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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO BAIANO

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM MÚSICA POPULAR BRASILEIRA


DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE LEITURA E PROD. DE TEXTOS ACADÊMICOS
DOCENTE: ERICA BASTOS DA SILVA
DISCENTE: TIAGO GOMES MATOS: 25/07/2021

FAVARETTO, Celso. Ainda o tropicalismo. Artigo publicado no Jornal da USP em


04/07/2016. Disponível em: https://jornal.usp.br/artigos/ainda-o-tropicalismo/
Acessado em: 24/07/2021.
Com o grande crescimento dos movimentos artísticos e culturais na década de 60, todo
o contexto gerado nos anos 50 começa a se romper, na qual a sociedade vivenciava
um cenário de desigualdade, miséria, exclusão social, analfabetismo, a dominação
imperialista saltam à cena abruptamente, compondo a imagem de um país
“subdesenvolvido” injusto, culturalmente atrasado, dependente do capital nacional e
internacional, daí surge o movimento tropicalista no qual seus integrantes ou
participantes questionavam e reivindicavam contra uma época desastrosa que o país
estava mergulhado a mais décadas, em ênfase nos anos de 1964 após o golpe civil-
militar.
Sugestionáveis com toda essa situação, movimentos e projetos artísticos foram
surgindo em prol da causa popular, de modo que transmitisse o recado, as informações,
palavras que influenciavam fortemente, que transmitisse o recado a sociedade
brasileira, criando uma imagem artística nítida para transmitir informações, recados
políticos, palavras de denúncia e exortação.
Movimentando-se em uma expressiva linguagem emotiva e sensível as necessidades
do povo brasileiro, algumas produções unificavam com temas e processos da cultura
popular. O objetivo real era reivindicar reformas econômicas, sociais, educacionais e
culturais.
Em 1967 o aparecimento notável do movimento tropicalista foi desencadeado com
apresentações de “Alegria Alegria”, de Caetano Veloso, e “Domingo no Parque” de
Gilberto Gil, no III festival de música popular brasileira na TV Record, daí teve diversos
lançamentos em diversas áreas que abrangem movimentos culturais que compunham
posicionamentos críticos, políticos e sociais, como o teatro, encenações, aparecimentos
do projeto ambiental “tropicália, exposições artísticas de artes moderna, livros dentre
outros. A música de forma mais enfatizada foi de fato o que preponderou o movimento,
evidentemente a receptividade e aceitação dessa nova “música brasileira” não foram
fáceis, por conta da crítica e do subjetivismo exigia-se uma audição e mais apurada com
concepções de ideias novas, assim também existiram os grupos que recebeu o
tropicalismo com entusiasmo, por aqueles que de fato buscavam o novo, valorizando a
estranheza como antídoto à repetição de clichês.
Assim, o autor descreve de maneira concisa grande parte do momento de insatisfação
da sociedade e o surgimento do movimento denominado “tropicalismo”, abordando a
difícil trajetória de aceitação da “musica brasileira” arrojada, transgressora, progressiva,
crítica e sobre tudo poética, que inspirou gerações e cujos impactos são pertinentes e
sentidos até nos dias atuais.

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