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LÍNGUA PORTUGUESA - LITERATURA

INTRODUÇÃO À LITERATURA doede-vos algũa vez


de mim e destes olhos meus
que vos virom por mal de si, quando vos virom, e por mi.

CAIU NO ENEM E porque vos fez Deus melhor de quantas fez e mais va-
ler, querede-vos de mim doer
CANÇÃO AMIGA e destes meus olhos, senhor,
Eu preparo uma canção, que vos virom por mal de si, quando vos virom, e por mi.
em que minha mãe se reconheça todas as mães se reco-
nheçam E porque o al nom é rem, senom o bem que vos Deus
e que fale como dois olhos. [...] deu, querede-vos doer do meu
Aprendi novas palavras E tornei outras mais belas. mal e dos meus olhos, meu bem,
Eu preparo uma canção que faca acordar os homens e que vos virom por mal de si, quando vos virom, e por mi.
adormecer as crianças.
ANDRADE, C. D. Novos poemas. Rio de Janeiro: Fonte: <http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=542&pv=sim>.
Acesso em: 15 maio 2017.
Jose Olympio, 1948. (fragmento).

ENEM – 2011 Leia o seguinte trecho do Auto da barca do inferno,


A linguagem do fragmento acima foi empregada pelo autor de Gil Vicente, e res- ponda às questões 2 e 3.
com o objetivo principal de:
a) transmitir informações, fazer referência a acontecimentos mester: profissão que consiste em algum tipo de
observados no mundo exterior. trabalho manual.
b) envolver, persuadir o interlocutor — nesse caso — o leitor,
em um forte apelo a sua sensibilidade.
c) realçar os sentimentos do eu lírico, suas sensações, refle- eramá: em má hora.
xões e opiniões frente ao mundo real.
d) destacar o processo de construção de seu poema, ao
falar sobre o papel da própria linguagem e do poeta. SAPATEIRO Renegaria eu da festa e da
e) manter eficiente o contato comunicativo entre o emissor puta da barcagem! Como poderá isso
da mensagem, de um lado, e o receptor ser, confessado e comungado?!...
— de outro. DIABO Tu morreste excomungado: Nom
o quiseste dizer. Esperavas de viver, ca-
laste dous mil enganos... Tu roubaste
01. Leia as duas cantigas trovadorescas a seguir e respon- bem trint’anos o povo com teu mester.
da: de qual tipo é cada uma dessas cantigas? Justifique Embarca, eramá pera ti, que há já muito
com algum elemento do texto. A cantiga A é uma cantiga que t’espero!
de amigo, pois ela aborda, tematicamente, a expressão do SAPATEIRO Pois digo-te que nom quero!
sofrimento de um eu-lírico feminino ante a ausência de seu DIABO Que te pês, hás-de ir, si, si!
amado. A cantiga B é uma cantiga de amor, porque revela SAPATEIRO Quantas missas eu ouvi,
a contemplação de um eu-lírico faz de uma dama inatingí- nom me hão elas de prestar?
vel. Observe-se que ambas as cantigas são cantigas de DIABO Ouvir missa, então roubar, é ca-
refrão, porque apresentam estribilho. minho per’aqui.

Fonte:<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000107.pdf>. Acesso em:


15 maio 2017.
A) Ai eu coitada, como vivo em gram cuidado
Afonso X ou Sancho I
Ai eu coitada, como vivo em gram cuidado 2.O Auto da barca do inferno pertence ao gênero dramático,
por meu amigo que hei alongado; mas sua forma se aproxima da poesia. Aponte um aspecto
muito me tarda formal do texto característico da poesia produzida durante o
o meu amigo na Guarda. Humanismo que o trecho acima ilustra. Predominância de
versos em redondilha maior.
Ai eu coitada, como vivo em
gram desejo por meu amigo que tarda 3.No trecho acima, qual aspecto da sociedade é critica-
e nom vejo do/ironizado por meio da figura do sapateiro? Explique,
muito me tarda o meu amigo na Guarda demonstrando quais atitudes do sapateiro são representati-
<http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=45 vas do aspecto criticado. A hipocrisia dos indivíduos que exer-
7&tr=4&pv=sim>. Acesso em: 15 maio 2017. cem práticas religiosas, mas não são honestos. O sapateiro
praticou atos religiosos durante a sua vida (confessou, co-
mungou e ia a missas), mas roubava o povo ao exercer o
seu trabalho.
B)Ai senhor fremosa, por Deus
D. Dinis 4.O amor cortês foi um gênero praticado desde os trova-
Ai senhor fremosa! por Deus e dores medievais europeus. Nele a devoção masculina por
por quam boa vos El fez, uma figura feminina inacessível foi uma atitude constante.
A opção cujos versos confirmam o exposto é:

