TQE 09/2021
TQE 09 / CIÊNCIAS HUMANAS / 2021
CIÊNCIAS HUMANAS
HISTÓRIA
1. (Darwin)
TEXTO 1
TEXTO 2
As charges acima fazem referências críticas a um
momento decisivo da História do Brasil: a indepen-
dência política em relação a Portugal, sob a liderança
do príncipe português D. Pedro, em 1822. Os aspec-
tos da independência brasileira abordados de forma
crítica nas charges I e II são, respectivamente:
a) Intervenção militar do governo inglês / desconten-
tamento popular com a emancipação.
b) Manutenção da dependência econômica / limites
do alcance social da independência.
c) Apatia política das camadas populares / Flexibili-
zação da estrutura social brasileira.
d) Influência das ideias do liberalismo inglês / Manu-
tenção do atraso tecnológico produtivo.
e) Mudança do eixo econômico para o comércio in-
glês / Desorganização da estrutura agrícola.
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2. (Darwin) Analise a imagem a seguir.
Produzida em 1822, esta pintura representa, de
forma alegórica, o governo imperial estabelecido por
ocasião da Independência do Brasil. O trono é ocu-
pado por uma figura feminina que representa a mo-
narquia e que tem em sua mão uma Constituição.
Negros, indígenas e brancos aparecem armados.
Alegoricamente, as crianças representam o futuro do
país que floresce.
Diante do exposto, considerando os aspectos que
envolveram a independência do Brasil e com base na
análise da pintura, essa imagem:
a) demonstra o sentimento de rejeição à herança
cultural portuguesa pelas lideranças da indepen-
dência brasileira.
b) comprova a união e envolvimento das diversas
classes sociais existentes no país na luta pela
emancipação política.
c) expõe o caráter de revolução social da indepen-
dência brasileira, dadas as profundas mudanças
sociais de que foi seguida.
d) representa uma visão idealizada do projeto polí-
tico vitorioso ao final do processo de independên-
cia do Brasil.
e) exalta a obtenção da independência política bra-
sileira como uma bem sucedida negociação diplo-
mática com Portugal.

