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(A) A força da temática social, centrada na miséria brasileira, afasta do livro as preocupações com a linguagem, freqüentes em outros escritores da mesma
geração.
(B)
(C) Se o discursoretarda
O narrador do narrador critica
bastante principalmente
o início a própria
da narração literatura,
da história de as falas de vinculando
Macabéa, Macabéa exprimem sobretudoa as
esse adiamento umcríticas da personagem radical.
autoquestionamento às injustiças
sociais.
sociais.
(D) Os sofrimentos da migrante nordestina são realçados, no livro, pelo contraste entre suas desventuras na cidade grande e suas lembranças de uma infância
pobre, mas vivida no aconchego familiar.
(E) O estilo do livro é caracterizad
caracterizado,
o, principalmente, pela oposição de duas variedades lingüísticas: linguagem culta, literária, em contraste com um grande número
de expressões regionais nordestinas
nordestinas..
COMENTÁRIO:
3. (FUVEST) Devo registrar aqui uma alegria. é que a moça num aflitivo domingo sem farofa teve urna inesperada felicidade que era inexplicável: no cais do porto
viu um arco-íris. Experimentando o leve êxtase, ambicionou logo outro: queria ver, como uma vez em Maceió, espocarem mudos fogos de artifício. Ela quis mais
porque é mesmo
mesmo uma verdade
verdade que quando
quando se dá a mão,
mão, essa gentinha
gentinha quer todo o resto,
resto, o zé-povinho
zé-povinho sonha com fome de tudo. E quer mas sem direito algum,
pois não é? (Clarice Lispector, A hora da estrela
estrela)
Considerando-se
Considerando-se no contexto da obra o trecho sublinhado, é correto afirmar que, nele, o narrador:
(A) assume momentaneamente as convicções elitistas que, no entanto, procura ocultar no restante da narrativa.
(B) reproduz, em estilo indireto livre, os pensamentos da própria Macabéa diante dos fogos de artifício.
(C) hesita quanto ao modo correto de interpretar a reação de Macabéa frente ao espetáculo.
(D) adota uma atitude panfletária, criticando diretamente
diretamente as injustiças sociais e cobrando sua superação.
(E) retoma uma frase feita, que expressa preconceito antipopular, desenvolvendo-a na direçao da ironia.
4. (FUVEST) Ele se aproximou e com voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-lhe:
— E se me desculpe, senhorinha, posso convidar
convidar a passear?
— Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que ele mudasse de idéia.
— E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?
— Macabéa.
— Maca — o quê?
— Bea, foi ela obrigada a completar.
— Me desculpe mas até parece doença, doença de pele.
Eu também acho esquisito mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora da Boa Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada
porque não tinha nome, eu
eu preferia continuar
continuar a nunca ser
ser chamada em vez de ter um nome ue nin uém tem mas arece
arece ue deu certo — arou um instante retomando
o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pudor — pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...
— Também no sertão da Paraíba promessa é questão de grande divida de honra.
Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da vitrine de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos,
latas, parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-namorado:
— Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?
Da segunda vez em que se encontraram caia uma chuva fininha que ensopava os ossos. Sem nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva que na
cara de Macabéa parecia lágrimas escorrendo. (Clarice Lispector, A hora da estrela
estrela)
(A) aproximam-se do cômico, mas, no âmbito do livro, evidenciam a oposição cultural entre a mulher nordestina e o homem do sul do Pa ís.
(B) demonstram a incapacidade de expressão verbal das personagem, reflexo da privação econômica de que são vitimas.
(C) beiram às vezes o absurdo, mas, no contexto da obra, adquirem um sentido de humor e sátira social.
(D) registram, com sentimentalismo,
sentimentalismo, o eterno conflito que opõe os princípios antagônicos do Bem e do Mal.
(E) suprimem, por seu caráter ridículo, a percepção do desamparo social e existencial das personagens.
(A) “Vejo a nordestina se olhando ao espelho e (…) no espelho aparece o meu rosto cansado e barbudo. Tanto nós nos intertrocamos”.
