fermentação é a etapa mais importante da fabricação do Leite Fermentado Yakult, pois dela depende o
perfeito desenvolvimento dos lactobacilos probióticos da Yakult. Após a fermentação, o leite
fermentado passa pelo tanque de equilíbrio e depois pelo homogeneizador. O leite homogeneizado segue
então para o Tanque de Mistura.
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Figura 3 - Tanque de fermentação
7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALMEIDA, K.E.; BONASSI, I.A.; ROÇA, R.O. Características físicas e químicas de bebidas lácteas fermentadas
e preparadas com soro de queijo minas frescal. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 21,
p.187-192, maio-ago. 2001
OLIVEIRA, M.N. Características funcionais de leites fermentados e outros produtos lácteos. In: OLIVEIRA,
M.N. (Ed). Tecnologia de produtos lácteos funcionais. São Paulo: Editora Atheneu, 2009, p. 277-320.
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