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A MARINHA DE GUERRA E A QUESTÃO AMBIENTAL

Reynaldo Galvão Antunes


Mestrando do LATEC / UFF
Av. N. S. Copacabana 1.335/612, RJ/RJ CEP 22.081-010
Tel.: 2513 4462 , e-mail: reytunes@ig.com.br

Eduardo Linhares Qualharini


D.Sc., Prof. do LATEC/UFF e da Escola Politécnica da UFRJ
Av. Min. Afrânio Costa 341, Barra da Tijuca, RJ/RJ.
CEP 22.621 – 220 Tel.: 21 9965 5949 – e-mail: qualharini@all.com.br

RESUMO

O presente artigo traça um paralelo entre a Marinha de Guerra do Brasil e outras Marinhas do
mundo no tocante ao seu comprometimento com o Meio Ambiente.
Descreve para tanto o estado da arte de algumas Marinhas de Guerra do mundo, que possuem
uma postura pró-ativa frente ao desafio ambiental, reduzindo de forma significativa, os
impactos ambientais derivados de suas operações navais.
Conclui que em futuro próximo dado a importância do tema, que as Marinhas de Guerra, terão
que ter o seu Sistema de Gerenciamento de Segurança e Prevenção à poluição e atender aos
requisitos internacionais previstos no Código I S M (International Safety Management) ao
modelo de gestão voltada para os cuidados com o meio ambiente marinho ou outros que
atendam as normas internacionais em vigor, atualmente não obrigatório aos navios de guerra.

Palavras-chave: Meio Ambiente, prevenção à poluição, navios de guerra

ABSTRACT

This article traces a parallel between the Brazilian Navy and other Countries’ Navies around
the world regarding their commitment to the environment.
To do so, it describes the state-of-the-art of some of the world’s Navies, which have a pro-
active position in response to environmental issues that significantly reduces environmental
impacts resulting from their naval operations.
It concludes that in the near future, given the importance of the matter, every Country’s Navy
will have a Pollution Prevention and Safety Management System and comply with the
international requirements foreseen in the ISM Code (International Safety Management)
management model, a model focused on marine environmental preservation; or other models
that comply with the international norms in force, with today are not obligatory for warships.

Key-words : Environment, pollution prevention, warships.

INTRODUÇÂO

1.1 Considerações Iniciais

Os mares sempre foram palco de fonte de alimentos, via de comunicação, cenários de guerras
e operações militares. Com a evolução tecnológica e científica registrada no último século,
ocorreram grandes transformações no tocante a função e utilidade dos oceanos e suas
conseqüências econômicas e políticas. A tecnologia possibilitou o aproveitamento econômico
do mar com a exploração dos recursos do alto-mar através da pesca em larga escala, com o
incremento da pesquisa científica viabilizando, quer um aproveitamento intensivo dos
recursos vivos do mar, quer a exploração de nódulos polimetálicos nos fundos dos oceânicos e
de petróleo na plataforma continental.

Contudo, a fantástica evolução tecnológica e científica gerou sérias perturbações a biota ,


aumento excessivo da população da terra, urbanização em larga escala, poluição e
esgotamento dos recursos naturais.

Os problemas ambientais ultrapassam fronteiras. Como resposta a esta questão, surgiram as


organizações internacionais gerando tratados e convenções internacionais multilaterais como
principal fonte para a criação de normas internacionais.

A conferência sobre a Biosfera que ocorreu em Paris, em 1968, foi um marco para a questão
ambiental, assim como a 1a. Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada
em Estocolmo em junho de 1972, que veio definitivamente colocar as questões ambientais nas
agendas oficiais internacionais. Em 1973 iniciou-se a 3a. Conferência das Nações Unidas
para o Direito do Mar, concluída em 1982 em Mondego-Bay, Jamaica, da qual resultou uma
convenção sobre normas, que preconizam regras sobre a delimitação, jurisdição, uso e
apropriação dos espaços marítimos, a ser efetuado pelos Estados.

Cabe destacar, que no ano de 1988 foi declarado o ano Internacional dos Oceanos, tendo
como ponto alto a EXPO’98, ressaltando a importância de tal ecossistema para a vida no
planeta.
Não obstante, algumas Marinhas de Guerra, sensíveis e consoantes com o seu tempo estão
realizando um exame e revisão das operações de suas uma atividades sob a óptica ambiental
mais apurada ou do novo paradigma. Surge, então, uma mudança nos valores da cultura
naval.

