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LAS CASAS
CASOS
2ª EDIÇÃO
Case
Costa do Sauípe:
Aqui a Gente Sabe Viver
4 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
INTRODUÇÃO
OS PROBLEMAS
Outra confusão comum referia-se aos hotéis que fazem parte do empreendimen-
to. Por falta de informações, os agentes de viagens não conseguiam explicar o que
cada unidade prometia aos clientes, por que praticavam preços diferentes, entre outras
dúvidas. Quando a venda era efetuada, era comum que o hóspede não se sentisse à
vontade com sua “escolha às escuras” – e passasse a criticar a Costa do Sauípe como
um todo por causa disso.
A confusão sobre as redes hoteleiras e os preços praticados dentro do complexo
turístico causaram, também, dúvidas sobre o posicionamento da Costa do Sauípe no
mercado nacional. Em pouco tempo, generalizou-se a ideia de que o empreendimento
era voltado exclusivamente para o mercado internacional, o que afugentou boa parte
dos potenciais visitantes brasileiros, que passaram a ver o empreendimento como um
lugar frio, sem boas opções de entretenimento, que seria capaz de encantar apenas
os estrangeiros interessados em mais um produto do segmento “sol e mar” no mundo.
Externamente, o retorno também ficou abaixo do esperado no primeiro momento.
Nem as iniciativas constantes das redes hoteleiras participantes da Costa do Sauípe,
nem o custo relativamente baixo das viagens, nem a atração natural do meio ambiente
foram capazes de suplantar alguns fatores fundamentais na decisão da viagem, como
a distância – há que se levar em conta que a concorrência (o Caribe, por exemplo)
está muito mais próxima dos principais mercados emissores –, a falta de opções de
voos diretos ou com poucas escalas e, também, as ameaças terroristas (em especial
após o atentado ao World Trade Center de Nova York, em 11 de setembro de 2001).
Localmente, os habitantes da Bahia não se identificavam com o empreendimento.
Não viam na Costa do Sauípe traços que remetessem às tradições e à cultura do Es-
tado. O projeto turístico parecia, aos olhos dos baianos, um estrangeiro que chegou
arrogante, achando-se melhor do que a própria Bahia. Longe de ser um motivo de
orgulho, o sentimento que o resort transmitia era o de invasão. Era comum que os
habitantes indicassem aos turistas, sobretudo os vindos de fora, a concorrência como
alternativa de hospedagem, sintetizando a indicação com frases como “a Costa do
Sauípe não é na Bahia”.
Ainda se somava a tudo isso um período de forte retração na economia brasilei-
ra, com indicadores macroeconômicos desfavoráveis. A produtividade da indústria
mostrava-se em queda, o desemprego crescia, bem como o risco Brasil, repelindo
investimentos internacionais.
Em nível mundial, os voos foram reduzidos, graças às ameaças de ataques terro-
ristas. O resultado foi a ausência quase absoluta de voos internacionais no aeroporto
de Salvador, o cancelamento de operação de charters já negociados, a redução de
aeronaves disponíveis no mercado brasileiro e internacional e a grande queda na
quantidade de desembarques internacionais e nacionais.
Empresarialmente, o projeto foi muito criticado. Nasceu a percepção prematura
de que a Costa do Sauípe não deslancharia. Ganharam força as vozes que o apon-
tavam como um investimento demasiadamente arriscado. Houve publicações que
chegaram a atacar as empresas que acreditaram no projeto e na proposta. O resort foi
6 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
O DESAFIO
A SOLUÇÃO
Reposicionamento de Imagem
RESULTADOS
Resultados Mercadológicos
Resultados Qualitativos
Fonte: Adaptado de: Top de Marketing – 2003 – ADVB – Bahia. Case: “Aqui a gente sabe
viver!” – Costa do Sauípe.
QUESTÕES
1. Do ponto de vista do conceito de marketing, to? Por quê? E, atualmente, que orientação eles
pode-se afirmar que o complexo turístico, no colocam em prática? Por quê?
seu lançamento, não praticava o verdadeiro
marketing? Por quê? 4. Identifique e analise os principais problemas de
marketing enfrentados pelo complexo turístico
2. Identifique e explique os principais elementos
Costa do Sauípe.
do composto de marketing que estão sendo
utilizados pela Costa do Sauípe. 5. Das estratégias utilizadas no Plano Sauípe 2006,
3. Que orientação (filosofia) de marketing a Costa identifique e explique aquelas que representam
do Sauípe praticava na época do seu lançamen- o moderno e verdadeiro papel do marketing.
Case
Performance Auditoria e Consultoria:
o Sucesso se Faz em Casa
P e r f o r m a n c e A u d i t o r i a e C o n s u l t o r i a : o S u c e s s o s e Fa z e m C a s a 11
INTRODUÇÃO
O DESAFIO/PROBLEMA
A SOLUÇÃO
Ações Internas
Ações Externas
Comunicação
acabamento gráfico. Além disso, conta com encartes sobre diversos assuntos e artigos
de especialistas.
A empresa também trabalha com mala direta para clientes ativos e não clientes.
Este instrumento de comunicação pode ser impresso ou digital. A empresa faz uso
dos dois formatos. Com esta ferramenta, a empresa consegue se comunicar com
seus clientes e não clientes oferecendo cursos, seminários, serviços especiais etc. Por
último, a empresa se utiliza da sua Home Page para se comunicar com seus públicos.
Ela permite uma série de atividades de relacionamento comunicacional e também
operacional, pois usa os recursos digitais para enviar relatórios, pareceres, análises,
além de informações comerciais, como já foi dito. Os clientes utilizam em larga escala
este canal de comunicação, possibilitando um relacionamento duradouro.
Avaliações de marketing
OS RESULTADOS
Fonte: Adaptado de: Top de Marketing da ADVB – Bahia – 2003. Categoria. Auditoria e
Consultoria – Case: O Sucesso se faz em casa – Performance Auditoria e Consultoria
Empresarial
QUESTÕES
1. Descreva como a Performance criou valor para pela empresa. Descreva ainda quais os resulta-
os seus clientes e comente como essa geração dos que essas estratégias provocaram.
de valor trouxe vantagens para a empresa (Per- 4. Com base no caso apresentado, que outras
formance). estratégias de marketing voltado para o valor
e marketing de relacionamento poderiam ser
2. Em sua opinião, das estratégias desenvolvidas,
desenvolvidas? Mencione e explique três es-
quais foram aquelas que agregaram mais valor tratégias.
para os clientes da Performance?
5. Quais são os diferenciais da Performance em
3. Identifique e descreva as principais estratégias relação às grandes consultorias e auditorias
de relacionamento que foram desenvolvidas internacionais? Por quê?
Case
Magazine Luiza:
Lojas Virtuais
Ma g a z i n e L u i z a : L o j a s V i r t u a i s 17
INTRODUÇÃO
O DESAFIO/PROBLEMA
A SOLUÇÃO
Como a rede precisava se expandir, mas não tinha capital suficiente para garantir
o salto pretendido, a solução encontrada foi substituir 800 metros quadrados, em
média, de uma loja convencional por uns 100 metros quadrados da unidade digital.
Só de aluguel e mostruário de produtos, a economia já era substancial. Depois de
algumas pesquisas, a rede resolveu investir com bastante cautela nas lojas eletrônicas
(virtuais). Mas eles decidiram que não seria adotado o mesmo formato que outras
redes haviam adotado e que se mostrou ineficiente. Eles apostariam em um formato
híbrido, uma combinação de loja real (tradicional) com loja virtual (comércio eletrônico).
Assim as lojas virtuais Magazine Luiza surgiram em 1992. Era uma loja real, com
ponto de venda, fachada, vendedores, promoções, propaganda e muitos preços baixos.
A diferença é que ela não apresentava produtos expostos. Eles são apresentados em
catálogos impressos e nas telas dos computadores.
Na época, não havia CD-ROMs nem se falava em multimídia. O jeito foi intro-
duzir a loja eletrônica com fitas de vídeo mesmo. “Quando a multimídia chegou, foi
tudo muito mais rápido”, diz Luiza Helena. “Se a gente tivesse esperado... e feito os
projetos... e analisado... tudo demoraria muito mais tempo para começar a funcionar.”
A aposta neste tipo de loja foi feita porque a rede tem consciência de que o
consumidor ainda quer ter contato com o vendedor, quer ser chamado pelo nome,
quer enfim ser atendido pessoalmente. E, como já foi dito, desde o início o Magazine
Luiza acredita e valoriza muito os seus colaboradores, conforme palavras do seu di-
retor de vendas e marketing Frederico Trajano Rodrigues: “Embora apostemos muito
na tecnologia desses canais de vendas, não nos esquecemos nunca de que o nosso
principal diferencial é a qualidade de atendimento”. Esse posicionamento é resultado
de muito treinamento e de uma política eficaz de valorização de recursos humanos,
que conta com ações como: plano de carreira, bonificações, prêmios por resultado,
benefícios etc.
No final de 2004, ao entrar em uma loja virtual da rede, o cliente depara-se ape-
nas com catálogos e terminais multimídia, que por sua vez armazenam quatro mil
produtos, 18 mil imagens e um sem-número de informações técnicas de cada objeto
colocado à venda.
Em 2004, a rede também usou a estratégia da loja virtual para entrar no mercado
da cidade de São Paulo. Foram abertas quatro lojas virtuais na região Leste de São
Paulo. Esta ação visa a abrir o caminho para que a rede coloque os pés na cidade que
mais consome em todo o Brasil. Para isso, ela investiu cerca de R$ 1 milhão na abertura
dessas novas lojas. A utilização desse canal de vendas na cidade camufla ação mais
estratégica para a empresa. “Esse é apenas o primeiro passo para a entrada da empresa
em São Paulo”, afirma a superintendente Luiza Helena Trajano Rodrigues. “Mas estrear
com lojas tradicionais para enfrentar pesos-pesados como Casas Bahia e Ponto Frio
demandaria investimentos altos em pontos, locações e decoração. Melhor conhecer
antes os hábitos do paulistano”, completa o diretor de vendas e marketing da rede.
20 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
A empresa também tem consciência de que esta estratégia traz uma série de
benefícios, como a possibilidade de maior comunicação com o público que compra
nessas lojas ou por meio do comércio eletrônico, o uso de sistemas de CRM, a pos-
sibilidade de operações casadas, a otimização do uso do cartão Magazine Luiza, o
aumento da lealdade à marca, um conhecimento profundo e atualizado do cliente
etc. Para tornar as lojas conhecidas e trabalhar a sua comunicação são desenvolvidas
as seguintes estratégias de marketing:
• Divulgação de banners nos principais sites e portais do país, com links com
o portal do Magazine Luiza. Essa ação gera uma visibilidade da rede de lojas
virtuais e da própria rede de lojas tradicionais, pois são milhões de pessoas
que acessam diariamente esses portais e sites.
