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ETAPA 2
desses beijos exuberantes que são verdadeiras
1. (UFAM-PSC2-2011) “Senhora”, de José de explosões da alma irrupta pelo fogo de uma pai-
Alencar, desmente a ideia de que a sensua- xão subterrânea, longamente recalcada.”
lidade é prerrogativa dos romances con-
Resposta: A
temporâneos, e que aos romances românti-
COMENTÁRIOS:
cos cabia apenas amor platônico. Observe
os fragmentos abaixo, todos retirados de 1. Senhora – Uma das últimas obras de Alencar,
ALENCAR, José. Senhora. 34 ed. São Pau- “Senhora” (1875) é um romance urbano que re-
lo: Ática, 2003, e assinale a alternativa que trata o casamento por interesse financeiro numa
não comprova a ideia apresentada acima: sociedade de aparências do século XIX, mesma
época em que o autor vivia.
a) “Sem galopes infernais e as extravagantes figu-
ras que fazem das quadrilhas e valsas um per- 2. Visão crítica – Por meio dos diálogos entre
feito corrupio de doidos ou um redemoinho de Fernando Seixas e Aurélia, pode-se notar a vi-
gente tocada da tarântula, reinava ali sempre são crítica que eles têm da sociedade: o casa-
uma animação de bom gosto que excitava o mento não é apenas por amor, envolve interes-
prazer e derramava a alegria sem amarrotar as ses materiais.
moças, nem espremer as damas entre os cava- 3. Linguagem comercial – A obra é dividida em
lheiros.” quatro partes; os títulos evidenciam uma lingua-
b) “Aurélia cerrara a meio as pálpebras; seus lon- gem mercantil: “Preço”, “Quitação”, “Posse”, e
gos cílios franjados, que roçavam o cetim das “Resgate”.
faces, sombrearam o fogo intenso do olhar, que
escapava-se agora em chispas sutis, e feriam o 4. Final romântico – Apesar da proximidade com
semblante de Seixas com os rútilos de uma es- o Realismo, a obra termina em felicidade: Auré-
trela. A valsa é filha das brumas da Alemanha, e lia, agora rica, perdoa Fernando Seixas, e os
irmã das louras valquírias do norte. [...] Há nes- dois selam o pacto da felicidade.
sa dança impetuosa alguma cousa que lembra
os mistérios consagrados a Vênus pela Grécia
pagã, ou o delírio das bacantes quando agita-
vam o tirso.”
c) “Se Adelaide inclinava-se à frente para trocar
alguma observação, bombeava graciosamente
diante de Fernando as espáduas que a luz do
gás esbatendo-se em cheio jaspeava. Se a mo-
ça apoiava-se indolentemente à coluna, era o
seu lindo colo vazado por decote de ninfa, que
se oferecia aos olhos de Fernando.”
d) “Aurélia procurou a mão do marido e encostou-a
na testa. Debruçando-se para ela com esse mo-
vimento, Seixas roçara com o braço o contorno
de um seio palpitante. A moça estremeceu co-
mo se a percutisse uma vibração íntima, e aper-
tou com uma crispação nervosa a mão do mari-
do que ela conservara na sua.”
e) “Aurélia fitou o retrato com delícia. Arrebatada
pela veemência do afeto que intumescia-lhe o
seio, pousou nos lábios frios e mortos da ima- https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-
gem um beijo férvido, pujante, impetuoso; um 1093986342-senhora-jose-de-alencar-editora-trs-
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verbos que indicam vozes dos animais são em-
2. (UFAM-PSC2-2011) Leia: pregados largamente: berrar, ulular, mugir, arru-
“Daí a pouco, em volta das bicas era um zun- lhar, grunhir, miar.
zum crescente, uma aglomeração tumultuosa 4. Filme – Há um filme, criado em 1978 por Fran-
de machos e fêmeas. Uns, após outros, lava- cisco Ramalho Jr., com roteiro totalmente base-
vam a cara, incomodamente, debaixo do fio ado no livro “O Cortiço”. Conta com a participa-
d’água que escorria da altura de uns cinco ção especial de Betty Faria (Rita Baiana), Mário
palmos. O chão inundava-se. As mulheres Gomes (Jerônimo) e Armando Bógus (João
precisavam já prender as saias entre as coxas Romão).
para não as molhar; via-se-lhes a tostada nu-
dez dos braços e do pescoço, que elas despi-
am, suspendendo o cabelo todo para o alto do
casco; os homens, esses não se preocupavam
em não molhar o pelo, ao contrário metiam a
cabeça bem debaixo da água e esfregavam
com força as ventas e as barbas, fossando e
fungando contra as palmas das mãos.” (AZE-
VEDO, Aluísio de. O Cortiço. São Paulo: Martins Fontes,
1968.)
https://www.traca.com.br/livro/1013126/m
ulato/
Impessoalidade: o “eu” poético não faz parte As asas que Deus lhe deu
das cenas descritas. Ruflaram de par em par...
2. Principais representantes – Alberto de Olivei- Sua alma subiu ao céu,
ra, Raimundo Correia e Olavo Bilac. Seu corpo desceu ao mar...
4
3. Ode – Entre os antigos gregos, poema lírico des-
tinado ao canto. De modo geral, poema lírico
composto de estrofes de versos com medida
igual.
4. No desvario, Ismália oscila entre o plano físico
(o corpo) e o plano espiritual (a alma). A loucura
e o sonho transportam a personagem para uma
outra dimensão, fazendo-a atravessar a fronteira
entre a vida e a morte. Essas características fili-
am o poema ao SIMBOLISMO.
https://www.flickr.com/photos/chenepan/4457499008
RESPOSTAS:
1-A; 2-E; 3-B; 4-C; 5-D
REFERÊNCIAS
AMORA, Antônio Soares. Obras de Cláudio Manuel da
Costa. Lisboa, Bertrand, 1962.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira.
São Paulo: Cultrix, 1994.
BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio. Capítulos de Literatu-
ra Colonial. São Paulo: Brasiliense, 1991.
CANDIDO, Antonio. Iniciação à literatura brasileira. Rio
de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2004
CASTELLO, José Aderaldo. Literatura brasileira/origens
e unidade/vol.II. São Paulo: Edusp, 1999.
Moisés, Massaud. A literatura brasileira através dos tex-
tos. São Paulo: Editora Cultrix, 1997.