Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INSTRUTOR
Escrito em 01/03/2021 por Cleidson Vasconcelos
Considerações Iniciais
Ensinar é uma atividade muito nobre, pois materializa no professor toda uma sensação de
liderança e de exemplo a ser seguido.
Certamente até o fim dos nossos dias lembraremos da maioria dos nossos professores da
infância, do nosso primeiro professor de inglês, do professor do Karatê, da natação e de
todos que de alguma forma contribuíram marcaram as nossas vidas.
Visite www.infoarmas.com.br
Página: 1
“Um professor que tenta ensinar sem inspirar o aluno com o desejo de aprender
está martelando em ferro frio.” Horace Mann
Visite www.infoarmas.com.br
Página: 2
O perfil do instrutor, atualmente.
Na atualidade a atividade de instrução de tiro tornou-se bastante popular, surgindo
massivamente uma enorme quantidade de instrutores de tiro que por vezes nem mesmo
entendem com clareza qual o seu escopo de atribuições.
Além disso, ainda existem os instrutores civis, policiais e militares. Alguns instrutores policiais
e militares tornam-se instrutores civis, permeando também as atividades de tiro desportivo
e alguns instrutores civis começarem a ensinar técnicas policiais a civis aos próprios
servidores da segurança. Sinceramente, que me perdoem os adeptos dessa causa, mas não
faz qualquer sentido essa direção tomada por alguns instrutores.
Corroborando com tudo isso, várias escolas/clubes de tiro, fins de cumprir as normativas da
PF e é claro para obter lucros, ministram os cursos de instrutor de armamento tiro (IAT) com
a carga horário mínima de 80 h (estabelecida pela PF para que o cidadão possa realizar o
credenciamento), que são apenas cursos que preparam o cidadão para prestar a prova de
credenciamento da PF e para a execução das atividades para aquele fim, caso o candidato
obtenha êxito no teste de credenciamento.
Ocorre que, dentro desse contexto, muitos alunos saem com um diploma de apenas
80h/aula, (sim isso é muito pouco) - mesmo de escolas sérias e de bastante qualidade -
ministrando cursos em clubes de tiro pelo Brasil afora e depois, caso se credenciem,
normalmente julgam que já são instrutores formados e não precisam atualizarem-se e
treinar.
Visite www.infoarmas.com.br
Página: 3
Temos um problema?
A miscelânea de fatos, acima elencados, apenas mostra o terreno obscuro que todos nós
instrutores de tiro estamos adentrando. Pois a formação de um instrutor de tiro não deverá
ocorrer, em hipótese alguma, em uma semana, um mês ou mesmo por um número de
horas limitado e muito menos se encerrará com o recebimento de um diploma,
principalmente se o instrutor for se capacitar para ensinar não somente técnicas de tiro e
sim protocolos de autodefesa e sobrevivência.
Mas por que nas instruções de tiro não ocorre o mesmo? Essa é uma pergunta de difícil
resposta, até porque o contrário também ocorre. Ou seja, instituições policiais e militares
colocam instrutores com capacitação deficiente para conduzir suas instruções dentro da
corporação. E, ainda, muitos instrutores policiais e militares, apenas por ostentar o título nas
suas corporações, e outros que nem o título possuem, se aventuram no pujante mundo da
instrução civil.
Controvérsias a parte, até porque não tenho a fórmula e nem a competência funcional, para
equacionar um problema tão complexo, proponho que todos nós instrutores façamos um
exame de consciência e analisemos primeiro o que nos fez nos tornamos instrutores,
quais foram as nossas motivações e como foi o nosso processo de formação.
Muito bem, feito o exame de consciência , a próxima pergunta seria: temos o pleno domínio
do conhecimento a que vamos transmitir?
Visite www.infoarmas.com.br
Página: 4
elencados poderá ser facilmente desentranhada. Ou seja, um IAT não deverá ministrar
instrução de Combate Veicular, por exemplo; assim como um instrutor de tiro desportivo
não deverá dar aulas Tiro Tático; ou um policial ou militar, só por ter a prerrogativa do cargo,
não deveria ministrar aulas de Entradas Táticas em Ambientes Confinados.
O papel do Especialista
O instrutor deve ser um especialista no que faz e pronto. Instrutor não é estilo de vida,
como se ouve bastante por aí, e sim um profissional sério, motivado e preparado para levar
pessoas a uma outro nível de conhecimento.
Conclusão
É importante que fique bastante claro que este artigo não teve a intenção de criticar
qualquer classe, categoria ou pessoa individualmente e sim trazer uma reflexão a todos nós
– sim, isso mesmo, me incluo também – de como estamos encarando essa nobre missão de
passar conhecimentos que propões salvar vidas humanas.
Outrossim, não esqueçamos que muitas pessoas deixam suas famílias no final de semana e
se entregam nas nossas mãos. Sendo assim, seria, além de imoral, muito perigoso
transmitir para essas pessoas o que não sabemos ou o que não fazemos.
Visite www.infoarmas.com.br
Página: 5