1.2 O problema

Embora, a maior parte da poluição dos oceanos tenha origem telúrica, isto é proveniente de
fontes poluidoras terrenas, uma porção importante é provocada pela grande quantidade de
cargas transportadas pelo elevado número de navios mercantes, muitas delas tóxicas ou
perigosas, destacando-se atualmente além da ocorrência de poluição por óleo a água de lastro
e do sedimento associado, bem como das incrustações no casco das embarcações que são
mecanismos extremamente eficientes na dispersão de organismos exóticos marinhos e de água
doce, com ameaças para ecossistemas, habitats e espécies que vêm aumentando com o
incremento do desenvolvimento econômico mundial.

Existem atualmente diversas Convenções Internacionais, que visam prevenir, controlar ou


combater a poluição dos oceanos, que vão se aperfeiçoando, obtendo a adesão de cada vez
mais países, porém, estas não se aplicam os navios de guerra, que se “beneficiam” da
imunidade soberana que lhes é reconhecida pelo Direito Internacional.

Estes navios de guerra por sua vez, se não possuírem um plano de gerenciamento ambiental,
podem representar uma séria fonte de poluição.

É necessário, portanto que a autoridade marítima, ou quem de direito implemente normas que
atendam de forma plena a prevenção de poluição ambiental por parte dos navios de guerra
assim como atualmente acontece com os outras embarcações.

1.3 Objetivo

O presente artigo tem por objetivo traçar um paralelo entre o estado da arte de algumas
Marinhas, pró-ativas, estrangeiras e os navios da Marinha de Guerra do Brasil, quanto ao
aspecto ambiental do oceano e da costa brasileira .
1.4. A pró-atividade ambiental de algumas marinhas de guerra

A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, concluída em Montego Bay,
Jamaica em 10 de dezembro de 1982, ratificada por quase cem países, inclusive o Brasil,
estabelece que todos os bens econômicos existentes no seio da massa líquida, sobre o leito do
mar e no subsolo marinho, ao longo de uma faixa litorânea de 200 milhas marítimas de
largura, na chamada Zona Econômica Exclusiva (ZEE), se constituem propriedade exclusiva
do país ribeirinho.

O mar deixou de ser um meio para o comércio marítimo, a guerra ou a navegação para tornar-
se uma riqueza, em si mesmo considerada fonte de recursos economicamente apreciáveis. É
uma riqueza natural, que necessariamente tem que envolver políticas adequadas e defesa por
ser uma questão de soberania nacional. Esta mudança de perspectiva no que se refere à
elaboração de nova disciplina jurídica dos mares fez com que alguns Estados centrassem seus
esforços na disciplina jurídica dos espaços marítimos enquanto locais propícios à exploração
de recursos bióticos e abióticos do mar. Portanto, entendem que suas marinhas de guerra tem
um papel de extrema relevância neste novo cenário de complexo desafio.

Segundo Bergin (1997), a Marinha Real Australiana, criou em fevereiro de 1994, a sua
Diretoria de Gerenciamento Ambiental, responsável pelo levantamento de aspectos
ambientais no interior da instituição, avaliação de impactos ambientais, planos de
contingência e monitoramento, com o objetivo de controlar e reduzir a contaminação que
possam gerar nas suas operações navais. Além do que, a proteção de suas ZEEs, traçando
instruções e normas a serem seguidas por embarcações civis ou militares que trafegam em tais
zonas.

Bergin (1997) cita, também, que a Marinha Real Australiana entende, que apesar de estarem
imunes as convenções e tratados com respeito a poluição ambiental, esta tem o dever frente a
sociedade australiana de ser exemplo de preservação e vigilância, tendo operações de seus
navios de guerra, em áreas de sensibilidade ambiental, como a Great Barrier Reef, Jaris Bay,
Colurn Sound e Sydney Harbour.
A seguir, apresenta-se a Tabela 1, que é uma normativa interna, da Marinha Astraliana, para
os navios de guerra em tráfego na área de alta sensibilidade ambiental, no Great Barrier Reef ,
quanto a descarte de dejetos plásticos, de papel e de outros materiais, na área da Grande
Barreira de Corais.
Tipos de Sobras Área