(B) “é paixão minha ser o outro. No caso a outra”.
(C) “Enquanto isso, Macabéa no chão parecia se tornar cada vez mais uma Macabéa, como se chegasse a si mesma”.
(D) “Queiram os deuses que eu nunca descreva o lázaro porque senão eu me cobriria de lepra”.
(E) “Eu te conheço até o osso por intermédio de uma encantação que vem de mim para ti” .
COMENTÁRIO:
alternativa C é a que não expressa identificação entre o narrador, Rodrigo S. M., e a protagonista Macabéa. Reiteradas vezes, a comunhão entre o narrador e a
A alternativa
personagem é expressada. Na hora da morte de Macabéa, porém, entre o criador e a criatura realiza-se uma cisão. Macabéa torna-se, por instantes, a "estrela",
pela primeira vez é o centro das atenções, desvinculando-se
desvinculando-se de Rodrigo..
COMENTÁRIOS:
As características
características apontadas
apontadas no enunciado
enunciado da questão,
questão, em especial o sentimento dede culpa do narrador-
narrador- personagem, marcantes em A Hora da Estrela
personagem, são marcantes Estrela. Isso
pode ser bem exemplificado com o primeiro dos vários títulos que abrem a obra: "A culpa é minha". Além disso, a consciência da precariedade da linguagem
literária, incapaz de suprimir o fosso existente entre o "eu" e o "outro", representa o núcleo do conflito metalingüístico encenado, ao longo da narrativa, por Rodrigo
S. M. Não fosse pelo sentimento de culpa explicitado na questão, os demais traços estilísticos poderiam ser imputados a Memórias Póstumas de Brás Cubas.
I. Os narradores de ambos os livros adotam um estilo sóbrio e contido, avesso a expansões emocionais, condizente com o mundo de escassez e privação que
retratam.
II. Em ambos os livros, a carência de linguagem e as dificuldades de expressão, presentes, por exemplo, em Fabiano e Macabéa, manifestam aspectos da
opressão social.
III. A personagem sinha Vitória (Vidas secas), por viver isolada em meio rural, não possui elementos de referência que a façam aspirar por bens que não possui; já
Macabéa, por viver em meio urbano, possui sonhos típicos da sociedade de consumo.
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
COMENTÁRIO:
(A) A história são as fracas aventuras de uma moça alagoana, “numa cidade toda feita contra e la”, o Rio de Janeiro.
(B) Macabéa, personagem do romance, tem a coragem e o heroísmo dos fortes e se torna, na vida, a grande estrela com que sempre sonhou.
(C) A estrela que dá título à obra é a estrela de cinema e só aparece mesmo na hora da morte.
(D) A narrativa constrói-se da alternância entre as reflexões do narrador que parece narrar a si mesmo e os fatos apresentados que dão o retrato da protagonista.
(E) O espaço da ação é o social- urbano, mas restrito à “Rua do Acre para morar” e à “Rua do Lavradio para trabalhar”.
(A) Livro com muitos títulos que se resumem à história de uma inocência pisada, de uma miséria anônima.
(B) História do narrador Rodrigo M. S., que se faz personagem, narrando-se a si mesmo e competindo com a protagonista.
(C) História da própria narração, que conta a si mesma, problematizando a difícil tarefa de narrar.
(D) História de Macabéa, moça anônima e que não fazia falta a ninguém.
(E) História de Olímpico de Jesus, paraibano e metalúrgico, vivendo o mesmo drama de Macabéa e identificando-se com ela.