• Promoção de vendas: são desenvolvidas ações como preços promocionais,
ofertas, liquidações, descontos especiais, brindes, prêmios, operações “ca-
sadas”, em que na compra de determinado produto o cliente recebe outro
totalmente grátis, sorteios, entre outros brindes.
• Merchandising: os materiais de ponto de venda são muito utilizados nas lojas
virtuais. Assim utilizam-se banners, bandeirolas, móbiles, cartazes, displays,
decoração de ponto de venda, folhetos etc.
• Campanhas publicitárias: são desenvolvidas algumas campanhas especiais
para as lojas virtuais, destacando os seus aspectos de praticidade, conforto,
conveniência, preços, variedade de produtos etc. Essas campanhas são seg-
mentadas por região e são veiculadas em outdoor, jornais, panfletos, Internet,
televisões regionais etc.
• CRM: por meio de sistemas de gerenciamento da relação com o cliente a em-
presa pode estar em contato com os seus consumidores nos momentos mais
apropriados, oferecendo produtos, acompanhando o pagamento, oferecendo
brindes, convidando para visitas às lojas, fazendo pesquisas de satisfação,
pesquisas de comportamento, promovendo produtos e uma série de ações
mercadológicas.
• Treinamentos especiais para os vendedores: eles devem conhecer profun-
damente os sistemas operacionais, para operá-los, além de conhecer todos
os produtos, o comportamento deste tipo de consumidor. Tudo isso ajuda
a tornar a venda mais simples e mais eficaz, com resultados extremamente
positivos para todas as partes envolvidas. Além disso, o atendimento é um
dos principais diferenciais da rede, ou seja, o cliente das lojas tanto virtual
como real está muito satisfeito com tudo o que recebe da rede.
• Ferramentas de cunho social: em algumas lojas virtuais são oferecidos cursos
de inglês e informática a preços subsidiados, além de computadores com
acesso à Internet. Essas ações ajudam a rede a se aproximar da comunidade.
Elas criam uma imagem de empresa responsável.
• Crediário e financiamentos: as lojas oferecem também crediários a juros
competitivos, fruto da parceria da rede com o Unibanco. Oferecem ainda:
financiamentos, consórcios, pagamentos de contas, recebimento de apo-
sentadoria e outros serviços bancários. Todas essas ações geram um grande
Ma g a z i n e L u i z a : L o j a s V i r t u a i s 21
OS RESULTADOS
Nesses 13 anos os resultados têm sido muito bons, levando-se em conta a atuação
de empresas semelhantes, a pressão da economia brasileira, que continua patinando,
e a atuação da concorrência das lojas reais, pois o comércio varejista de móveis e
eletroeletrônicos está se concentrando no país.
Mesmo assim a rede de lojas virtuais já soma 44 unidades. Em 2004 essas lojas
faturaram cerca de R$ 175 milhões. Estão presentes em quatro estados: São Paulo,
Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso. Apresentam uma rentabilidade até 15% maior
do que a das lojas convencionais. Representam quase 13% do faturamento do grupo.
As pesquisas e o retorno às lojas demonstram que os clientes estão muito satisfeitos
com o atendimento.
As perspectivas são excelentes para o crescimento desse núcleo de negócio da
rede. O Magazine Luiza vai continuar apostando nas lojas virtuais. O fato de ter en-
trado na cidade de São Paulo é um sinal de que eles vieram para competir.
QUESTÕES
1. Identifique e explique quais as estratégias do cidade de São Paulo (Casas Bahia e Ponto Frio)?
novo marketing que o Magazine Luiza está uti- Justifique sua resposta.
lizando nas lojas virtuais. 4. Como as variáveis tecnológicas e este novo con-
2. Que relação pode ser estabelecida entre a va- sumidor que está surgindo podem influenciar os
lorização dos recursos humanos feita pela rede negócios das lojas virtuais do Magazine Luiza?
e a adoção deste modelo de vendas? 5. Caso você fosse o diretor de marketing do Ma-
3. Que diferenciais competitivos o Magazine Luiza gazine Luiza, que outras estratégias do novo
tem e que podem lhe dar vantagens na con- marketing você proporia para a instituição? Cite
corrência com os pesos-pesados do varejo da e comente três.
Case
Penteventos Ltda.: Ninguém está
Brincando de Empresário
INTRODUÇÃO
O PROBLEMA
Janeiro plantou as sementes daquilo que viria a ser a indústria do entretenimento, que
se sustenta também a partir do desenvolvimento de outra indústria contemporânea,
a do turismo. Sendo ainda, na época, a capital do turismo nacional e internacional,
o Rio de Janeiro sentiu antes de todo o restante do país a necessidade de organi-
zar seus eventos. Desde os shows do Cassino da Glória, até a criação de espaço,
datas, horários específicos para o desfile das escolas de samba, o Rio começou a
pôr ordem na casa. Grandes nomes da música brasileira apareceram e se profissio-
nalizaram neste contexto, como Antonio Carlos Jobim, que graças a esta postura
profissional ficou conhecido em todo o mundo. Assim, o Beco das Garrafas, no Rio
de Janeiro, é claro, talvez tenha sido o primeiro hall de espetáculos do Brasil. Mesmo
assim, enquanto Mônaco, Las Vegas, Estoril e tantas outras cidades espalhadas pelo
mundo funcionavam como máquinas de fazer dinheiro para seus países, o entrete-
nimento no Brasil ainda tinha a alma doméstica. Na Bahia, mais ainda. Até a década
de 1970 era possível ver e ouvir Gilberto Gil cantando e tocando violão, sentado
nas mesas das barracas em festas populares. Inúmeros talentos baianos nasceram e
morreram sem qualquer vestígio de profissionalização, permanecendo como registro
apenas de eventuais frequentadores de bares, boites e casas noturnas, escondidos
por trás do couvert artístico. Entretanto, era inevitável que se percebesse o poten-
cial da manifestação artística pública, do entretenimento, enfim, como um grande
negócio. Logo surgiram os primeiros empresários do setor. Como todo começo tem
seus percalços, o entretenimento e o show business também enfrentaram os seus. As
tentativas de “organizar” espetáculos artísticos populares e promover apresentações
vieram pelas mãos de pessoas oriundas ou íntimas do próprio “meio artístico”, com
uma visão muito mais de dentro para fora que uma perspectiva administrativa, mer-
cadológica e empresarial. Vivenciando comportamentos inerentes à personalidade
instável de quem pratica a arte, a administração dos espetáculos artísticos tinha
muito de improviso, de caprichos, de bons e maus humores. Durante muito tempo o
público do show business aceitou com relativa paciência os atrasos, cancelamentos,
shows interrompidos pela metade, produções mambembes, artistas inexpressivos e
outras fragilidades do negócio. Certamente a necessidade de diversão e de consumir
manifestações artísticas era maior que a consciência de consumidor; condição que,
aliás, também não possuía ainda qualquer direito estabelecido. Como o relacionamento
entre outros setores produtivos e o consumidor evoluiu muito mais rapidamente, até
por questões de tecnologia e legislação, o resultado deste lento e inseguro “rito de
passagem” da improvisação para o profissionalismo no entretenimento foi um grande
descrédito para aqueles que geriam os espetáculos. Somente alguns anos depois, com
a entrada em cena de empresários com formação acadêmica, visão administrativa e
mercadológica, é que o consumidor e a comunidade em geral começaram a reduzir
um pouco as suas desconfianças diante da qualidade dos “espetáculos” que lhes eram
oferecidos. Sem qualquer dúvida, a organização do carnaval baiano, aí também for-
temente influenciada pela crescente demanda turística, ajudou em muito a começar
a mudança de imagem do entretenimento como produto de consumo, pelo qual se
estabelece um custo e em contrapartida se oferecem vantagens e benefícios ao con-
sumidor. A criação dos blocos de trios e os benefícios por eles oferecidos aos foliões,
P e n t e v e n t o s L t d a . : N i n g u é m e s t á B r i n ca n d o d e E m p r e s á r i o 25
A SOLUÇÃO
AS AÇÕES
OS RESULTADOS
Fonte: Adaptado de: Top de Marketing – 2003 – ADVB – Bahia. Categoria: Serviços. Empre-
sa: – Penteventos Ltda.
P e n t e v e n t o s L t d a . : N i n g u é m e s t á B r i n ca n d o d e E m p r e s á r i o 29
QUESTÕES
1. É possível dizer que a Penteventos é uma em- 4. Como poderia ser descrita a nova forma de
presa orientada para o marketing, depois da sua organização do marketing da Penteventos e
reestruturação? Por quê? quais as suas contribuições para os excelentes
2. Com base na nova estruturação, no novo po- resultados da empresa?
sicionamento e no planejamento estratégico, 5. Caso você fosse contratar um novo Diretor de
descreva o papel de marketing na empresa Pen- Marketing para a Penteventos, quais seriam
teventos. as suas características e o seu papel dentro da
3. Identifique e explique as funções do marketing empresa?
na nova estrutura da Penteventos, após a sua
reestruturação e seu reposicionamento.
Case
A Volta por Cima de um Diário
Popular: Jornal O Dia
A V o l t a p o r C i m a d e u m D i á r i o P o p u la r : J o r n al O D i a 31
INTRODUÇÃO
O PROBLEMA
A falta de interesse por parte do fundador, aliada à falta de visão sobre o negócio e
ainda a uma forte crise econômica, fizeram com que a década de 1980, para o jornal, se
caracterizasse como catastrófica. O modelo do jornal sensacionalista e sanguinolento
já não vendia tanto; com isso, os anunciantes foram reduzindo os seus investimentos
no jornal. Não bastasse a queda nas vendas e nas receitas publicitárias, grandes no-
mes do jornalismo carioca deixaram o jornal, contribuindo para a queda da qualidade
editorial. Além disso, pequenos jornais de bairro contribuíam para reduzir ainda mais
as vendas de O Dia. Foi nesse quadro que o jornal foi adquirido. Mas a vontade de
mudar e de recuperar a empresa era muito grande por parte de Ary Carvalho e toda
a sua equipe. Ele queria reconstruir o jornal e a empresa em novas bases, com uma
nova visão, mais moderna, mais arrojada. Acreditava que O Dia poderia voltar a ser
um veículo de comunicação de referência para o Rio de Janeiro. A intenção era sair
dessa crise e voltar a crescer.