Fora de Área Especial e Dentro dos Limites Dentro dos


na Região da Grande da Região da Grande Limites de
Barreira de Corais Barreira de Corais áreas especiais

Todo Material Plástico Proibido Proibido Proibido


Sobras que flutuam (excluíndo Proibido Proibido Proibido
papel, papelão e restos de
alimentos)
Papel e papelão não plastificadoAceitável>25nm fora Proibido Proibido
ou revestido por cera e não das proximidades da
fragmentado ou triturado terra e da Região da
Grande Barreira de Corais
Papel e papelão, fragmentado ou Aceitável> 3nm fora Proibido Proibido
triturado das proximidades da
terra e da Região da
Grande Barreira de Corais
Vidro, metal, garrafas, Aceitável>12nm fora Proibido Proibido
louça de barro e sobras das proximidades da
similares que irão afundar terra e da Região da
no descarte Grande Barreira de Corais
Sobras de alimentos não Aceitável>12nm fora Proibido Proibido
fragmentados ou triturados das proximidade da
terra e da Região da
Grande Barreira de Corais

Sobras de alimentos Aceitável> 3nm fora Proibido Aceitável>12nm


não fragmentados das proximidades da fora das proximi-
ou triturados terra e da Região da dades da terra
Grande Barreira de Corais
Rejeitos misturados O rejeito deverá ser manuseado como se fosse constituído
tão somente de componente que tenha o mais alto grau de
exigência

Tabela 1. Descarte de rejeitos no mar de todos os navios da Real Marinha Autraliana


e embarcações de apoio .(Bergin,1997)
Já, segundo a Marinha Portuguesa (www.marinha.pt/) compete a Marinha , através do
Sistema de Autoridade Marítima, fazer cumprir a autoridade do país na imensidão do mar
português.

Em termos genéricos, isto significa zelar pelo cumprimento de todas as leis e regulamentos
marítimos, e ainda pela segurança da navegação, pela proteção do meio marinho e pela
prospecção e exploração de recursos marinhos.

Em temos práticos isto significa:

Nos portos, através das capitanias, exercer a fiscalização sobre as embarcações de comércio,
de pesca e de recreio, quer relativamente à segurança das pessoas embarcadas, quer à dos
próprios navios e respectivas cargas, e ainda zelar pela preservação do meio marinho.

No mar, utilizando meios atribuídos aos órgãos do Sistema de Autoridade Marítima, ou


integrados nos Comandos de Zona Marítima do Continente, dos Açores e da Madeira,
fiscalizar a atividade dos barcos de pesca nacionais e estrangeiros; fiscalizar as atividades de
embarcações que se encontrem nas nossas águas territoriais, cooperando com outras forças e
serviços na repressão ao contrabando; fazer o rastreio e combater acidentes de poluição;
garantir que na zona econômica exclusiva se não realizem explorações econômicas não
autorizadas pelo estado português, conforme Figura 1.

Figura 1. Sistema de Autoridade Marítima Portuguesa ( www.marinha.pt )


Com a campanha desenvolvida pela Armada portuguesa sob o título , “Navios da Armada
Portuguesa Amigos do Ambiente”, criou em 1973, o SCPMH (Serviço de Combate à
Poluição no Mar, por Hidrocarbonetos). Este serviço centraliza as informações e coordena e
planeia as ações a desenvolver, em cooperação com outros organismos do Estado.

Figura 2 . Ação do SCPMH da Marinha Portuguesa


A Marinha Portuguesa declara que seus recursos são limitados, face a extensão das áreas à sua
responsabilidade, sendo a que Figura 1, apresenta parte de uma tarefa de recuperação
realizada no combate à poluição, na costa portuguesa. Contudo, destaca que já dispõe de
embarcações equipadas para aplicação de dispersantes, para zonas fluviais e em breve prevê
que poderá dispor de um navio especificamente destinado, ao combate de poluição no alto-
mar, melhorando substancialmente a sua capacidade de intervenção. Ressalta, ainda, que em
relação aos seus navios de guerra, a marinha sempre teve a preocupação de os preparar no
sentido de prevenir e evitar a poluição dos oceanos (www.marinha.pt).

