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º ano
GRUPO I
Lê o texto seguinte. Se necessário, consulta as notas.
Quão breve tempo é a mais longa vida
- Quão breve tempo é a mais longa vida
-
E a juventude nela! Ah Cloe, Cloe,
-
Se não amo, nem bebo,
-
Nem sem querer não penso,
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Pesame a lei inimplorável1, dóime
-
A hora invita2, o tempo que não cessa,
-
-
E aos ouvidos me sobe
Vocabulário -
Dos juncos o ruído
Na oculta margem onde os lírios frios
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1
a quem nada se pode implorar; 2 não Da ínfera3 leiva4 crescem, e a corrente
-
vencida; 3 inferior; 4 terra de cultivo, Não sabe onde é o dia,
lavrada: leira - Sussurro gemebundo.
«Ricardo Reis – Odes – Livro primeiro», in Fernando Pessoa – poesia dos outros eus,
edição de Richard Zenith Lisboa, Assírio & Alvim, 2007, p. 120
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Reescreve os versos 7 e 8 na ordem direta.
2. Esclarece a relação entre o sujeito poético e a «lei inimplorável» (v. 5).
3. Identifica o recurso expressivo presente no último verso do poema, justificando.
António VilasBoas e Manuel Vieira │Entre Palavras 12
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Teste de Avaliação de 12.º ano
Lê o soneto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.
Está o lascivo e doce passarinho
Está o lascivo1 e doce passarinho
com o biquinho as penas ordenando;
o verso, sem medida, alegre e brando,
espedindo2 no rústico raminho3;
o cruel caçador (que do caminho
se vem calado e manso desviando)
na pronta vista a seta endireitando,
lhe dá no Estígio lago4 eterno ninho.
Destarte5 o coração, que livre andava,
Vocabulário (posto que já de longe destinado)
onde menos temia, foi ferido.
1
alegre, brincalhão; 2 cantando;
3
«rústico raminho» – ramo de uma
Porque o Frecheiro cego6 me esperava,
árvore no campo; 4 «no Estígio lago» –
no Inferno; 5 do mesmo modo; 6 «o para que me tomasse descuidado,
Frecheiro cego» – Cupido, Deus do em vossos claros olhos escondido.
Amor
Luís de Camões, Rimas, edição de Álvaro Júlio da Costa Pimpão,
Coimbra, Almedina, 2005, p. 123
4. Divide o soneto em duas partes lógicas, justificando.
5. Refere a função do conector que inicia o último terceto.
António VilasBoas e Manuel Vieira │Entre Palavras 12
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Teste de Avaliação 12.º ano │ n.º 1
1.º Período
GRUPO II
Lê o texto. Se necessário, consulta as notas.
Expedições científicas
- Em 20 de abril de 1758, o comandante de fragata José Solano y Bote escreveu uma carta ao
-
ministro de Estado espanhol Ricardo Wall a partir da remota aldeia de Raudales, nas margens do
-
Orinoco1. A expressão de sentimentos pessoais em correspondência oficial era inadequada, mas,
-
5
confiando na relevância do papel que lhe fora atribuído na abertura de uma nova fronteira
- selvagem ou talvez fraquejando num momento de debilidade, Solano atreveuse a contarlhe o que
- pensava sobre a tarefa em que se encontrava empenhado.
-
Segundo indicou na missiva, «as indispensáveis incomodidades destes desertos requerem
-
grande robustez, acompanhada de uma vontade indómita para as superar e não as sentir, com o
-
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objetivo de que a fraqueza não torça o juízo. Convém vir munido de um enorme desejo de glória,
- porque não existe esperança de encontrar o El Dorado 2 e, no percurso, enfrentamse muitas
- tempestades. Convém, por fim, estar completamente fora de si para aceitar tudo o que se tem entre
-
mãos e, mesmo assim, construir algo».
-
A figura do expedicionário científico, que como recordou Solano deveria juntar força física e
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psicológica, preparação adequada e o desejo de servir em condições extremas, expressa bem uma
- certa ambivalência do pensamento iluminista3 e rapidamente entra no imaginário das sociedades
- setecentistas.
-
Movidos pela ambição global de progredir continuamente, os expedicionários representavam
-
também a ansiedade expansionista de um Ocidente triunfante na Europa e na América do Norte.
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-
Essa atitude era igualmente herdeira da valorização científica, da aquisição de valores morais
- contraditórios, como o cosmopolitismo4, a compaixão ou a colaboração com outras culturas e
- outras humanidades. As generalizações são sempre perigosas: não existiu um expedicionário típico
- do Iluminismo, mas sim muitos protótipos. Alguns provinham de contextos sociais e culturais
- privilegiados, expressando nas novas aventuras uma herança nobre e aristocrata; outros eram
25 meros burgueses ou comerciantes, ansiosos por identificar um novo filão de oportunidades
- económicas; e outros ainda eram camponeses e pescadores, provenientes de grandes capitais ou de
- aldeias remotas. E é essa variedade humana que explica a força do conjunto.