32 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
A SOLUÇÃO
Reposicionamento da Marca
A Modernização
Uma vez definida a direção que a empresa deveria tomar, cabia agora a tarefa de
colocar em execução esse plano ambicioso, que seria responsável por muitas noites
insones. Os problemas eram muitos, entre eles o de obter as dezenas de milhões de
dólares, equivalentes a quase um ano de faturamento, para os investimentos necessá-
rios. Através de uma hábil negociação, Mattos conseguiu obter um financiamento do
próprio fabricante para a compra das rotativas do novo parque gráfico, fato inédito no
Brasil até hoje. A construção das instalações que iriam abrigar os novos equipamentos
seria tocada com recursos próprios e com um empréstimo local. A informatização da
redação foi o passo seguinte, com o objetivo de eliminar todos os meios físicos até
então utilizados, como fotos, colagens, recortes etc., e fazer com que o jornal fosse
criado, editado, diagramado e paginado de forma totalmente digital, passando-se da
velha máquina de escrever direto para a paginação eletrônica completa.
A execução desse plano foi um sucesso e a empresa estava preparada para pro-
duzir algo novo e ainda não visto no estado do Rio de Janeiro. Era hora de mostrar
essa mudança para os seus novos clientes em potencial.
Malu Mader, Simone e outras. Ainda ressaltando esse ponto, no ano seguinte uma
campanha mostrava pessoas das mais diversas classes sociais lendo O Dia, com uma
voz em off dizendo: “O Dia, melhor todo dia”. Um aspecto importante da estratégia da
marca foi que nunca se deu ênfase ao fato de que o jornal custava a metade do preço
dos seus concorrentes. Embora alguns vissem isso como uma vantagem competitiva
que devesse ser enfatizada, concluiu-se que poderia enfraquecer o esforço para criar
a imagem de um produto de qualidade. Assim, embora essa diferença de preço fosse
significante, nenhuma campanha de O Dia jamais usou esse fato como fator de venda.
OS RESULTADOS
Fonte: Adaptado de BRANDÃO, Luiz Eduardo T. A volta por cima de um diário popular: case
studies. O Dia. São Paulo: Instituto MVC, maio 1997. Disponível em: <www.institu-
tomvc.com.br>.
36 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
QUESTÕES
1. Descreva e explique as principais ações do pla- 4. A empresa planeja para o futuro lançar novos
nejamento estratégico e do planejamento de produtos para os públicos-alvo com os quais ela
marketing da empresa. se relaciona hoje em dia. Caso você fosse um
dos administradores de marketing da empresa,
2. Como o planejamento de marketing contribuiu que produtos proporia para que a empresa lan-
para o êxito das estratégias implementadas pelo çasse? Cite e comente três.
jornal O Dia?
5. Se você fosse preparar um planejamento de
3. Quais foram as bases para que o planejamen- marketing para o jornal O Dia, tendo como foco
to determinasse quais seriam as estratégias o exercício do próximo ano, que informações
a serem adotadas? Identifique e explique as seriam relevantes, levando-se em conta os as-
principais estratégias de marketing que foram pectos do ambiente externo?
implementadas.
Case
Mercedes-Benz: Marketing Pesado
ao Longo da Estrada
38 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
INTRODUÇÃO
O PROBLEMA
A SOLUÇÃO
• economia de consumo;
• mecânica de fácil reparo;
• facilidade de encontrar peças de reposição;
• boa capacidade de carga;
• modelo favorável à padronização da frota;
• cabine confortável;
• motor durável.
Praça (distribuição): são quase 300 concessionárias, que têm mais de 400 pontos
de apoio espalhados por todo o país. Dessa forma, o cliente Mercedes-Benz pode
contar sempre com atendimento rápido e eficiente, assistência técnica segundo
orientação de fábrica e peças de reposição genuínas. Além disso, o cliente Merce-
des-Benz conta com a orientação quanto ao dimensionamento e renovação da frota,
controle de custos operacionais, sistemas de administração de transporte, aplicação
de equipamentos e projeto de construção de oficinas.
Pós-venda: as ações do pós-venda se configurariam nas seguintes estratégias:
RESULTADOS
Fonte: Adaptado de: VILHENA, João Baptista. Marketing pesado ao longo da estrada (Mer-
cedes-Benz), Case Studies, São Paulo: Instituto MVC, p. 64-69, out. 1998.
QUESTÕES
INTRODUÇÃO
O PROBLEMA
Objetivo: promover o saneamento completo da empresa para que ela fosse vendida a
um preço compatível. O que se fez na Açominas, em consequência desse quadro, foi o
maior ajuste econômico-financeiro já promovido e também um processo de melho-
ria de imagem junto aos diversos públicos da companhia. Sabia-se que para sanear
a empresa seria necessária uma ampla reestruturação, que poderia contribuir ainda
mais para deteriorar a marca Açominas. Demissões deveriam ser feitas, contratos
precisariam ser cancelados ou renegociados em outras bases, investimentos neces-
sitariam ser replanejados ou então cancelados. A situação era realmente grave. Como
não poderia deixar de ser, essas medidas causaram um profundo impacto na empresa,
na região da usina (Vale do Paraopeba, onde a Açominas é a principal empregadora
e geradora de impostos) e na sociedade mineira em geral, gerando pressões políticas
de todo calibre na companhia. Apesar de prestigiada pelo governo federal, a diretoria
da companhia sentiu que necessitava de um planejamento estratégico de marketing,
com ênfase para o plano de comunicação. Percebeu também que esse planejamento
deveria ser desenvolvido com base em ampla pesquisa de marketing, bem como em
um bem estruturado sistema de informações de marketing. Esse plano de comunica-
ção deveria estar sustentado por uma base de informações consistente e também ter
um amplo alcance para esclarecer a sociedade civil, e principalmente os empregados,
da importância política, social e econômica para o país das medidas de saneamento
da Açominas. O objetivo era mostrar que a privatização de uma empresa saneada e
dando lucro, além de garantir a sua sobrevivência competitiva no mercado, seria a
melhor forma do erário recuperar pelo menos um pouco do que gastou na implantação
da Açominas. Desta forma, além do saneamento financeiro, seria importantíssimo que
se saneasse também a imagem da companhia.
A SOLUÇÃO
OS RESULTADOS
Fonte: Adaptado de: SOUZA, José Eduardo O. Açominas: uma privatização a ferro e a fogo,
Case Studies, São Paulo: Insight, Instituto MVC, 1998. p. 68-72.
QUESTÕES
INTRODUÇÃO
O PROBLEMA
deu origem à maior empresa do setor, que precisava assumir uma identidade mais
próxima do consumidor, traduzindo valores como comunidade, inovação e confiança.
As empresas que deram origem à VIVO chegaram ao Brasil com certa arrogância,
como se estivessem invadindo o país. Isso causou estranheza por parte dos consu-
midores potenciais e acabou por gerar um distanciamento entre as empresas e seus
públicos-alvo.
Além do aspecto da melhoria da imagem e da construção de uma marca, havia um
problema tão grande quanto esse que era o mercado com características de extrema
concorrência. Outras uniões e aquisições eram desenvolvidas. Empresas multina-
cionais com grande experiência no ramo de telecomunicações chegavam ao país para
disputar fatias importantes desse mercado.
No início de 2003, com a abertura da cobertura nacional, empresas como a TIM
e Telemar passaram a realizar grandes investimentos em marketing. Assim, para com-
bater a concorrência, era preciso criar uma marca representativa no mercado nacio-
nal. Em fevereiro desse ano, o grupo realizou uma ação de endomarketing visando a
preparar o público interno das empresas parceiras para o lançamento da VIVO.
E não bastava só lançar uma nova marca, era necessário oferecer serviços de
qualidade, produtos de qualidade, preços acessíveis e adequados a cada target,
distribuição eficaz e mais uma série de diferenciais que pudessem atrair e ajudar a
manter o cliente.
Os principais concorrentes, TIM e CLARO, não paravam de investir em marketing.
A todo momento eles lançavam novos serviços, faziam muitas promoções, melhora-
vam a tecnologia, divulgavam intensamente os seus produtos e serviços e com isso
cresciam e ganhavam fatias importantes desse ainda novo mercado.
Em meados de 2003 a TIM já tinha cerca de oito milhões de usuários e seu cres-
cimento era vertiginoso. A empresa se destacava principalmente nas Regiões Sul e
Nordeste do país, onde era líder.
O outro concorrente, a CLARO, também crescia. Adquiria outras operadoras e se
desenvolvia. Em 2003 a empresa já possuía cerca de dez milhões de usuários e esses
números não paravam de crescer.
Pensando em continuar a crescer e manter a liderança desse mercado, a VIVO
planejou e implementou uma estratégia inovadora para fazer frente aos concorrentes.
A SOLUÇÃO
A Comunicação
Uma campanha publicitária criada pela agência África lançou a marca por meio
de dez comerciais ao vivo, na Rede Globo, estrelados por personalidades do meio
artístico, como Maria Paula e Cissa Guimarães. Com um investimento de R$ 43,5
milhões, a estratégia de marketing também promoveu festas em várias capitais e a
alteração nas fachadas e na decoração dos 6,6 mil pontos de venda. A verba foi des-
tinada ainda ao patrocínio de eventos, como a São Paulo Fashion Week e o Festival
de Música de Porto Alegre, além da realização de uma promoção que durante o mês
de abril apresentava preço de tarifa local para todas as ligações entre aparelhos da
VIVO em qualquer Estado brasileiro. Outro projeto foi o lançamento da primeira
megastore de uma operadora de celular no país, em São Paulo. A empresa também
não se esqueceu das ações de assessoria de imprensa, pois com esses investimentos
muitos veículos que cobrem o setor econômico valorizaram as ações desenvolvidas
e implementadas pela VIVO. Com isso, deram uma cobertura significativa para as
ações da empresa. Desta forma, a campanha foi coberta por veículos segmentados,
jornais, revistas, rádios e portais de Internet. Promoções no ponto de venda também
foram colocadas em prática em todo o país. Elas tinham como prioridades os shopping
54 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
centers e as grandes redes varejistas, como o Carrefour, Pão de Açúcar, Casas Bahia,
Magazine Luiza, entre outras.