A Marinha Americana mantém um serviço de informação de suas atividades navais pela


www.navy.mil e dentre seus vários programas e atividades destaca-se as informações na área
ambiental, Navy’s Environmental News (NavENews) ressaltando várias ações que tem por
objetivo a minimização e utilização racional dos recursos naturais.

A Marinha Americana, também, criou uma Secretaria de Instalações & Meio Ambiente que
tem como objetivo reduzir os impactos ambientais causados por seus navios de guerra.
De acordo com o assistente da Secretaria de Instalações & Meio Ambiente, Hansford T.
Johnson, a Marinha Americana é a líder mundial em atividades ambientais. Segundo o
assistente, já foram investidos setecentos e setenta e cinco milhões de dólares, nos últimos
cinco anos, com o propósito de identificar, desenvolver, testar, comprar e instalar
equipamentos ambientalmente corretos nos navios de guerra.

A meta da Marinha Americana, ressalta o assistente, é ter navios de guerra com


comprometimento ambiental e, como exemplo, cita que até o final de 2004, todos os navios
da esquadra estarão providos de equipamentos para eliminação de resíduos sólidos, como
preconiza o Programa de Meio Ambiente para Navios de Guerra.

1.5 . A Marinha de Guerra do Brasil

Segundo Santos (2003), a Capitania dos Portos, instituição tão antiga quanto o próprio Estado
brasileiro, exerce as suas tarefas nas áreas jurisdicionadas através da atividade de inspeção
naval (outrora denominada Polícia Naval).

Santos em sua abordagem, também, cita que a institucionalização da Polícia Naval teve sua
origem no Regulamento para as Capitanias dos Portos, posto em execução pelo Decreto
Imperial nº 447, de 19 de maio de 1845. Após a instauração da República, o Decreto nº 399,
de 20 de fevereiro de 1901, apresentou uma nova feição da Polícia Naval, ampliando seu
leque de atribuições e colocando-a como atividade-fim da Capitania. O regulamento para o
Tráfego Marítimo (RTM), aprovado pelo Decreto número 87.648, de 24 de setembro de 1982,
definia, em seu artigo 269, a Polícia Naval como atividade desenvolvida pela Marinha,
através da Diretoria de Portos e Costas (Figura 2) e sua rede funcional, com o propósito de
fiscalizar e exigir a fiel observância e cumprimento das leis, regulamentos, dispositivos e
ordens referentes à navegação, a poluição das águas e á Marinha Mercante, no que preceitua
este Regulamento, inclusive a colaboração na repressão ao contrabando e ao descaminho.

Cabe ressaltar o artigo 270 do mesmo RTM que preconiza o universo abrangido pela ação da
Polícia Naval que encerra as águas sob jurisdição Nacional, o material e pessoal da Marinha
Mercante, as embarcações estrangeiras dentro de águas sob jurisdição nacional, praias,
terrenos de marinha, acrescidos e marginais e obras, sob e sobre a água, no que interessa a
segurança da navegação, à segurança nacional e aos interesses navais.

A Lei 9.537, de 11 de dezembro de 1997, que dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário
em águas sob jurisdição nacional no seu artigo primeiro, parágrafo primeiro, preconiza que as
embarcações brasileiras, exceto as de guerra, os tripulantes, os profissionais não-tripulantes e
os passageiros nelas embarcados, ainda que fora das águas sob jurisdição nacional, continuam
sujeitos ao previsto na lei, respeitada, em águas estrangeiras, a soberania do Estado costeiro.

COMANDANTE
DA MARINHA

ESTADO MAIOR
DA
ARMADA

COMANDO DE DIRETORIA DIRETORIA SECRETARIA COMANDO DIRETORIA


OPERAÇÕES GERAL DO GERAL DO GERAL DA GERAL DO DE PORTOS E
NAVAIS MATERIAL DA PESSOAL DA MARINHA CORPO DE COSTAS
MARINHA MARINHA FUZILEIROS
NAVAIS

Tabela 2. Posicionamento da Diretoria de Portos e Costas na Estrutura da Marinha do Brasil


(Alte José Luiz F. Obino )

É, portanto, no caso de meio ambiente marinho, a competência para exercer o poder de polícia
sobre navios e similares, é da Marinha, conforme a tabela 2, por intermédio da autoridade
marítima exercida pelo Diretor de Portos e Costas, cujo organograma é indicado na tabela 3, a
seguir.