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a) Eras na vida a pomba predileta (…) Eras o idílio de um drões medievais que caracterizam a vassalagem, a ser-
amor sublime. Eras a glória, – a inspiração, – a pátria, vidão amorosa.
O porvir de teu pai! (Fagundes Varela).
b) Carnais, sejam carnais tantos desejos, Carnais sejam b) O teatro vicentino é basicamente caracterizado pela
carnais tantos anseios, Palpitações e frêmitos e enleios sátira, criticando o comportamento de todas as cama-
Das harpas da emoção tantos arpejos… (Cruz e Sousa). das sociais: a nobreza, o clero e o povo. Gil Vicente não
c) Quando em meu peito rebentar-se a fibra, Que o espíri- tem preocupação de fixar tipos psicológicos, e sim a de
to enlaça à dor vivente, Não derramem por mim ne- fixar tipos sociais.
nhuma lágrima Em pálpebra demente. (Álvares de Aze-
c) O marco inicial do Romantismo em Portugal é a publi-
vedo).
cação do poema “Camões”. Todavia, a nova estética li-
d) Em teu louvor, Senhora, estes meus versos E a minha
terária só viria a se firmar uma década depois com a
Alma aos teus pés para cantar-te, E os meus olhos
Questão Coimbrã, quando se aceitou o papel revolucio-
mortais, em dor imersos, Para seguir-lhe o vulto em
nário da nova poesia e a independência dos novos poe-
toda a parte. (Alphonsus de Guimaraens).
tas em relação aos velhos mestres.
e) Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?
amar e esquecer amar e malamar, amar, desamar, d) Eça de Queirós, em sua obra, dedica-se a montar um
amar? (Manuel Bandeira) vasto painel da sociedade portuguesa, retratada em
seus múltiplos aspectos: a cidade provinciana; a in-
fluência do clero; a média e a alta burguesia de Lisboa;
5.Assinale a alternativa incorreta a respeito do Trovado- os intelectuais e a aristocracia.
rismo em Portugal.
e) A mais rica, densa e intrigante faceta da obra de Fer-
a) Durante o Trovadorismo, ocorreu a separação entre nando Pessoa diz respeito ao fenômeno da heteronímia
poesia e a música. que deu aos poetas Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álva-
ro de Campos biografias, características, traços de per-
b) Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros
sonalidade e formação cultural diferentes.
ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros.

c) Nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento


8.“O último poema
entre o senhor e vassalo na sociedade feudal: distância
e extrema submissão. Assim eu quereria o meu último poema
d) Nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos
ponto de vista feminino. intencionais
e) A influência dos trovadores provençais é nítida nas can- Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
tigas de amor galego-portuguesas.
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
6.Dois grandes eventos históricos tornaram possível um
caso como o de Menocchio: a invenção da imprensa e a A pureza da chama em que se consomem os diamantes
Reforma. A imprensa lhe permitiu confrontar os livros com mais límpidos
a tradição oral em que havia crescido e lhe forneceu as A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.”
palavras para organizar o amontoado de ideias e fantasias
que nele conviviam. A Reforma lhe deu audácia para co- Manuel Bandeira. Libertinagem. 1949.
municar o que pensava ao padre do vilarejo, conterrâneos,
inquisidores — mesmo não tendo conseguido dizer tudo O poema acima se caracteriza como:
diante do papa, dos cardeais e dos príncipes, como queria.
(GINZBURG, C. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro a) Uma oração.
perseguido pela Inquisição. São Paulo: Cia. das Letras, 2008.)
b) Um réquiem.
Os acontecimentos históricos citados ajudaram esse indiví-
duo, no século XVI, a repensar a visão católica do mundo c) Um epitáfio.
ao possibilitarem a: d) Uma poética.
a) Consulta pública das bibliotecas reais.
b) Sofisticação barroca do ritual litúrgico. e) Um madrigal.
c) Aceitação popular da educação secular.
d) Interpretação autônoma dos textos bíblicos. 9.Quanto à literatura portuguesa, é correto afirmar que
e) Correção doutrinária das heresias medievais.
a) As cantigas líricas dividem-se em de amor, de amigo, de
7.Assinale a alternativa INCORRETA com relação à Litera- escárnio e de maldizer e originaramse na Península Ibé-
tura Portuguesa: rica.

a) O ambiente das cantigas de amor é sempre o palácio, b) A cantiga da Ribeirinha é uma cantiga trovadoresca
com o trovador declarando seu amor por uma dama mista, em parte lírica e em parte religiosa.
(tratada de “senhor”, isto é, senhora). Daí o relaciona-
mento respeitoso, cortês, dentro dos mais puros pa-

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c) Os versos mais comuns no Cancioneiro Geral são as
redondilhas, que podem ser de dois tipos: redondilha 12.O Renascimento, amplo movimento artístico, literário e
maior e redondilha menor. científico, expandiu-se da Península Itálica por quase toda
a Europa, provocando transformações na sociedade. Sobre
d) O teatro vicentino é basicamente caracterizado pela o tema, é correto afirmar:
tragédia e critica duramente o comportamento de todas
as camadas sociais.
a) O racionalismo renascentista reforçou o princípio da
e) A poesia palaciana floresceu no meio do povo e satiriza- autoridade da ciência teológica e da tradição medie-
va a vida dentro dos palácios. val.

