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Pedagogia
Pedagogia
Módulo 5 - Anexo
O que mais tarde será visto por Ferreira (1998), afirma que “não existe
aprendizagem sem que seja registrado no corpo”. (p. 18), destacando a importância dos
movimentos nas ações de construção do conhecimento.
Nos estudos de De Meur & Staes (1984), assinala que “o intelecto se constrói a
partir da atividade física”. As funções motoras (movimento) não podem ser separadas
do desenvolvimento intelectual (memória, atenção, raciocínio) nem da afetividade
(emoções e sentimentos). Para que o ato de ler e escrever se processe adequadamente, é
indispensável o domínio de habilidades a ele relacionado, considerando que as
habilidades são fundamentais manifestações psicomotoras.
No enfoque das pesquisas de Levin (1995), “há uma diferença entre os
pensamentos de Wallon e Dupré”; para Wallon, o movimento está relacionado ao afeto,
à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos das crianças; para Dupré, a motricidade está
relacionada inteligência. Assim é possível observar que no início a psicomotricidade
tinha seus estudos voltados para a patologia. Porém Wallon, Piaget e Ajuriaguerra
aprofundaram seus estudos voltados para o campo do desenvolvimento, nesta
perspectiva Wallon se preocupou com a relação psicomotora, afeto e emoção, já Piaget
se preocupou com a relação evolutiva da psicomotricidade com a inteligência e
Ajuriaguerra consolida as bases da evolução psicomotora, de forma mais específica para
o corpo e sua relação com o meio. Para ele, a evolução da criança está na
conscientização do seu corpo.
Estas contribuições muito avançaram para o conceito da psicomotricidade e as
ações metodológicas para o desenvolvimento da aprendizagem, principalmente na
aquisição da leitura e escrita.
Assim para a psicomotricidade o indivíduo, para aprender, precisa sentir, pensar
e agir, a psicomotricidade é a expressão de um pensamento pelo ato motor preciso,
econômico e harmonioso. (AJURIAGUERRA, 1983)
Em 1948, Ajuriaguerra redefiniu o conceito de debilidade motora e delimitou
com clareza os transtornos psicomotores no seu Manual de Psiquiatria Infantil. Ele é o
responsável por delimitar com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre o
neurológico e o psiquiátrico. Com estas novas contribuições, a psicomotricidade
diferencia-se de outras disciplinas, adquirindo sua própria especificidade e autonomia.
O corpo é eixo comum na prática da psicomotricidade, porta-voz dos sintomas e
sede dos problemas de aprendizagem e/ou psicomotores, podendo ser trabalhados
através da reeducação, porém o profissional de educação deve se apropriar deste recurso
para aplicá-lo nas rotinas educacionais.
Os pesquisadores André Lapierre e Bernard Aucouturier, são considerados os
pais da psicomotricidade relacional. Negrine (1995), afirma que com a influência desses
dois professores de educação física, a psicomotricidade passou por três períodos:
continuador, inovador e de ruptura. O período continuador é caracterizado pela primeira
vertente adotada pelos autores Lapierre e Aucouturier, onde as publicações da época
expressavam a linha teórico-metodológica funcionalista, marcando a origem da
psicomotricidade como campo de estudo e como prática pedagógica, onde as crianças
eram submetidas a testes que avaliavam seu perfil psicomotor. Já no período inovador,
ao contrário do que acreditavam no estágio anterior, nesse período, o trabalho era
desenvolvido com fundamento nas potencialidades dos alunos, unindo teoria e prática
com bases relacionais, pois a psicomotricidade funcional não seria adequada quando se
tratasse de educação ou reeducação. Assim surge o período da ruptura, onde os autores
Lapierre e Aucouturier acabaram tendo suas práticas distanciadas. Lapierre trabalhou
com base na potencialização dos jogos simbólicos, acreditando que sempre há uma
intenção por trás deles, e que o adulto interviria no jogo simbólico da criança. Já
Aucouturier defendia a potencialização dos jogos sensório-motor.