- Desde o fim do século XVII, o desenvolvimento da física de Newton, com os respetivos
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impactes decisivos em disciplinas como a astronomia, a cartografia 5, a geografia ou a geodesia 6,
-
impôs a organização de missões especializadas, depois designadas por expedições científicas ou
-
roteiros filosóficos. Tinham a missão de estudar sistematicamente um território e documentar todo
o tipo de fenómenos do mundo natural ali registados. Inseriamse num movimento global de
-
recolha de dados que pudessem ser estudados e interpretados e consequentemente alimentassem
-
novas teorias. No melhor dos cenários, as expedições científicas pretendiam identificar leis de
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comportamento universal. Se o mundo era um livro que a ação humana deveria decifrar, estas
-
campanhas representaram, em primeira instância, uma mentalidade intervencionista e iluminista,
-
que pretendia «remediar os defeitos da natureza com a arte».
-
Requerendo a transferência de homens e instrumentos para locais distantes, para além da sua
-
proteção e abastecimento, as expedições científicas implicaram naturalmente uma logística militar.
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Inseriramse na ampla tradição da realidade ultramarina e nos campos da exploração especializada
que juntavam saberes multidisciplinares, respondendo às exigências sociais de informação dos
António VilasBoas e Manuel Vieira │Entre Palavras 12
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Teste de Avaliação de 12.º ano
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radicalmente.
- É inegável que muitas destas campanhas desenvolveram a ciência geográfica, convertendo uma
- parte da superfície terrestre num território seguro como nunca antes, navegável mediante mapas e
- cartas, mensurável e governável com estatísticas e padrões infalíveis, suscetível de ser estudado e
-
domesticado em herbários e jardins, ou de ser narrado em histórias e jornais contagiados pela ideia de
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progresso.
National Geographic – A era das explorações – O nascimento de um mundo global, Edição especial, n.º 5, Lisboa, RBA Revistas
Portugal Lda., 2016, pp. 111 e 112
Vocabulário
1
grande rio da América do Sul que corre principalmente na Venezuela; 2 região mítica da América do Sul na qual os
europeus acreditavam que o ouro era extremamente abundante; 3 «pensamento iluminista» – mentalidade do
Iluminismo, corrente filosófica dominante no século XVIII, essencialmente otimista; 4 interesse por tudo, por todo o
mundo; 5 ciência relativa à elaboração de mapas; 6 ciência relativa, de um modo geral, à determinação da forma da
Terra; 7 grande conjunto
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.
1. O destinatário da carta que José Solano y Bote escreveu, poderia ter ficado surpreendido, ao
lê--la, com
(A) a linguagem pouco apropriada.
(B) a falta de informação científica.
(C) a presença de informação científica.
(D) a presença de opiniões.
2. Com a frase «ou talvez fraquejando num momento de debilidade» (l. 5), o autor do texto reflete
sobre um comportamento de José Solano y Bote,
(A) apresentando uma causa.
(B) dilucidando uma dúvida.
(C) propondo uma alternativa.
(D) lançando uma dúvida.
António VilasBoas e Manuel Vieira │Entre Palavras 12
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Teste de formativo 12.º ano │ n.º 1
1.º Período
5. A frase «Se o mundo era um livro que a ação humana deveria decifrar, estas campanhas
representaram, em primeira instância, uma mentalidade intervencionista e iluminista» (ll. 34-
-35) integra
(A) uma hipérbole.
(B) uma personificação.
(C) uma comparação.
(D) uma metáfora.
Responde, de forma correta, aos itens apresentados.
8. Identifica o antecedente do pronome pessoal presente na frase «uma vontade indómita para as
superar» (l. 8).
9. Indica a função sintática do pronome relativo presente em «Se o mundo era um livro que a
ação humana deveria decifrar» (l. 34).
10. Classifica a oração subordinada presente em «Inseriam-se num movimento global de recolha
de dados que pudessem ser estudados» (ll. 31-32).
GRUPO III
Descobertas tecnológicas que, desde o século XVIII, enriqueceram a Humanidade, sob o lema do
progresso constante, não contribuíram sempre para o bemestar e a segurança de todos. E constituem, por
vezes, nuvens negras no nosso horizonte…
Redige um texto de opinião no qual comproves esta perspetiva, apresentando, pelo menos, dois
argumentos e respetivos exemplos.
O teu texto deve ter entre duzentas e trezentas palavras e deve estruturarse em três partes lógicas.
António VilasBoas e Manuel Vieira │Entre Palavras 12
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Soluções
Grupo I
A
1. E o ruído dos juncos sobe-me aos ouvidos.
Grupo II
António VilasBoas e Manuel Vieira │Entre Palavras 12
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