10.O argumento da peça A Farsa de Inês Pereira, de Gil b) Houve o resgate, pelos intelectuais renascentistas,
Vicente, consiste na demonstração do refrão popular “Mais dos ideais medievais ligados aos dogmas do catoli-
quero asno que me carregue que cavalo que me derrube”. cismo, sobretudo na concepção teocêntrica do mundo.
Identifique a alternativa que não corresponde ao provér-
c) Nesse período, reafirmou-se a ideia do homem cida-
bio, na construção da farsa.
dão, que terminou por enfraquecer os sentidos de
identidade nacional e cultural, os quais contribuíram
a) A segunda parte do provérbio ilustra a experiência para o fim das monarquias absolutas.
desastrosa do primeiro casamento.
d) O humanismo pregou a determinação das ações hu-
b) O escudeiro Brás da Mata corresponde ao cavalo, manas pelo divino e negou que o homem tivesse a
animal nobre, que a derruba. capacidade de agir sobre o mundo, transformando-o
de acordo com sua vontade e interesse.
c) O segundo casamento exemplifica o primeiro termo,
asno que a carrega. e) Os estudiosos do período buscaram apoio na observa-
ção, no modelo experimental e na reflexão racional,
d) O asno corresponde a Pero Marques, primeiro preten- valorizando a natureza e o ser humano.
dente e segundo marido de Inês.

e) Cavalo e asno identificam a mesma personagem em 13.Caracteriza o teatro de Gil Vicente:


diferentes momentos de sua vida conjugal.

11.A imagem do “Homem Vitruviano” é uma representação a) A revolta contra o cristianismo.


elaborada no final do século XV por Leonardo da Vinci e
b) A obra escrita em prosa.
exprime o antropocentrismo e a harmonia das formas que
caracterizaram as obras artísticas do período renascentis- c) A elaboração requintada dos quadros e cenários apre-
ta. Sobre o renascimento, não é correto afirmar que: sentados.

d) A preocupação com o homem e com a religião.


a) Um dos seus principais fundamentos intelectuais foi o
Humanismo, concepção segundo a qual o homem de- e) A busca de conceitos universais.
veria ser valorizado como o epicentro do mundo e da
história, como havia ocorrido na Antiguidade Clássica.
14.Aponte a alternativa correta em relação a Gil Vicente:
b) O estudo do homem e da natureza, nesse período,
fundamentava-se no espírito crítico, o que possibilitou
o desenvolvimento do pensamento científico, como se a) Compôs peças de caráter sacro e satírico.
comprova na defesa da teoria heliocêntrica por Nico- b) Introduziu a lírica trovadoresca em Portugal.
lau de Cusa e Nicolau Copérnico.
c) Escreveu a novela Amadis de Gaula.
c) Os homens da época tenderam a valorizar a produção
artística e intelectual das civilizações do Oriente Mé- d) Só escreveu peças e português.
dio, especialmente a egípcia e a mesopotâmica, pela
conexão que estas guardavam com a história hebraica e) Representa o melhor do teatro clássico português.
descrita na Bíblia.

d) Um dos seus maiores expoentes foi Leonardo da Vin- 15. “Nos séculos XV e XVI, houve no mundo universitário
ci, um modelo do intelectual renascentista, pelo fato [europeu] um intenso debate filosófico (...) com o resgate
de se ter dedicado a múltiplas áreas do conhecimen- do platonismo, que estava associado à inquietação de
to, como, por exemplo, à Anatomia, à Física e à Botâ- muitos religiosos e teólogos em relação ao rigor doutriná-
nica, além de à Pintura. rio e institucional da Igreja. Assim como os artistas, eles
desejavam humanizar a religião e o divino.” (VAINFAS,
e) O termo “Renascimento” designa uma modalidade de Ronaldo e outros. História – vol. 1. SP: Saraiva, 2014. p.
expressão intelectual urbana e burguesa originária da 236).
Península Itálica, que se constituiu a partir do sincre-
tismo entre a Cultura Clássica e a tradição judaico-
cristã.

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A partir do trecho acima, relativo ao Renascimento e ao a) A obra de Morus, escrita na Inglaterra, baseou-se na
Humanismo, considere as afirmativas: experiência de soberanos da Itália e da Alemanha que
construíram novas cidades no século XV, planejadas
I. O resgate de filosofia da Antiguidade Clássica visava à geometricamente.
renovação de uma sociedade transformada pelo cresci-
mento urbano e comercial. b) Grão-chanceler da Inglaterra, Morus exerceu uma
ação humanista em um mundo renascentista de crises
II. Os humanistas, orientados pelo pensamento greco- e instabilidades contínuas. Neste contexto publicou
romano, criticavam a Igreja, mas não se colocavam como sua obra Utopia.
anticristãos.
c) A partir do princípio filosófico da utopia, foram escri-
III. A Igreja abrigava a inquietação dos humanistas, como tos vários tratados renascentistas. O Príncipe, de Ma-
bem demonstra a pintura de Michelangelo nas paredes do quiavel, ilustra a melhor versão do cortesão atuante
Vaticano. no mundo utópico.
IV. A valorização do humano, pelos pensadores humanis- d) A ilha da Utopia, perfeitamente racionalizada, marcou
tas, não abalou a crença na existência de Deus. o urbanismo renascentista na Europa e no Novo Mun-
do. O esgotamento dessa ideia de utopia ocorreu com
Estão corretas
a ideia de distopia, no século XX.

