Você está na página 1de 268

INTRODUÇÃO

 /  AO CÁLCULO
volume I
cálculo diferencial

PAULO BOULOS
 Professor livre-docente do Instituto
Instit uto de Matemática
Matemáti ca
e Estatística da Universidade de Sào Paulo

EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA.


Volume 2: CALCULO INTEGRAL. SÉRIES
Volume 3: CALCULO DIFERENCIAL: VARIAS VARIÁVEIS

 © 1 9 7 4  Editora
 Editora Edgard Blü
Blüccher Ltda.
Ltda.

3.* Reimp
Reimpress
ressão
ão 19
1983
83

É proibida a reprodução total ou parcial


 por quaisquer meios
meios
sem autorização escrita da editora

EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA.


01000 C a i x a Po s t a l 5450
E n d . T e l e g r á f ic
i c o : Bl ü c h e r l i v r o

Sã o P a u l o  — SP — B r a s ilil

Impresso no Brasil Printed in Brazil


AO PAULINHO
CONTEÚDO

  efácio.......................................................................................................... XI

CAPÍTU
CA PÍTULO
LO 1. PRELIMINA
PREL IMINARES
RES
1.1.
.1. N ú m e r o s .................................................
...........................................................................
................................................
...................... 1
1.2.
.2. F u n ç õ e s ....................................................
..............................................................................
..............................................
.................... 3
1.3. Distância entre números .................................................................... 14

CAPÍTU
CA PÍTULO
LO 2. LIMITE
LIM ITE E DERIVADA
2.1.
.1. O p rob
ro b lem
le m a ,da
,d a t a n g e n t e ..........
...............
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
........
... 18
2.2.
.2. D e r i v a d a .................................................
...........................................................................
................................................
...................... 22
2.3.
.3. L im ite
it e ....................................................
..............................................................................
..................................................
........................ 28
2.4.
.4. C o n tin
ti n u id
idaa d e ....................................................
..............................................................................
......................................
............ 48
2.5.
.5. Regras de d e r iv a ç ã o .......... ...............
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
....... 60
2.6.
.6. Deriva
De rivação ção im p líc lí c ita
it a ..........
...............
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
........
... 74
2.7.
.7. D ife
if e r e n c ial.........................................
ia l...................................................................
....................................................
............................ 77

CAPÍTUL
CA PÍTULO
O 3.
3. O TEOREMA
TEOR EMA DO
D O VALOR
VALOR M ÉDIO
ÉD IO E SU
SUAS
AS
APLICAÇÕES
3.1.
.1. O Teore
Te orema
ma dc R o l l e ..........
...............
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..... 81
3.2.
.2. O Teore
Te orem
m a do valor
va lor m é d i o ..........
...............
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
......... 86
3.3. Aplicação
Aplicação do teorema
teorem a do valor médio: intervalos onde on de uma função
cresce
cresce ou dec
de c r e s c e ..........
...............
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..... 89
3.4.
.4. Máximo
Máx imoss e m ín im o s ..........
...............
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
....... 96
3.5. Aplicação do teorema dovalor do valor médio: concavidade .................... 112
3.6.
.6. Esboço
Esb oço de gráficos
gráfic os de f u n ç õ e s ................................................
..........................................................
.......... 118

CAPÍTU
CA PÍTULO
LO 4. FUN ÇÃO
ÇÃ O INVERS
INVERSA
A
4.1.
.1. O conceito de função in v e r s a 135
APÊNDICE A
Números Reais...................................................................................... 151
APÊNDICE B
Lim ites................................................................................................... 169
APÊNDICE C
Continuidade.......................................................................................... 180
APÊNDICE D
Regras de 1.' H ôpital............................................................................ 184
APÊNDICE E
A tangente como melhor aproximação linear ............................... 194
APÊNDICE F
Assíntota................................................................................................ 196
APÊNDICE G
Estimativa do erro na. aproximação diferencial.............................. 202
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS............................... 205
EXERCÍCIOS SUPLEMENTARES........................................................ 237
RESPOSTAS E SUGESTÕES AOS EXERCÍCIOS SUPLEMENTA
RES ........................................................................................................ 251
PREFACIO

Este livro c destinado aos estudantes que pela primeira vez estudam o
Cálculo. É, portanto, de caráter introdutório. O objetivo foi dar as idéias
principais do Cálculo, bem como uma certa habilidade na parte técnica.
A maneira com que tal objetivo foi procurado constitui uma característica
importante deste livro. Através de uma linguagem clara e simples, muitas
vezes coloquial (para não enfadar o aluno), são apresentados os conceitos
com grande número de exemplos; os teoremas, com ilustrações que revelam
seus conteúdos geométricos (sempre que isso for possível), sendo frequen
temente usados raciocínios de caráter intuitivo a fim de tornar os resultados
“naturais”; e os exemplos relativos à parte técnica, em número suficiente,
de modo a evitar ao aluno o desânimo por excesso de dúvidas.
Dentre os exercícios apresentados, encontram-se aqueles que se des
tinam a avaliar a compreensão da matéria exposta, e aqueles que objetivam
conferir ao leitor uma certa familiaridade com as técnicas operatórias.
Asteriscos precedendo um exercício indicam um certo grau de dificuldade,
proporcional ao número deles. Os exercícios são apresentados ao final de
cada seção, havendo também, no fim do livro, uma série de exercícios su
plementares. Entre esses, em geral aparecem exercícios mais difíceis.
Uma palavra com relação a rigor e linguagem. Procurou-se, neste livro,
dizer a verdade honestamente, sem sofisticações nem uso de simbologia
excessiva, que constituem, a nosso ver, um dos entraves para aceitação do
Cálculo por parte do aluno. Entenda-se aqui aluno por aluno médio de
nossas faculdades, ao qual é dirigida a presente obra.
Quanto ao modo de usar o livro, isso vai depender cssencialmcnte dp
nível dos alunos. Alguns tópicos foram colocados em apêndices. Outros,
no próprio corpo do livro, são opcionais, conforme indicação local. Caberá
ao professor decidir quais deles abordar. Note-se que a matéria em apên
dices apresenta exercícios. Com isso, pretende-se que o livro possa ser usado
em diversos níveis.
Críticas e sugestões serão de grande valia para a eliminação de falhas
Desejo agradecer ao prof. João F. Barros pela indicação de diversos erros
que ainda se apresentavam na última reimpressão.

O Autor
1 - PRELIMINARES

1.1. NÚMEROS

Vamos admitir que você esteja familiarizado com os números naturais:


1, 2. 3. 4....... com os números inteiros: 0, l, -1. 2,-2
___ _  com os números
racionais, que são da forma  p/q, p e q  inteiros, q / 0 (logo os números na
turais e os números inteiros são também racionais) e com os números reais.
Aqui lhe surge provavelmente uma dúvida (pelo menos assim esperamos):
como dizer o que é um número real? Observe que o que fizemos acima não
foi de modo algum definir número natural, inteiro ou racional. Para definir
esses números é necessária uma teoria que foge ao objetivo deste livro*.
Apenas a titulo de curiosidade, vamos adiantar o seguinte: existem números
reais cujá representação decimal é infinita e apresenta uma parte periódica.
Por exemplo,

 j   = 0,333 ... ; 0,577577...

Temos também os números cuja representação decimal é finita. Por exemplo,

y = 0,500 ... ; 0,006578000...

Pois bem, os números desses dois tipos são números da forma  p/q , q £  0,
 p e q  inteiros, isto c, são números racionais.
Os outros números reais (aqueles cujas representações decimais são
infinitas e não apresentam parte periódica) são chamados irracionais. Exem
plos de números irracionais:

y 2 = 1.4142...; 71 = 3.14159...

Portanto o conjunto dos números naturais é parte do conjunto dos


números inteiros, que é parte do conjunto dos números racionais, que, por
sua vez, é parte do conjunto dos números reais.
2 INTRODUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

Convenção. A fim de abreviar a linguagem, diremos apenas número


quando se tratar de número real.