3. (Uepa) Leia o texto para responder à questão.
(...) Sendo, pois chegada a época de ver o Brasil a jus-
tiça da sua Causa de acordo com os interesses e as
vistas de Inglaterra não cessarei de lembrar a V. Sra.
quanto importa aproveitar tão felizes circunstâncias;
elas são tão favoráveis que sendo manejadas com ap-
tidão e habilidade de V. Sra. darão em resultado o re-
conhecimento pronto e formal deste Império pela Ingla-
terra, sem talvez haver precisão de o fazer dependente
de condições algumas; pois bem longe de estarmos
agora em circunstâncias de propor e pedir, mui pelo
contrário, a própria Inglaterra sentirá por si mesma a ne-
cessidade de reconhecer a nossa independência e con-
trabalançar a influência do Governo [francês], que ora
domina os conselhos de Madrid e de Lisboa ...”
(Arquivo da Independência, vol. I, p. 56.)
A correspondência de Carvalho e Mello, Secretário
dos Negócios Estrangeiros do Brasil, em 1824, re-
vela características da diplomacia brasileira no sen-
tido do reconhecimento da independência. No texto,
fica evidente o interesse em:
a) participar do jogo de alianças internacionais.
b) buscar fazer acordo com Portugal e Espanha.
c) resistir ao pagamento de indenização em dinheiro.
d) oferecer a abolição do tráfico negreiro como con-
dição.
e) utilizar o cenário político europeu favoravelmente
ao Brasil.
4. (Cefet MG) “[...] nasci e me criei no tempo da regência;
e que neste tempo o Brasil vivia, por assim dizer, muito
mais na praça pública do que mesmo no lar domés-
tico; ou, em outros termos, vivia em uma atmosfera tão
essencialmente política que o menino [...] em casa
muito depressa aprendia a falar liberdade e pátria [...],
começava logo a ler e aprender a constituição política
do império. Daqui resultava que não só o cidadão ex-
tremamente se interessava por tudo quanto dizia res-
peito à vida pública; mas que não se apresentava um
motivo, por mais insignificante que fosse de regozijo
nacional ou político, que imediatamente todos não se
comovessem [...] e se tratasse de por na rua uma bo-
nita alvorada. [...] eu vou dizer o que é que então se
tinha por costume de chamar de alvorada. Quando se
tratava [...] de regozijo geral por qualquer ato político
ou público, apenas a noite começava a escurecer,
toda a vila tratava logo de iluminar-se [...].”
REZENDE, Francisco de Paula Ferreira de. Minhas Recordações. Belo
Horizonte: Imprensa Oficial, 1987 (1887). p. 67-68. (Adaptado)
O texto acima se refere a um período da história bra-
sileira no qual se
a) confirmou o princípio político do republicanismo.
b) constatou a influência política de ideários socialis-
tas.
c) atribuiu a conquista de direitos humanos à luta po-
lítica.
d) presenciou a emergência de diferentes projetos
políticos.
e) reproduziu a forma norte-americana de manifesta-
ção política.
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5. (Darwin) O imperador D. Pedro II era um mito antes
de ser realidade. Responsável desde pequeno, pa-
cato e educado, suas imagens constroem um prín-
cipe diferente de seu pai, D. Pedro I. Não se espe-
rava do futuro monarca que tivesse os mesmos ar-
roubos do pai, nem a imagem de aventureiro, da qual
D. Pedro I não pôde se desvincular. A expectativa de
um imperador capaz de garantir segurança e estabi-
lidade ao país era muito grande. Na imagem de um
monarca maduro, buscava-se unificar um país muito
grande e disperso.
(Adaptado de Lilia Moritz Scharcz, As barbas do imperador: D. Pedro
II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, p.62,
70,91)
A partir das considerações feitas no fragmento tex-
tual, pode-se afirmar
a) Houve uma proposital construção da imagem polí-
tica de D. Pedro II, realçando a continuidade dinás-
tica que ele representava.
b) O texto permite afirmar que o Império herdado por
D. Pedro II estava plenamente consolidado em
torno de um projeto político unitarista.
c) Para melhor acentuar as diferenças em relação ao
reinado autoritário e centralizador de seu pai, D.
Pedro II extinguiu o poder moderador.
d) Era necessário que o novo Imperador tivesse um
perfil baseado na seriedade e sobriedade, total-
mente, diferente daquele deixado pelo pai,
e) a introdução do lema “ordem e progresso” na ban-
deira nacional, determinada por D. Pedro II, visava
construir uma imagem diferente da monarquia.
6.
TEXTO 1
É exagero supor que a Questão Religiosa que indis-
pôs momentaneamente o Trono com a Igreja foi dos
fatores primordiais na proclamação da República.
Para que isso acontecesse era preciso que a nação
fosse profundamente clerical, a Monarquia se confi-
gurasse como inimiga da Igreja e a República signifi-
casse maior força e prestígio para o clero.(...)
Quando muito, revelando o conflito entre o Poder Ci-
vil e o Poder Religioso, contribuiria [ a Questão Reli-
giosa] para aumentar o número dos que advogavam
a necessidade de separação da Igreja do Estado e,
assim, indiretamente, favoreceria o advento da Re-
pública, que tinha essa norma como objetivo.
COSTA, Emilia Viotti. Da monarquia à República. São Paulo : Editora
Unesp, 2010.
TEXTO 2
No entanto, [a Questão Religiosa] agitou uma série
de tensões que envolviam a concepção e a prática
da religião no Império, contribuindo decisivamente
para abalar a Monarquia.(...)
(...) Para as mentalidades secularizadas que defen-
diam o progresso, a atuação do governo no episódio
revelou-se fraca (...). Para a grande massa da popu-
lação, ainda presa à religiosidade antiga, tudo aquilo
não passara de uma impiedade do imperador. De to-
dos os espíritos, retirava-se do cetro de D. Pedro II a