Tabela 3 . Organograma da Diretoria de Portos e Costas (DPC/2004)


A Diretoria de Portos e Costas conta com uma Secretaria de Meio Ambiente, conforme
demonstra o organograma, Tabela 3, especializada em adotar medidas que permitem
disciplinar, fiscalizar e orientar ações de interesse à prevenção e preservação ambiental

Até o momento pouco se tem feito, ou algo que mereça destaque, com relação aos Navios de
Guerra em relação a sua disciplina, ou redução de impactos ambientais provocados pela suas
atividades.

2. Considerações sobre o tema

Conforme Bergin (1997), a Marinha Real Australiana, criou em fevereiro de 1994, a sua
Diretoria de Gerenciamento Ambiental, responsável pelo levantamento de aspectos
ambientais no interior da instituição, avaliação de impactos ambientais, planos de
contingência e monitoramento, com o objetivo de controlar e reduzir a contaminação que
possam gerar nas suas operações navais, enquanto a Marinha de Guerra do Brasil ainda não
apresentou nenhum plano neste sentido, apesar de ser a Marinha de um país que possui mais
de oito mil quilômetros de litoral e que ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre
Direito do Mar em 1987.

A Marinha Portuguesa declara que seus recursos são limitados, face a extensão das áreas à
sua responsabilidade e à poluição cada vez mais intensa. Contudo, destaca que já dispõe de
embarcações equipadas para aplicação de dispersantes em zonas fluviais e diversos materiais
de combate a poluição e, em breve está previsto poder dispor de um navio especificamente
destinado, ao combate de poluição no mar, melhorando substancialmente a sua capacidade de
intervenção. Ressalta, ainda, que em relação aos seus navios de guerra, a marinha sempre teve
a preocupação de os preparar no sentido de prevenir e evitar a poluição dos oceanos, já a
Marinha Brasileira, também, com recursos limitados até o momento, não proveu as suas
embarcações de equipamentos ou de pessoal, para este fim.

Bergin (1997) cita que a Marinha Real Australiana entende que , apesar de estarem imunes as
convenções e tratados com respeito a poluição ambiental esta tem o dever frente a sociedade
australiana de ser exemplo de preservação e vigilância , pois a mesma opera seus navios de
guerra em áreas de sensibilidade ambiental como a Great Barrier reef, Jaris bay, Colurn
Sound e Sydney Harbourn enquanto a Marinha Brasileira que opera seus vasos de guerra em
uma área de diversidade biológica muito maior que a Australiana não possui nenhuma
normativa de caráter estritamente ambiental para operar nestas áreas.

3. Metodologia

A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste artigo foi a pesquisa bibliografica e


sites na Internet, de marinhas de guerra.

4. Considerações Finais

A falta de um estudo, que faça a interpenetração entre as normas convencionais e os


princípios oriundos da jurisprudência internacional no que se refere à disciplina ambiental nos
navios de guerra da Marinha Brasileira num país que possui mais de oito mil quilômetros de
litoral e que ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar em 1987, torna
óbvia a relevância e a necessidade do trabalho ambiental nestas embarcações.

Num futuro bem próximo será mister que tais embarcações possuam seus certificados
ambientais para serem mais respeitadas pelos outros Estados, não pelo seu poder bélico e sim
pela sua ética com relação ao meio que lhes deu forma, o oceano.

5. Referências Bibliográficas

AMERICANA, Marinha, Site oficial http://www.navy.mil/ > Acesso em: 20 de maio 2004.

BERGIN, Anthony. The Royal Australian Navy and the marine environment. Elsevier
Science , Northern Ireland, 1997

CRAY, Michael; NOZICK L.K.; WHITAKER, L.R. Sizing the US destroyer fleet.
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PORTUGUESA, Marinha,. Site oficial. < http://www.marinha.por/> . Acesso em : 05 abril


2004.
SANTOS, Valdir A. Poluição Marinha. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2003.

SILVA, Julieta Sales da; SOUZA, Rosa Cristina C. Luz de. Água de Lastro e Bioinvasão.
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VAN, Dyke JM. Military ships and planes operating in the exclusive economic zone of
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