a) Apenas I e II. 18.A Literatura apresenta, de imediato, uma novidade, que


é a utilização das novas línguas nacionais, derivadas do
b) Apenas II e III. latim: o espanhol, o português, o italiano, o francês. Tendo
c) Apenas II e IV como tema central o Homem, os escritores, com profundo
senso crítico, buscaram elaborar um novo conceito de vida
d) Apenas III e IV. e de homem. A época medieval foi profundamente satiri-
zada em seus valores essenciais: a cavalaria, a Igreja, a
e) I, II, III e IV. nobreza. (FARIA et al, 1993, p. 51).
As características da literatura renascentista, escritas no
texto, estão associadas a um contexto histórico no qual se
16.Dois grandes eventos históricos tornaram possível um
destacava:
caso como o de Menocchio: a invenção da imprensa e a
Reforma. A imprensa lhe permitiu confrontar os livros com
a) O poder da nobreza feudal, responsável pelo governo
a tradição oral em que havia crescido e lhe forneceu as
das cidades e pela cobrança dos impostos das terras
palavras para organizar o amontoado de ideias e fantasias
reais.
que nele conviviam. A Reforma lhe deu audácia para co- b) A desagregação da economia da Baixa Idade Média,
municar o que pensava ao padre do vilarejo, conterrâneos,
como resultado da atuação das Cruzadas no contato
inquisidores — mesmo não tendo conseguido dizer tudo
com o Oriente.
diante do papa, dos cardeais e dos príncipes, como queria.
c) A permanência do escravismo, paralelamente ao traba-
(GINZBURG, C. O queijo e os vermes: o cotidiano e as
lho dos servos, como base da produção da riqueza na
ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Pau-
economia da Baixa Idade Média.
lo: Cia. Das Letras, 2016.) d) O processo de urbanização, de ascensão da burguesia e
da revolução comercial, que marcou a Baixa Idade Mé-
Os acontecimentos históricos citados ajudaram esse indiví-
dia e o início da Idade Moderna.
duo, no século XVI, a repensar a visão católica do mundo
e) A formação do Sacro Império Romano Germânico e do
ao possibilitarem a:
Império Italiano, forças políticas controladoras da Euro-
pa na Idade Moderna.
a) Consulta pública das bibliotecas reais.
b) Sofisticação barroca do ritual litúrgico.
19.O Humanismo foi um movimento com desdobramentos
c) Aceitação popular da educação secular.
filosóficos, políticos, culturais e artísticos. Sobre o Huma-
d) Interpretação autônoma dos textos bíblicos.
nismo, é INCORRETO afirmar que:
e) Correção doutrinária das heresias medievais.
a) Durante a Renascença se inspirou nos conhecimentos
17.Em 1516, Thomas Morus criou a ideia de utopia, ao da antiga civilização grecoromana;
descrever uma ilha imaginária. Surgia um gênero literário, b) Valorizava o saber crítico voltado para um maior conhe-
associado à história, à filosofia e à política. A lógica dessa cimento do homem e uma cultura capaz de desenvolver
ideia levou à construção de critérios universalmente váli- as potencialidades da condição humana.
dos para cada atividade, com normas e códigos. Surgiram c) Difundiu ideias que se opunham ao teocentrismo rei-
assim os tratados sobre o perfeito cortesão, sobre o perfei- nante, compreendendo o Homem como maior obra di-
to homem do mundo, sobre a cidade perfeita. (Adaptado vina.
de Carlos Eduardo O. Berriel, “Cidades Utópicas do Renas- d) Defendia a capacidade humana de criação e transfor-
cimento”. mação da realidade natural e social, reafirmando a
Ciência e Cultura, São Paulo, v. 56, n. 2. abr./jun. 2019. Disponível em ideia de livre-arbítrio.
http://cienciaecultura.bvs.br /scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0009-
67252004000200021.) e) Defendia a necessidade da intervenção religiosa em
Considerando o texto acima e seus conhecimentos, assina- todas as áreas da vida humana a fim de promover o
le a alternativa correta. progresso e a unidade dos espíritos e indivíduos.

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E das bocas unidas fez-se a espuma
20. Momento num café
Manuel Bandeira E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café Que dos olhos desfez a última chama
Tiraram o chapéu maquinalmente
E da paixão fez-se o pressentimento
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida E do momento imóvel fez-se o drama.
Absortos na vida
De repente, não mais que de repente
Confiantes na vida.
Fez-se de triste o que se fez amante
Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado
E de sozinho o que se fez contente
Olhando o esquife longamente.
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalida- Fez-se do amigo próximo o distante
de, Que a vida é traição,
Fez-se da vida uma aventura errante
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta. De repente, não mais que de repente.
Estrela da vida inteira. 20. ed. Rio de Janeiro: Nova Fron-
(Vinícius de Morais)
teira, 1993. p. 155.
Em termos estruturais, verifica-se, no poema, a presença
de versos: Releia com atenção a terceira estrofe:

a) livres.
"De repente, não mais que de repente
b) brancos.
c) regulares. Fez-se de triste o que se fez amante
d) polimétricos. E de sozinho o que se fez contente"

21.É correto afirmar sobre o Trovadorismo que: "De repente" (advérbio)