aura mágica, que lhe tinha assegurado até então o
exercício do poder.
Dicionário de História do Brasil Imperial (0808-0822). VAINFAS, Ronaldo
(Org.). Rio de Janeiro : Objetiva, 2002.
Uma leitura dos dois fragmentos textuais permite
concluir que
a) A construção de um conhecimento histórico obje-
tivo não e possível, visto sempre haver diferentes
versões dos estudiosos para os mesmos fatos his-
tóricos.
b) Apesar de aparentemente contraditórios, os frag-
mentos textuais acima apresentam uma relação
de complementariedade ente si.
c) O primeiro texto faz uma análise que leva em con-
sideração a contradição entre a postura do impe-
rador e as posições religiosas da maior parte da
população.
d) Apesar das divergências entre os autores, fica evi-
dente que a Questão Religiosa colocou em pauta
o debate acerca das relações institucionais entre
Estado e Igreja.
e) Apesar de diferentes abordagens sobre a mesma
temática, os textos permitem concluir que o cará-
ter laico do governo imperial foi fonte de tensões
sociais.
7. (Darwin) “Batuque era um nome genérico, ao longo
do século XIX, para designar danças, músicas e tam-
bores negros, nem sempre de caráter religioso. Esta
festa negra às vezes poderia ser usada como sinô-
nimo de lundus, sambas, caxambus e maracatus, obe-
decendo a variações regionais. A documentação em
que se faz presente, as posturas municipais, discus-
sões nas câmaras, jornais e relatos de viajantes cons-
tantemente referem-se aos batuques como uma reu-
nião de negros – escravos, africanos ou libertos – nas
mais variadas ocasiões – nos domingos, dias santos -
e locais – nas fazendas, periferias e até mesmo em
suas áreas centrais.
(...) Nas Câmaras Municipais e provinciais do Império
procurava-se estabelecer, embora sem unanimidade,
o controle sobre a festa negra. No Rio de Janeiro, ca-
pital do Império, se eram proibidos os ajuntamentos de
pessoas, especialmente os escravos, “com tocatas,
danças e vozerias”, permitiam-se os “batuques, canto-
rias e danças de pretos dentro de casas e chácaras”,
desde que não incomodassem os vizinhos.”
Ronaldo Vainfas (org). Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro : Obje-
tiva, 2002.
Os batuques realizados por negros nos tempos da
escravidão no Brasil colonial e imperial estão intima-
mente relacionadas a ritmos e folguedos que consti-
tuem parte importante do patrimônio cultural do povo
brasileiro. A leitura do texto permite concluir:
a) Os batuques era promovidos nos principais centros
urbanos, em função de nessas áreas haver maior li-
berdade de movimentos para os escravos de ganho.
b) Os batuques estavam associados, especifica-
mente, aos escravos da etnia banto, grupo afri-
cano que mais contribuiu para a formação da cul-
tura brasileira
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c) As autoridades coloniais e imperiais combateram
de forma rigorosa os batuques, pois estas festas
eram consideradas ambientes propícios a encon-
tros em que poderiam ser organizadas revoltas
contra os senhores.
d) O batuque encontrava espaço para a negociação
com as autoridades, que entendiam que a permis-
são vigiada e a liberação para a diversão contri-
buía como forma de controlar conflitos entre se-
nhores e escravos.
e) Segundo o texto, o significado cultural dos batu-
ques estava ligado ao candomblé e, por isso, as
autoridades da época, insufladas pela Igreja, bus-
cavam reprimi-los.
8. (Darwin)
“A República foi proclamada. Mas não bastava a
força para sustentar o novo regime, era preciso per-
suadir a sociedade. Para isso, os republicanos tive-
ram que formular símbolos, imagens e rituais (...). Es-
ses símbolos deviam marcar também as diferenças
entre a República e a Monarquia, comprovando as
vantagens da primeira sobre a segunda. (...). A ban-
deira do Império tinha o fundo verde, o losango ama-
relo e a esfera azul, como a atual (...). Dentro da es-
fera azul estavam os emblemas imperiais: a cruz, a
esfera armilar a coroa e os ramos de café e tabaco.
Teixeira Martins, no lugar dos emblemas imperiais,
desenhou estrelas e colocou uma faixa branca com
os dizeres: “Ordem e Progresso”, um lema positi-
vista.(...). Tiradentes, o então esquecido líder da In-
confidência Mineira, primeiro movimento republicano
do Brasil colonial, foi alçado à condição de Herói Na-
cional, mártir da República”.
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da Re-
pública no Brasil. São Paulo : Cia das Letras, 1990)
Com base nos textos, pode-se concluir que o princi-
pal objetivo político da criação de símbolos represen-
tativos do novo governo era
a) Valorizar a participação popular no novo regime
político.
b) Reafirmar o papel do exército como fundador da
República.
c) Legitimar junto à sociedade brasileira o novo re-
gime político.
d) Celebrar a forma pacífica como a República havia
sido instaurada.
e) Obter a adesão dos monarquistas resistentes ao
novo regime.