10. (PUC-SP) Assinale a alternativa que não está de acordo com a personagem Macabéa, do romance A Hora da Estrela
Estrela, de Clarice Lispector:
11. (FUVEST) "Será que eu enriqueceria este relato se usasse alguns difíceis termos técnicos? Mas aíque está: esta história não tem nenhuma técnica, nem de
estilo, ela é ao deus-dará. Eu que também não mancharia por nada deste mundo com palavras brilhantes e falsas uma vida parcacomo a da datilógrafa." (Clarice
Lispector, A Hora da Estrela
Estrela)
Em uma das alternativas abaixo, há um aspecto do livro de Clarice Lispector, A Hora da Estrela
Estrela, presente no fragmento acima, que o aproxima do chamado
"romance de 30", realizado por escritores como Graciliano Ramos e Rachel de Queiroz:
13. (FEI-SP) Trata-se do último livro publicado por Clarice Lispector, em vida, em 1977. A personagem protagonista é Macabéa, que acumula em seu corpo
franzino todas as formas de repressão cultural, o que a deixa alheada de si e da sociedade.
As afirmações
afirmações acima referem-se
referem-se à obra:
(A) A h ora da es
es trela
(B) Perto do coração selvagem
(C) A maçã no escuro
escuro
(D) A paixão segundo
segundo G. H.
(E) Laços de família
(A) O narrador faz uma narrativa aberta para o l eitor, procurando fazer com que o leitor se identifique com os personagens
personagens..
(B) Existe
(C) um narrador
A escritura do texto que dificulta a localização
é extremamen
extremamente dee,sua
te rebuscada voz, misturando-a
portanto, com a dasqualquer
difícil de estabelecer outras personagens.
relação do texto com o narrador.
(D) O narrador, a todo momento, chama a atenção do leitor, alertando-o de que se trata de uma obra de ficção e, conseqüentemente, dificultando uma
identificação do leitor com os personagens.
(E) Não é possível identificarmos a presença do narrador.
15. (ACAFE) Sobre o texto "Tentarei tirar ouro de carvão. Sei que estou adiando a história e que brinco de bola sem a bola. O fato é um ato? Juro que este livro é
feito sem palavras.", extraído do livro A hora da estrela
estrela, pode-se afirmar que:
(A) o narrador-escritor vai transformar situações cotidianas em uma história de vida, de fatos e acontecimentos, e o "livro é feito sem palavras" pelo fato
de ser um retrato da vida.
(B) a história de Macabéa (protagonista do livro) é um conto de fadas, em que ela encontra o seu príncipe e vivem felizes para sempre.
(C) o narrador explica a relação de poder que um homem mantém sobre a mulher.
(D) é uma crítica ao "canibalismo" deste mundo cão, no caso, a anulação do ser humano pela cidade grande.
(E) se trata de um jogo de palavras em que o autor busca explicar a história de vida de um trabalhador sem qualificação, vivendo numa grande metrópole.
metrópole.
(A) ao ser atropelada e morta por um caminhão Mercedes Bens, a protagonista tem, enfim, um grande momento, à maneira de uma estrela de cinema, no centro da
cena cinematográfica.
cinematográ
(B) narra a históriafica.
de Macabéa, uma alagoana simples que se muda para o Rio de Janeiro, onde passa a morar numa pensão.
(C) distante de seu meio, alheia ao mundo da cultura e sem compreender claramente os valores que regem uma cidade grande e competitiva como o Rio de
Janeiro, Macabéa não consegue definir sua própria i dentidade.
(D) opondo-se a um curso sentimental
sentimental,, retórico, ornamental da poética nacional, a autora construiu uma poesia antilírica, anticonfessional,
anticonfessional, presa ao real e dirigida
ao intelecto.
(E) Olímpio, namorado de Macabéa e também nordestino, ao contrário dela, deseja ascender na vida a qualquer preço.
17. (PUC-CAMP) Maquiavel (...) admitia que a posição dos subalternos é estratégica para a análise de quem está por cima.
(A) se confirma, pois Rodrigo faz excelente análise das classes privilegiadas
privilegiadas..
(B) se confirma, pois Macabéa faz análise crítica do poder de seus superiores.
(C) não se confirma, pois Rodrigo tem reduzida consciência de sua classe social.
(D) não se confirma, pois Macabéa não tira proveito crítico de sua posição.
(E) não se confirma, pois Olímpico não se interessa por quem tem algum poder.