EXERCÍCIOS
1.1.1 —Um número inteiro é par (ímpar) se puder ser escrito na forma 2 k 
(2k   + 1), onde feéum número inteiro. Mostre que, se a é par (ímpar), então
a2  é par (ímpar).
1.1.2 —O objetivo deste exercício é mostrar que  y f 2 é irracional.
a) Suponha  y f l = -r- > onde q  ^ 0 e  p  são inteiros. Conclua que  p
deve ser par. Daí, conclua que q  também é par.
b) Suponha  y f l   = — como acima, supondo também que  p e q  sejam
q
primos entre si, o que é sempre possível (você cancela todos os fatores pri
mos comuns). Conclua por (a) qúe isso é um absurdo.
*1.1.3 —Mostre que  y f l   é irracional (tente seguir o método do exercício
anterior).
1.1.4 —Mostre que a soma e o produto de números racionais é racional
(você pode supor que soma e produto de números inteiros é um número
inteiro).
V 3 + 1
1.1.5 —Mostre que é irracional. (Se
l i i
racional, o que seria -? E 2• =  y f l l )   Idem para — \= •
2 2 v 3
1.1.6 - Se a 0 ó racional e b é irracional, então ab é  irracional.
1.1.7 - Se a  é racional e b  é irracional, então a + b  é necessariamente ir
racional? E se a e b  são ambos irracionais?
1.1.8 —Se a e b  são irracionais, é verdade que ab  é irracional?
1.1.9 —a) Mostre que by/~2  é irracional, onde b 0 é racional.
b) Se a  é racional, conclua que a + by/~2 é irracional (veja Exer. 1.1.7).
c) Então, s e x e j í são racionais, a relação x +  y j 2  = 0 acarreta  x =
= y = o.
1.1.10 —Escrever os números seguintes na forma -->  p e q ^   0 inteiros.
9
a) 0,125; b) 0,3333...;
d) 0,428571428571...
preliminares 3

3 3 3 3
Sugestão. 0,3333 ... = — + —= + —* + —v + • • • =
* 10 102 103 IO4

- s [ I + ií + W + " -]-
3 1

1.2. FUNÇÕES
Suponha que  A  seja um conjunto de números. Uma  função definida em
 A  é uma correspondência que, a cada número de  A , associa um único número.
Se representarmos a função por uma letra, por exemplo,/e, por x, um ele
mento de  A,  então f(x)   indicará o número associado a x[/(x) deve ser lido
“/ de x”]. O conjunto  A   é chamado de domínio da função f 
Se você não entendeu nada, não se preocupe, pois os exemplos a seguir
o esclarecerão.
Exemplo  1.2.1. Seja  A o  conjunto de todos os números. Consideremos a
correspondência / que, a cada número x, associa seu quadrado x2, isto é,
 /(x) = x2.
Então /(O) = O2 = 0, /(-1) = (-1)2 = 1, /(l) = l2 = 1. Observe que x2 é
o número associado a x, 0 é o número associado a 0, 1 é o número associado
a -1, 1 é o número associado a 1.
Se indicamos um número por — (z =£  0), então
z

e -r é o número associado a — •
z2  z
Se você entendeu o que se disse, entenderá também que
 f ( x + h) =  (x + h)2  = x2 + 2xh + h 2.
e que x2 + 2xh + h2  é o número associado a x + h.
Exemplo  1.2.2. Seja  A  o conjunto dos números diferentes dc 0. A cor
4 INTRO DUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

efinida em  A.  Em símbolos,

 /(x) = — ( x f t   0).
x
Então

1
3 2

Z
1
Pergunta. Você sabe por que em — é preciso que x ^ 0?
x
Exemplo  1.2.3. Seja  A o  conjunto de todos os números. Considere a
função / definida como segue:
x ^ 0,
x < 0.
Para os que estranharam essa definição “por partes”, vamos explicar
como é a correspondência. Tome um número, por exemplo, x = 3. Como
3 ^ 0 (isso não é erro de imprensa! > 0 lê-se “maior ou igual a zero”), então
 /(3) = 3. Se você tomar x = -3, então, como -3 < 0, temos/(-3 ) = -(-3) =
= 3, pois, nesse caso, /(x) = -x.
Costuma-se indicar /(x) = |x| e lê-se “módulo de x”, ou “valor abso
luto de x”. Decorre imediatamente que |x| ^ 0, e que |-x| = |x|.
Exemplo  1.2.4. Se você estudou Eletricidade, sabe que, se aplicar uma
tensão V   a um resistor de resistência  R,  fluirá uma corrente 1  dada por
(Fig. 1-1)

Figura 1-1
preliminares 5

V e  R  dependem, em geral, do tempo l,  de modo que / é uma função de t.
Por exemplo, se V{t)  = 2 sen t  e  R(t) = í + 1, temos /(í) = 2 (aqui
supomos t > 0).
 Nota.  Por simplicidade, diremos, às vezes, 'seja a função  f(.x).  devendo, nesse
caso, subentender-se que x percorre o conjunto de todos os números, salvo se alguma
restrição è imposta a x”. Por exemplo, "seja a função f(x) = x3”, subentende-se que x
percorre o conjunto dc todos os números, ao passo que ‘seja f(x) = x ^ 0”,
subentende-se que  x percorre o conjunto de todos os números diferentes de 0.

Pode-se representar uma função através de seu gráfico. Tomando um


sistema de coordenadas cartesianas num plano, o gráfico de uma função
 / (definida num conjunto  A)  é o conjunto dos pontos do plano de coor
denadas (x, /(x)), onde x percorre  A.
Exemplo  1.2.5. Considere a função do Ex.  1.2.1. Como não temos ele
mentos para esboçar seu gráfico por ora (esses elementos serão dados no
Cap. 3. seção 3.6), fazemos uma tabela, como segue.

X 0 - í  í 2 -2 3 -3
 /<*) 0 í í 4 4 9 9

Marcamos esses pontos (x, /(x)) no gráfico e “estimamos” o jeito da curva


(Fig. 1.2).

Exemplo  1.2.6. A função  f l x ) = ax + b  (onde a c b  são números), defi


nida no conjunto de todos os números, tem por gráfico uma reta, como se
sabe da Geometria Analítica.
Cuidado aqui para não haver confusão. Os números a e b  são dados
(fixos) e x percorre o conjunto de todos os números.
Como essa função vai ter um papel importante para nós, vamos recordar
com mais pormenores seu gráfico.
l.° caso.  a = 0 . Nesse caso,  f(x) = b  e temos uma função constante.
A qualquer número x, associamos o mesmo número b.  O gráfico é uma
6 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

Figura 1-2

b

Figura 1-3

(No caso da Fig. 1-3 estamos supondo b > 0)

2.° caso.  a ^ O . Nesse caso, o gráfico será uma reta não-paralela ao eixo
preliminares 7

Figura 1-4
Dado o gráfico de  f(x) — ax + b.  você sabe qual o significado geomé
trico de a  e b? Observe que /(O) = b  e a Fig. 1-5.

Figura 1-5

Logo, b é tal que (0, b) 6 o ponto onde a reta corta o eixo dos v.
Para relembrar o significado de a, considere dois pontos (xx , ^j) e (x2 , y 2),
(x, # x2) de uma mesma reta, gráfico de /(x) = ax + b.  Então
nx, + b = ,
ax2 + b = y2.

Logo, subtraindo membro a membro,


a(x2- x ,) = v2- y , ,
e portanto
a =  yi - yi
x2-x,
Então (veja Fig. 1-6) a =  tga.
Em particular, o gráfico da função  f(x)   = x (chamada funçãç identi
8 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

Figura 1-6 Figura 1-7

Figura 1-8

(No traçado desses gráficos basta a marcação de dois pontos, pois trata-se
de retas.)

Exemplo  1.2.7. Considere a função do Ex. 1.2.3. Se  x   ^ 0, temos f (x) = x


e o gráfico é o que se acha na Fig. 1-9.
preliminares 9

Combinando os dois, temos o gráfico da função  f(x) =  |x| (Fig. 1-11).

Exemplo  1.2.8 (contra-exemplo). O gráfico da Fig. 1-12 não pode ser


gráfico de uma função. De fato, ao valor x0 estão associados 3 números.

Uma função só pode associar a cada número um único  número. Então,


para que uma curva possa ser o gráfico de uma função, ela deverá interceptar
toda reta vertical no máximo em um ponto.

 Nota. Uma maneira industrial de sc pensar numa função é imaginá-la como uma
máquina com uma entrada c uma saida (Fig. 1-13). Na entrada, coloca-se x, na saída
obtém-se f(x). Como é o mecanismo não nos interessa. Observe que, se/é uma função
de domínio  A,  a máquina só recebe x de  A.

Figura 1-13  / 


10 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

EXERCÍCIOS

1.2.1. Sendo /(x ) = x2 - x , achar /(2); /(1); /(-1 ); / Q - ) ;  f(k);


 x *   0; /( x 2); / ( - x 2);  f(-x); f(f(x)).
1.2.2. Sendo /(x ) = ^ y ( . x # 1), achar /(2 ); / ( - 2); 1 *   0,l;/(x +
+ á), x / 1- h.
1.2.3. Sendo /( x ) = — (x ± 0), achar 2/(4)- / ( ! ) - / ( 1); |/ ( x - 1)|2.
X
1.2.4. Sendo /(x) = x3, achar /(x + h); f(x + h)- f{x); + ^
h
h * 0.
1.2.5. Sendo /(x ) = x + (x / 0), achar /(1). /( - I) ;  f(w); f ^ x + —
 / 1 \ 
x / 0; / ^ x - —J»  x * 1»-1; */( *)-./(!)•
1.2.6. Uma função definida num conjunto simétrico com relação a 0 diz-se
par se/(x ) = /(- x ) c impar se/(x) = - f ( - x ) para todo x do conjunto. Quais
das funções seguintes são pares e quais são ímpares?
a) /(x ) = ex; b)/(x ) = x;
c) /(x) = x2; d) /(x) = x2 +  J  1 + x2;
' 1
X * 0,
ex + e'  <
X
e)  f(x) = 0 /(*) = <
0 x = 0;
g ) / W = |x | ; h ) /( x ) xixi.
Qual o aspecto geral do gráfico de uma função par(ímpar)?
1.2.7. Seja / uma função definida num conjunto simétrico com relação a 0.
a) Mostre que a função /(x ) + /(-x ) é par e que /( x ) - /( - x ) é impar.
b) Exprima / em termos das funções do item a) e conclua que toda fun
ção /, como acima, é soma de uma função par e uma função ímpar.
1.2.8. Prove que o produto de duas funções pares ou impares é uma função
par. O produto de uma função par e uma ímpar é uma função ímpar.
1.2.9. É dada uma correspondência y =  f(x)   entre números. Quer-se saber
preliminares 11

e diz: achar o domínio de y = /(x). Achar tais conjuntos nos casos a seguir.

