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I

UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIENCIAS E TECNOLOGIAS

Licenciatura em Ensino de Química com habilitações e Laboratório

3º ano

Justina Renato Bira

Educação de Valores

Quelimane

2021
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Justina Renato Bira

Educação de Valores

Trabalho apresentado ao curso de


Licenciatura em Ensino de Química com
Habilitações em Laboratório do Departamento
de Ciências e Tecnologias, com carácter
avaliativo, na cadeira de TT3.

Docente:

Quelimane

2021
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Índice

1.Introdução........................................................................................................................4

2.Educação de valores.........................................................................................................5

2.1.Ética e Cidadania..........................................................................................................5

Valores morais e sua importância para a sociedade..........................................................7

3.Conclusão.....................................................................................................................10

4.Bibliografia...................................................................................................................11
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1. Introdução

O presente trabalho aborda sobre a educação de valores, onde, os valores humanos


são as características que nos diferenciam do restante dos seres vivos e estão
relacionados, principalmente, à dignidade e à moral. Alguns exemplos incluem,
honestidade, respeito, responsabilidade, tolerância e humildade. A importância da
educação na vida de uma pessoa se reflete nos mais diferentes âmbitos: em sua
capacidade de se relacionar, interpretar informações, lidar com suas próprias emoções,
tomar decisões com senso crítico e, até mesmo, obter satisfação pessoal e profissional.
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2. Educação de valores

A educação baseada em valores nos conscientiza sobre as consequências dos


nossos atos no planeta e nos incute o respeito pela natureza. Devemos minimizar os
riscos para a saúde promovendo atitudes adequadas e abordando a educação em saúde a
partir de uma perspectiva dinâmica, pessoal e coletiva.

Por acreditarmos que o papel da escola é ajudar na formação ética de


cidadãos(ãs) críticos(as) e conscientes de seu papel na sociedade, consideramos que
a escola deve se preocupar com a instrução das futuras gerações e também com
a formação em valores, condição para o desenvolvimento intelectual, moral e para o
pleno.

2.1. Ética e Cidadania

Entende-se que a ética dedica-se aos estudos dos valores morais e os princípios
do comportamento humano perante a sociedade, garantindo o bem – estar social do
cidadão. Não poderia haver cidadania se a ética deixasse de ser cumprida. O cidadão
ético é aquele que sabe buscar os seus direitos e os seus benefícios sociais em
conformidade da lei.

A ética deve ser compreendida como crítica reflexiva e responsável pela conduta
humana em todos os setores sociais. Ela é histórica e construída socialmente, tendo
como base referencial as relações humanas coletivas. Segundo SOUZA,

A ética situa-se no campo dos princípios morais e dos valores que orientam os
homens em suas ações, tomando como referência outros indivíduos de determinada
sociedade. Sendo um produto histórico social, a ética ilumina a consciência humana à
medida que “[… sustenta e dirige as ações do homem, norteando a conduta individual e
social […] e define o que é a virtude, o bem ou o mal, o certo ou o errado, permitindo
ou proibindo, para cada cultura e sociedade.” (SOUZA, 1995, p. 187)

É percebível que a ética procura equilibrar a conduta do cidadão, do profissional


e, principalmente, do político, suscitando nesses indivíduos uma profunda reflexão,
incitando-os ao cumprimento da responsabilidade e a realização de previsões das
supostas consequências resultantes de suas decisões. No mundo globalizado e nos países
capitalistas onde há a ganância desenfreada e o imensurável egocentrismo, cresce,
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substancialmente, a necessidade das instituições educacionais contribuírem com a


formação integral dos indivíduos e, portanto, com o favorecimento da construção da
ética dos sujeitos.

Considera-se que além da família, a escola é o espaço extremamente propício


para a formação ética do cidadão, tendo em vista, que ela participa da formação dos
seus educandos, explicitando regras e valores através dos professores, do material
didático pedagógico, do comportamento e da hibridização de costumes e saberes dos
alunos. A ética é, pois, um objeto de reflexão que contribui com o convívio da
pluralidade em todos os setores públicos, inclusive nas instituições educacionais,
principais formadoras da cidadania.