Para dar uma unidade comunicacional ao lançamento da nova marca e à campa-
nha publicitária, toda a força de vendas foi devidamente treinada para fazer a mesma
abordagem tratada na campanha. Assim, os vendedores ajudaram a divulgar o novo
conceito da empresa, os seus diferenciais e a sua força.
A empresa também implementou, como já foi destacado, várias ações de marke-
ting cultural, como shows com grandes estrelas da música popular brasileira, peças
teatrais, exposições de grandes pintores e escultores. Patrocinou ações de marketing
de responsabilidade social, como projetos educacionais, projetos esportivos, projetos
culturais com menores carentes, idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais.
OS RESULTADOS
Fonte: Adaptado de: Marketing Best – 2003. Vivo alcança liderança Top of Mind em dois meses,
joint venture de êxito. Marketing, São Paulo: Referência, no 369, p. 65, out. 2003.
V i v o e o M e r ca d o C o m p e t i t i v o d e T e l e f o n i a C e l u la r 55
QUESTÕES
1. Quais os principais impactos das ações dos do lançamento da VIVO sobre os concorrentes?
concorrentes sobre os negócios da VIVO? Esse Cite e comente três ações.
impacto foi positivo ou negativo? Por quê?
4. Descreva as principais ações desenvolvidas pela
2. O mercado de telefonia celular no Brasil é mo- VIVO para lançar a sua nova marca e analise a
nopolista, oligopolista, de concorrência perfeita sua eficácia junto aos seguintes públicos:
(pura) ou de concorrência monopolista? Justifi-
que a sua resposta. Analise também como essa a) clientes;
característica influencia a economia do país e o b) público em geral;
comportamento do consumidor.
c) distribuidores.
3. Identifique e explique as principais ações da con-
corrência para responder às estratégias de lan- 5. Explique como as ações de marketing cultural
çamento da VIVO. Além das estratégias imple- e de responsabilidade social contribuíram para
mentadas, que outras estratégias poderiam ser melhorar a imagem da empresa (VIVO) no mer-
colocadas em prática para minimizar o impacto cado de telefonia celular.
Case
Seguro sob Medida como Diferencial
Mercadológico: Garrido
Associados Seguros
S e g u r o s o b M e d i d a c o m o D i f e r e n c i al M e r ca d o l ó g i c o : Ga r r i d o A s s o c i a d o s S e g u r o s 57
INTRODUÇÃO
O PROBLEMA
A SOLUÇÃO
Ficou claro para a Garrido Seguros que conhecer o consumidor e o mercado era
absolutamente essencial para que o negócio tivesse sucesso. Assim, a empresa resol-
veu investir em informações. Primeiro contratou serviços de um instituto de pesquisa
para levantar informações sobre o mercado de seguro: concorrentes, consumidores,
parcerias, tendências, novos segmentos, novos nichos etc. Depois que já conhecia um
pouco mais o mercado, a empresa resolveu pesquisar o comportamento dos públicos
potenciais. A estratégia central era identificar o público-alvo, procurar conhecê-lo em
profundidade e depois desenvolver um produto (seguro) especialmente para ele. Este
público poderia ser um segmento de pessoas físicas, uma categoria profissional, um
grupo de empresas, uma grande empresa etc. A empresa acredita, em concordância
com as teorias mercadológicas, que se conhecesse muito bem o cliente potencial
poderia criar um produto sob medida para ele, e a partir daí obter sucesso. E foi exa-
tamente isso o que a empresa fez. Pesquisou os três elementos principais do mercado:
o cliente, a concorrência, e o mercado.
Dessa forma, a empresa entendeu que seu produto deveria ser personalizado,
quase sob medida, atendendo às necessidades daquele público específico. Além de
pesquisar o mercado e o consumidor, criar o produto e distribuí-lo, seria fundamental
comunicar a existência deste produto de maneira inovadora e diferenciada também.
Assim nascia o seguro personalizado, praticamente “sob medida” para grupos homo-
gêneos de consumidores. Esta estratégia conseguiria reduzir custos com divulgação,
com desenvolvimento, ao mesmo tempo em que deveria trabalhar com produtos de
qualidade e diferenciados. Esta foi a filosofia de trabalho da Garrido Seguros na mon-
tagem e comercialização do seguro específico para atender ao seu “primeiro” cliente
neste tipo de estratégia: a ABO/RJ – Associação Brasileira de Odontologia/Regional
Rio de Janeiro. A ABO/RJ precisava de um seguro-saúde moldado para seus sete mil
S e g u r o s o b M e d i d a c o m o D i f e r e n c i al M e r ca d o l ó g i c o : Ga r r i d o A s s o c i a d o s S e g u r o s 59
publicitária que utilizou veículos segmentados, como revistas, jornais e sites na Inter-
net. Criaram-se também materiais promocionais para serem usados nos consultórios,
como calendários, receituários, canetas, relógios, escovas de dente etc. Formou-se
também uma equipe de telemarketing com bom nível escolar e muito bem treinada,
que agendasse visitas para a equipe de divulgação (propagandistas). Foram feitas
também mala direta periódica e boletins informativos, que eram enviados a todos os
membros da ABO-RJ. Utilizaram-se também os serviços de uma empresa de asses-
soria de imprensa, que produzia matérias jornalísticas do interesse do público-alvo.
Também foi formada uma equipe de vendas que atuou, durante um ano, em feiras,
seminários e congressos da categoria. Para aproximar a Garrido dos dentistas foram
sorteados brindes, como viagens, motocicletas, bicicletas importadas etc. Em essência,
elaborou-se uma abordagem que destacava os benefícios do produto em função de ele
ter sido criado para atender a uma categoria profissional específica e que, portanto,
poderia oferecer maiores vantagens, como baixo custo, agilidade na contratação e
qualidade no atendimento.
OS RESULTADOS
Fonte: Adaptado de: CARDOSO, Nilson Garrido. Seguro sob medida como diferencial mer-
cadológico, Boletim Insight, Instituto MVC, São Paulo, p. 76-80, jan./fev. 1998.
S e g u r o s o b M e d i d a c o m o D i f e r e n c i al M e r ca d o l ó g i c o : Ga r r i d o A s s o c i a d o s S e g u r o s 61
QUESTÕES
1. Com base nas estratégias desenvolvidas e nas 4. Enumere e explique os principais benefícios
pesquisas executadas, descreva o processo de que a Garrido Seguros teve por desenvolver
compra do seguro-saúde feito pelos membros pesquisas e conhecer profundamente o com-
da ABO-R. portamento do consumidor. Como esse conhe-
2. Identifique e explique os principais fatores que cimento contribuiu para o desenvolvimento das
influenciam a compra de seguro-saúde. estratégias mercadológicas?
3. Aponte os principais papéis representados pe- 5. Descreva os principais problemas enfrentados
los consumidores (dentistas) no processo de pela Garrido Seguros e relacione esses proble-
compra das diversas modalidades de seguros mas ao conhecimento do comportamento deste
oferecidas pela Garrido Seguros. novo consumidor.
Case
Cimento Guaranny:
um Negócio Concreto
C i m e n t o G u a r a n n y : u m N e g ó c i o C o n c r e t o 63
INTRODUÇÃO
O PROBLEMA
A SOLUÇÃO
mais moderna, mais interativa, mais atraente e principalmente mais eficaz. Foram
feitos investimentos da ordem de R$ 200 milhões em novas tecnologias. Para agilizar
ainda mais o processo de atendimento desse novo tipo de cliente, foi montado um
call center para dar suporte a essas vendas empresariais. Implementou-se também
uma campanha publicitária segmentada especial para este público, além de outras
ações, como: workshops, palestras, encontros, testes com produtos, promoções em
eventos do segmento, participações em feiras, catálogo, brindes etc.
E a empresa não parou por aí. Desde então, ela evoluiu em termos tecnológicos,
ampliando a sua atuação com o uso das ferramentas B2B. Recentemente, a empresa
concluiu a implantação de um amplo projeto de integração de toda a sua rede de
vendas formada por mais de 900 distribuidores e representantes, via Internet, que
permitirá fornecer aos clientes informações rápidas e confiáveis, além de soluções
ágeis de negócios. Toda a linha de produtos da Guaranny, que hoje soma mais de 30
produtos, entre cimentos, cal, argamassas, texturas, aditivos para concreto, entre
outros, pode ser acessada, sem restrições, no site de e-commerce da companhia.
A solução também acabou atraindo as lojas de materiais de construção que estão
mais adiantadas no processo de implantação de tecnologias da informação. Assim,
lojas médias, grandes e também as grandes redes passaram a utilizar toda a tecnologia
que a Guaranny disponibiliza para atender aos seus clientes.
Toda essa estratégia visa a aumentar significativamente o faturamento, combater
as ações dos grandes concorrentes e alavancar o crescimento da empresa, pois o
próximo passo será a atuação no mercado externo. Atuando primeiro no Mercosul,
depois na América Central e, em seguida, na América do Norte.
OS RESULTADOS
QUESTÕES
1. Por que o mercado empresarial, trabalhado por resolveu este problema de falta de conhecimen-
meio das construtoras, foi uma estratégia eficaz to de um novo tipo de consumidor?
para a Cimento Guaranny?
4. Quais os principais benefícios e diferenciais
2. Qual a importância do uso de tecnologias da
que a Guaranny pôde oferecer aos seus novos
informação e de instrumentos de B2B para o
clientes?
sucesso das estratégias implementadas pela
empresa? 5. Aponte e explique quais são as principais estra-
3. Descreva por que é diferente o processo de tégias de marketing que foram desenvolvidas
compra das lojas de materiais de construção para a solução dos problemas enfrentados pela
para as empresas construtoras. Como a empresa Cimento Guaranny.
INTRODUÇÃO
O PROBLEMA
Isso tudo acabou gerando uma série de problemas de caixa e de rentabilidade, que
deveriam ser rapidamente revistos. Além da queda do seu faturamento, a emissora
estava com um elevado nível de desconto e uma tabela de preços defasada.
Quando a empresa enfrenta problemas dessa grandeza, está na hora de estabe-
lecer uma relação de causa e consequência. No mundo dos negócios, nada acontece
por acaso. Partindo desse raciocínio, a Globo FM buscou identificar todas as suas
fraquezas, trazendo à tona os motivos que levaram a emissora à situação delicada
na qual se encontrava.
A rádio sempre foi uma emissora focada no segmento A e B, de 15 a 25 anos +.
Porém, nos últimos tempos, o conteúdo da sua programação não se encaixava mais
nesse perfil, ou seja, ela tinha um grave erro de segmentação e posicionamento. Re-
pertório musical inadequado e limitado, notícias desfocadas e até mesmo vinhetas
e trilhas antigas não estavam mais alinhados com o público-alvo. Enquanto perdia
a liderança no seu target, ganhava pontos de audiência em targets menos maduros
A e B, de 12 a 20 anos + e A, B, C, de 10 a 15 anos, denunciando claramente onde
estava o erro.
O conflito conteúdo versus target atingiu também as promoções da rádio, que
não mais condiziam com as expectativas dos ouvintes. Os prêmios oferecidos eram
mais direcionados para o público da Tropicalsat, emissora popular da Rede Bahia, do
que para o verdadeiro segmento da Globo FM. Esse segmento, mais sofisticado e
exigente, mostrava-se bem menos tolerante às abordagens que vinham sendo prati-
cadas nos últimos tempos.
Depois de um longo período de presença tímida na mídia, aparecendo esporadi-
camente para o mercado de ouvintes, a Globo FM passou a enfrentar problemas de
recall e mind share (lembrança da marca).
Com essa perda de foco, concorrentes como Educadora, Antena 1, Nova Brasil
e Metrópole passaram a abocanhar partes do segmento A e B da Globo FM. Consta-
tou-se também a ausência da rádio em eventos regionais adequados ao target, assim
como a presença em acontecimentos não condizentes com o seu público distanciava
ainda mais a emissora do ouvinte.
A SOLUÇÃO
Como percebeu que o problema era sério, a Globo FM resolveu fazer uma ampla
reformulação das suas estratégias empresariais.
Assim, depois de um minucioso levantamento de informações, análise dessas
informações, identificação das oportunidades e ameaças, a Globo FM decidiu colocar
em prática um novo planejamento estratégico.
Ele foi definido com base nos fundamentos de um dos mais importantes espe-
cialistas de marketing de todos os tempos, Philip Kotler. O fluxo desse processo,
que parece óbvio na teoria, na prática se revela complexo. Porém, as dificuldades
70 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
OS RESULTADOS
Ainda nos primeiros meses desde que a Globo FM iniciou o seu processo de
segmentação e posicionamento, alguns resultados já podiam ser comprovados:
reassumiu a liderança do segmento em apenas três meses do novo posicionamento.
Acompanhado da liderança veio o crescimento da receita. A Globo FM não só atingiu
sua meta, como também a superou em 4%. Com esse resultado, fechou o ano com
incremento de 3%, recuperando parte do que havia perdido no primeiro semestre
de 2003. De janeiro a setembro de 2004, esse patamar foi ainda maior e as metas
foram superadas em 29%.
72 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
Fonte: Adaptado de: Top de Marketing – 2004 – ADVB – Bahia. Case: Foco e resultado no
mesmo dial – Empresa Globo FM – Bahia (Salvador).
QUESTÕES
INTRODUÇÃO
PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
Outro fato que ameaçava o ideal de conquista da liderança almejada pela Che-
vrolet no mercado de Salvador era justamente a possibilidade de um crescimento
imediato da marca Ford, a partir do advento da fábrica de Camaçari, anunciado em
1999. Além da publicidade normal da montadora, passou a acontecer também o
aporte da publicidade governamental, que destacou insistentemente a importância
da vinda da fábrica, propiciando emprego e renda, ajudando a consolidar a imagem
positiva da marca, gerando simpatia e captando a preferência dos consumidores
da terra. A instalação da Ford na Bahia foi comunicada de forma monumental, com
chamadas do tipo “Os baianos agora vão ter o seu carro, fabricado aqui”, “A Ford é
da Bahia”, “A Bahia é Ford”, usando todo o aparato de propaganda do Governo do
76 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
PROBLEMA 3
Após um período de grande expansão que vinha desde o Plano Real, a indústria
automotiva brasileira caiu na real do cenário cada vez menos promissor no final do
século. O primeiro golpe foi ainda no primeiro semestre de 1997, quando o governo
mais do que dobrou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), resultando no au-
mento significativo das prestações dos financiamentos. Em seguida, veio a eclosão da
crise asiática, dando início à crise nas Bolsas de Valores e afetando a economia mundial.
Suas consequências no Brasil, com a pronta elevação das taxas de juros e perspectivas
de recessão, trouxeram reflexos imediatos para o setor automotivo, que sofreu mais
uma brusca redução nas vendas. A partir de então, o panorama tornou-se cada vez
menos otimista, com o recrudescimento da instabilidade financeira mundial, que teve
na Argentina a vítima mais próxima, aumentando os efeitos da crise e atingindo ainda
mais fortemente o mercado. Vieram a elevação da taxa de juros, a alta desenfreada do
dólar, o chamado Risco Brasil com índices cada vez mais preocupantes, uma situação
que tornava o mercado recessivo e repleto de incertezas. A indústria automobilística
passou a conviver com a imagem dos pátios das montadoras lotados. Para desovar
essa produção, era preciso procurar soluções capazes de minimizar os efeitos da cri-
se, retomando as vendas. Além de todos esses aspectos, o poder aquisitivo também
era reduzido, principalmente nas classes C e B, foco principal dos carros populares.
SOLUÇÕES
OS RESULTADOS
Fonte: Adaptado de: Top de Marketing – 2003 – ADVB – Bahia. Case: Liderança com dendê
– Chevrolet.
QUESTÕES
INTRODUÇÃO
O PROBLEMA
A SOLUÇÃO
Como não tinha capital para investir e buscar a ajuda dos bancos era inviável, em
virtude das altas taxas de juros, o mantenedor da Organização Mineira de Educação
Dante Frezzatto resolveu vender algumas propriedades para voltar a investir no seu
principal negócio e, segundo ele, “a razão da sua vida”.
Levantados os recursos necessários, a Fatege buscou no mercado uma consultoria
especializada em gestão de empresas educacionais. Assim, em 2003 foi contratada a
ACME Consultoria Empresarial para fazer um amplo trabalho que envolveria a área
operacional (ensino), o departamento de recursos humanos, a administração geral, o
setor financeiro e as atividades de marketing, que naquela época não eram desen-
volvidas formalmente; praticava-se marketing apenas por meio de ações esporádicas
e por iniciativa exclusiva do mantenedor, ou seja, a divulgação era feita apenas em
épocas de vestibular.
O trabalho teve início com um profundo levantamento de informações. Em segui-
da, todas as informações levantadas foram analisadas minuciosamente, o que possibi-
litou um diagnóstico detalhado da situação da Fatege. Para resolver os problemas, a
Fa t e g e : E x c e l ê n c i a e m E n s i n o S u p e r i o r 83
OS RESULTADOS
dos seus alunos. No final do ano de 2004, o número total de alunos era de 4.200 e
a qualidade dos serviços ainda era avaliada como excelente pelos alunos, pelos fun-
cionários, pelos professores e por outros públicos que interagiam com a instituição.
QUESTÕES
1. Descreva os serviços que são oferecidos por 4. Descreva os principais problemas de serviços
uma instituição de ensino superior como a Fa- apresentados no case Fatege e analise se as
tege. soluções para resolvê-los foram as mais ade-
2. Identifique e explique o composto de marke- quadas.
ting utilizado pela Fatege na sua retomada de 5. Que outras estratégias de marketing a Fatege
desenvolvimento. poderia implementar? Aponte três novas estra-
3. Como você avalia a qualidade de serviços ofere- tégias. Justifique a utilização dessas estratégias.
cidos pela Fatege e como essa qualidade poderia
gerar diferenciais competitivos?
INTRODUÇÃO
OS PROBLEMAS
ainda era possível resgatá-la do início do caos. A empresa tinha potencial para superar
essas dificuldades; era preciso empenho, ousadia, criatividade e, sobretudo, vontade
de voltar a crescer e se desenvolver.
AS SOLUÇÕES
A Disbrarem tinha ainda uma boa reserva financeira, fruto do seu período de su-
cesso, entretanto, para voos mais altos era necessário um parceiro (investidor). Assim,
ela contratou a Real Investimentos para costurar uma parceria com algum grande
grupo financeiro ou um fundo de investimentos. Graças a sua saúde financeira, não
se passaram três meses para que um parceiro financeiro fosse encontrado e fizesse
parte dos negócios da Disbrarem. O acordo fechado estipulou que em um primeiro
momento o parceiro investiria cerca de US$ 40 milhões, o que lhe daria algo em torno
de 40% das ações da Disbrarem; o restante continuaria nas mãos dos fundadores.
Mesmo antes de fechar o acordo com a organização investidora, a Disbrarem
não ficou parada e tratou de pôr “mãos à obra” para levantar a empresa. Dessa for-
ma, buscou uma empresa de headhunter para recrutar e selecionar e contratar novos
executivos. Em um prazo de dois meses, cinco executivos deram início às suas ativi-
dades. Eles eram dinâmicos, com muita experiência no ramo (indústria, distribuição
ou varejo) farmacêutico, criativos, conhecedores dos mercados interno e externo e,
acima de tudo, grandes líderes em suas respectivas áreas.
Com a equipe montada, o próximo passo foi adquirir novos sistemas computa-
cionais para operacionalizar a gestão empresarial, o relacionamento com o cliente,
o supply chain (gestão da cadeia de suprimentos) e a logística integrada. Contatos
com fornecedores e análises dos produtos e serviços deram base para a escolha da
empresa de Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (Siges). A Siges foi escolhida
principalmente por causa do seu Sistema de Gestão Integrada de Suprimentos (SGI/
SUPRI), que apresentava recursos e ferramentas para planejar, administrar, organizar,
coordenar e controlar os processos da cadeia de suprimentos que envolvia: atendi-
mento dos pedidos, controle dos estoques, compras, logística de frotas e distribuição,
Centros de Distribuição, tudo isso ligado ao Customer Relationship Management
(CRM) e ao Sistema Integrado de Gestão (ERP – Enterprise Resource Planning). Agora
que a “casa” estava em ordem, era o momento de buscar e desenvolver novos distri-
buidores. A ideia era incentivar e até investir em pequenos intermediários para que
eles fizessem parte da cadeia de suprimentos da Disbrarem. Conseguiu-se em um
prazo de seis meses a adesão de 60 novos distribuidores, que auxiliariam a empresa
a distribuir seus produtos nas Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Os
recém-contratados eram empresas jurídicas já estruturadas com um perfil moderno,
ágil; eram inovadoras e arrojadas em termos de negócios. Algumas trabalhariam exclu-
sivamente para a Disbrarem; outras dividiriam os medicamentos com um portfólio de
produtos mais abrangente. Com os novos distribuidores, a empresa passava a contar
com 140 parceiros sinergicamente sintonizados com os seus negócios, aumentando
D i s b r a r e m — D i s t r i b u i d o r a B r a s i l e i r a d e R e m é d i o s : a D i s t r i b u i ç ã o n a D o s e C e r t a 91
OS RESULTADOS
QUESTÕES
1. Aponte e explique alguns problemas de distri- 4. Qual a importância das estratégias de logística
buição enfrentados pela Disbrarem e as suas utilizadas pela Disbrarem, no contexto das so-
principais causas. luções apresentadas para enfrentar os proble-
2. Que análise pode ser feita em relação ao novo mas? Que outras ações de logística poderiam
modelo de distribuição utilizado para atender ser planejadas e executadas? Aponte e explique
aos colaboradores de grandes empresas, asso- três ações.
ciados de planos de saúde etc.? 5. Analise a estratégia de expansão vertical adota-
3. Descreva as principais estratégias de distri- da pela Disbrarem, quando ela resolveu consti-
buição usadas pela Disbrarem depois da crise tuir uma rede de farmácias. Quais as principais
e analise a sua eficácia, em um ambiente tão oportunidades e ameaças dessa decisão?
competitivo como o de distribuição de medi-
camentos.