Segundo Alves (apud SILVA, 2004), “A psicomotricidade tem como principal
propósito melhorar ou normalizar o comportamento geral do individuo, promovendo um
trabalho constante sobre as condutas motoras, através das quais o indivíduo toma
consciência do seu corpo, desenvolvendo o equilíbrio, controlando a coordenação global
e fina e a respiração bem como a organização das noções espaciais e temporais.”
É uma pratica pedagógica que contribui para o desenvolvimento da criança no
processo de ensino aprendizagem. Favorece os aspectos físicos, mental, afetivo
emocional e sócio cultural. É uma forma de ajudar a criança a superar as suas
dificuldades e precaver possíveis inadaptações. (OLIVEIRA, 2002).
O papel da psicomotricidade na educação é estimular o desenvolvimento das
percepções da criança e seu esquema corporal. O ato de movimentar-se fisicamente é
privilegiado com o trabalho psicomotor, porém leva-o ao trabalho mental, onde é
aprendido a ouvir, interpretar, imaginar, organizar, representar e passar do abstrato para
o concreto. O desenvolvimento é adquirido através de suas tentativas e erros. Ela
transforma seus erros em aprendizado. Portanto a atividade motora é de extrema
importância no desenvolvimento da criança.
A psicomotricidade de Le Boulch (1983) justifica sua ação pedagógica
colocando em evidencia a prevenção das dificuldades pedagógicas, dando importância a
uma educação do corpo que busque um desenvolvimento total da pessoa, tendo como
principal papel na escola preparar seus educandos para vida, utilizando métodos
pedagógicos renovados, procurando ajudar a criança a ser desenvolver da maneira
possível, contribuindo dessa forma para uma boa formação da vida social.
Muitos estudos tem na psicomotricidade um olhar apenas para o corpo e o
movimento, porém vai além. É responsável também pela contribuição mental e pelo
comportamento, neste sentido podemos observar que:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
3. Metodologia
4. Considerações finais
Metodologia
Neste artigo foi feito extenso estudo bibliográfico de autores como Alves (1998),
Bueno (1997), Cabral (2000), Foucault (1998), Lapierre (1988), Marx (1987, 2001),
dentre outros, acerca da importância da Psicomotricidade para o processo de ensino e
aprendizagem na Educação Escolar, e dentre tantos tipos de pesquisas possíveis, a
pesquisa qualitativa descritiva (bibliográfica) apresenta características apropriadas para
o foco principal.
Estimulação psicomotora
Bueno (1997), em seu livro Psicomotricidade: teoria e prática, faz a seguinte
afirmativa sobre a estimulação psicomotora:
Educação psicomotora
Reeducação psicomotora
Terapia psicomotora
Esquema Corporal
De acordo com Hurtado (1991), o Esquema Corporal é o elemento básico,
indispensável na criança para construção de sua personalidade. É a representação mais
ou menos global, mais ou menos específica e diferenciada que ela apresenta de seu
próprio corpo.
Vayer (1982), descreve a imagem corporal como resultado complexo de toda
atividade cinética, sendo a imagem do corpo a síntese de todas as mensagens, de todos
os estímulos e de todas as ações que permitam à criança se diferenciar do mundo
exterior e de fazer do “eu” o sujeito de sua própria existência.
Já Ledoux (1991), descreve que o esquema corporal especifica o indivíduo como
representante da espécie. Mais ou menos idêntico em todas as crianças da mesma idade,
ele é uma realidade de fato, esteio e intérprete da imagem do corpo. Graças a ele, o
corpo atual fica referido no espaço à experiência imediata. À medida que a criança
conhece seu corpo e percebe que ele lhe obedece, vai tomando consciência de que pode
utilizá-lo não só para movimentar-se, mas também para agir conforme seu desejo e
controle, ela então vai sentir-se muito bem.