9. (Darwin) Nos primeiros meses de 1890 uma série de
editais curiosos começou a aparecer nos jornais do
Rio de Janeiro. Anunciavam a criação de bancos, fá-
bricas, empresas de comércio e navegação, projetos
de colonização e transporte, ferrovias, companhias
telefônicas e outros negócios. As pessoas eram con-
vidadas a participar desses empreendimentos na
condição de acionistas. A expectativa de lucros as-
tronômicos das novas empresas oferecia a expecta-
tiva de rápida fortuna. (...)
Entre as oportunidades apresentadas ao mercado
havia de tudo (...) como a Companhia Industrial de
Mate e Coca, cujo objetivo seria explorar no Paraná
uma “planta muito semelhante à coca boliviana, com
todas as suas aplicações terapêuticas e riquíssima
em cocaína.”
Laurentino Gomes – 1889 – Globo Livro.
As informações do fragmento textual acima nos re-
metem ao contexto dos primeiros anos do regime re-
publicano no Brasil, marcados, no nível econômico
por
a) Significativa inclusão social, proporcionada pela
criação de programas de distribuição de renda
que aumentaram o consumo de bens industriais e
serviços
b) Forte expansão das atividades industriais, resul-
tado dos investimentos norte-americanos e britâ-
nicos, favorecidos pelos incentivos oferecidos
pelo governo
c) Especulação financeira que resultou na crença
generalizada de amplas oportunidades de enri-
quecimento rápido e provocou sérios desajustes
econômicos
d) Estabelecimento de grandes empreendimentos
industriais estatais, inclusive do setor de base, de
acordo com o nacionalismo econômico defendido
pelos militares
e) Reforço das características econômicas herdadas
do período monárquico brasileiro, em função dos
interesses das elites agrárias então dominantes.
10. (Darwin) Logo no começo de 1890 houve várias ten-
tativas de organizar um partido operário, e um dos
militante mais envolvidos, Luís da França e Silva, di-
zia em seu jornal Echo Popular: “A palavra – Repú-
blica – foi por muito tempo o símbolo exclusivo das
aspirações democráticas, e o grito – viva a República
– tem um longo passado de sedição e irrompe natu-
ralmente do povo quando ele se reúne para delibe-
rar”
CARVALHO, José Murilo de. Os Bestializados – O Rio de Janeiro e a Re-
pública que não foi. São Paulo : Companhia das Letras, 1987.
Embora proclamada sem a iniciativa popular, a Re-
pública recém instaurada despertaria entre os exclu-
ídos do sistema anterior certo entusiasmo quanto às
novas possibilidades de participação. A evolução
posterior dos fatos fez com o novo regime
a) Confirmasse as expectativas populares, pois o
novo regime organizou-se em bases efetivamente
populares, instalando a democracia direta
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b) Consagrasse o princípio genuíno da soberania
popular, ao eliminar o voto censitário e adotar o
sufrágio universal na constituição de 1891.
c) Frustrasse os anseios de ampliação dos direitos
políticos, ao impor exigências ao direito de voto
que eram altamente excludentes.
d) Surpreendesse as população de um modo geral,
ao instalar-se uma ditadura militar prolongada,
que controlou o país durante toda a República Ve-
lha.
e) Mantivesse a forma centralizada de organização
do Estado brasileiro, decepcionando profunda-
mente os Republicanos Históricos.
11. (DARWIN) “A respeito da passagem do Império para
a República no Brasil, dois mitos ficaram consagra-
dos: o do consenso nacional e o da indiferença da
população. Ambos cumpriram uma mesma função,
ou seja, obscureceram os conflitos que se travaram
entre os grupos políticos e sociais na época. A Pro-
clamação da República não trouxe ao país um perí-
odo de paz. Havia muita agitação e discordância den-
tro do próprio Partido Republicano. O motivo do
grande descontentamento era o próprio Marechal
Deodoro, que governava de modo muito semelhante
ao de um Imperador. Depois de dois anos de go-
verno, Deodoro da Fonseca acabou renunciando,
isto é, abandonando a presidência; em seu lugar, as-
sumiu o vice-presidente, Marechal Floriano Peixoto.
O governo de Floriano Peixoto também foi um perí-
odo agitado."
(EITEL, L. S. Conhecendo o Paraná. São Paulo: Ática, 1992).