Na medida em que os anos passam, no mundo globalizado, nos países


capitalistas e das tecnologias de ponta, observa-se, com frequência, o rompimento das
ações e o atropelamento à dignidade humana sem nenhum receio ao descumprimento da
ética. No entanto, para que a dignidade seja imposta e a cidadania efetivada, faz-se
necessário que a ética seja buscada, uma vez que ela exige a apregoação do respeito
mútuo, da justiça, da solidariedade e do diálogo. A dimensão da ética favorece a plena
formação e construção do sujeito cidadão permitindo-lhe compreender a sua
importância como membro social.

O cidadão que exerce sua ética, preserva a estreita relação humanizadora em


seus diferentes contextos – econômico, político, social, educacional etc., além de
assumir o caráter da cidadania coletiva. Viabilizar a educação ética é, ao mesmo tempo,
proporcionar aos educandos o combate ao preconceito e a discriminação de vária
naturezas, valorizando o diálogo com os presentes em seu meio social.

A ética de um indivíduo é sempre observada e admirada pela sociedade a que ele


pertence pois, ele procura fundamentar as suas ações morais de acordo a razão.
Contudo, em meio a essa gama de influências, atitudes e comportamentos negativos e
corrompedores vivenciados no ambiente hodierno, a ética deve apresentar-se bastante
consistente para não se desnortear.

Para refletir: Será que poderia criticar-se os outros, uma vez que não age-se com
os princípios éticos ou morais? Segundo o juiz federal Sérgio Moro, “quando se tem a
oportunidade de furtar… não se perde a oportunidade. Como base nos problemas da
Lava Jato ele assegura que os políticos de hoje foram oportunistas no passado e se não
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for mudada a estrutura de valores de nossa sociedade com a busca da ética e da moral
como pilares do comportamento, nunca seremos um povo realmente honesto e justo.”

A partir do momento em que se chega a uma fila e que procura-se atendimento


antecipado, sem nenhuma justificativa de prioridade, “jeitinho brasileiro”, estaria, de
certa forma, descumprindo com o dever social e ao mesmo tempo asfixiando a norma
ética. Da mesma sorte, quando recebe-se um troco com erro de superávit e não
preocupa-se com a sua devolução, uma vez que o princípio ético exige que não se deve
pegar ou usufruir aquilo que não lhe pertence, aconteceu a burlação da eticidade. 
Semelhante as quebras de regras de uma instituição, que deveriam ser discutidas apenas
no lócus ou o apunhalamento a terceiros quando esses não se fazem presentes pra se
defenderem.

Contudo, está nitidamente percebível que a ética é algo que se constrói ao longo
da vida. Certas normas que, anteriormente, eram exigidas, atualmente passaram a ser
cumpridas pelo reconhecimento de sua importância, como o exemplo do professor
Cortella: quando o uso do cinto de segurança passou a ser de obrigatoriedade, alguns
motoristas, para atropelar a lei, usavam camisas do Vasco, por apresentarem uma tarja
preta e coincidir com o cinto, para confundir os agentes de trânsito. Hoje ao entrar no
veículo, a primeira coisa que se faz é colocá-lo sem, no entanto, se precaver de multa
mas da própria segurança. Portanto, conclui-se que a ética vai se construindo a partir da
conscientização no dia a dia.

Valores morais e sua importância para a sociedade

A máxima “o homem é, por natureza, um animal político”, retirada


da Política de Aristóteles, representa a forma como esse filósofo antigo enxergava parte
da essência do ser humano: um ser pensante, capaz de uma comunicação aprimorada (a
fala) e um ser dependente da vida em comunidade na pólis grega.

Para que a vida em comunidade (palavra derivada do étimo comum, que


significa um conjunto de seres comuns uns aos outros que vivem juntos) seja exitosa,
são necessárias algumas criações humanas, como as leis e os costumes. Os costumes
são, grosso modo, a própria moral. O ser humano é, então, um animal capaz de criar
uma moral com a finalidade de possibilitar a vida em sociedade.

Os costumes morais são valorativos, ou seja, ditam normas a partir de valores


morais. Existe, no interior de cada sociedade, um conjunto de valores que especificam e
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diferenciam o que é bom do que é ruim, o que é o bem e o que é o mal, aquilo que é
melhor do que é pior, o que pode e não pode ser feito, etc. Isso significa dizer que os
valores morais são uma espécie de “código de conduta” que dita como cada indivíduo
deve agir no interior daquela sociedade para integrar-se e adequar-se a ela.

Também é necessário ressaltar que esse código de conduta composto


pelos valores morais, por ser construído e consolidado no interior de cada sociedade,
é variável, sendo impossível encontrar sociedades completamente distintas com valores
morais absolutamente iguais.