De acordo com Wallon (1989), a Psicomotricidade define o esquema corporal
como a organização de estruturas cerebrais que concede ao indivíduo o conhecimento
progressivo das partes e funções do corpo, a partir de etapas sucessivas, que são
determinadas pela maturação neuro-cortical e pela relação da pessoa com o meio físico
e humano. Desta forma, o esquema corporal propicia ao indivíduo noções de
globalidade de si, equilíbrio postural, afirmação da lateralidade, entre outras
habilidades.
Segundo Ledoux (1991), a criança ou aluno cujo esquema corporal não está bem
elaborado em sua percepção, certamente apresentará dificuldade de coordenação dos
seus movimentos. Irá atrapalhar-se ao se vestir ou despir, as habilidades manuais lhe
serão difíceis e penosas. Na escola apresentará caligrafia feia e leitura não-expressiva,
sem ritmo e entrecortada. Desta forma, exercícios de identificação, reconhecimento,
localização e conhecimento das funções das partes do corpo auxiliam o
desenvolvimento do esquema corporal.
A imagem do corpo
Atividades Psicomotoras
Para De Meur e Staes (1984), as atividades psicomotoras podem ser
consideradas como ações a serviço da educação, pois elas cuidam do movimento e, ao
mesmo tempo põem em jogo as funções intelectivas e a afetividade.
Segundo os autores acima, geralmente, crianças com distúrbios psicomotores
apresentam: i) deficiência na formação de conceitos; ii) falhas de percepção e de
discriminação de orientação espaço-temporal, no esquema corporal, na discriminação
figura-fundo isto é, na capacidade de integrar estímulos, formando um todo
compreensível; iii) atraso nos níveis de desenvolvimento motor (sentar, engatinhar e
andar); iv) falta de coordenação motora; v) dificuldade na leitura e na escrita; vi)
problemas de fala e de linguagem, como: dislalias, ou atropelamento da fala e gagueira,
dentre outras alterações; vii) lentidão na realização dos trabalhos escolares; viii) fácil
fatigabilidade; ix) dificuldades em copiar do plano vertical (quadro-de-giz) para o plano
horizontal (caderno); x) disgrafias, disortografias e a escrita em espelho; xi)
lateralidade indefinida, dentre outros sintomas.
Desenvolvendo habilidades
Considerações Finais
2 A LEGALIDADE DA PSICOMOTRICIDADE
Foram tecidos aqui breves comentários sobre Jean Piaget e sua teoria
quanto aos quatro estágios de desenvolvimento infantil. Desde a mais tenra
idade (sensório-motor) e toda a sua dependência do meio exterior para
protegê-lo até os 12 anos de idade (operações formais), com todo o seu
dinamismo e busca pelo novo.
Fica caracterizado com isso tudo a importância do desenvolver
psicomotor das crianças, em especial neste caso quanto no meio escolar,
como bem disse Gonçalves (2009, p. 236):
A estimulação psicomotora, incorporada a currículos da Educação
Infantil, pode agregar experiências sensoriais, perceptivas, motoras,
sociais e afetivas, que são capazes de tornar a aprendizagem da
criança repleta de conteúdos simbólicos e não simbólicos que são a
gênese da linguagem verbal e, posteriormente da linguagem escrita.
