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Falando ao outro, o eu lírico revela-se vocalizando um No poema, a descrição lírica do objeto representado é
desejo que remete ao orientada por um olhar que
a) ceticismo quanto à possibilidade do reencontro. a) desvela sentimentos de vazio e angústia sob a aparente
b) tédio provocado pela distância física do ser amado. austeridade.
c) sonho de autorrealização desenhado pela memória. b) expressa desilusão ante a possibilidade de superação do
d) julgamento implícito das atitudes de quem se afasta. sofrimento.
e) questionamento sobre o significado do amor ausente. c) contrapõe a fragilidade emocional ao uso desmedido da
força física.
d) associa a incomunicabilidade emocional às
determinações culturais.
Questão 32. (Enem) Retrato de homem e) privilegia imagens relacionadas à exposição do
dinamismo urbano.
A paisagem estrita
ao apuro do muro Questão 33. (Enem) Senhor Juiz
feito vértebra a vértebra O instrumento do “crime” que se arrola
e escuro. Nesse processo de contravenção
Não é faca, revólver ou pistola,
A geração dos pelos Simplesmente, doutor, é um violão.
sobre a casca e os rostos Será crime, afinal, será pecado,
em seus diques de sombra Será delito de tão vis horrores,
repostos. Perambular na rua um desgraçado
Derramando nas praças suas dores?
Os poços com seu lodo Mande, pois, libertá-lo da agonia
de ira e de tensão: (a consciência assim nos insinua)
entre cimento e fronte Não sufoque o cantar que vem da rua,
– um vão. Que vem da noite para saudar o dia.
É o apelo que aqui lhe dirigimos,
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Na certeza do seu acolhimento Questão 35. (Enem) Uma ouriça
Juntada desta aos autos nós pedimos Se o de longe esboça lhe chegar perto,
E pedimos, enfim, deferimento se fecha (convexo integral de esfera),
Disponível em: www.migalhas.com.br. Acesso em: 23 set. 2020 se eriça (bélica e multiespinhenta):
(adaptado).
e, esfera e espinho, se ouriça à espera.
Mas não passiva (como ouriço na loca);
Essa petição de habeas corpus, ao transgredir o rigor da
nem só defensiva (como se eriça o gato)
linguagem jurídica,
sim agressiva (como jamais o ouriço),
a) permite que a narrativa seja objetiva e repleta de sentidos
do agressivo capaz de bote, de salto
denotativos.
(não do salto para trás, como o gato):
b) mostra que o cordel explora termos próprios da esfera
daquele capaz de salto para o assalto.
do direito.
Se o de longe lhe chega em (de longe),
c) demonstra que o jogo de linguagem proposto atenua a
de esfera aos espinhos, ela se desouriça.
gravidade do delito.
Reconverte: o metal hermético e armado
d) exemplifica como o texto em forma de cordel
na carne de antes (côncava e propícia),
compromete a solicitação pretendida.
as molas felinas (para o assalto),
e) esclarece que os termos “crime” e “processo de
nas molas em espiral (para o abraço).
contravenção” são sinônimos. MELO NETO, J. C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro; Nova Fronteira,
1997
Questão 34. (Enem) Toca a sirene na fábrica,
e o apito como um chicote Com apuro formal, o poema tece um conjunto semântico
bate na manhã nascente que metaforiza a atitude feminina de
e bate na tua cama a) tenacidade transformada em brandura.
no sono da madrugada. b) obstinação traduzida em isolamento.
Ternuras da áspera lona c) inércia provocada pelo desejo platônico.
pelo corpo adolescente. d) irreverência cultivada de forma cautelosa.
É o trabalho que te chama. e) desconfiança consumada pela intolerância.
Às pressas tomas o banho,
tomas teu café com pão,
tomas teu lugar no bote Questão 36. (Enem) A viagem
no cais do Capibaribe. Que coisas devo levar
Deixas chorando na esteira nesta viagem em que partes?
teu filho de mãe solteira. As cartas de navegação só servem
Levas ao lado a marmita, a quem fica.
contendo a mesma ração Com que mapas desvendar
do meio de todo o dia, um continente
a carne-seca e o feijão. que falta?
De tudo quanto ele pede Estrangeira do teu corpo
dás só bom-dia ao patrão, tão comum
e recomeças a luta quantas línguas aprender
na engrenagem da fiação. para calar-me?
MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964. Também quem fica
procura
Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas um oriente.
verbais e pronominais Também
a) ajuda a localizar o enredo num ambiente estático. a quem fica
b) auxilia na caracterização física do personagem cabe uma paisagem nova
principal. e a travessia insone do desconhecido
c) acrescenta informações modificadoras às ações dos e a alegria difícil da descoberta.
personagens. O que levas do que fica,
d) alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as o que, do que levas, retiro
ideias do texto. MARQUES, A. M. In: SANT’ANNA, A (Org.). Rua Aribau. Porto Alegre: Tag,
e) está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção 2018.
dos referentes.
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A viagem e a ausência remetem a um repertório poético Questão 38. (Enem)
tradicional. No poema, a voz lírica dialoga com essa tradição,
repercutindo a
a) saudade como experiência de apatia.
b) presença da fragmentação da identidade.
c) negação do desejo como expressão de culpa.
d) persistência da memória na valorização do passado.
e) revelação de rumos projetada pela vivência da solidão.
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Questão 47. (Enem) O que é software livre A criação de softwares livres contribui para a produção do
conhecimento na sociedade porque
Software livre é qualquer programa de computador a) democratiza o acesso a produtos construídos
construído de forma colaborativa, via internet, por uma coletivamente.
comunidade internacional de desenvolvedores b) complexifica os sistemas operacionais disponíveis no
independentes. São centenas de milhares de hackers, que mercado.
negam sua associação com os “violadores de segurança”. c) qualifica um maior número de pessoas para o uso de
Esses desenvolvedores de software se recusam a tecnologias.
reconhecer o significado pejorativo do termo e continuam d) possibilita a coleta de dados confidenciais para seus
usando a palavra hacker para indicar “alguém que ama desenvolvedores.
programar e que gosta de ser hábil e engenhoso”. Além e) insere profissionalmente os hackers na área de inovação
disso, esses programas são entregues à comunidade com o tecnológica.
código fonte aberto e disponível, permitindo que a ideia
original possa ser aperfeiçoada e devolvida novamente à
comunidade. Nos programas convencionais, o código de
programação é secreto e de propriedade da empresa que o
desenvolveu, sendo quase impossível decifrar a
programação.
O que está em jogo é o controle da inovação tecnológica.
Software livre é uma questão de liberdade de expressão e
não apenas uma relação econômica. Hoje existem milhares
de programas alternativos construídos dessa forma e uma
comunidade de usuários com milhões de membros no
mundo.
BRANCO, M. Software livre e desenvolvimento social e econômico. In:
CASTELLS, M.; CARDOSO, G. (Org). A sociedade em rede: do
conhecimento à ação política. Lisboa: Imprensa Nacional, 2005
(adaptado).
Anotações: