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A Divisão do Trabalho segundo Émile Durkheim

O interesse de Durkheim encontrava-se essencialmente nas mudanças


que transformava a sua sociedade contemporânea. Centrava-se na
solidariedade social e moral, ou seja, naquilo que une a sociedade e
impede a sua queda no caos. Para a solidariedade se manter é
necessário que os indivíduos se integrem em grupos sociais e se sigam
por um conjunto de valores comuns.
O que distingue a sociedade de um amontoado de indivíduos é a
solidariedade, isto é, o conjunto de redes, direitos e deveres
determinados pela moral de uma dada sociedade e que têm como
principal função manter o equilíbrio e a coesão social.
Segundo Durkheim, existem dois tipos de sociedade diferentes em
função do tipo de solidariedade presente, que pode ser mecânica ou
orgânica.
A sociedade baseada em solidariedade mecânica não possui divisão do
trabalho social e apresenta uma forte consciência coletiva e uma grande
determinação e uma autoridade coletiva absoluta, seus interesses são
superiores aos dos indivíduos. Este tipo de sociedade tem por base a
diferença e a indiferença dos indivíduos.
A sociedade baseada em solidariedade orgânica possui divisão do
trabalho social e apresenta uma forte consciência individual, uma
preocupação com os interesses dos indivíduos. Atribui valor supremo à
dignidade individual, à igualdade de oportunidades e à justiça social.
Neste tipo de sociedade, as normas não são repressivas e as sanções
restabelecem a ordem.
Enquanto que, por um lado, a sociedade baseada em solidariedade
mecânica possa conduzir à não realização pessoal do indivíduo (devido
à forte consciência colectiva), por outro, a sociedade baseada em
solidariedade orgânica leva ao desaparecimento do colectivo e à
fragmentação da sociedade.

Segundo Durkheim, a divisão do trabalho social não se refere somente


às atividades econômicas, como também influencia todo o conjunto das
atividades sociais porque, para além de servir para procurar uma maior
eficácia, tem acima de tudo uma função social. Tal deve-se ao fato de
permitir aprofundar a interdependência entre os elementos que
compõem a sociedade, possibilitando assim a criação de solidariedade
social. Deste modo, “a divisão do trabalho(…) é e se torna cada vez
mais, uma das bases fundamentais da ordem social” (Durkheim, 1893),
tendendo a transformar-se numa regra imperativa de conduta.
A divisão do trabalho social provoca consequências positivas e
negativas na sociedade.

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