a)  y = J X  + 2; b)  y = x;
c)  y = y / x ; d)  y = n / - x ;
e)  y = — ; 0 y= 1
X
 f - 1
g) y = N/x ^ -2 x + 1; h)  y  = y x2 + x + 1;
i) y = y ^ 2 + 3x - 2 ; ___  j)  y = y 1 - X2 + y x2 - 1;
i) y = y
i - x 2 + y x 2- 1 +  — — - .•
x -1
m) y = ln x;
. X- 1
n)  y =  In— — ; . o) y « ln (x + y 1 + x 2);
x+ 2
p)  y = ln [log10 (x2 - x - 2 ) - 1].
(Para os últimos quatro exercícios, você precisa recordar algo sobre
logaritmo.)
1.2.10. a) Se  f{x) ~ ax + b  e ^(x) = cx + d,  então o gráfico da função
 /(x) + 0(x) é uma reta.
b) Esboce o gráfico de  f x(x)  = x + 1, / 2(x) = |x + 11,
 /j(x) = 2x -1 , / 4(x) = 12x - 11.
c) Esboce o gráfico de ft(x) = |x + 1| + |2 x - l |.
1.2.11. Dado o gráfico de /(x) (Fig. 1-14), achar o gráfico de /(x) + c. onde
c  é um número.

Figura 1-15

1.2.12. Esboce o gráfico dc


a) /(x) = x 2 + 1; b) f(x)  = x2 - 1;
c)  f[x) = sen x -( 1 : d) /(x) = x + 4.
1.2.13. Dados os gráficos de /(x) g(x)  (Fig. 1-15), achar os gráficos de
12 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

1.2.1. A Fig. 116 é o equema de uma bate í e foç  lctromotriz £ = IV,
conectada a um resistor de resistência variável r. Sabendo que 0 < r  ^ 4
(unidade: ohm), achar o gráfico da corrente  I   em função da resistência r.

Figura 1-16

1.2.15. Um ponto descreve um movimento retilíneo com velocidade escalar


constante igual a 1/2 m/s. Dar o gráfico do espaço percorrido em função
do tempo (suposto variar no intervalo 0 ^ t   < 3, t   em segundos). Qual o
significado da velocidade no gráfico?
1.2.16. Dos gráficos a seguir (Fig. 1-17), dizer quais podem ser gráfico de
uma função.
 y k  4 >’ 4

x Jl
C) X

4 ky 4

A M Od) X  e)
Figura 1-17
1.2.17. Esboce o gráfico de
* a)  f(x) = x +  |x|; b) /(x) = x - |x |;
C) f(x) = - 1* I•' d) /(x) = -pj(x ^ 0);
1*1
1
o e)  f(x) = (x* 1); 0 /(x) = x|x|.
|x-l|
1.2.18. Esboce o gráfico de
0 se x < 0,
a) /(x ) =•{ 1 se x = 0, x < 1,
.b ) /( * > - £ se
(2x se x > 1;
preliminares 13

 e  < 2,
c) /(x ) = < 2 se -2 < x < 0,
 x + 2 se 0 < x;
X2- X se x s* 1.
d) /(x ) - < 0 se 1 < x ^ 2,
x - 2 se x > 2.

1.2.19. Dado um número x, sabe-se que existe um único número inteiro


n  tal que w < x < n + l * . Indica-se [x] = n, ou /(x) = n.  Esta função é
chamada função maior inteiro. Esboçar seu gráfico.
Exemplo. 1(0) = 0, /<1) = 1, /(0,5) = 0, 1(,)  = 2, /(-0,5) = -1.
*1.2.20. Esboçar o gráfico de
1 + í_1)M
a)  f (x) =   ----
------ (x ^ 0); b) /(x ) = [x2]; c) /(x) = x - [x].

1.2.21. a) Desenhe o gráfico de /(x) = x e a seguir, o gráfico de F(x) =


= / ( x - 1) = x - 1.
b) Idem para /(x ) —x2 e F(x) = /( x - 1 ) = (x -1 )2.
c) Idem para F(x) = /( x + 1), / como em a) e b).
d) Dado o gráfico de / (x), desenhe o gráfico de F(x) = f ( x + a). Se  A
é o domínio de /, qual é o domínio de F?
1.2.22. Dizer quanto vale
a) |-3|; b) |3|; c) |«|; d) |(-2)2|;
e> |-2|*; 0 Iv-21 g) |-x2|; h) |(-x)2|;
i> l- x /2 1 ;  j) H l l ; D 12—3 1; m) j3 —2 1;
n) |-|2| + |-1||; o) ||2| + - il P) |(-2)(-3)|; q) |(~2)3|.
1.2.23. Mostre que |x | ^ 0 e que |xj = 0 se e somente se x = 0.
1.2.24. Se a > 0. existe um único número b > 0 tal que b = a**. Esse número
b  é indicado  J~ a. Define-se y õ = o.
Então  yj~ã   ^ 0 e ^ /a   = 0 se, e somente se, a = 0.
a) Perguntamos: ^ /x 2 = x é verdadeiro?
b) Teste sua resposta para x = -1.
c) Prove que ^ /x 2 = |x| e que |x |2 = x2.

•Veja Exer. A.4.7.. Apêndice A.


14 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

d) Pove que  y f x J~y =  J~xy ( x,y ^ 0) e que —7= (  0).


V *
 \_
e) Pove que |y| —|| || e que ( * 0).
X

f) Pove que
 y
1.2.25. Acha os valores de x tais que
a)  y f x  = x; b)  yj (x - 1)2 = x - 1;
c)  y j x - x   + 1 = 1 - x ; d)  J l ?   = x2.
1.2.26. Idcm para
a) |x + l | = |x - l|; b) |x| = |x + 7|;
c) |x - 11= 12x + 3|; d) jx - 1|2 = 12x —11;
e) jx 1 j2 = |2x + 1|; 0 jx | = x 2 + 1.

1.3. DISTÂNCIA ENTRE NÚMEROS

Graficamente, os números podem ser representados pelos pontos de


uma reta. Escolhem-se dois pontos distintos da mesma, um deles repre
sentando 0; o outro, 1. A distância u entre estes pontos servirá de unidade de
medida, com a qual se localizará, para cada número, um ponto da retarde
maneira óbvia (veja figura). Â esquerda de 0. marcamos os números nega
tivos: à direita, os positivos (Fig. 1-18).

u u/ u/
* ------  x- x--*
.......... ................ f   _______ I__________I------------- 1 _________ I I____ I___ l _________________

- 3 - 2 - 1 0 1 2 3 | 4
3,5
Figura 1-18

Devido a essa representação, costuma-se referir a números como sendo


pontos.
Considere agora dois números x e y c suas representações geométricas

•*— +- P Q
i— i--------------- 1 i—
0 1  x y
 _________
 xu
____________________________________ I
 yu
Figu 1-19
A di â ia d  de P a Q  na unidade de medida u será, no caso da figura,
du =  yu -  xu
d = y - x =  \ y - x \ .
Se  y <  x,   teríamos
d  =  x - y   = - ( y - x ) = |y - x |.
Em qualquer caso, temos d = \y -x\.   Tomaremos esse número por
definição de distância entre x e y.   Portanto a distância de um número a
a 0 será |a| (Fig. 1-20).
| u !h <s | m
m--------- * *— '— y
---------------- 1---------- 1— --------- 1----------- 1------------
0 a a 0
Figura 1-20

Em geral, costuma-se omitir, no desenho, a unidade u. Assim, teremos:

,   --------- W---------- -------------- , <*-*! ,


----1------------------------ 1---------------- 1----------------- 1
a  0 x y 
Figura 1-21
Vejamos agora um resultado importante. Tome números ò >  0 e x0
e represente x0 , x0 - ô  e x0 + S   (Fig. 1-22).

x0 - à x x 0  x0 + ô 

Figura 1-22
16 INT RO DUÇÃ O AO CÃLCULO cálculo diferencial

Pela figura, vemos que, para todo x entre x„ - ò   e x0 + ô, ou seja, para todo
x tal que
x0 - 6 < x   < x0 + S,
a distância entre x c x0 é menor que <$. isto é,
| x - x 0| < ô.
Reciprocamente, se essa desigualdade se verifica, x está entre  x 0 - ô
e x0 + â.
Chegamos, assim, por considerações geométricas, a este importante
resultado, cuja prova deixamos para os exercícios: sendo Ò >  0, temos
| x - x01 < ô se, e somente se, x 0 - 6 < x <  x0 + <5.

 Aplicação. Achar os números x tais que | x —2 1< 3.


Temos Ix —2 1< 3 se, e somente _$e,
2 - 3 < x < 2 + 3,
isto é,
-1 < x < 5.