Por essa razão, nós distinguimos os costumes de acordo com as comunidades,


regiões ou países. Assim sendo, no Brasil, temos uma moral que se distingue quase
completamente da moral japonesa, ou os costumes cultivados pelos nativos sul-
americanos eram totalmente diferentes dos costumes trazidos pelos europeus que
colonizaram o nosso território.

Durante a história da Filosofia, Sócrates foi o primeiro pensador a trazer para o


trabalho filosófico a reflexão acerca de assuntos estritamente humanos, portanto, foi o
introdutor da reflexão moral na filosofia. Platão, seu discípulo, continuou tratando do
assunto, mas, para que sua filosofia moral não confrontasse a sua teoria do
conhecimento, postulou que os valores morais são conceitos
racionais eternos e imutáveis. Essa ideia exige a noção de que há um conceito de bem, o
Bem em si, um conceito de mal, o Mal em si e Ideias racionais que caracterizam
imutavelmente qualquer noção de valor moral possível.

Aristóteles estabeleceu um campo de estudos dentro da Filosofia chamado


de ética, responsável por estudar, qualificar e estabelecer as diferenças entre as morais,
organizando-as em um sistema racional que diferencia o que deve do que não deve ser
feito em uma pólis para que a vida em comunidade prossiga sem transtornos.

Durante a Idade Média, os filósofos submeteram-se completamente à moral


cristã como a única possível e verdadeira, e é o modo de pensar reinante no ocidente
cristão até os dias de hoje. Na modernidade, com o desenvolvimento do iluminismo e a
irrupção das grandes revoluções, o pensamento europeu estabeleceu grandes diferenças
no modo de valorar que afetaram a vida social.

Já no século XIX, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche teceu duras críticas à


moral ocidental, ainda fortemente determinada pelos valores cristãos, acusando-a de ser
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uma moral que subjuga o ser humano como ser natural, castra sua força e sua
capacidade de criação e nega a sua própria vida.

Portanto, o que podemos sinalizar como um consenso entre os filósofos que


teorizaram a moral e os valores morais é o fato de que sem alguma forma de valoração e
de costumes não existiria sociedade e nem civilização tal como a conhecemos. Qualquer
tipo de vida em comunidade necessita de um estabelecimento mínimo de regras.

Assim, sem os costumes e a moralidade, nós cairíamos na barbárie. Cabe,


porém, a cada indivíduo e a cada comunidade julgar se os costumes e os valores morais
vigentes em seu meio e em seu tempo são os melhores e mais adequados para o
funcionamento social, sem deixar de respeitar a individualidade e os direitos dos seres
que compartilham a vida conjunta naquele lugar.
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3. Conclusão

Contudo, cheguei as conclusões que a grandeza de sua importância e o


imensurável valor de sua conduta inserido nas ações humanas no dia a dia. Conduzir
uma missão ou exercer uma atividade que a sua profissão lhe propiciou sem, no entanto,
considerar os princípios éticos e morais de sua conduta, seria mera contradição de um
juramento que deixou de cumprir com as suas normas. Torna-se necessário que se reflita
no sentido de que novas ações sejam realizadas com o intuito de tornar as pessoas mais
sensíveis, mais responsáveis e mais conscientes das atividades que praticam em
qualquer espaço da vida. O individualismo e a ganância pelo poder vem quebrando
valores, burlando regras e eliminando o verdadeiro sentido da ética e da moral diante da
sociedade.

A ética na educação torna-se concebida a partir do momento em que os valores


forem considerados e o exercício profissional um propiciador de ações humanizadoras.
A sociedade vem exigindo dos indivíduos uma postura aceitável com ações e
responsabilidades que possam, de fato, oferecer respostas que sinalizem a mais perfeita
harmonia para o bem estar social. E, para que isso se concretize, a ética deve estar
impregnada nas ações realizadas no dia a dia, nas mais diversas áreas e nas mais
distintas profissões.
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4. Bibliografia

CHAUÍ, M. (2013). Convite à Filosofia. Sao Paulo: Atica.

CORTELLA, M. S. (2010). Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão,


liderança e ética. Petropoles.

SOUZA, S. M. (1995). Um outro olhar: filosofia. São Paulo: FTD.

VAZQUEZ, A. S. (2003). Ética Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. Rio de Janeiro.

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