As lacunas
lacunas podem ser correta
correta e respectivamente
respectivamente preenchidas
preenchidas por:
19.
01. (FUVEST) Em A Hora da Estrela, o narrador apresenta a seguinte reflexão: " Poi s na hora da morte a pess oa se torna brilhante es
es trela de cinema, é o
ins ta
tante
nte de glória de cada um e é quando como no canto
canto coral se ouv em agag udos s ibilantes" .
RESPOSTAS ESPERADAS:
a) A h ora da es trela alude, metaforicamente, à morte, ao instante de fulguração rápida, mas reveladora de todo um sentido de existência. É a epifania à
maneira de Clarice Lispector, dentro da ótica existencialista da busca do sentido da experiência humana.
b) A ironia, trágica no caso, dá-se pela discrepância entre a breve aspiração de glória de Macabéa, insuflada pela cartomante (a miragem da estrela
hollywoodiana), a sua condição social (migrante nordestina marginalizada no Rio de Janeiro) e seu destino: atropelada por um carro de luxo, na porta
do Copacabana Palace. A hora da estrela, banal e reveladora, é o instante maior de Macabéa, anônima, estatelada na rua, mas objeto da atenção fugaz
de transeuntes anônimos.
20. (FUVEST) Leia este trecho de A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, no qual Macabéa, depois de receber o aviso que seria despedida do emprego, olha-se
no espelho:
Depois de receber o avis o foi ao banheiro para fic ar s ozinha porque estava toda at atordoada
ordoada.. Olhou maquinalmente
maquinalmente aoao espelho que encimava a pia
imunda e rachada,
rachada, c heia de cabelos,
cabelos, o que tanto
tanto combinava com s ua vida. Pareceu -lhe o espelho baço e esc ureci do não refletia
refletia imagem alguma. S umira
por acas o sua exi s tênci
tênciaa fís ic a? L og o depois pass ou a ilus ão e enx erg ou a cara toda deformada pelo
pelo espelho ordi nári
nário:
o: o nari z tornado enorme como o
de um palhaço
palhaço de nariz de papelão. levemente pensou: tão jovem e já com ferr ug em.
papelão. Olhou-s e e levemente
a) Neste trecho, o fato de parecer, a Macabéa, não se ver refletida no espelho liga-se imediatamente
imediatamente ao aviso de que seria despedida. Projetando essa ausência
ausência de
reflexo no contexto mais geral da obra, como você interpreta?
b) Também no contexto da obra, explique por que o narrador diz que Macabéa pensou "levemente"?
RESPOSTAS ESPERADAS:
a) O fato de Macabéa não se ver refletida no espelho remete ao fato de ser a nordestina uma " Maria Ninguém" que sequer é nomeada em boa parte da
obra. A datilógrafa é um ser "invisível ", que não é percebido pela maioria da sociedade. A sua potencial demissão apenas reforça o seu caráter de
pessoa dispensável, descartável pelo sistema, "enferrujada".
b) A alienação de Macabéa a impede de considerar qualquer questão em toda a sua amplitude. Pensa "levemente", ou superficialmente, sem se
aprofundar nas razões dos fenômenos que a circundam ou que a afetam.
Macabéa é então um produto do seu narrador. Aliás, toda personagem, é, de fato, o produto de um narrador que conta a história, seja este narrador quem for. Mas
neste romance há uma situação especial: Macabéa nasce mesmo do narrador que faz parte da história enquanto personagem. Ele é autor do romance em que nos
conta como ele "cria" Macabéa. Ele é o criador e Macabéa é sua criatura. Macabéa existe como projeção dele, como parte dele e existe em função dele. Ou seja:
Macabéa existe na sua relação com o narrador, o personagem Rodrigo S. M. É ele quem nos conta a história de como ele, escritor, inventa Macabéa, explicando, a
todo momento, como este trabalho, difícil, de lidar com as palavras e escrever um romance, acontece. (R. Spouza, in Macabéa: uma personae)
RESPOSTAS ESPERADAS:
b) Metalinguagem