EXERCÍCIOS
1.3.1. Calcular a distância entre os números
a) 1 e 2; b) -1 e -2;
c) -1 e 2; d) 1 e -2;
e) ^ 3 e 0; 0 -J~* e 0;
g)  J~n e 1; h) -> /* e  y /n .
1.3.2. Prove que —|x | < x < |x|.
1.3.3. Com o auxílio do Exer. 1.3.2, prove que
- M ~ M < x + y < |x| + |y|.
1.3.4. Seja a  ^ 0. Então |x| < a  se, e somente se, a  < x ^ a.
Solução.
a) Suponha x ^ 0. Então |x | < a  se, e somente se, x < a  se, e somente
se, -a   < x ^ a.
b) Suponha x < 0. Então | x | < a se, e somente se, -x < a  se, e somente
preliminares 17

1.3.5. U  o o Eer. 1.3.3 e o Exer. 1.3.4, conclua que


 \x + y \ ^ \ x \ +\y\.
1.3.6. Prove que |x - y | ^ |x| + |y|.
*1.3.7. Prove que | x |- |y | C  \ x - y \  e | y | - | x | ^ |x - y |.

Sugestão, y = {y~x) + x;   use o Exer. 1.3.5.


*1.3.8. Prove que || x |- |y || < |x - y |.

Sugestão.  Pelo Exer. 1 3.4 lomos de provar que


- \ x - y \   ^ |x |- 1y| ^ |x —y|,
que é resolvido pelo Exer. 1.3.7.
1.3.9. Usando o Exer. 1.3.4, achar os números x tais que
a) |x —11< 2 ; b) |x —4 1< 3;
c) |x | < 1; d) | x | < -4;
e) | x -  j i | <  y /n ; 0 |x 2 - l | < 1;
g) jx2- l | < 3; h) |x2-2x + l| < 0;
i) jx2 - 3 x + 3| < 1; j) j 1 —x | < 1;
*1) jx2 —4 1< 2.
1.3.10. Achar os números x tais que

a) |x + 11> 2; d)|* l| + |* 2 |* u ’ 2 1 ;
b) | x —11^ | x —2 1; e) |x —11 + |x —2 1> | lO x- 11;
c) | x —11^ 12x —4 1;
f) |x + 1| |x - 2 1 *'
Recomendamos muito ao leitor que esboce gráficos ilustrando essas
inequações.
1.3.11. Dado e >  0, achar o maior 6 >  0 tal que, para todo x satisfazendo
| x - x 0| < ô, tenhamos |/ ( x ) - L | < e, nos casos
a) e = 100, x0 = 20, / (x) = x.  L   = 20;
b) e = 1, x0 = 2, /(x) = x2,  L = 4 ;
c) 8 = 1, x0 = 1, /(x ) =  J~ x, L = 1.
2 - LIMITE E DERIVADA

2.1. O PROBLEMA  DA>  TANGENTE


A noç o cent l do Cálculo Diferencial é a de derivada. Vejamos um
problema no qual intervém esse conceito.
Considere a função  y = f(x) = x .  Deseja-se a equação da reta tangente
ao gráfico de /q u e passa pelo ponto P  = (1,1) do mesmo.
Antes de mais nada, é interessante que você diga o que entende por reta
tangente. A experiência mostra que algumas respostas serão as relacionadas
a seguir.
”É a reta que tem um único ponto comum com o gráfico da função”.
”É a reta que passa pelo ponto P  e mais se encosta (?) no gráfico da
função”.
“É a reta que passa por P   e deixa o gráfico da função de um mesmo
lado”, etc.*
A primeira e a terceira não são corretas, como mostra a Fig. 2-1, e a
segunda é muito subjetiva.

Figura 2-1

x
O objetivo desses comentários é fazer que você sinta o problema: sa
bemos intuitivamente o que é reta tangente ao gráfico d e/e m P, mas temos
dificuldade cm traduzir a idéia matematicamente. Vejamos como se pode
conlornar essa dificuldade.
Tomemos um ponto Q ^ P, de coordenadas (x, x2), onde x pode ser maior
ou menor que 1. Sabemos calcular o coeficiente angular da reta PQ (Fig. 2-2):
limite e derivada 19

Figu 22

1  x

Indicamo po  () l coeficiente angular para enfatizar a dependência


de  x*. O que acontece quando Q se aproxima dc P, isto é, quando x se apro
xima dc 1? A reta PQ, que c secante ao gráfico da função, tende a ficar tan
gente ao mesmo (no sentido intuitivo da palavra) no ponto P.  Na expressão
de a(x), vemos que, quando x se aproxima de 1, a(x) se aproxima de 2. Em
simbolos,
lim a(x) = lim (x -I- 1) = 2.

(Leia assim: o. limite de a(x)  para x tendendo a 1 é 2.)


Temos agora uma reta bem determinada: aquela que passa por P e
cujo coeficiente angular é 2. E ela corresponde àquela que gostaríamos que
fosse tangente, no sentido intuitivo, ao gráfico d e/e m P. Então cessou aqui a
nossa dificuldade. Tomamos tal reta como sendo,  por definição,  a rela tan
gente ao gráfico dc /e m P
Repitamos a história, desta vez para um ponto P = (x0, x^) qualquer
do gráfico. (Fig. 2-3).
Temos, para o coeficiente angular da secantc PQ.

= x + x0 (x / x0).
20 INTRODUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Po o o coeficiente angular da tangente será


lim o(x) = lim (x + x0) = 2x0 .
 X—XQ X-*JC0

Em geral, considere agora uma função y = /(x) e sejam P  = (xn. fíx,,)),


Q=  H  x )).  Enião o coeficiente angular da secante PQ  será (Fig. 2-4):

a(x) =  / ( * ) - / ( * o)
x-x0
Admita que existe

lim a(x) = lim


x->xo X-+XO X — x  0

Nesse caso, chama-se reta tangente ao gráfico de / yno ponto P  à reta que
limite e derivada 21

EXERCÍCIOS
2.1.1. Acha  equaç o da eta tangente ao g  ico da funç o no ponto de
ab i  :
a)  f(x) = 22 5,  x = 1 b) /(x ) =  x  + 1, x = -1;
c) /(x ) = 2x + 5, x = -1 ; d)  f(x) —x  - x + 1, x = 1;
e) /(x) = x - 2x3, x = 1; 0 /(x) = — » x = 2.
x
2.1.2. Achar os pontos onde a tangente ao gráfico da função dada é para
lela ao eixo dos x:
a) /(x ) = x 2; b) /(x) = x2 + 2;
c) /( x ) = x3 + 10; d) /( x ) = x4 + 4x.

2.1.3. Achar os pontos onde a tangente ao gráfico da função dada é para


lela à reta dada:
a) /( x ) = x2,  y   = 4x + 2;
t>) /(x ) = (x # -1),  y = -x;
x + 1 .
c) /( x ) = x3 + 2,  y =   12x - 3 ;
*d) /(x) = y i y =  —  x
22 INT RO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Sugestão pa  ), multiplicar e dividir por  yf~x + N/ x ^ ; usar o fato


de que lim N/ x = >/x^ (veja Exer. 2.3.1, n).
 x-*xn
2.1.4. a) Achar a equação da reta que passa pela origem e é tangente ao grá
fico dc  f(x) = x* + 1.
b) Idem para  f(x) — v/~x- 1
2.1.5. A reta normal ao gráfico de uma função  y  =/(x) num ponto P do
mesmo é a reta normal à tangente ao gráfico da função nesse ponto. Achar
a normal nos casos a seguir, onde é dada a abscissa de P,
a) /( x ) = x3 + 2x - 1, x = 1; b) /(x ) =  y/~jc, x = 4.
2.1.6. Achar a equação da normal ao gráfico de /(x ) = N/ x que passa
pelo ponto (0,18).

2.2. DERIVADA
Vamos considerar funções definidas em intervalos, os quais serão defi
nidos a seguir.
Sejam a  e 6 números tais que a < b. O   conjunto dos números x tais que
a < x <6, representado por (a,6) ou ]a,ò[, é chamado intervalo aberto de ex
tremos a e b.  Se escrevermos a  ^ x ^ 6, teremos um intervalo fechado de ex
tremos a  e 6, que será indicado por [a,6]. O conjunto constituido de um
só número será considerado intervalo fechado.
Os conjuntos dos  x tais que « j ^ x < 6 e a < x < 6 são chamados in
tervalos semifechados de extremos a e b  c indicados, respectivamente, por
[a,6) e («i,6]. Também se usam as notações [a,6[ e ]«r,ò], respectivamente.
Tomo agora um número c. O  conjunto dos números  x   tais que x > c
(ou x > c) diz-se um intervalo infinito. Este mesmo nome é dado ao con
 junto dos x tais que x < c  (ou x ^ c). Vamos considerar o conjunto de
todos os números como sendo um intervalo infinito*.
Qualquer um dos conjuntos acima serão referidos como intervalo
quando o tipo for irrelevante. Convém considerar os intervalos infinitos
dados por x > c  e x < c  como abertos, bem como o conjunto de todos os
números.

*As vezes, certos abusos de linguagem serão cometidos, para simplificar a ex


posição. Por exemplo, diremos “o intervalo x ^ c” querendo nos referir ao intervalo
limite e derivada 23

a Aberto b a  Fechado b

a  Semi-fechado b a Semi-fechado b

 f 

Infinitos<

Figura 2-5

Um ponto x dc um intervalo / chama-se  ponto interior de I* se  x  per


tence a algum intervalo /, aberto contido em /.
Por exemplo, seja / = [a, 6]. Então todo  x   tal que a < x < b  é ponto
interior de /, como vemos na Fig. 2.6.