"contente" (adjetivo)
a) Os poemas são produzidos para ser encenados.
b) As cantigas de escárnio e maldizer têm temáticas amo- Esta rima que se processa entre palavras de classe grama-
rosas.
c) Nas cantigas de amigo, o eu lírico é sempre feminino. tical diferente recebe o nome de:
d) As cantigas de amigo têm estrutura poética complicada.
e) As cantigas de amor são de origem nitidamente popu- a) Interna
lar. b) Rara
c) Preciosa
22.Gil Vicente, criador do teatro português, realizou uma d) Pobre
obra eminentemente popular. Seu Auto da Barca do Infer- e) Rica
no, encenado em 1517, apresenta, entre outras caracterís-
ticas, a de pertencer ao teatro religioso alegórico. Tal clas-
sificação justiflca-se por: 24.Interpretando historicamente a relação de vassalagem

a) ser um teatro de louvor e Iitúrgico em que o sagrado é entre homem amante/mulher amada, ou mulher aman-
plenamente respeitado.
te/homem amado, pode-se afirmar que:
b) não se identificar com a postura anticlericaI, já que
considera a igreja uma instituição modelar e virtuosa.
a) O Trovadorismo corresponde ao Renascimento.
c) apresentar estrutura baseada no maniqueísmo cristão,
que divide o mundo entre o Bem e o Mal, e na correla- b) O Trovadorismo corresponde ao movimento humanis-
ção entre a recompensa e o castigo. ta.
d) apresentar temas profanos e sagrados e revelar-se ra- c) O Trovadorismo corresponde ao Feudalismo.
dicalmente contra o catolicismo e a instituição religiosa. d) O Trovadorismo e o Medievalismo só poderiam ser
e) aceitar a hipocrisia do clero e, criticamente, justificá-Ia provençais.
em nome da fé cristã. e) Tanto o Trovadorismo como Humanismo são expres-
sões da decadência medieval.

23.SONETO DE SEPARAÇÃO
25. Em Farsa de Inês Pereira (1523), Gil Vicente apresen-

De repente do riso fez-se o pranto ta uma donzela casadoura que se lamenta das canseiras do

Silencioso e branco como a bruma trabalho doméstico e imagina casar-se com um homem

discreto e elegante. O trecho a seguir é a fala de Latão, um

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“Ó glória de mandar, ó vã cobiça
dos judeus que foi em busca do marido ideal para Inês, Desta vaidade a quem chamamos Fama! Ó
fraudulento gosto, que se atiça
dirigindo-se a ela:
C’uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama! Que
"Foi a coisa de maneira,
mortes, que perigos, que tormentas, Que
tal friúra e tal canseira, crueldades neles experimentas!
que trago as tripas maçadas;
Dura inquietação d’alma e da vida Fonte de
assim me fadem boas fadas desamparos e adultérios, Sagaz consumido-
ra conhecida
que me soltou caganeira...
De fazendas, de reinos e de impérios! Cha-
para vossa mercê ver mam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo
digna de infames vitupérios; Chamam-
o que nos encomendou."
friúra: frieza, estado de quem esta frio te Fama e Glória soberana, Nomes com
quem se o povo néscio engana.
maçadas: surradas
fadem: predizem 2. Leia o fragmento poético abaixo de Camões e diga se é
um soneto, uma écloga ou uma elegia. Explique a sua
resposta.
(VICENTE, Gil. 'Farsa de Inês Pereira'. 22a ed. São Paulo:
Brasiliense, 1989. p. 95.) À morte de D. Miguel de Meneses, filho de D. Henrique de
Meneses, governa- dor da Casa Cível, que morreu na Ín-
dia:
Sobre o trecho, é correto afirmar: Que novas tristes são, que novo dano, que mal inopinado
incerto soa, tingindo de temor o vulto humano?
a) Privilegia a visão racionalista da realidade por Gil Vi-
cente, empregada pelo autor para atender as neces- Que vejo as praias húmidas de Goa ferver com gente ató-
sidades do homem do Classicismo. nita e torvada do rumor que de boca em boca soa.
b) É escrito com perfeição formal e clareza de raciocínio,
pelas quais Gil Vicente é considerado um mestre re-
nascentista. É morto D. Miguel – ah, crua espada! – e parte da lustrosa
c) Retrata uma cena grotesca em que se notam traços companhia que se embarcou na alegre e triste armada, e
da cultura popular, o que não invalida a inclusão de de espingarda ardente e lança fria passado pelo torpe e
Gil Vicente entre os autores do Humanismo. iníquo braço que nessas altas famas injuria.
d) Sua linguagem é característica de um período já mar-
cado pelo Renascimento, o que se evidencia pela refe- Não lhe valeu rodela ou peito de aço, nem ânimo de Avós
rência de Gil Vicente a figuras mitológicas clássicas, altos herdado, com que se defendeu tamanho espaço;
como as 'boas fadas'.
não ter-se em derredor todo cercado de corpos de inimi-
e) Revela em Gil Vicente uma visão positiva do homem
gos, que exalavam a negra alma do corpo traspassado;
de fé que se liberta da doença pelo recurso à divinda-
não com palavras fortes, que voavam a animar os incertos
de.
companheiros que, fortes, caem e tímidos viravam.