INTRODUÇÃO
OS PROBLEMAS
As expectativas em relação aos negócios pela Internet eram intensas entre 1997
e 1998. Novas empresas entrando no mercado com altos investimentos dos grandes
grupos financeiros. Organizações multinacionais investindo alguns milhões de dó-
lares em suas versões digitais. Os analistas financeiros, econômicos e empresariais
96 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
AS SOLUÇÕES
Saulo percebeu que as suas escolhas haviam sido feitas erroneamente. Ele não
foi profissional, escolheu empresas indicadas por alguns amigos que não eram da
área, não analisou os serviços anteriores, enfim, entendeu que sua empresa não podia
se dar ao luxo de fazer escolhas amadoras como essas. Mas ainda dava tempo de
consertar o estrago; precisava, entretanto, ser ágil e estratégico, para não cometer
L e t r a D i n â m i ca — E d i t o r a e L i v r a r i a : o A d m i r á v e l M u n d o N o v o d a I n t e r n e t 97
os mesmos erros do passado recente. Para escolher a nova empresa que trabalharia
para a Letra Dinâmica, na formatação do negócio na Internet, procurou especialistas,
consultou vários deles. Verificou seus trabalhos anteriores, conversou com alguns
clientes dessas empresas. Só a partir daí é que escolheu a melhor empresa. A empresa
escolhida foi a Digital Services, uma das maiores desse ramo do Rio de Janeiro. Para
se ter uma ideia da experiência da Digital, é preciso citar alguns dos seus principais
clientes: Petrobras, Shell, Unibanco, Construtora Camargo Correa, Brahma, entre
outras. A Digital fez uma análise profunda do negócio da livraria, do seu consumidor
e dos seus fornecedores. Descobriu, por exemplo, que 84% do público da livraria era
composto por pessoas das classes A e B, em que a maioria tinha curso superior. Só a
partir daí elaborou uma estratégia. Ao contrário do que havia sido feito anteriormen-
te, a Digital procurou dar ao site da Letra o mesmo ambiente aconchegante que as
livrarias tinham. Um ambiente propício ao consumo da cultura, ao prazer da leitura,
ao relacionamento com outros consumidores com os mesmos interesses. O portfólio
de produtos também sofreu uma atualização. O conceito era de um portal com mui-
tas informações do interesse do leitor. Os estoques também foram estruturados, de
acordo com a demanda prevista. O link do comércio eletrônico ficou mais acessível e
mais atraente. As entregas foram equacionadas com a contratação de uma empresa
especializada em entregas rápidas e também com parcerias com a Empresa Brasileira
de Correios. Foi estruturado um grande banco de dados, um data warehouse, que é
capaz de identificar hábitos e costumes de leituras dos seus clientes, e a partir daí
oferecer a ele o livro mais indicado. A Digital aplicou à Letra os mais modernos con-
ceitos de marketing on-line, como, por exemplo, os quatro Ps: Penetração, Permissão,
Personalização e Rentabilidade (Profitability). O diferencial foi oferecer livros que
não são encontrados em qualquer livraria, ou seja, livros raros. Colocou-se no ar um
e-zine ou boletim on-line (revista eletrônica), que tinha como objetivo prestar todas
as informações necessárias aos leitores. Esses mesmos leitores foram estimulados a
assinar o informativo, que era divulgado em outras mídias. Foi definido um posicio-
namento: “Letra Dinâmica: um raro prazer.” O endereço foi colocado nos melhores e
mais procurados sites de busca como: Google, Altavista e Cadê. A comunicação estava
completamente integrada às estratégias do site. Foi feita uma campanha publicitária
divulgando o endereço, <www.letradinamica.com.br>; foi veiculada em rádios, jornais,
outdoors, revistas especializadas, portais da Internet, folders, cartões de visita, painéis
etc. Fez também uma série de promoções: como concursos, prêmios, brindes (camise-
tas, mousepad, canetas, bonés, chaveiros), eventos, shows. No site, encontravam-se
artigos, resenhas, críticas, indicações de livros, textos livres, entrevistas com grandes
autores, declamações de poesias etc. Uma biblioteca virtual que pode ser consultada
gratuitamente também foi disponibilizada para os internautas. Em função do sucesso
dessa nova fase, a Letra também começou a vender CDs com músicas de excelente
qualidade (MPB, jazz, clássica, ópera etc.). Fez parcerias com editoras que passaram
a anunciar no portal da Letra Dinâmica. Outras empresas interessadas no mesmo
público da livraria também veicularam campanhas. Agora sim a Letra Dinâmica tinha
novamente uma marca forte, integrada entre ambiente real e digital, com a mesma
simpatia, carisma e charme.
98 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
OS RESULTADOS
Passados dois anos da reestruturação dos negócios on-line, a Letra Dinâmica con-
quistou o seu espaço. Hoje ela está em um mercado de quase 12 milhões de internautas.
Um mercado que faturou no primeiro semestre de 2005 mais de 750 milhões de reais,
que cresce mais de 40% ao ano. Esse sucesso levou-a aos seguintes resultados:
Portanto, tudo indica que a Letra Dinâmica ainda vai muito longe, levando as suas
letrinhas para o deleite dos seus consumidores. Assim, o Prof. Saulo poderá continuar
afirmando o que ele sempre ensinou: “O homem é aquilo que ele lê”.
QUESTÕES
1. Descreva as principais estratégias apresentadas 4. Por que o sucesso dos negócios digitais da Letra
no caso da Letra Dinâmica e que fizeram toda Dinâmica fez com que as vendas da livraria real
diferença no mercado. também aumentassem?
2. Por que a primeira incursão da Letra Dinâmica 5. Proponha e explique três estratégias de mar-
no mercado digital não teve sucesso? Aponte e keting on-line que a Letra Dinâmica não usou e
comente as suas principais falhas. que poderia ter utilizado.
3. Por que o fracasso dos negócios digitais da Letra
Dinâmica contagiou a livraria real?
INTRODUÇÃO
O PROBLEMA
Mercado
A partir dessa verificação, a TIM Maxitel decidiu “investigar”, junto aos consumi-
dores de serviços de telefonia, onde estavam os pontos de maior resistência no que
diz respeito a planos com assinatura.
O Consumidor
Foi realizada uma ampla pesquisa com consumidores. Como resultado dessa
pesquisa, obteve-se uma série de dados em relação à percepção dos consumidores
quanto aos produtos de telefonia, principalmente no que se refere aos celulares
com conta e aos planos tarifários. Em relação aos planos com assinatura (celulares
de conta, ou “pós-pagos”), percebeu-se que se configuravam dois pontos principais
de resistência dos consumidores. Ou seja, dois pontos em que aparecia uma visível
desvantagem do celular de conta em relação ao “pré-pago” na mente dos consumi-
dores. A primeira desvantagem, nesse quesito, era a falta de controle no gasto com
o celular. Esse problema não ocorre no pré-pago, já que a compra do cartão para o
celular é uma forma de controle. Assim, o consumidor não gasta mais do que o seu
orçamento permite. O consumidor acreditava que o “pós-pago” incentivava-o a gastar
mais, já que não havia nenhum formato de controle da conta final. Outro ponto é que
o cliente não consegue prever qual será o valor da sua conta. A segunda desvantagem
é que o valor da assinatura dos planos era percebido como gasto inútil. O consumidor
não percebia os benefícios que a assinatura oferecia. Assim, a assinatura aparecia
como aquele dinheiro que o cliente “entrega” todo mês para a operadora, sem receber
nenhum benefício, ou vantagem, em troca. Em relação aos planos tarifários, o que se
pôde perceber é que a demanda e as reais necessidades dos consumidores estavam
mais refinadas, apesar de serem bem atendidos pelos planos até então existentes.
Em relação à necessidade de uma segmentação mais refinada, notamos quatro
pontos principais:
• no que diz respeito à forma de cobrança das tarifas, percebia-se que havia um
tipo de cliente que possuía certa dificuldade em lidar com diferenças tarifárias
de dias e horários. Esse cliente representava uma parcela, que, ao contrário
dos outros, não demandava planos mais arrojados e sim mais simples;
• havia um aumento na demanda por tarifas mais baixas durante o dia para os
clientes que utilizam pouco o celular. Essas tarifas costumavam ser mais altas
para compensar o pouco uso que o cliente fazia do telefone. No entanto,
essas pessoas viam isso como um ponto negativo;
• faltavam mais opções e flexibilidade para os clientes que utilizam muito o
celular. Havia uma demanda por mais opções de planos e tarifas por parte
desses heavy users. Até então, as operadoras ofereciam somente pacotes de
minutos com tarifas que variavam de acordo com a assinatura paga. Esses
clientes precisavam, e mereciam, mais;
• não havia opções de tarifas mais baixas, ou super-reduzidas, para aqueles
clientes que utilizam muito o celular para ligar para poucos números. Esse é
Ma x i t e l : Pla n o s S e m p r e 103
um caso que acontece com muita frequência: mães que ligam diversas vezes
por dia para casa; médicos ou vendedores que ligam muito para o próprio
escritório, entre outros. Dessa forma, perceberam-se as restrições dos con-
sumidores em relação ao pós-pago e as demandas desses consumidores em
relação a planos mais adequados.
