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LINGUAGENS
LITERATURA
5.
Olá! Negro
Os netos de teus mulatos e de teus cafuzos
e a quarta e a quinta gerações de teu sangue sofre-
dor
tentarão apagar a tua cor!
E as gerações dessas gerações quando apagarem
a tua tatuagem execranda,
não apagarão de suas almas, a tua alma, negro!
Yayoi Kusama’s ‘Dots Obsession - https://play.qagoma.qld.gov.au/lookno-
Pai-João, Mãe-negra, Fulô, Zumbi,
wseeforever/works/dots/ negro-fujão, negro cativo, negro rebelde
Como artistas contemporâneas e experimentalistas, negro cabinda, negro congo, negro iorubá,
a respeito da instalação de Yayoki Kusama e da com- negro que foste para o algodão de USA
posição de Carluce Pereira pode-se inferir que para os canaviais do Brasil,
para o tronco, para o colar de ferro, para a canga
a) não é possível estabelecerem convergência esté- de todos os senhores do mundo;
tica por pertencerem a diferentes expressões ar- eu melhor compreenda agora os teus blues
tísticas. nesta hora triste da raça branca, negro!
b) submetem-se à concepção artística clássica ou Olá, Negro! Olá. Negro!
normativa para que as obras produzam sentidos. A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!
c) expressam perspectivas semelhantes, ainda que LIMA. J, Obras completas: Rio de Janeiro, Aguilar, 1958 (fragmento).
empreguem ou objetivem diferentes recursos.
d) dialogam quanto à temática de que as ações pra- O conflito de gerações e de grupos étnicos reproduz,
ticadas geram imutabilidade, dado o caráter circu- na visão do eu lírico, um contexto social assinalado
lar das obras. por
e) apontam para temas díspares e ilógicos, mesmo a) modernização dos modos de produção e conse-
com a utilização da circunferência por ambas ar- quente enriquecimento dos brancos.
tistas. b) preservação da memória ancestral e resistência
negra à apatia cultural dos brancos.
4. c) superação dos costumes antigos por meio da in-
corporação de valores dos colonizados.
Vagabundo
d) nivelamento social de descendentes de escravos
Eu durmo e vivo ao sol como um cigano, e de senhores pela condição de pobreza.
Fumando meu cigarro vaporoso; e) antagonismo entre grupos de trabalhadores e la-
Nas noites de verão namoro estrelas; cunas de hereditariedade.
Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso!
6. b)
A pátria
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera,
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha…
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás pais nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
Por Henrique Tavares
Publicado em 1904, o poema A pátria harmoniza-se
c)
com um projeto ideológico em construção na Pri-
meira República. O discurso poético de Olavo Bilac
ecoa esse projeto, na medida em que
a) a paisagem natural ganha contornos surreais,
como o projeto brasileiro de grandeza.
b) a prosperidade individual, como a exuberância da
terra, independe de políticas de governo.
c) os valores afetivos atribuídos à família devem ser
aplicados também aos ícones nacionais.
d) a capacidade produtiva da terra garante ao país a Por Pryscila
riqueza que se verifica naquele momento. d)
e) a valorização do trabalhador passa a integrar o
conceito de bem-estar social experimentado.
7.
PRONTO PRA OUTRA
Gravei seu olhar seu andar
sua voz seu sorriso.
você foi embora
e eu vou na papelaria
comprar uma borracha.
(CHACAL. "Drops de abril". 2• ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. p. 87.)
9.
“Enquanto o romance romântico gira em torno do ca-
samento, ou melhor, dos antecedentes que condu-
zem ao enlace burguês, o romance realista focaliza
a situação criada pelo casamento, não a feliz, su-
posta pelas verdades burguesas, senão a degene-
rescente, encoberta pelo manto diáfano que a classe
média jogava sobre as instituições. E no panorama
“real”, que a instrumentação científica permitia, via-
se, em lugar da bem-aventurança pacóvia, o câncer
do adultério.”
(MOISÉS, Massaud. História da literatura brasileira. Vol. II – Realismo e
Simbolismo. São Paulp: Cotrix, 2001, p.3)