3.A questão seguinte baseia-se no poema épico Os Lusía-


CLASSICISMO das, de Luís Vaz de Camões, do qual se reproduzem, a
seguir, três estrofes.
Mas um velho, de aspeito venerando, (= aspecto)
1.Leia atentamente o excerto abaixo, do Classicismo, Que ficava nas praias, entre a gente,
retirado do episódio “O Velho do Restelo”, de “Os Lusía-
das”, obra máxima de Camões, e responda: na passa- Postos em nós os olhos, meneando
gem analisada, o velho critica ou elogia a postura portu- Três vezes a cabeça, descontente,
guesa em relação às navegações? Explique a sua respos-
ta. A voz pesada um pouco alevantando,

Mas um velho, de aspeito venerando, Que fica- Que nós no mar ouvimos claramente,
va nas praias, entre a gente, Postos em nós os C’um saber só de experiências feito,
olhos, meneando
Tais palavras tirou do experto peito:
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando, Que “Ó glória de mandar, ó vã cobiça
nós no mar ouvimos claramente, C’um sa-
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
ber só de experiências feito, Tais palavras
tirou do experto peito: Ó fraudulento gosto, que se atiça

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C’uma aura popular, que honra se chama! Tais palavras tirou do experto peito:
Que castigo tamanho e que justiça “Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Fazes no peito vão que muito te ama! Desta vaidade a quem chamamos Fama!
Que mortes, que perigos, que tormentas, Ó fraudulento gosto, que se atiça
Que crueldades neles experimentas! C’uma aura popular, que honra se chama!
Dura inquietação d’alma e da vida Que castigo tamanho e que justiça
Fonte de desamparos e adultérios, Fazes no peito vão que muito te ama!
Sagaz consumidora conhecida Que mortes, que perigos, que tormentas,
De fazendas, de reinos e de impérios! Que crueldades neles experimentas!
Dura inquietação d’alma e da vida
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Fonte de desamparos e adultérios,

a) A questão seguinte baseia-se no poema épico Os Sagaz consumidora conhecida


Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, do qual se re- De fazendas, de reinos e de impérios!
produzem, a seguir, três estrofes.
Mas um velho, de aspeito venerando, (= aspecto)
5.Chamam-te ilustre, chamam-te subida, A questão se-
Que ficava nas praias, entre a gente, guinte baseia-se no poema épico Os Lusíadas, de Luís Vaz
Postos em nós os olhos, meneando de Camões, do qual se reproduzem, a seguir, três estrofes.

Três vezes a cabeça, descontente, Mas um velho, de aspeito venerando, (= aspecto)

A voz pesada um pouco alevantando, Que ficava nas praias, entre a gente,

Que nós no mar ouvimos claramente, Postos em nós os olhos, meneando

C’um saber só de experiências feito, Três vezes a cabeça, descontente,

Tais palavras tirou do experto peito: A voz pesada um pouco alevantando,

“Ó glória de mandar, ó vã cobiça Que nós no mar ouvimos claramente,

Desta vaidade a quem chamamos Fama! C’um saber só de experiências feito,

Ó fraudulento gosto, que se atiça Tais palavras tirou do experto peito:

C’uma aura popular, que honra se chama! “Ó glória de mandar, ó vã cobiça

Que castigo tamanho e que justiça Desta vaidade a quem chamamos Fama!

Fazes no peito vão que muito te ama! Ó fraudulento gosto, que se atiça

Que mortes, que perigos, que tormentas, C’uma aura popular, que honra se chama!

Que crueldades neles experimentas! Que castigo tamanho e que justiça

Dura inquietação d’alma e da vida Fazes no peito vão que muito te ama!

Fonte de desamparos e adultérios, Que mortes, que perigos, que tormentas,

Sagaz consumidora conhecida Que crueldades neles experimentas!

De fazendas, de reinos e de impérios! Dura inquietação d’alma e da vida


Fonte de desamparos e adultérios,

4.Chamam-te ilustre, chamam-te subida, A questão se- Sagaz consumidora conhecida


guinte baseia-se no poema épico Os Lusíadas, de Luís Vaz De fazendas, de reinos e de impérios!
de Camões, do qual se reproduzem, a seguir, três estrofes.
Mas um velho, de aspeito venerando, (= aspecto)
6.Chamam-te ilustre, chamam-te subida, A questão se-
Que ficava nas praias, entre a gente, guinte baseia-se no poema épico Os Lusíadas, de Luís Vaz
Postos em nós os olhos, meneando de Camões, do qual se reproduzem, a seguir, três estrofes.

Três vezes a cabeça, descontente, Mas um velho, de aspeito venerando, (= aspecto)

A voz pesada um pouco alevantando, Que ficava nas praias, entre a gente,

Que nós no mar ouvimos claramente, Postos em nós os olhos, meneando

C’um saber só de experiências feito, Três vezes a cabeça, descontente,


A voz pesada um pouco alevantando,

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Que nós no mar ouvimos claramente, a) Luiz de Camões; Sá de Miranda; Antônio Ferreira;
C’um saber só de experiências feito, Bernardim Ribeiro.