As Aquisições sócio-cognitivas:
3 O DIA-A-DIA DA PSICOMOTRICIDADE
Motricidade Fina
40%
50% 5 anos
6 anos
7 anos
10%
Motricidade Global
30% 30%
5 anos
6 anos
7 anos
40%
Aluno 2
11 anos • • • • • •
10 anos • • • • • •
09 anos • • • • • •
08 anos • • • • • •
07 anos • • • • • •
06 anos • • • • • •
05 anos • • • • • •
04 anos • • • • • •
03 anos • • • • • •
02 anos • • • • • •
Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Aluno 3
11 anos • • • • • •
10 anos • • • • • •
09 anos • • • • • •
08 anos • • • • • •
07 anos • • • • • •
06 anos • • • • • •
05 anos • • • • • •
04 anos • • • • • •
03 anos • • • • • •
02 anos • • • • • •
Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Aluno 4
11 anos • • • • • •
10 anos • • • • • •
09 anos • • • • • •
08 anos • • • • • •
07 anos • • • • • •
06 anos • • • • • •
05 anos • • • • • •
04 anos • • • • • •
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Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Aluno 5
11 anos • • • • • •
10 anos • • • • • •
09 anos • • • • • •
08 anos • • • • • •
07 anos • • • • • •
06 anos • • • • • •
05 anos • • • • • •
04 anos • • • • • •
03 anos • • • • • •
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Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Aluno 6
11 anos • • • • • •
10 anos • • • • • •
09 anos • • • • • •
08 anos • • • • • •
07 anos • • • • • •
06 anos • • • • • •
05 anos • • • • • •
04 anos • • • • • •
03 anos • • • • • •
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Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Aluno 7
11 anos • • • • • •
10 anos • • • • • •
09 anos • • • • • •
08 anos • • • • • •
07 anos • • • • • •
06 anos • • • • • •
05 anos • • • • • •
04 anos • • • • • •
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Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Aluno 8
11 anos • • • • • •
10 anos • • • • • •
09 anos • • • • • •
08 anos • • • • • •
07 anos • • • • • •
06 anos • • • • • •
05 anos • • • • • •
04 anos • • • • • •
03 anos • • • • • •
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Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Aluno 9
11 anos • • • • • •
10 anos • • • • • •
09 anos • • • • • •
08 anos • • • • • •
07 anos • • • • • •
06 anos • • • • • •
05 anos • • • • • •
04 anos • • • • • •
03 anos • • • • • •
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Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Aluno 10
11 anos • • • • • •
10 anos • • • • • •
09 anos • • • • • •
08 anos • • • • • •
07 anos • • • • • •
06 anos • • • • • •
05 anos • • • • • •
04 anos • • • • • •
03 anos • • • • • •
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Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Psicomotricidade, jogo e
corpo-em-relação:
contribuições para a
intervenção
1 Introdução (real-funcional), como a de aumentar a capacidade
criativa numa contínua descoberta do que está para
Numa intervenção psicomotora realizada por além de si mesma (imaginário-relacional).
profissionais da área da saúde, existe uma constante Na intervenção psicomotora, solicita-se uma meta
interação entre o motor e o psíquico, entre a mente e o atividade corporal, no sentido de transcender a atividade
corpo, a partir da qual se estrutura o desenvolvimento do corpo real e ir além do corpo que se conhece e
psicomotor. Esta dialética é reforçada por Fonseca que se move. Se não existir essa transcendência,
(2010), quando afirma que a psicomotricidade a atividade corporal ficará associada apenas a um
está enquadrada num campo multidisciplinar, corpo voltado para ele próprio, com o objetivo de
que estuda as relações e as influências recíprocas melhorar a performance física. A atividade corporal,
e sistêmicas entre o psiquismo e a motricidade. nesta intervenção terapêutica, deve incluir uma
Não pode existir clivagem entre corpo e psiquismo, nova dimensão, ou seja, um espaço de atuação que
mas, se existir, essa separação será artificial, o que necessariamente abrange o simbolismo vivido pela
leva Golse (2002) a considerá-la como a principal criança, expresso no seu corpo e pelo seu corpo, que é
inimiga do desenvolvimento da criança. concomitantemente funcional e relacional (POTEL,
A dimensão motora é indissociável da energia 2010; BOUTINAUD et al., 2014). Assim, este
psíquica, ou seja, é inseparável do pensamento que simbolismo torna-se um quadro vivo da sua própria
expressa a intencionalidade de cada movimento história, em que o corpo se move e se expressa, com
(ideomotricidade), assim como, das emoções. referências ao passado, presente e futuro.