• o mercado apontava para uma queda dos planos pós-pagos, tanto no que diz
respeito à primeira venda quanto no que diz respeito à migração da base de
clientes. Estava se configurando uma preferência em relação ao pré-pago;
• a pesquisa apontou uma série de resistências e anseios dos consumidores
em relação aos produtos oferecidos pelas operadoras de telefonia. Era clara
a necessidade de mudança do portfólio de produtos e a ênfase no preço das
tarifas. O desejo de inovação da TIM Maxitel foi confirmado pelos anseios
dos consumidores. Restava, agora, construir um novo portfólio que corres-
pondesse a essa demanda.
AS SOLUÇÕES
• pensar qual é a relação que o cliente tem com o seu celular. Como o cliente
se relaciona com o serviço de telefonia? Que tipos de uso ele faz do telefone
e dos serviços oferecidos?
• atacar os pontos de resistência desse cliente em relação aos planos pós-pagos.
Oferecer vantagens reais e perceptíveis para o cliente. Esses conceitos-chave
são as características principais do portfólio dos “Planos Sempre”:
▪▪ a necessidade de controle de gastos transformou-se no conceito-chave
controle de gastos;
▪▪ a assinatura, que era encarada como um desperdício, transformou-se em
assinatura como benefício;
▪▪ a confusão em relação às tarifas, por parte de uma parcela dos clientes,
deu origem ao conceito de simplicidade;
▪▪ os horários fixos para tarifas reduzidas, outro ponto negativo na visão dos
clientes, originaram o conceito de liberdade;
▪▪ mais opções de uso para aqueles que utilizam muito o celular originou o
conceito de flexibilidade;
▪▪ tarifas super-reduzidas a aqueles que ligam muito para um mesmo número,
ou para os números para os quais o cliente mais liga, originou o conceito de
104 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
O Produto
Assim nasceu a família dos “Planos Sempre”. Produtos revolucionários que pos-
suem uma segmentação exclusiva e diferenciada e que não é mais baseada no volume
de utilização, e sim na relação do cliente com o celular. O portfólio conta com quatro
planos com duas características gerais em comum: controle de conta e assinatura
revertida em benefício. O controle de conta permite que o cliente receba o valor das
contas contabilizadas de duas formas: o cliente recebe o saldo da conta semanalmente
no visor do celular ou diariamente através da página da TIM Maxitel, na Internet. O
cliente define a periodicidade do recebimento via celular (pode receber até três vezes
por semana). Na Internet, as informações são atualizadas a cada 24 horas. A assinatura
como benefício reverte o valor pago em minutos de ligação ou em outro benefício. Os
minutos incluídos são um benefício concreto e facilmente percebido pelos clientes, já
que incluem qualquer tipo de ligação, em qualquer horário ou dia da semana.
Os quatro planos, como já dissemos, foram formatados de acordo com os fatores
de atratividade. São eles:
OS RESULTADOS
Os “Planos Sempre Maxitel”, que depois passaram a se chamar “Sempre TIM”, foram
lançados oficialmente nos estados de Bahia e Sergipe em 27 de novembro de 2001.
Nos primeiros seis meses de comercialização, a TIM Maxitel obteve um resulta-
do de vendas, em média, 20% superiores ao mesmo período do ano anterior. Esse
resultado superou em 80% as metas da empresa para esse período.
Com o novo portfólio, o custo para a aquisição de novos clientes caiu 25%, apesar
do incremento de vendas ocorrido no período.
Fonte: Adaptado de: Top de Marketing – 2003 – ADVB – Bahia. Categoria: Telecomunicações.
Case: Planos sempre. Disponível em: <www.advb-ba.com.br>.
QUESTÕES
INTRODUÇÃO
Desde 1973, quando foi fundada por alguns visionários pioneiros da indústria de
shopping centers do Brasil, a Nacional Iguatemi começava a escrever ali uma história
de desafios e muitas, muitas conquistas. Antecipando-se ao que, um dia, viria a se tor-
nar uma tendência para os padrões de consumo dos brasileiros e de todos os baianos,
em dois anos a Nacional Iguatemi já inaugurava o Shopping Center Iguatemi Salvador,
uma prova do esforço que a empresa depositava no Brasil, além de um verdadeiro
marco que, a partir daquele dia, viria a ditar os rumos da expansão e do crescimento
urbano e econômico da capital baiana. Atuando em cinco diferentes estados, parcerias
que se estendem ao Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Sul e, é claro,
Bahia, hoje a Nacional Iguatemi representa um total de 275.882 m2 de área bruta
locável, concentrando nessa imensidão de shoppings mais de duas mil lojas, 124 mi-
lhões de consumidores e nove unidades espalhadas pelos principais centros do país.
OS PROBLEMAS
Nesse cenário tão promissor, pode-se dizer que o Shopping Iguatemi vive duas
realidades bem distintas. Ao mesmo tempo em que a primeira descreve uma situação
previsível, com corredores cheios e lojas e vendedores quase sem capacidade de
atender à demanda de clientes, a outra reflete um quadro marcante quando se trata
de um empreendimento com o porte e o perfil do shopping: a queda na qualificação
do consumo, com a consequente fuga das classes A e B. Por que isso acontece?
Por ser o maior, isoladamente, o Iguatemi geralmente fica pequeno para a demanda
de clientes gerada nessa época do ano. Também nesse período, há um grande êxodo de
pessoas de diversos municípios da região metropolitana de Salvador para o shopping,
geralmente em grupos de compras ou caravanas. Cria-se um gargalo de gente. Para as
S h o p p i n g I g u a t e m i : N ã o T e m o u t r o I g u al 109
No Parking, no Business
As Vias de Acesso
Apesar das muitas opções de acesso viário, o trânsito na área do Iguatemi ge-
ralmente é congestionado, devido ao próprio movimento de ônibus coletivos e de
pessoas nas proximidades do local. Nesse aspecto existe outro agravante, até mesmo
em função da localização do shopping: o surgimento de um novo polo empresarial na
cidade, a Av. Tancredo Neves, que aumentou bastante a média de veículos na região.
Em horários de pico, principalmente no Natal, muitas vezes essa situação tornava-se
incômoda para quem optava por fazer as compras no Iguatemi, apesar de que, ainda
assim, as pessoas não deixavam de frequentar o shopping.
A Concorrência
Fim de ano, começo de verão. A concorrência esquenta. Por isso, mais uma vez,
era preciso sair na frente dela. Criar meios que possibilitassem ao Iguatemi concentrar
a demanda de público que, pelos diversos problemas citados acima, estava optando
por fazer as suas compras de Natal mais de perto de casa, em pequenos e grandes
110 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
AS SOLUÇÕES
Os objetivos
Chega dezembro é assim: festa nas casas, alegria no comércio. Dessa forma, não
seria difícil imaginar o tamanho e a importância que esse momento representa no que
se refere à venda e ao faturamento por metro quadrado para os lojistas e vendedo-
res do Shopping Iguatemi. Mantendo a sua tradição de realizar um dos Natais mais
glamourosos da cidade, em que se destacam a sua famosa e tão esperada decoração
natalina e o imenso pinheiro iluminado que já vem sendo montado há alguns anos
em frente ao shopping, hoje o Iguatemi aparece em situação privilegiada em relação
aos seus principais concorrentes, oferecendo um mix de lojas, produtos e serviços
completos, além de um ótimo retorno e participação das populações da sua área de
influência primária, que incluem bairros como Pituba, Itaigara, Caminho das Árvores,
Brotas, Pernambués, Imbuí, Costa Azul e Boca do Rio.
Mesmo com tantos diferenciais a seu favor, o Iguatemi sempre quis mais. Assim,
para aumentar o faturamento nessa que é, disparada, a principal data para o comércio
varejista, todo o esforço é válido. Os objetivos? Ampliar o volume de vendas para os
lojistas, fazendo com que pelo menos 60.000 pessoas circulassem pelos corredores
do shopping, apenas durante a madrugada.
Entre os clientes, era fundamental criar algo novo que atraísse de volta as classes
A e B, aproveitando a data para proporcionar maior qualificação no consumo por
conta do poder aquisitivo desse segmento. Outro objetivo importante dizia respeito
às classes C e D, responsáveis por grande parte do público frequentador do Iguatemi.
Se durante o ano inteiro a sua participação sempre foi expressiva, é no Natal que
ela deveria concentrar o seu maior peso. De promoções inéditas a divulgação de
sorteios-relâmpago, de distribuição de brindes a implemento de esquemas especiais
de vendas, conquistar perfis de consumidores tão abrangentes e trazê-los para o
interior de um estabelecimento do porte do Iguatemi poderia se transformar numa
verdadeira maratona.
S h o p p i n g I g u a t e m i : N ã o T e m o u t r o I g u al 111
A Mecânica
Era só o que se falava na cidade. Das 9 horas da manhã do dia 23 até as 5 horas
da tarde do dia 24, véspera das comemorações, todas as 520 lojas do Iguatemi per-
maneceriam abertas ao público, garantindo mais tempo e conforto para quem deixou
as compras natalinas para a última hora. O modelo era inédito. Nunca no Brasil um
shopping havia realizado uma ação promocional tão inovadora como o Plantão 32
Horas. Além de oferecer mais uma alternativa para o aumento efetivo do faturamento
das lojas e atrair novos consumidores, o Plantão buscou também capturar aquele pú-
blico comum frequentador do shopping. Clientes que, entre outras coisas, acabaram
ficando deslumbrados com a sensação de poder passar a madrugada no Iguatemi.
A Comunicação
A Campanha Publicitária
Merchandising
O Apoio da Imprensa
Outro ponto a ser destacado foi o intenso apoio da imprensa local e das mídias
especializadas. Para quem folheava diariamente os jornais da época, não era difícil
encontrar matérias e notas que citavam o caráter inédito do Plantão que o Iguatemi
estava programando mais uma vez para o Natal. O burburinho foi tremendo. Até
mesmo porque a opinião pública já começava a tomar conhecimento de que, para
aquele ano, alguns concorrentes pretendiam se utilizar da mesma ideia. Mas se nos
jornais o Plantão 32 Horas foi manchete quase diariamente, no período das compras,
durante a promoção, diversas emissoras de TV mantinham plantões ao vivo de dentro
do shopping, divulgando o sucesso no decorrer dessa grande festa.