Tais palavras tirou do experto peito:


b) Gregório de Matos; Padre Antônio Vieira; Almeida
“Ó glória de mandar, ó vã cobiça Garret; Luiz de Camões.
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
c) Bernardo Bonaval; Luiz de Camões; Gregório de Ma-
Ó fraudulento gosto, que se atiça tos.
C’uma aura popular, que honra se chama!
d) Padre Antônio Vieira; Almeida Garret; Luiz de Ca-
Que castigo tamanho e que justiça mões.
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas, e) Luiz de Camões; Eça de Queiroz; Padre Amaro.

Que crueldades neles experimentas!


Dura inquietação d’alma e da vida 9.Sobre o classicismo é correto afirmar:

Fonte de desamparos e adultérios,


Sagaz consumidora conhecida
a) Movimento que faz referência aos modelos clássicos
De fazendas, de reinos e de impérios! greco-romanos.

a) Chamam-te ilustre, chamam-te subida,desejo de poesi-


as acompanhadas de músicas; ênfase da efemeridade do
b) Presença de poemas com versos livres e brancos.
tempo.
c) Memorial de Aires é um exemplo de romance classicista.
b)Ênfase na efemeridade do tempo; valorização da vida
terrena; presença de figuras de linguagem; conflitos entre d) Possui uma linguagem informal, com uso de regionalis-
razão e emoção. mos.

c)Presença e valorização de elementos da cultura clássica;


equilíbrio entre razão e emoção, com valorização do racio- e) Movimento que surge no século V na Europa.
nalismo, do homem e da vida terrena; desejo de perfeição
nas estruturas poéticas a partir de novas formas e medi-
das.
10.No Brasil, o período correspondente ao classicismo
d)Valorização da fé; presença de elementos da cultura europeu foi chamado de:
antiga; presença de figuras de linguagem; poesias acom-
panhadas de músicas. a) Arcadismo

7.Assinale a INCORRETA sobre Camões:


b) Simbolismo

a) Representa a amadurecimento de língua portuguesa, c) Quinhentismo


sua estabilização e a maior manifestação de sua exce-
lência literária. d) Parnasianismo
b) Apesar de localizada no período clássico-renascentista, e) Barroco
a obra de citações barrocas.

c) Sua lírica compõe-se exclusivamente de redondilhas e


11.Um dos maiores autores de língua portuguesa, Luís Vaz
sonetos.
de Camões, escreveu obras no período classicista. Uma
delas que se destaca é:
d) A lírica de Camões permaneceu praticamente inédita.
Sua primeira compilação e póstumas, datada de 1595, a) Odisseia
e organizada sob o título de As Rimas de Luis de Ca-
mões, por Fernão Rodrigues Lobo Soropita. b) Eneida

e) Sua obra compreende os gêneros épico, lírico e dramá- c) A Guerra de Troia


tico.
d) Os Lusíadas
8.Em Portugal, o Classicismo surgiu em meados de 1527,
tendo como principais autores: e) Dom Quixote

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12.A linguagem do classicismo é: A estrofe acima pertence ao canto VII d’Os lusía-
das, de Luís Vaz de Camões. Nele, observamos a figura de
a) subjetiva e informal linguagem denominada anástrofe, que consiste na mudan-
ça da ordem direta dos termos da oração. Assinale a alter-
b) rebuscada e culta nativa em que se observa essa ocorrência.

c) subjetiva e clássica a) vós, ninfas do Tejo e do Mondego


d) objetiva e irracional b) Por caminho tão árduo, longo e vário!
c) Vosso favor invoco
e) objetiva e formal d) que navego / Por alto mar
e) com vento tão contrário / Que, se não me ajudais

13.Tu só, tu, puro amor, com força crua 15.Leia o soneto “Alma minha gentil, que te partiste”, do
Que os corações humanos tanto obriga, poeta português Luís de Camões (1525?-1580), para re-
Deste causa à moiesta morte sua, Como se fora pérfida sponder à(s) questão(ões) a seguir.
inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga, Alma minha gentil, que te partiste
E porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano. tão cedo desta vida descontente,
Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito, repousa lá no Céu eternamente,
Naquele engano da alma ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito, e viva eu cá na terra sempre triste.
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes ensinando e às ervinhas,
O nome que no peito escrito tinhas. Se lá no assento etéreo, onde subiste,

memória desta vida se consente,


"Os Lusíadas". obra de Camões, exemplificam o gênero
épico na poesia portuguesa, entretanto oferecem momen- não te esqueças daquele amor ardente
tos em que o lirismo se expande, humanizando os versos.
O episódio de Inês de Castro, do qual o trecho acima faz
que já nos olhos meus tão puro viste.
parte, é considerado o ponto alto do lirismo camoniano
inserido em sua narrativa épica. Desse episódio, como um
todo, pode afirmar-se que seu núcleo central:
E se vires que pode merecer-te
a) Personifica e exalta o Amor, mais forte que as con-
veniências e causa da tragédia de Inês.
alguma coisa a dor que me ficou
b) celebra os amores secretos de Inês e de D. Pedro e
o casamento solene e festivo de ambos.
da mágoa, sem remédio, de perder-te,
c) tem como tema básico a vida simples de Inês de
Castro, legitima herdeira do trono de Portugal.
roga a Deus, que teus anos encurtou,
d) retrata a beleza de Inês, posta em sossego, ensi-
nando aos montes o nome que no peito escrito ti- que tão cedo de cá me leve a ver-te,
nha.
e) relata em versos livres a paixão de Inês pela natu- quão cedo de meus olhos te levou.
reza e pelos filhos e sua elevação ao trono portu-
guês.
Sonetos, 2001.