Figura 2-6 «.
a b

Por outro lado, a  não é ponto interior dc  I — [o, b),  uma vez que todo in
tervalo aberto ao qual  x   pertence contém pontos fora de /.
A tabela seguinte é feita baseada na definição de ponto interior. Espe
ramos que você a entenda. O conjunto dos pontos interiores de um inter
valo / é chamado interior de I.

Todos os
Intervalo I ia,b) [a,h) (a,b]  x > c  x< c  x ^ c x < c
números
Todos os
Interior de i M ) (a,b) (a,b) (a.b) x > c  x < c  x > c  x < c
números

. *A definição pode ser dada de maneira mais geral tomando-sc um conjunto


24 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

Sea ago  / uma função definida num intervalo e x0 , um ponto interior
do mesmo. O quociente
 /( x ) - /( x 0)
 x - x 0
chama-se razão incrementai de f no ponto xfí relativamente ao acréscimo
x - x0 . Se existir

lim  /( * ) - /( x 0)
x -x 0 ’
. . J . df 
a esse numero, indicado por  f    (x0), ou — chamaremos de derivada
dx *0
de f em x 0 . Diremos então que / é derivável em x0 .
Convém dizer o que se entende por função derivável num intervalo /.
Se o intervalo é aberto, não há problem a:/ será derivável em 1  se for deri
vável em todos os seus pontos. Se  I   não for aberto, por exemplo,  I =  [o, b),
então / será derivável em / se for derivável no seu interior, e, além disso,
existe
 /( x ) - /( a )
lim --------------  ?
x-»a +  x - a
símbolo esse que expressa o fato de x tender a a por valores maiores do que
a. Esse número costuma ser chamado de derivada à direita de / em a  (veja
Ex. 2.3.5).
As definições para os outros casos são óbvias e, por isso, são deixadas
para a imaginação e paciência do leitor.
 Notas.  1) Você não deve perder de vista o significado geométrico da derivada.
Se/é derivável em x0, isso significa que seu gráfico admite reta tangente em (x0,/(x0))
e, portanto, deve scr suave nesse ponto, de acordo com o que vimos em 2.2. Além
disso, /'( x 0) é o número adequado para ser o coeficiente angular dessa tangente.
Assim sendo, deve-se esperar que, se o gráfico de uma função apresenta “bicos”,
tal função não é derivável nos pontos correspondentes (Fig. 2-7).
2) As manipulações algébricas às vezes se simplificam pondo h —x - x0
(.’. x = x0 + h).  Nesse caso,
 /(x 0 + h) -/( x 0)
 /'(x 0) = lim
»-0
como é fácil intuir* (faça uma figura). Você deve saber lidar com as duas formas vistas.
limite c derivada 25

 / é dcrivável em x0  f  não é derivável em


(suavidade) .v0 (existe “bico” em x0)
Figura 2-7
Se i4 c o conjunto dos pontos onde / é derivável, a função que, a cada x de  A
associa /'(x), recebe o nome de ( função) derivada de /, a qual c indicada por / ' ou
-j--  Observe que, para o cálculo de  f'(x\   é cômodo escrever

 /'(*) =

Exemplo  2.2.1. Achar a derivada de  y = f(x) = ax + b  (Fig. 2-8).


Temos
 f ( x + h)-f(x) .. o(x + h) + b - ( a x + b)
 f'{x)   —lim lim ------------- ;----------------
A-*0 h h-*0 h

 — lim ^ - lim a a.
fc—o h  (i-o

x
Figura 2-8 Figura 2.9

O resultado confirma a intuição: qualquer reta tàngente ao gráfico de /


coincide com o mesmo. Em particular, se a =  0, a função é constante e
qualquer tangente a seu gráfico é paralela ao eixo dos x, como vemos na
26 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Você podería também fazer assim:


 f(z) - f ( x )  _ iim flZ + b-(ax + b)
 f'(x) = lim lim a = a.
 z-*x  z - x z-x z-x 2 X 

 Nota. Costuma-se escrever, numa escrita abusiva mas cômoda, assim:


(ax + b)’ = a.

Exemplo ...  Calcular a derivada à direita e a derivada à esquerda


no ponto 0 de  y = f( x)   = |x| (Fig. 2-10).

Figura 2-10

Temos
 /(O + h)-f(0) |0 + 6 | - | 0 |
h h h
Se h >  0, então  \h\ = h, e  portanto a derivada à direita em 0 é
 /(O + fc)-/(0) h f 
l im  --------- ---------- = lim — = 1.
*-*0+ h h~*o+ h
Se h <  0, então  \h\  = -h   e a derivada à esquerda em 0 é
 /( 0 + h) ~/(0)
lim lim - — 1.
h-*0 — h *-»o- h
Interprete os resultados geometricamente!
Exemplo  2.2.3. Um ponto descreve um movimento tal que a sua velo
cidade escalar é dada por
1
t*í) 0 ^ 0).
t+ 1
limite e derivada 27

Temo 
1 1
v(t  + Aí) - 1>(0 t  + Aí + 1 í + 1
a(t)  lim lim ----------- --— -
-----
àt—O Ãr  jf-*o Aí 
-A í 
= lim
át-*o  Aí(í + Af + lKí + 1)
-1 1
= lim
 j»-»o(í 4- Aí + lXí + 1) (í + 1)

EXERCÍCIOS
2.2.1. Achar a derivada de /(x) =
a) x + 3; b) x2 - 2x;

c) x3 + 7x2; d) -1- + x2;


x
e)  y / x - l ;

*2.2.2. Achar a derivada de /(x) =  y x num ponto x0 ^ o.

Sugestão, x - x0 = (^/x)3- (^ x ^ )3 =
+ + ( ^ g 2]-

Usar o seguinte fato: lim ^f~x = [veJa Exer. 2.3.1 (/)].


X-Xo #

2.2.3. Achar a derivada da função maior inteiro nos pontos onde ela é deri
va vel (veja Exer. 1.2.19).
2.2.4. Achar os pontos onde existe a derivada de  /(x ) = x - [ x ] .
2.2.5. Desenhar o gráfico de /', sendo dado o gráfico de /, nos casos mos
trados na Fig. 2.11.
2.2.6. A função  /(x ) = x |x | é derivável? Caso positivo, dar /'.
28 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

2.3. LIMITE*
A noç o de limite foi considerada como intuitiva na definição de de
rivada. Vamos falar um pouco mais sobre essa noção. Na realidade, vamos
defini-la precisamente, mas suas propriedades não vão ser provadas agora.
Se você não gosta disso, vá ao Apêndice B, onde as demonstrações estão
feitas.
As considerações que se seguem têm a finalidade de motivar a definição
de limite. Observe os gráficos da Fig. 2-12.
O que sucede com/ (x) quando x se aproxima de x0 , mantendo-se porém
diferente de x0? Vemos que / (x) se aproxima do número Lnos casos (al (b> e
(c). ao passo que/(x) não se aproxima de nenhum número nos casos (d)eíe)**.
Então, nos três primeiros casos, du-sc que o limite de /(x) para x tendendo

*A matéria a seguir, até o Lx. 2 3 6. inclusive, pode ou ser postergada, ou ser


omitida, conforme o critério do professor.
**Convém esclarecer o que sucede no caso (e). O gráfico da funçào passa a “vibrar”
cada vei mais intensamente à medida que se aproxima da reta x = x0 .
No caso (d), quando x se aproxima de x0 pela direita,/(x) se aproxima de um
limite e derivada 29

Figu 212
a 0 é L, e escreve-se

(1) üm /(x ) = L.

Nos outros dois casos, dizemos que tal limite não existe.
F. importante observar que não nos importa o que sucede no ponto
xn. mas sim o que acontece com  f(x)   para x nas proximidades de x0. Veja
que, no caso (a),/nem está definida em x0*; no caso (b),/está definida em
x0 . mas  f(x„) ^ L:  c no caso (c), aconteceu que f(x0) =  L.
O que desejamos agora, e isso é difícil, é exprimir em linguagem mate
mática o fato expresso por (I). Em outras palavras, "fabricar” uma defi
nição de (I) que corresponda à nossa intuição.
Vamos ver se você concorda que, ao escrever (I), estamos pensando em
algo assim:
(II) "f(x)   deve ser arbitrariamente próximo de L para todo x suficiente
mente próximo de x0 (e diferente de x0)”.