Entre os fatores que condicionaram essa instabili-
dade nos primeiros anos do regime republicano, po-
demos identificar:
a) O confronto entre grupos e lideranças adeptos de
projetos distintos para a organização do novo re-
gime, pondo em xeque a manutenção do próprio
sistema republicano.
b) Os federalistas exigiam mais energia por parte do
Governo e que ele tirasse a autonomia dos Esta-
dos, centralizando a estrutura político-administra-
tiva.
c) O projeto de restauração da monarquia, defendido
por diversos segmentos militares e demonstrado
na Revolta da Armada, no rio de Janeiro.
d) A alta generalizada do custo de vida, ocasionada
pelo Encilhamento levou à revoltas populares que
agitaram os centros urbanos.
e) A implantação do Estado Laico contrariou as tra-
dições de religiosidade tradicional, despertando
revoltas como a Guerra de Canudos.
12. (DARWIN) “Cícero Dantas Martins (1838-1903), ba-
rão de Jeremoabo, foi um homem público de consi-
derável influência [...]. Dificilmente alguém poderia
disputar-lhe o posto de maior proprietário fundiário da
região de Canudos. Suas 61 fazendas espalhavam-
se pelos municípios baianos [...]. Vários de seu san-
gue desempenhavam algum papel. Um sobrinho,
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João Dantas de Magalhães, era médico do exército
e exerceu suas funções na campanha [contra Canu-
dos], tendo o barão lhe confiado carros de boi para
ajudar no transporte dos feridos. [...] Um primo, Ge-
nes Martins Fontes, era juiz em Monte Santo, e seu
irmão Paulo Fontes ocupava idêntico posto; ambos
possuíam várias fazendas perto de Canudos. Outro
primo, Antônio Ferreira de Brito, era chefe político em
Pombal, ameaçada pelo conselheiristas. Mais um,
Sebastião de Sousa Dantas, fora promotor em Monte
Santo, e seria deputado federal [...]. Outro, Francisco
Dantas, ocupava o cargo de intendente em Soure. E
um parente, o coronel José Américo Camelo de
Souza Neto, foi dos mais aguerridos opositores dos
canudenses e um dos maiores fornecedores do exér-
cito na região. Esses são nomes do clã do barão,
sem falar nos aliados e clientes, que aparecem a toda
hora nos relatos da guerra.”
Fonte: GALVÃO, Walnice Nogueira. O império do Belo Monte: vida e morte
de Canudos. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2001. p. 19, 23, 26.
(Adaptado)
O processo ao qual a charge acima se refere, viven-
ciado pela cidade do Rio de Janeiro no início do sé-
culo XX, gerou fortes conflito sociais por
a) Desconsiderar as características do relevo dos
morros cariocas, nos quais vivia a maioria da po-
pulação mais pobre.
b) Promover reformas urbanas em nome de um ideal
de modernização, mas ter sido autoritário e mar-
ginalizador.
c) Excluir a maior parte da população pobre das me-
didas de combate às doenças, como foi o caso da
vacina contra a varíola.
d) Pretender destruir símbolos arquitetônicos e urba-
nísticos que representavam a herança política
monárquica no Brasil.
e) Transferir de forma obrigatória grande parte da
população mais pobre para conjuntos habitacio-
nais construídos na periferia.

O texto faz referência ao comportamento de mem-

bros da elite agrária em relação à Guerra das tropas
do exército brasileiro contra Canudos, no final do sé-
culo XIX. Essa postura justifica-se
a) Pelas disputas internas entre membros da elite
baiana, interessados na divisão de prestigiosos
cargos políticos e sociais.
b) Pelo fato de que Canudos estava comprometendo
o poder econômico, social e político dos coronéis
da região em se estabeleceu.
c) Pelo fato de o governo republicano ter imposto
aos fazendeiros a cooperação material com as tro-
pas que combatiam os sertanejos.
d) Pela incapacidade de organização militar da re-
pressão republicana para mobilizar recursos para
enfrentar o movimento de Canudos.
e) Pelo apelo da Igreja Católica aos fazendeiros da
região para combaterem fanatismo religioso de
Antônio Conselheiro e seus seguidores.

13. (Darwin)

Charge de 1907 criticando a expulsão dos mora-

dores do Morro da Favela, região que abrange o
atual Morro da Providência, considerado a pri-
meira favela do Rio de Janeiro.

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