2° ANO – Literatura.
a) De acordo com a última estrofe, qual é a condição básica
Exercício Parnasianismo
VASO GREGO
Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda de Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia
Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois . . . Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
(Alberto de Oliveira)
1. “Vaso Grego” é considerado um dos sonetos mais
representativos do Parnasianismo. Aponte três
características parnasianas presentes no texto. Justifique
sua resposta com elementos do próprio texto.
2. Na primeira estrofe do poema acima, há uma ordem
indireta sintática, procure ordenar os termos sintáticos, a
fim de que seja transportados para ordem direta.
VIA-LÁCTEA
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto . . .
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode Ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas”.
(Olavo Bilac)
3. Há, no texto, uma situação de diálogo. Identifique os
interlocutores.
4. Esse poema situa-se entre certas produções de Olavo
Bilac que fogem aos procedimentos tipicamente
parnasianos.
necessária para a “comunicação cósmica”?
b) Destaque do texto um exemplo de predomínio da emoção
sobre a razão.
c) Conclua: que estética literária influenciou a criação desse
soneto?
AS POMBAS
Vai-se a primeira pomba despertada . . .
Vai-se outra mais . . . mais . . . enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sangüínea e fresca a madrugada . . .
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada . . .
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam
Fogem . . . Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais . . .
(Raimundo Correa)
5. O soneto está organizado em duas partes. Nas duas
quadras, o eu lírico descreve o revoar das pombas; nos
tercetos é estabelecida uma comparação.
a) A que é comparado o revoar das pombas?
b) Qual é a diferença essencial, segundo o texto, entre os
elementos comparados?
6. De acordo com os termos dessa comparação, identifique a
que correspondem, no plano da vida:
a) a madrugada e a tarde;
b) a nortada, que as pombas encontram, à tarde, fora dos
pombais
7. Releia a última estrofe do soneto. Que visão sobre a vida
e sobre a condição humana o eu lírico expressa nessa
estrofe e no poema como um todo?
8. Destaque do soneto três características que comprovam a
filiação do texto ao Parnasianismo.