*Já no caso da derivada, temos esta situação:

 f'(x0) = lim ç»(x), onde ç>(.x) = /(*o )


 x ~Xo
30 INTRODUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

Se assim for, teremos agora o problema de como exprimir “proximidade


arbitrária” e “proximidade suficiente”. Mas isso é simples: pense em um
número £ > 0, arbitrário. Os números /(x) tais que L - c < /(.x) <  L + £
distam de L menos do que £, pois vimos (Sec. 1.3) que essas desigualdades
são equivalentes a |/ ( x ) - L | < £. Portanto dizer que/(x ) é arbitrariamente
próximo de L é o mesmo que dizer isto: dado £ > 0, temos |/ ( x ) - L | < £.
Podemos então refrasear (II) da maneira que segue.
(III) “Dado £ > 0, devemos ter | /( x) -  L | < e para todo x sufícientemente
próximo de x0, com x ^ x0”.
Por outro lado, dizer que x é suficientemente próximo de x0 para que
|/( x ) - L | < £ significa dizer que a sua distância a x0 é suficiente para que
isso ocorra, ou seja, existe <$>0 tal que, s e | x - x 0| < á e x 5* x 0 . então
|/ ( x ) - L | < e. Em suma, dando £ > 0 qualquer, você fixa a proximidade
de /(x) a  L. Então deve ser possível, se é que (I) subsiste, arranjar <5 > 0,
em correspondência a £, tal que, para todo x ^ x0 cuja distância a x0 é menor
do que ò, tenhamos a distância de /(x) a  L  menor do que e.
Podemos agora refrasear (III) de uma maneira bastante interessante.
(IV) “Dado e > 0, existe ô > 0 tal que, para todo x satisfazendo | x - x01 < ô,
x # .x0 , verifica-se  \ f ( x ) - L \ < c." 
Observe que (IV) pressupõe que o domínio de / contém os pontos do
intervalo (x0 - ó, x0 + <5) com eventual exceção de x0 .
Passemos a limpo a nossa discussão, dando precisamente a definição
de (I).
Seja x0 um ponto de um intervalo (a, b) e L, um número. Seja / uma fun
ção cujo domínio contém os pontos do intervalo, com a possível exceção
de x0. Dizemos que o limite de f   (x)  para x tendendo a x0 éL.e escrevemos
lim / (x) =  L
*  x o
x - 

se dado £ > 0. existe 6 >  0 tal que


0 < | x - x o| < ó implica |/(x)-L |<£.

 Nota. Caso subsista (I), costuma-sc dizer */(x) tende a  L  quando x tende a x0”;
ou “/(x) se aproxima de L quando x se aproxima de x0”; ou “existe o limite de/(x)
limite e derivada 31

Vamos examinar um exemplo de construção geométrica que ilustra


a noção de limite. Observe a Fig. 2-13, onde são dados / x0,  L, e.

É claro que lim /(x) =  L.  Dado e, trata-se agora de achar ô  como
na definição dada. Fazemos o seguinte: marcamos L + e e L -e no eixo
dos  y   e por esses pontos traçamos paralelas ao eixo dos x, que encontram
o gráfico d e /e m  A  e B. Traçando paralelas ao eixo dos  y  por esses pontos,
32 INTRO DUÇÃO AO CALCULO cálculo diferencial

obte emo  o ponto  C  e  D, inte eçõe  e eta  om o eio do  . 
oma  6 > 0 tal que x0 -<5 e x0 + <5 sejam pontos do segmento CD. Ob
serve que ô não é único. Em geral se toma o maior ò  possível, como foi feito
na Fig. 2-14.

 Nota.  A construção geométrica vista nem sempre é possível, como veremos em


exemplos. Às vezes, uma variante da mesma dá resultado, como é o caso ilustrado na
Fig. 2-15.

Figura 2-15

Exemplo  2.3.1. lim(2x-4) = 2


 jc-*3
Dado £ > 0, podemos efetuar a construção geométrica que vimos (veja
Fig. 2-16).

Considerando o triângulo  M NP , temos


ò = e ctg a
e, como tga = 2, resulta ò = -y •
limite e derivada 33

Vejamos o que se deve provar. Dado s  > 0. tomemos ô - — • Então,


£
supondo que 0 < |x-3| < S — — * devemos mostrar que |2 jc —4 —2  < e,
£
isto c, que |2x-6| < e, isto é, que | x - 3 | < Mas isso nós estamos
supondo!
Em seguida, escreveremos a solução de maneira ordenada, para que
você fique tranqüilo.
€ £ 
Dado e >  0, tomemos <5 = — • Supondo 0 < | x - 3 | < ó = — >resulta
2 1x —3, < e
|2x - 6 < e
|2x - 4 —2 1< e.
isto e. lim (2x-4) = 2.
Jt-»3

Sabe como adivinhamos as passagens? Basta escrever as desigualdades


que estabelecemos no início em ordem inversa da ordem em que aparecem.
Uma outra maneira de resolver o problema é a seguinte: temos, por
hipótese,

0 < | x —3 1 < —

£  £ 
3- - < X < 3 (X 3)
+ y
6 - £  < 2x < 6 + £  (X * 3)
2 - £  < 2x - 4 < 2 + t  (X 3)
-E < 2 x - 4 -2 < £  (X 3)
|2x 4 - 2 1 < * (X 3).

 Nota. Seja (Fig. 2-17)


2 x - 4  x  # 3,
0M x = 3.
- { í 
Observe que, como supusemos x / 3 no cálculo anterior, ficou provado que
34 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

Dado e   0, efetuamo   on  uç o geoméica efe ida no eemplo


anterior c obtemos o resultado apresentado na Fig. 2-18.

Para obter a,  observe que j (a) = 1 + £. isto é. — = 1 + e a  = —-—


a 1+ «
Do mesmo modo, obtemos b = - Aqui estamos supondo e <  1, o que
-----
1- £
nào constitui inconveniente (por quê?).
E fácil mostrar que, entre os números b - 1 e 1- a, o menor é 1 - a =
Portanto 6 = deverá servir. De fato, dado e >  0, tomemos
limite e derivada 35

<5 = - e uponhamo  0  | - 11  6    - Devemo  p ova  que

ix - i < e ou seja, que

1 1
- ------< x < -—
1+ e 1 -£
Mas temos, por hipótese, que (Fig. 2-19)

0 < |x - 1 <
1+ £
ou seja, que
1 £
< x < 1 + —— (x # 1)
1+ £ 1+ £
£ 1
e, como 1 + <   ------   (prove!), resulta da hipótese que
  ------
1 + £ 1- £
1 1
< x <  ------ >
------
1+ £ 1 -£
que é a tese.
x varia aqui por hipótese
----------------- * -i
Figura 2-19 ----------------- 1
1
1 +.-
1+ e I+£ 1 - e"

Esse exemplo já faz prever que o procedimento baseado na construção


geométrica deve oferecer, para funções relativamentc simples, dificuldades
de ordem algébrica. Existem expedientes que evitam isso em certos casos,
mas exigem mais raciocínio. Veja, por exemplo, a solução que segue.
1 £
Dado £ > 0, seja ô o mínimo entre — e — • Então, supondo 0 < |x —1f <
< â,  virá
36 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

U  mo o fato dc que,  |  1‘  ò $ ento   como é

fácil provar; logo, — < 2.


 x
Nessa segunda solução, a escolha de ô  não cai do céu. Observe: que
1 1 -x
remos que — 1 == seja menor que e. Suponha que você já te-
X X 

1- x
nha 6.  Então Como x está em denominador, devemos con
seguir um número c tal que |x| > c.  Nesse caso,
1 —x 6  6 
x <M < c '

Finalmente, sc você tomar — < e isto é, ô < cs.  a história está ter-
c
minada. No caso, tomamos ô < garantindo, assim, que x = |x | > —
  
(veja Fig. 2-20).

Figura 2-20 _________ , r  .  \ X  ~______

1/2 x 1

Exemplo 2.3.3. lim x 2 = 4.


x * 2 

Tente o procedimento como no Ex. 2.3.2 verá como a coisa se complica.


Em vista disso, tentaremos uma solução nas mesmas linhas que a anterior.
Dado £ > 0, queremos achar 5 > 0 tal que |x 2 - 4 | < e. Suponha que
 já tenhamos ò.  Então
|x 2 —4 1= |(x —2)(x + 2)| < á |x + 2|,
e vemos que precisamos achar um número c tal que |x + 2| < c. Daí, se
£ 
6   for escolhido de modo que òc ^ £, isto é, õ < — » então teremos pro-
c
vado a asserção (Fig. 2-21).
ô 8
Figura 2-21  *
------ ~ ' f- - > r  \—
limite e derivada 37

Vemos que, se tomarmos <5^1, teremos |x + 2| < |x| + |2| < 3 + 2 =


= 5, e poderemos tomar c = 5. Impomos também
<5^- = -
c 5
Apenas para pôr ordem na casa, vamos recapitular:

Dado ? >  0, seja ò > 0 tal que <$^ 1 e ô ^ y |p o r exemplo, seja <5

o mínimo entre 1 e y ^ - Então, s e 0 < | x - 2 | < á , temos

|x 2 - 4 | = ](x-2K x + 2)| ^ <5-5 ^ y - 5 = s.

Exemplo  2.3.4. lim c = c*.


 X-*Xo
Pela Fig. 2-22, vemos que, dado e >  0, podemos tomar qualquer ô > 0.
De fato, |c- c\   = 0 < c para todo número x; em particular para lodo  x
tal que 0 < | x - x 0| < ò.