OS RESULTADOS
Circularam pelo shopping cerca de 340 mil consumidores. Mais uma vez, o Plan-
tão 32 Horas representou um sucesso não só de público e crítica, mas também nas
avaliações finais dos números, onde foi destaque, gerando um retorno mais que sa-
tisfatório em lucro e faturamento para todos. No final dessa maratona que envolveu
aproximadamente 250 funcionários do shopping, 520 lojas, além dos quase cinco
mil vendedores que durante 32 horas demonstraram muito esforço e dedicação, a
satisfação entre as equipes de vendas era evidente. Das 9 horas da manhã do dia 23
às 5 horas da tarde do dia 24, as análises dos resultados já davam conta de que mais
de R$ 5,4 milhões haviam sido movimentados pelos corredores do shopping, o que
representava um crescimento de 5,59% no volume de vendas comercializado em
relação à primeira edição do evento, em 2000, e de 8% em relação a 1999, quando
a promoção ainda nem existia. Confira:
Para setores como calçados, confecções e pequenos presentes, o acréscimo re-
gistrado nas vendas foi 20% superior ao Natal de 2000. Como mesmo citou Zenaide
Oliveira, da DivZ: “Eu não imaginava que o sucesso superasse tanto as expectativas”.
E mais; além do retorno significativo para as vendas do Iguatemi, o Plantão 32 Horas
foi uma ação que agregou muita mídia espontânea, garantindo ainda mais brilho para
o seu desempenho e para o poder de aceitação que tomou conta do público consu-
midor que foi ao shopping.
116 A d m i n i s t r a ç ã o de marketing − Las Casas
Fonte: Adaptado de: Top de Marketing – 2003 – ADVB – Bahia. Categoria: Shopping center. Case: “Plantão
32 Horas” – Shopping Iguatemi.. Disponível em: <www.advb-ba.com.br/>.
QUESTÕES
1. Identifique e comente os principais problemas 4. Conhecendo o caso descrito, que outras estra-
de comunicação que o shopping precisou en- tégias de comunicação de marketing poderiam
frentar para atingir os seus objetivos. ser adotadas pelo Iguatemi para enfrentar os
2. Para buscar os resultados esperados, o Shop problemas citados? Justifique a sua resposta.
ping Iguatemi utilizou um composto promocio- 5. Que instrumentos de avaliação da comunicação
nal. Aponte quais os elementos desse composto de marketing poderiam ser utilizados para men-
promocional e descreva a sua importância no surar a eficácia das estratégias de comunicação?
contexto das estratégias implementadas. Por quê?
3. Em sua opinião, qual a estratégia de comunica-
ção lhe pareceu mais eficaz? Por quê?
Case
Renome: Acelerando Firme
Rumo à Excelência
R e n o m e : A c e l e r a n d o F i r m e R u m o à E x c e l ê n c i a 119
INTRODUÇÃO
Este é um case sobre um grande grupo empresarial, o JMC, que depois de muito
sucesso no ramo de agronegócios ousou criar uma divisão automotiva, um segmento
altamente competitivo e diferenciado. Este é um case da coragem de seus donos,
em profissionalizarem e reestruturarem suas atividades em busca de melhores resul-
tados e da perpetuação do negócio. Este é um case de marketing e gestão, no qual
demonstra que o mundo corporativo atual não tem lugar para amadorismo e que
medidas adequadas e gestão profissional sempre são sinônimos de bons resultados.
O início do século XXI trouxe mudanças no perfil do consumidor, cada vez mais
ávido em ter maior número de ofertas e qualidade de produtos, exigindo técnicas
diferenciadas de marketing e gestão. No segmento automotivo vivíamos um novo
tempo, pois a chegada dos importados ampliou o nível de concorrência. A indústria
automobilística nacional enfrentou a concorrência externa, o que foi favorável para
a melhoria do padrão de qualidade dos carros aqui fabricados. Aliado a isso, víamos
uma tendência muito grande do consumidor em procurar os carros compactos e po-
pulares, segmento do mercado cada vez mais em expansão. Neste cenário, os fabri-
cantes estrangeiros sentiram-se estimulados a implantar fábricas no Brasil, como foi
o caso do nosso parceiro estratégico, a montadora francesa Renault, que se instalou
em Curitiba (PR).
PROBLEMA/DESAFIO
AÇÕES IMPLEMENTADAS
AS SOLUÇÕES
Como já foi mencionado, os principais acionistas não tinham como dirigir direta-
mente esta nova empresa. Então, optou-se por uma gestão totalmente profissional.
Além dos executivos contratados, foram contratadas também algumas empresas que
acompanhariam os processos e dariam os apoios necessários à boa gestão da empresa.
Uma dessas empresas era a Saile Consultora de Marketing, que ficou responsá-
vel por assessorar e fazer todo o controle de marketing, avaliando os processos e as
ações implementadas. Esse controle seria feito através da auditoria de marketing,
relatórios, reuniões, supervisão, pesquisas, entrevistas com clientes, cliente oculto
entre outras ferramentas de avaliação e controle de marketing. Graças ao trabalho de
controle dos esforços de marketing e da gestão como um todo, a empresa conseguiu
ótimos resultados.
OS RESULTADOS
Ações tomadas
• ajuste do quadro de funcionários;
• devolução de terrenos ociosos e diminuição de áreas alugadas, com nova
racionalização de espaços;
• fim da política de abastecimento e manutenção de veículos de frota;
• devolução das máquinas de fotocópias alugadas;
• entrega de veículos novos pelos vendedores;
• participação das equipes nos resultados Renome.
Índices de crescimento
Com o desenvolvimento deste case, foi possível observar, através dos resultados,
a importância da profissionalização das organizações em detrimento de métodos
amadores de gestão, bem como a importância do controle dos esforços de marketing.
Fonte: Adaptado de: Top de Marketing – 2003 – ADVB – Bahia. Categoria: Concessionárias. Case: Acelerando
firme rumo à excelência – Renome.
QUESTÕES
INTRODUÇÃO
OS PROBLEMAS
estavam. Em função da hipercompetição do setor, pois entre o final dos anos 1990 e
início do século XXI muitas empresas entraram neste mercado, principalmente as de
médio e pequeno portes. Essas empresas derrubaram os preços a níveis nunca antes
vistos. Com isso, os produtos que mais vendiam eram aqueles sem valor agregado;
junte-se a isso o fato de a maioria das empresas estar passando por processos de
reduções de custos, graças à recessão econômica. Pois bem, dessa combinação temos
vendas menos rentáveis, menor faturamento, praticamente a mesma quantidade de
trabalho da equipe de vendas, desmotivação em função da queda dos valores das
comissões. Não bastasse isso, a Promobrindes reduziu seus investimentos na força
de vendas, além de ter dispensado boa parte dos seus vendedores, principalmente
aqueles com mais tempo na empresa, pois eram eles que tinham os maiores salários.
Isso tudo desorganizou o departamento de vendas da Promobrindes. O que se tinha
agora era um grupo, não mais uma equipe, de 30 funcionários que estava desmoti-
vado, aumentando a rotatividade, com baixa qualificação profissional, vendendo cada
vez pior. Fora este aspecto, a empresa percebeu também a desestruturação do seu
portfólio de produtos. Antes o portfólio estava estruturado da seguinte forma: 50%
produtos tipo A (acima de R$ 15,00 a peça), 30% produtos tipo B (entre R$ 10,00 e
R$ 14,90 a peça) e 20% de produtos do tipo C (entre R$ 2,00 e R$ 9,90 a peça). Agora
o portfólio era o seguinte: 50% tipo C, 30% tipo B e 20% tipo A. Portanto, a estrutura
virou de cabeça para baixo. A empresa perdeu seu foco de mercado. Existiam várias
causas para que isso estivesse acontecendo, vários setores contribuíam fundamental-
mente para essa situação, mas também era evidente que o setor de vendas detinha
grande responsabilidade nesse processo. A empresa agora contratava mal, não treinava
direito, não organizava a equipe, não liderava, enfim, faltava uma administração mais
eficaz sobre a força de vendas, para que ela voltasse a ser aquela de áureos tempos.
Mas só os vendedores não fariam milagres; era necessário todo um planejamento de
marketing, com ênfase na força de vendas, mas tendo apoio estratégico das áreas
de produtos, distribuição, formação de preços e, principalmente, da comunicação de
marketing. A empresa estava disposta a reverter a sua situação, que se ainda não era
desesperadora, caminhava para isso. Então, a tomada de decisão deveria ser urgente.
E foi isso o que a Promobrindes fez.
AS SOLUÇÕES
que definiu a missão da empresa, a visão, os objetivos de curto, médio e longo prazos.
Os executivos com a ajuda das suas equipes e com a assessoria da Sleimann também
elaboraram os seus planos, que estavam totalmente sintonizados com o planejamento
estratégico. Na área de vendas, o plano previa investimentos de R$ 300.000,00 em
dois anos. Esses recursos seriam investidos na reestruturação da força de vendas,
compreendendo: seleção de novos vendedores e supervisores, treinamento da equipe,
organização do setor, mudanças dos processos, material de trabalho (catálogo, broadside
e outros impressos), programas de incentivos, convenção de vendas, informatização do
setor e da equipe (palmtop para os vendedores) etc. A implementação do planejamento
estratégico e dos planos setoriais tinha seu start em uma ação de housekeeping (limpeza
de casa), na qual em um grande mutirão, feito em um sábado, todos os colaboradores
limparam, literalmente, a empresa. O conceito era “jogar fora” tudo o que não estava
sendo utilizado, para dar lugar ao novo. E em um ambiente de festa, de integração, até
mesmo de confraternização, todos participaram e a grande limpeza foi feita. A ordem
era, depois do housekeeping, começar rapidamente a implementação dos planos setoriais.
O departamento de vendas implementou as seguintes ações:
OS RESULTADOS
QUESTÕES
2. Explique o que é uma empresa orientada para 4. Qual seria a melhor relação de trabalho en-
as vendas, como a empresa descrita no case. tre o departamento de marketing e a equipe
Quais as principais características apresentadas de vendas? Cite e comente três ações que na
pela Promobrindes que a identificam como uma prática traduziriam esse bom relacionamento
dessas empresas? profissional.
3. Por que o fato de a empresa não ter dispensado 5. Apesar de ser bem-sucedida com as estratégias
alguns vendedores, em um primeiro momento, planejadas e colocadas em prática, que outras
foi preponderante para o sucesso do proces- ações poderiam ser implementadas para o de-
so de avaliação e treinamento da equipe de partamento de vendas? Cite e comente três
vendas? ações.