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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,

CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ


CURSO DE QUÍMICA
DISCIPLINA: PROCESSOS
INDÚSTRIAIS ORGÂNICOS II
TURMA: I2023TD

EQUIPE:
Giovanna de Souza
Izabely Ferreira
Juliana Oliveira
Maria Juliana Lopes
Suzana Corrêa

FABRICAÇÃO DE SABONETE LÍQUIDO

BELÉM – PA
12/2023
Giovanna de Souza Bezerra da Silva – 20202024131
Izabely de Nazaré Silva Ferreira – 20212020905
Juliana Lopes Oliveira – 20202024140
Maria Juliana Lopes da Conceição – 20202024145
Suzana Braga Correa – 20202024153

Relatório apresentado à disciplina


Processos Industriais Orgânicos II,
como requisito de avaliação parcial,
sob orientação da Professora
Rosemary Maria Pimentel
Coutinho.

BELÉM – PA
12/2023
RESUMO

A produção de sabões é uma prática muito antiga feitos a partir de uma base forte e uma
gordura animal ou vegetal, os sabões são de extrema importância para os seres humanos para a
limpeza do próprio corpo humano ou de objetos e ambientes. O presente estudo teve como
objetivo fabricar um sabonete líquido no laboratório, para isso foi utilizado o óleo de canola, o
hidróxido de potássio, ácido bórico, extrato de eucalipto, glicerina, açúcar e corante verde. O
sabonete possui propriedades hidratantes provenientes do óleo de canola e da glicerina, na
prática também foi utilizado o processo de extração alcoólica da essência de eucalipto
conferindo um aroma agradável ao produto.
Palavras-chaves: Sabões, extrato, óleo de canola, laboratório.
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1. INTRODUÇÃO
A produção de sabão é de extrema necessidade humana, o momento decisivo para o
sabão foi o século XIX. Discutiam se as suas propriedades emulsificantes eram essenciais para
a higiene ou se apenas irritavam a pele. O sabão ganhou espaço em um momento estratégico
quando descobriu-se o processo para obtenção da soda, usada no lugar de cinzas, e novas
máquinas levaram sua produção do fundo dos quintais para as indústrias. Foi assim, que o sabão
entrou para nosso dia a dia. Hoje, existe uma grande variedade de tipos de sabões com
aplicações específicas que se tornou um item essencial para a vida humana, tanto para o cuidado
do corpo quanto para a limpeza de roupas, utensílios etc. O sabão (Figura 1) é um sal de ácido
graxo obtido pela hidrólise alcalina de gorduras ou óleos de animais e vegetais. Essa reação é
chamada de saponificação. Os sais orgânicos formados na reação de saponificação possuem
cerca de 12 a 18 carbonos na cadeia carbônica constituindo-se uma parte longa e hidrofóbica
(não tem afinidade com a água) e uma parte curta e hidrofílica, (possui afinidade com a água).
A principal matéria-prima para a produção industrial do sabão é a gordura e a soda cáustica ou
potássica. Esses materiais são geralmente misturados em caldeiras com elevadas temperaturas
e deixados para reagir até formar uma massa grossa. Também pode ser usado o cloreto de sódio,
como agente secante, que promove a separação de fase do sal carboxilato produzido (sabão) da
glicerina e outros resíduos da reação de saponificação. (DE OLIVEIRA, 2021).

Figura 1 – Sabão em barra

Fonte: Brasil Escola, 2023.

A característica comum entre as moléculas que formam os sabões, detergentes e


sabonetes são uma longa cadeia carbônica, que devido a sua apolaridade, não possuem
solubilidade apreciável em água e desta forma compõem a parte hidrofóbica da molécula –
cauda hidrofóbica. Em uma das extremidades, por outro lado, encontra-se grupos químicos
polares, que apresentam alta afinidade com a água e formam, portanto, a parte hidrofílica da
molécula - a cabeça hidrofílica. Detalhes da estrutura molecular podem se vistas na
representação da Figura 2. Moléculas com estas características são chamadas de tensoativos. É
justamente essa combinação anfipática que permite o uso dos sabões e detergentes na remoção
da sujeira em roupas, louças etc.
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Figura 2 – Estrutura do sabão

Fonte: O mundo da química,2023.

Considerando um objeto sujo de gordura, o uso do sabão promoverá a formação de


estruturas globulares chamadas de micelas. Essas micelas são resultantes da aglomeração
espontânea e ordenada das moléculas anfipáticas. Estas micelas se formam com as caudas
hidrofóbicas voltadas para dentro, ligadas à gordura, e as cabeças hidrofílicas voltadas para fora,
permitindo uma interação com a água, conforme pode apresentado na Figura 5. É esta interação
com a água que permite remover a sujeira quando as micelas são arrastadas pela água durante
o enxague.