Figura 2-22

Observe que, nesse caso, não se pode efetuar a construção geométrica


vista no Ex. 2.3.1.
Exemplo  2.3.5. (para introduzir a noção de limite lateral).
x
Considere a função  f(x)   = -;—r (x # 0).
M
Pergunta:  existe lim  f(x)l
 X~*
A resposta é não, e é dada por simples inspeção do gráfico da função,
que se acha na Fig. 2-23.
s dize li d fu definida  f(x)  para todo x.
38 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

 y

0  x
1

Figu 223
Ob e e que, quando  x e ap oima de 0 pela direita, / (x) se aproxima
de 1 e, quando x se aproxima de 0 pela esquerda,/(x) se aproxima de -1.
O número 1 é chamado limite de f(x)   para x tendendo a 0 pela direita,
e -1 é chamado limite de /(.t) para x tendendo a 0 pela esquerda. (Esse con
ccito já foi usado na definição de função dcrivávcl num intervalo e no Ex.
2.2.2.) Os números -1 e 1 são chamados limites laterais de /(x) em 0.
Deixamos para você a tarefa de definir limites laterais de uma função
 f.   E já que vai fazê-lo, aproveite para mostrar que existe o limite de /(x)
para x tendendo a x0 se, e somente se, existem e são iguais os limites late
rais de /(x) em x0 .
Notação para os limites laterais:
lim  f{x) (x tendendo a x0 pela direita);
 X-*XO+
lim /( x) (x tendendo a x0 pela esquerda).
 X-*XQ~

Exemplo 2.3.6. lim ^ / x = 0.


 jc-»0*
Dado e > 0, marcamos os pontos sobre o eixo dos  y   correspondentes
a £ e -e. (Fig. 2-24). Queremos achar ó  como está indicado na figura. Então
v/ ú = £, e ô = e.
Formalmente: dado £ > 0. tomamos ô = e.  Então, supondo 0 < x <
< ô = e 2, vem 0 <  yj~x  < £, e portanto |^/x-Ol < e,  o que mostra a a
firmativa.
Uma vez discutido o conceito de limite, faremos agora uma relação
de suas propriedades, que serão utilizadas no estabelecimento das fórmulas
de derivação. As provas dessas propriedades serão dadas no Apêndice B.
Não se preocupe com isso. Procure se convencer geometricamente dos
limite e derivada 39

LI  (Unicidade do limite). Se  f ( x ) tende a  L  quando  x   tende a x0,


c f(x)   tende a  M   quando x tende a x0, então  L = M.
Suponha  L ¥ M: f (x)   deve se aproximar simultaneamente de  L  e de  M 
quando x se aproxima de x0 e, nesse caso, como mostra a Fig. 2-25, / deixa
ria dc ser função.

Figura 2-25

L2 —(Conservação do sinal). Se lim /(x) =  L   ^ 0, então existe um in-


X - * X Q  

tervalo aberto contendo x0 tal que para todo x # x0 do mesmo /(x) tem o
mesmo sinal de L.
A interpretação geométrica desse resultado c óbvia; a demonstração
é tão simples que vamos fazê-la aqui.
40 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

 \L\ \L\  |L |
< ô implica  \ f ( x ) - L \ < ~'   >sto c»  L — — < < ^ — 2  ^ essa

relação obtemos, sc  L >  0, que 0 < — </(x) < — e, se  L   < 0. que — <
2 2 2
< /( *) < y <0.

Gostaríamos muito que você descobrisse por que a escolha e =


funcionou na prova. Comece por fazer uma figura.
Se / e g são funções de domínio  A e k  é um número, indicaremos por
 / +  y, -y. kf, fg , — » funções de domínio  A dadas por
9
( / + flXx) = /(*) + »(*);
(_í?Xx ) = -g(x);
<VX*) = kf(x);
(f 9 *x) =f(x)g(x);
 M 
 fl(x)
onde supomos, no último caso, g(x)  / 0. Define-se ta m b ém /-^ = f + (-g)
e, portanto, (f-g)(x) =f(x)-g(x)*.
L3 - Se lim / (x) = L, lim g(x)  = M, então
1) lim ( / -I- g)(x)  = lim  f(x)   + lim g(x) = L + M ;
. X-+XQ X-*XQ X ~ * X  q 

2) lim (fg)(x) = lim /(x) lim g(x) =  LM;


X - * X Q X — Xo  X-*XO

 / f \  L
3) lim ( — )(x) =  x° , , = — ’ supondo, nesse caso,  M  ^ 0.
V g J  lim $(x)  M 
Corolários.  Nas hipóteses de L3, temos
1) lim k f (x) = k   lim /(x) = k L ;
2) lim (/-pXx) = Üm f ( x )- lim g(x) = L-M.
X-*X Q X — Xo X - * XQ  

L4 —(Teorema do confronto). Se lim g(x)   = lim h{x) =  L  e se/é tal


*-*Xo X  JCo

que g(x) < /(x) < h(x)  para todo x de um intervalo que contém x0, com
eventual exceção de x0 , então lim f(x) = L (Fig. 2-26). •
* JC“ * JCo

*Às vezes, a função que a x associa /(x) + g(x)  será referida como ‘a função
limite e derivada 41

Figu 226

Intuitivamente, o eultado é evidente: h(x) e g{x)  se aproximam de  L


quando  x   se aproxima de x0 e, co m o /é espremida entre h e g à medida que
 x se aproxima de x0 , não há outra saida senão / (x) se aproximar de  L.
L5 - Seja / uma função, e x0 , um número. Suponha que, num intervalo
aberto contendo x0 , verifica-se /( x ) ^ 0 para todo x desse intervalo, com
a possível exceção de x0 ; então, supondo lim / (x) =  L,  temos  L  ^ 0.
JC- * X o

Corolário.  Sejam  f e g  funções, e v0, um número. Suponha que, num


intervalo aberto contendo x0, verifica-se /(x) ^ g(x) para todo x desse
intervalo, com a possível exceção de x0 . Então, se
lim /(x) =  L e lim ^(x) =  M ,
x~* x o x  - » x o

tem-se  L ^ M.
Com essas propriedades, você pode agora justificar os cálculos de 2.2.
Exemplo  2.3.5. Se  p é   um polinômio, então
lim  p(x)  p(x0)
42 INTRO DUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Sea p() = anx " + a , . 1 " '1 + • •• + a ,x + aQ.  Como lim x = x0 [veja
X — .Xo

Exer. 2.3.1(a)], temos, por L3(2), que


lim x 2 — lim x ■ x = lim x lim x = Xq ;
X-*Xo X-*X0 X - + X Q X-*X O 

repetindo-se o argumento, vem que


lim x' = xj, ' (i = 0,1 ,2,...)
X  Xo

e daí, ainda por L3(2)


lim atx'   = a. xjj.
X ^ Xo

Então, usando L3, temos:


lim  p(x)  = lim (a^x" + (/„_, x" 1 + • • • + a,x + a0) =
X — XO x  xo •

= lim anxH + lim an , x"_1 + • •• + lim ajX + lim a0 =


X-»X0 X-»XO X - > X Q    X-X o

=  a« A +  a « - 1 * ô ~ 1 +• •• + «1 x o +  a o =
= p(x0).
Exemplo  2.3.6. Se r é uma função racional, isto é, quociente de dois po-
linômios, digamos,

e x0 não é raiz de q,  então


lim r{x) = r(x0).
x-»x0
Isso é imediato de L3(3):
lim p(x)
lim r(x) = lim ® =  p(x o)
x-*X0 X->X0 q{x) lim q{x) ^ xo)-
X X q 
íí-xo)

Exemplo  2.3.7. (Um exemplo importante; veja a nota feita após o Ex.
2.11.) Calcular
x2 - 4
lim (x * 2)
limite e derivada 43

Hra primei ro luga r, lim (  2) = 0, e então. [L3(3)] não se aplica.


x ->  *

Chamemos de  / a f unção definida po r


 2 —
 f(x) =  — -Z  U # 2).
 2
, 2   (2)( + 2) .
Temo s  j ()    ----- —   ---------——    2, pois  / 2.
 2  2
Consideremos ag ora a f unç ão g(x)  =  + 2 definida no conunto de
todos os nú meros (Fig. 227).

Temo s / ^ g  laramente (elas estão definidas em conunto s diferentes).


Sabemos pelo Ex. 2.3.5 que lim 0(x) = g()  = 4. Isso quer dizer o sc-
x~*2 
guinte: dado c > 0, existe <5> 0 tal que 0 < |x - 2 1< <5.implica |x + 2 - 4 1<
 Mas o que está escrito acima é exatamente isto:
lim /(x) = 4
x-2

(lembre-se de que 0 < |x - 2 | implica x ^ 2).


Na prática, procede-se assim:

lim í l l i = lim (X- 2KV 2) = lim (* + 2) = 2 + 2 = 4.


x-2 X ~ x —2 X ~  x-2

x2 - 4
O estudante estranha esse procedimento porque em deve-se ter
x -2
x # 2, mas, na terceira passagem, substitui-se x por 2. O que está escrito
é uma abreviação do seguinte:
x2 —4
li / (x) li ^ li g(x) g(2) = 2 + 2 = 4.
44 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Nã o se co st uma deta lhar o cá lulo assim, mas é impo rtante saber o que
está s fazendo.
Exemplo  2.3.8. Ca l ular (")\ onde 1 é intei ro. (A indicaç ão (")'
é uma forma ab reviada de  f'(x),   onde  f(x)   = \) Temo s
 /(   h)-f(x) (  h f - x T  
h ~ h ~
("  CHtlx ”~l h  C„ xn~h    /i")"
’ h ~
= Cn. i X " '  CHx” h     hn~l
: .m   C. ,    n x - '  
*»o n ‘
Logo,
í"V  nx"-1.
Mais tarde (no 2.° volume), provaremos que (x“)' = ax*-1 para qualquer
número a (memorize e use nos exercícios!).
 Nota. Subsistem propriedades referentes a limites laterais análogas às pro
priedades L1-L5, cujos enunciados e demonstrações requerem apenas simples adap
tações do que foi feito para essas últimas.
Por exemplo, um enunciado que corresponde á L3(l) fica assim:
Se lim /(.v) =  L,  lim g(x) =  M,
   - Xo x  *0

então lim (/(x) + g (  x  ) ) =  L +  M   .