A psicomotricidade é, portanto, decorrente de Não constatamos apenas a existência de um corpo real,
uma integração gnosicopráxica e tonicoemocional, mas também a representação de um corpo imaginário.
isto é, da associação existente entre o movimento O corpo não se reduz ao real porque mediatiza todo
corporal e as expressões imaginárias-simbólicas que o mundo imaginário do sujeito (SAMI-ALI, 1998).
dão significado ao corpo, na sua relação dialética Esta dimensão ‒ o imaginário – expressa os desejos,
com os outros e com os objetos (POTEL, 2010). as vontades, os (des)prazeres, por meio de metáforas
A intervenção psicomotora implica uma observação, corporais durante o jogo-em-relação, desde que exista
ou seja, a existência de um espaço de escuta do corpo, uma relação empática vivenciada entre a criança e
em que as manifestações conscientes ou inconscientes o outro, através de uma ressonância tonicoemocional
dos desejos, vontades e necessidades da criança se recíproca e empática (AUCOUTURIER, 2010), que
expressam corporalmente através do tônus, dos se estabelece entre o terapeuta e a criança.
gestos, dos movimentos e das diferentes formas de A importância da relação de mediação corporal,
brincar (LIMA; FERNANDES; ARAÚJO, 2015). na intervenção psicomotora, foi apresentada por
Essas manifestações estão centradas num paradigma Ajuriaguerra (1962), ao referir que é através da
de transposição, que investe na gestão de um ir e relação que se estabelece com o outro, com um
vir, entre o interno e o externo, com atividades corpo-em-relação, que a criança adquire a consciência
marcadas pelo agir e reagir, que responde tanto às de si e o sentimento de ser e estar. Por sua vez, Joly
necessidades internas, como às solicitações externas. (2010) considera que esta práxis se operacionaliza
Deste modo, o terapeuta olha para o corpo de por intermédio de uma motricidade lúdica em
forma holística, ou seja, para um corpo que se move relação. É, neste sentido, que a relação está associada
de um lado para o outro e, também, para um corpo ao jogo, como um dos principais mediadores em
ornado com símbolos, que se comunica com os outros, psicomotricidade e, por isso, considerado como
envolvendo a função e a relação (FERNANDES, 2012, jogo-em-relação.
2015). O corpo que se conhece por meio das sensações De acordo com o exposto, este ensaio apresenta
provenientes da pele, dos fusos neuromusculares e um texto que expressa a centralidade da dimensão
dos órgãos tendinosos de Golgi, ou o corpo que se lúdica do corpo-em-relação, embasado em conceitos
expressa e transmite emoções e afetos, formam uma que se agrupam em torno de uma intencionalidade
unidade indissociável. Por isso, existe um corpo que dialética entre função e relação. Pretendemos, através
age e reage, um corpo real e imaginário (SAMI-ALI, de uma exposição de ideias, que se fundamentam
1998), que é espaço de passagem da comunicação, em diferentes áreas do conhecimento, apresentar
da relação e da vida psíquica (GATECEL, 2009). a gênese do jogo-em-relação e algumas linhas
Neste enquadramento da psicomotricidade, Fernandes orientadoras para que os profissionais da área da
(2012) destaca a importância desta práxis, na ajuda ao saúde (psicomotricistas, terapeutas ocupacionais,
desenvolvimento da criança, por esta envolver tanto etc.), que pretendem atuar neste âmbito, o utilizem
a possibilidade de melhorar a coordenação motora como mediador de intervenção.
Referências
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Médicas, 1983.
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. 6ª ed. São Paulo: Editora Hucitec, 1987.
MARX, K. O capital: crítica da economia política. 18ª ed. Rio de Janeiro: Editora
Civilização Brasileira, 2001.
VAYER, P.; TOULOUSE, P. Linguagem corporal. 1ª ed. Porto Alegre, RS: Editora
Artes Médicas, 1982.
FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
BOUFFARD, Pierre. A criança até aos 3 anos – como cuidar da criança no dia-a-dia. (4ª
edição). Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1982.
GESELL, Arnold. A criança de0 aos 5 anos – o bebé e a criança na cultura dos nossos
dias. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1979.
GRIFFEY, Harriet. O seu filho dos 12 aos 24 meses – Um guia pormenorizado para os
pais. Porto: Editora Civilização, 2002.
ROJO, Carmen Calvo et al. Lua cheia 2-3 anos. Material de apoio didático. São
Domingos de Rana: Mundicultura, 2006.