Figura 3 - Micela

Ilustração: DariaRen / Shutterstock.com

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral: Utilizar métodos laboratoriais para fabricar um sabonete líquido.
2.2 Objetivos específicos:
- Utilizar os conhecimentos aprendidos durante as aulas de processos orgânicos II para fabricar
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um produto de higiene;
- Utilizar técnicas laboratoriais para produzir e testar um produto e verificar se está dentro dos
parâmetros de qualidade estabelecidos;
- Desenvolver e aprender mais sobre as técnicas do processo saponificação.

3. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS

MATERIAIS E REAGENTES
Tabela 1 - Materiais e Reagentes

Materiais Reagentes

1 balança analítica 34 mL de ácido cítrico

1 bastão de vido 2 g de açúcar

3 béqueres 17 g de água

1 espátula 2 mL de extrato glicólico de eucalipto

1 fogão 4 g de glicerina

1 garrafa de plástico 3 gotas de corante alimentício verde

1 panela para banho-maria 17 g de hidróxido de potássio (KOH)

1 papel indicador de pH 30 g de óleo de Canola (marca: sinhá)

3 pipetas Pasteur

1 proveta de 25 mL

1 termômetro de mercúrio

Fonte: Autores,2023.

PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
1. Pesou-se 30g de óleo de canola;
2. Aqueceu-se o óleo em banho-maria até a temperatura de 75ºC;
3. Pesou-se 17g de KOH e solubilizou-se em 17 mL de água, agitou-se e aguardou-se até
a solução atingir a temperatura de 60ºC;
4. Adicionou-se a solução de KOH sobre o óleo de canola, acrescentou-se uma pequena
quantidade de álcool e mexeu-se a mistura continuamente até atingir consistência
cremosa;
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5. Colocou-se a mistura em banho-maria até ficar com aspecto semitransparente;


6. Adicionou-se 4 mL de álcool e mexeu-se bem a mistura e esperou-se esfriar;
7. Adicionou-se 34 mL de ácido cítrico e mediu-se o pH;
8. Acrescentou-se aproximadamente 10 mL de água quente e levou-se até banho-maria
até retirar-se o cheiro de álcool;
9. Esperou-se o sabão atingir a temperatura de 40ºC e acrescentou-se a essência de
eucalipto e corante e misturou-se;
10. Após uma semana em descanso, acrescentou-se 4g de glicerina e 2g de açúcar
solubilizado em 2 colheres de chá de água.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Realizou-se a pesagem do óleo que seria utilizado para o procedimento, seu valor foi de
(tabela 1):
Tabela 2 – Valor pesado do óleo.
Tipo de Óleo Canola
Peso (g) 30,0004
Fonte: Autores, 2023.

Ao adicionar o béquer para aquecer em banho-maria percebeu-se uma mudança no


comportamento do óleo, após a mistura alcançar a temperatura necessária adicionou-se KOH e
a textura da mistura sofreu mudança.
Com isso, bater-se a massa obteve-se textura e aparência cremosa. Acrescentou-se
álcool para o aceleramento do processo de saponificação. Cozinhou-se para obter um aspecto
semitransparente, após isso, adicionou-se mais álcool para tornar a massa em uma solução mais
fluida.
Ademais, realizou-se a medição do pH do sabonete líquido e constatou-se um valor entre
8 a 9 na fita de pHs. Após isso, acrescentou-se ácido bórico 20%. A mudança na massa pode
ser analisada abaixo (figuras 4 e 5):
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Figuras 4 e 5 – Antes e depois da adição do ácido bórico.

Fonte: autores, 2023.

Levou-se a mistura para o aquecimento novamente com o objetivo de retirar o álcool e


o cheiro do mesmo. Mediante a isso, adicionou-se a essência de cenoura + eucalipto feito a
partir da extração alcoólica (figura 6), além da adição de corante verde (figura 7). Deixou-se
em repouso o sabonete líquido dentro de um recipiente transparente por 7 dias.

Figura 6 – Extração da essência.

Fonte: autores, 2023.


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Figura 7 – Após adicionar a essência e o corante.

Fonte: autores, 2023

Após o período de descanso pesou-se a glicerina e o açúcar para serem adicionados ao


sabonete líquido. Acrescentou-se 4 g de glicerina e 2 colheres de chá de açúcar. O resultado
pode ser visto na figura 8 a seguir:
Figura 8 – Sabonete líquido final.

Fonte: autores, 2023

A percentagem de sabão verdadeiro foi dada a partir dos seguintes pesos:


Óleo: 30,0004g
Soda seca: 17g
= 47,0004g
Diante disso, a percentagem de sabão verdadeiro é igual a 47,0004% .