14.Leia o texto abaixo. Embora predomine no soneto uma visão espiri-


tualizada da mulher (em conformidade com o chamado
Sem vós, ninfas do Tejo e do Mondego, platonismo), verifica-se certa sugestão erótica no seguinte
Por caminho tão árduo, longo e vário! verso:
Vosso favor invoco, que navego
Por alto mar, com vento tão contrário a) “não te esqueças daquele amor ardente” (2ª estro-
Que, se não me ajudais, hei grande medo fe)
Que o meu fraco batel se alague cedo. b) “da mágoa, sem remédio, de perder-te,” (3ª estro-
(www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000162.pdf.
Acesso em: 04.12.2012.) fe)
c) “memória desta vida se consente,” (2ª estrofe)
d) “que tão cedo de cá me leve a ver-te,” (4ª estrofe)

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e) “e viva eu cá na terra sempre triste.” (1ª estrofe)
deve xaxar. Vem cá morena linda
Vestida de chita Você é a mais bo-
16.Leia o texto abaixo.
nita Desse meu lugar Vai, chama
Maria, chama Luzia Vai, chama
Sem vós, ninfas do Tejo e do Mondego,
Zabé, chama Raque Diz que tou
Por caminho tão árduo, longo e vário!
aqui com alegria.
Vosso favor invoco, que navego
(BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em:
Por alto mar, com vento tão contrário
<www.luizluagonzaga.mus.br >. Acesso em: 5 maio 2015)
Que, se não me ajudais, hei grande medo
A letra da canção de Antônio Barros manifesta aspectos do
Que o meu fraco batel se alague cedo.
repertório linguístico e cultural do Brasil.
(www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000162.pdf. Acesso em: O verso que singulariza uma forma do falar popular regional
é:
04.12.2012.)

a) “Isso é um desaforo”
A estrofe acima pertence ao canto VII d’Os lusíadas, de b) “Diz que eu tou aqui com alegria”
c) “Vou mostrar pr’esses cabras”
Luís Vaz de Camões. Nele, observamos a figura de lingua-
d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”
gem denominada anástrofe, que consiste na mudança da e) “Vem cá, morena linda, vestida de chita”
ordem direta dos termos da oração. Assinale a alternativa
em que se observa essa ocorrência. 03 – ENEM 2014
Em bom português
a) vós, ninfas do Tejo e do Mondego No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas se-
cas. Não é somente pela gíria que a gente é apanhada (ali-
b) Por caminho tão árduo, longo e vário!
ás, não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular
c) Vosso favor invoco
como do plural: tudo é “a gen- te”). A própria linguagem
d) que navego / Por alto mar corrente vai-se renovando e a cada dia uma parte do léxico
e) com vento tão contrário / Que, se não me ajudais cai em desuso. Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas
coisas, chamou minha atenção para os que falam assim: –
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS Assisti a uma fita de cinema com um artista que repre-
senta muito bem.
01.Alguns autores (CUNHA; CINTRA, 2013) apresentam a Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saber
seguinte classificação: dizer que viram um filme que trabalha muito bem. E irão ao
banho de mar em vez de ir à praia, vestido de roupa de ba-
a) Variações geográficas (diatópicas): falares regionais nho em vez de biquíni, carre- gando guarda-sol em vez de
barraca. Comprarão um automóvel em vez de comprar um
b) Variações históricas: mudanças na língua em determina-
carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado, vão
da época
andar no passeio em vez de passear na calçada. Viajarão
c) Variações socioculturais (diastráticas): particularidade de de trem de ferro e apresentarão sua esposa ou sua se-
uma população ou grupo social nhora em vez de apresentar sua mulher.
(SABINO, F. Folha de S. Paulo, 13 abr. 2003)
“Na língua existe, pois, ao lado da força centrífuga
de inovação, a força centrípeta da conservação, que, con-
trarregrando a primeira, garante a superior unidade de um idi- A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes
oma como o português, falado por povos que se distribuem pe- socioculturais. O texto exemplifica essa característica da
los cinco continen- tes.” (CUNHA; CINTRA, 2013, p. 4). língua, evidenciando que
a) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detri-
mento das antigas.
02. b) a utilização de inovações do léxico é percebida na compa-
ração de gerações.
Óia eu aqui de novo xaxando c) o emprego de palavras com sentidos diferentes caracteri-
za diversidade geográfica.
Óia eu aqui de novo pra xaxar Vou d) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores
mostrar pr’esses cabras Que eu da classe social a que pertence o falante.
ainda dou no couro Isso é um desa- e) o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas
foro Que eu não posso levar etárias é frequente em todas as regiões
Que eu aqui de novo cantando Que
eu aqui de novo xaxando Óia eu
aqui de novo mostrando Como se

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