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02. (2009.2) Os elementos formais e temáticos
relacionados ao contexto cultural do Simbolismo Os abismos carnais da triste argila
encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Ele os vence sem ânsias e sem custo...
Sousa, são: Fica sereno, num sorriso justo,
A) a opção pela abordagem, em linguagem simples e Enquanto tudo em derredor oscila.
direta, de temas filosóficos.
B) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em Ondas interiores de grandeza
relação à temática nacionalista. Dão-lhe essa glória em frente à Natureza,
C) o refinamento estético da forma poética e o Esse esplendor, todo esse largo eflúvio.
tratamento metafísico de temas universais.
D) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade O ser que é ser transforma tudo em flores...
social expressa em imagens poéticas inovadoras. E para ironizar as próprias dores
E) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a Canta por entre as águas do Dilúvio!
(CRUZ e SOUZA, João da. Sorriso interior. Últimos sonetos. Rio de Janeiro:
rima e a métrica tradicionais em favor de temas do UFSC/Fundação Casa de Rui Barbosa/FCC, 1984)
cotidiano.
04. (2009.3) O poema representa a estética do
Violoncelo Simbolismo, nascido como uma reação ao
(...) Parnasianismo por volta de 1885. O Simbolismo tem
Chorai, arcadas como característica, entre outras, a visão do poeta
Do violoncelo! inspirado e capaz de mostrar à humanidade, pela poesia,
Convulsionadas o que esta não percebe.
Pontes aladas O trecho do poema de Cruz e Souza que melhor
De pesadelo... exemplifica o fazer poético, de acordo com as
características dos simbolistas, é:
(...) A) “Leva consigo esse brasão augusto”.
De que esvoaçam, B) “Os abismos carnais da triste argila / Ela os vence sem
Brancos, os arcos... ânsias e sem custo...”.
Por baixo passam, C) “Fica sereno, num sorriso justo/Enquanto tudo em
Se despedaçam, derredor oscila”.
No rio, os barcos. D) “O ser que é ser transforma tudo em flores.../ E para
(PESSANHA, Camilo. Violoncelo. In: GOMES, Á. C. O Simbolismo, São Paulo: ironizar as próprias dores / Canta por entre as águas do
Editora Ática, 1994, p.45)
Dilúvio!”.
03. (2009.3) Os poetas simbolistas valorizaram as E) “O ser que é ser e que jamais vacila/Nas guerras
possibilidades expressivas da língua e sua musicalidade. imortais entra sem susto”.
Aprofundaram a expressão individual até o nível do
A pátria
subconsciente. Desse esforço resultou, quase sempre,
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
uma visão desencantada e pessimista do mundo. Nas
Criança! não verás nenhum país como este!
estrofes destacadas do poema Violoncelo, as
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
características do Simbolismo revelam-se na:
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
A) relação entre sonoridade e sentimento explorada nos
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
versos musicais.
B) combinação das rimas que funde estados de alma
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
opostos.
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
C) pureza da alma feminina, representada pelo ritmo
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
musical do poema.
Vê que grande extensão de matas, onde impera,
D) temática do texto, retomada da vertente
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
sentimentalista do Romantismo.
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
E) expressão do sofrimento diante da brevidade da vida.
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Sorriso interior
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
O ser que é ser e que jamais vacila
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Nas guerras imortais entra sem susto,
Criança! não verás país nenhum como este:
Leva consigo esse brasão augusto
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
Do grande amor, da nobre fé tranquila. BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929.
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05. (Enem 2015) Publicado em 1904, o poema A pátria Vida obscura
harmoniza-se com um projeto ideológico em construção Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
na Primeira República. O discurso poético de Olavo Bilac ó ser humilde entre os humildes seres,
ecoa esse projeto, na medida em que embriagado, tonto de prazeres,
A) a paisagem natural ganha contornos surreais, como o o mundo para ti foi negro e duro.
projeto brasileiro de grandeza.
B) a prosperidade individual, como a exuberância da Atravessaste no silêncio escuro
terra, independe de políticas de governo. a vida presa a trágicos deveres
C) os valores afetivos atribuídos à família devem ser e chegaste ao saber de altos saberes
aplicados também aos ícones nacionais. tornando-te mais simples e mais puro.
D) a capacidade produtiva da terra garante ao país a
riqueza que se verifica naquele momento. Ninguém te viu o sentimento inquieto,
magoado, oculto e aterrador, secreto,
E) a valorização do trabalhador passa a integrar o
que o coração te apunhalou no mundo,
conceito de bem-estar social experimentado.
Mas eu que sempre te segui os passos
Mal secreto
sei que cruz infernal prendeu-te os braços
Se a cólera que espuma, a dor que mora
e o teu suspiro como foi profundo!
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce, (SOUSA, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1961)
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse; 07. (2014.1) Com uma obra densa e expressiva no
Simbolismo brasileiro, Cruz e Sousa transpôs para seu
Se se pudesse, o espírito que chora, lirismo uma sensibilidade em conflito com a realidade
Ver através da máscara da face, vivenciada. No soneto, essa percepção traduz-se em:
Quanta gente, talvez, que inveja agora A) sofrimento tácito diante dos limites impostos pela
Nos causa, então piedade nos causasse! discriminação.
B) tendência latente ao vício como resposta ao
Quanta gente que ri, talvez, consigo isolamento social.
Guarda um atroz, recôndito inimigo, C) extenuação condicionada a uma rotina de tarefas
Como invisível chaga cancerosa! degradantes.
D) frustração amorosa canalizada para as atividades
Quanta gente que ri, talvez existe, intelectuais.
Cuja ventura única consiste E) vocação religiosa manifesta na aproximação com a fé
Em parecer aos outros venturosa! cristã.
(CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia.
Brasília: Alhambra, 1995)