5. CONCLUSÃO
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Foi possível utilizar métodos laboratoriais para fabricar um sabonete líquido, utilizar os
conhecimentos aprendidos durante as aulas de processos orgânicos II para fabricar um produto
de higiene, utilizar técnicas laboratoriais para produzir e testar um produto e verificar se está
dentro dos parâmetros de qualidade estabelecidos, e desenvolver e aprender mais sobre as
técnicas do processo de saponificação.

Em conclusão, a prática de produção de sabonete líquido utilizando óleo de canola e


hidróxido de potássio revelou-se um processo eficaz e interessante. A reação química entre
esses ingredientes resultou na formação de sabonete, evidenciada pela transformação da mistura
em uma textura homogênea e viscosa. A presença de óleo de canola conferiu propriedades
hidratantes ao sabonete, enquanto o hidróxido de potássio desempenhou um papel crucial na
saponificação. Além dos benefícios para a pele, a utilização de óleo de canola também contribui
para a sustentabilidade, aproveitando um recurso renovável.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DE OLIVEIRA, Josielma Jesus Dos Santos; DA SILVA, Marciana Benevides; DE SOUZA,
Valdinei Santos. PRODUÇÃO DE SABÃO CASEIRO: Uma proposta economicamente viável
e ambientalmente amigável. if baiano, 2021. Disponível em: https://ifbaiano.edu.br/portal/wp-
content/uploads/2021/12/Cartilha-Producao-de-Sabao-Caseiro.pdf.> Acesso em: 17 dez. 2023.

Atividades complementares

Questionário:

1. O que é saponificação?

A saponificação é um processo químico no qual triglicerídeos (gorduras e óleos) reagem com


um agente saponificador (base forte), como hidróxido de sódio e o de potássio, para a produção
de sabão.

2. Por que é preferível a hidrólise básica na fabricação do sabão e não a catalisada por
ácido?
Na hidrólise básica, ocorre a formação de sais de ácidos graxos, os sabões. Na hidrólise ácida,
ocorreria a formação de sais ácidos, que não têm propriedades detergentes desejáveis. Além de
que, os sabões formados na hidrólise básica são geralmente solúveis em água, facilitando sua
remoção. Os sais ácidos formados na hidrólise ácida podem ser menos solúveis, resultando em
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resíduos indesejados.

3. Quais são as características estruturais do sabão que fazem dele um bom agente de
limpeza?
O sabão é um eficiente agente de limpeza devido à sua estrutura anfipática, contendo partes
hidrofílicas e lipofílicas. Essa composição permite a formação de micelas em solução aquosa,
onde a parte lipofílica aprisiona gorduras e óleos, enquanto a parte hidrofílica as torna solúveis
em água. Esse processo de emulsificação e ação detergente facilitam a remoção de sujeira,
tornando o sabão eficaz em limpezas.

4. Por que um sabão não consegue atuar quando forma precipitado (águas duras)? Por
que o detergente é mais eficiente do que o sabão em águas duras?
Em águas duras, ricas em sais de cálcio, magnésio e ferro, o sabão forma precipitados
insolúveis, resultando em sabões duros ineficazes como agentes de limpeza. Para limpeza em
águas duras, os detergentes são mais eficientes, pois não reagem da mesma forma com esses
sais presentes na água, preservando sua capacidade de emulsionar gorduras e óleos. A
resistência dos detergentes à formação de precipitados contribui para sua eficácia superior
nessas condições.

5. O que é detergente biodegradável?

Um detergente biodegradável contém ingredientes naturais ou sintéticos que podem ser


decompostos por microorganismos presentes no ambiente. Esses detergentes são projetados
para se decompor mais facilmente, reduzindo assim o impacto ambiental em comparação com
detergentes convencionais. A biodegradabilidade significa que os compostos presentes no
detergente podem ser quebrados em componentes mais simples por processos naturais, como a
ação de bactérias, fungos e outros microrganismos, tornando-se menos persistente no meio
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ambiente.

6. Que moléculas dão odor adocicado ao sabão? A que função orgânica pertencem?

O odor adocicado relacionado ao sabão é atribuído a moléculas que pertencem à função


orgânica dos ésteres. Essas moléculas frequentemente exalam aromas agradáveis e são
responsáveis por muitos dos cheiros frutados e adocicados encontrados em produtos como
sabonetes, perfumes e óleos essenciais.

7. Mostre como é produzido o acetato de etila a partir de ácido acético e etanol em meio
ácido.

A síntese do acetato de etila a partir de ácido acético e etanol em meio ácido envolve uma reação
de esterificação. A equação química pode ser representada pela reação abaixo:

CH3COOH + C2H5OH -> CH3COOC2H5 + H2O

Nesta reação, o ácido acético CH3COOH e o etanol C2H5OH reagem para formar acetato de
etila CH3COOC2H5 e água H2O, catalisados por um ácido
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