X — X q 

EXERCÍCIOS
2.3.1. Calcular pela definição:

a) lim x; b) lim /(x), onde /(x) = j * ^ x * x ° ’


X  * X Q   x~xo (0 se x = x0 ;
c) lim 2x; d) lim (ax + b);
 jc - *  j í o X-»XO
2x se x < 1,
e) lim f(x),
*-»i
onde  /(x) =
{
4 x - 2 se x ^ 1; ’
xJ se x > 0,
f) lim x 2; g) lim/(x), onde  f(x) =
limite e derivada 45

 j x  se x ^ 0,
h) lim f(x),   onde  /()
x  - 0  (0,0 lx se x < 0;
i) li m3  j) lim x" (n natural);
i —o  jc->0
1) lim y jx l ; *m) lim — (x0 / 0);
x  ->0  X-*XQ X 

*n) lim  J~x (x0 > 0)


X - + X Q  

1* Sugestão.  | \ Z ^ - \ / * õ l < e  se, e somente se, (supondo £   < > / x J


x0 - + e < x   < x0 + eJ~x^ + t 

1^7 x 0 + -v- 2 e s  / ~   ‘ 0  + f.2 

Tomar 6  =  z J x 0- e .
 “ Sugestão. \J ~ ^ -J ~ x ()\ =  *~ *  l
 J~* 4-  J T 0
*o) lim  J~x .
X~*XQ 

2.3.2. Prove que lim /( x ) = L se, e somente se, lim (/(x )-L ) = 0, usan-
X-»Xo

do apenas a definição de limite.


2.3.3. Calcular a derivada das seguintes funções, justificando cada passagem:
a)  f(x) = ax + b; b)  f(x) = — ,

c) / ( * ) = ; d) /(*) =
+ X l + 1 X
e) /(x) = x3; f) /(x) = x3- x 2»
g)/(x) = (x + lKx-4); h) f(x) =  J~x (x > 0):
i) /(x) = ~^= (x > 0);  j)  f ( x ) =  J~x (x # 0).
 J x
2.3.4. Este exercício tem a finalidade de mostrar a utilidade do teorema
do confronto. Prove que
1
46 INT RO DUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

(Ob serve que n ã o eiste lim sen — • Isso pode ser provado, mas procure
x-0 X
entender o resultado intuitivamente Fig 2-28.)
Solução.
1 1
x sen — =  \x\  sen — 14
x x
Logo,
—|x | ^ x sen — ^ | x |.
Como lim |x| = 0 e lim (-!x|) = 0, segue-se a afirmação por L4.
x~* O x-> 0

b) lim x 2 sen — = 0;
x-0 x

c) lim x" sen — = 0 (n =  1,2— );


x —O X

d) Se / é restrita (isto é, existe  M   tal que |/(x)| ^  M)  e lim g{x) = 0,
X—XO
então lim /(x)g(x) = 0.
x-0
limite e derivada 47

Sugestão. O resultado generaliza a), b), ):


 \f(x)g(x)\  = | /(  )| |0()| < M |^()|

lim |  /(
í  x )|  = | lim g(x)| = 0,
X X Q . X -*X o  .

pela Proposição B.l do Apêndice B.


2.3.5. Calcule
-x6 + 2
a) lim ; b) lim
* »2 X *-o 10x7- 2 ’
c) limí.v 3 + 2x 2 - 3 x  -4). d) lim  y /  15x ;
x — 2  x — 2 

2x2 - 3x + 1 (t  + h) - t


o) lim 0 lim
x-»l x -1 h—0 h
 x  - a  2 -x
g) lim h) lim — ,
 jc-.o  x2 + 2ax + a ’ • . ^ 22 ~ y2 x
x2 - 9 ,. 4 x 3 - 2 x 2 + x
i) lim —r  j ) lim
a*-»3
- 3 rx2 - 5x +. 6 x-»o 3x2 + 2x
x3 + 8 8-x3
1) lim m) lim
48 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

2.3.6. a) Defina limite lateral, conforme foi pedido no texto.


x3-l
b) Existe lim d) Existe lim T
r-1 |x - 1 | *-o |x| + x2
„2 X3 + 8„
c) Existe lim e) Existe lim
*-><) x --2 X -2
*2.3.7. Prove que lim /(x ) = lim /( x0 + I?), admitindo que existe lim /(x).
x  —
* x q  h - 0   j c -  x o

2.4. CONTINUIDADE

Seja x0 um ponto do domínio  A de uma função / Dizemos que / é con


tínua em x0 se lim /(x) = /( x 0).
X - + X Q 

É importante que vocc tenha em mente que, para falar em continui


dade num ponto x0, é preciso que esse ponto pertença ao domínio da função.
Vejamos qual o significado geométrico da noção de continuidade. De
acordo com a definição, / é contínua em x0 se, quando x se aproxima de
x0 , / (x) se aproxima de /( x 0). Observe os gráficos da Fig. 2-29.
No gráfico (a), quando x sc aproxima de x0. /(x) se aproxima de  L #
t / ( x0); lo go,/não é continua em x0 . Note que, para que/ fosse contínua
em x0, seria preciso que/(x0) =  L,  isto é, que o ponto (x0 ,/(x 0)) “abaixasse”
até se “encaixar” no gráfico de / 
Nos casos (b), (c), (d),/não c continua em x0 porque nem existe lim  f(x).
X * X  

No caso (e), não podemos falar em continuidade no ponto x0, porque


esse ponto não pertence ao domínio de /.
No caso (f), / é continua em x0 , pois

lim /(x) = /( x 0).


X - * X o 

O mesmo sucede no caso (g). Aqui convém esclarecer o que sucede.


À medida que x se aproxima de x0, o gráfico “vibra” cada vez mais, ao
mesmo tempo que é “amortecido” (veja linhas pontilhadas).
Graças aos teoremas sobre limites, fica fácil provar o que segue.

Proposição  2.4.1. S e f e g   são contínuas em x0 , então / + g.fy e -- são


9
limite e derivada 49

 
50 INTRO
INT RO DU
DUÇÃ
ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo
cálculo difer
diferenc
encial
ial

Prova. Como, po r hipótese, lim / ()


()  / (  0)  lim g(.\) = g(x0), temos,
X — X O JC-+  JCO
 JCO

usando L3,
lim (/4- 0)(x) = lim  f ( x )   + lim g{x) = /(.x0) +  y(
 y ( x0) = (/ + g)(x0);
x Xo x  
 * xn 

lim {fg)ix) = lim / (x) lim g{x) = f ( x 0)g(x0)


)g( x0) = (./ 
(./  /X)
 /X
í  )..
í 

lim
lim /(x
/( x )
lim .Afn)
lim g(x) (Xo)-
 -  ► X o  ff(x0
 ff( x0))
 — O  

Exercido. S e f e g   sào continuas em x0 e k é   um número, então -/, j - g,


Exe
k f  são contínuas em x0 .
Exemplo  2.4.1. Pelos Exs. 2.3.5 e 2.3.6. vemos que os pojinômios e as
funções racionais são continuas em todos os pontos dos seus domínios.
Exemplo  2.4.2. Achar a  de modo que a função
x3 - 1
x3-
se x# 1
 /(
 / ( x ) =<{ x - 1
a se x = 1,
seja contínua em todo x.
Para todo  x 1, f é    claramente contínua (Proposição   2.4.1). Para que
 / seja conti
co ntinu
nuaa no po
pont
ntoo 1, devemos
deve mos ter

lim f(
 f ( x ) -   /(1) — a , ou seja, liim •—
x - 1 = a.
X - 1 x- i x - 1
Mas
x3- 1 .. (y - IXx 2 + X + 1)
l i m ----- -  = lim ----------- —— — =
x-*l x - 1 x - l x- 1
= lim (x2
(x 2 + x + 1)
1) = 3.
3. Logo,
Logo , a = 3.
x—
*1

Suponha que uma função / seja eja deri


deriváv
vável
el num ponto
po nto x 0 . Geom
Geo m etrica
mente isso significa, como sabemos, que o seu gráfico admite reta tangente
no pon
p onto
to (x0 , / ( x 0)) e que, porta
po rtant
nto,
o, deve ser Vsuav
suave”
e” nesse
nesse ponto.
pont o. K de
se esperar então que, ao se aproximar x de x0,/(x) se aproxime de f(x0),
limite e derivada 51

Proposição 2..2. S e / é derivável em 0, ent ã o f é    continua em 0 .


2..2.
Prova.  Temos, p a ra  /  0 ,
 f ( x ) - f { x o) = 





Í   X 0 )
  r
li m if(x)-f(x0)) = l i m üm (x-x0) =
 X-
 X-+XQ  X-+XQ  x - x c X — XO 

= J"
J"{X0) 0 = 0
{X0)
.'. li m /(.v
 /( .v))  / (  0).
x xo 
A recip roca desse resultado não c verdadeira: se uma função é continua
num ponto, ela não tem obrigação de ser derivável nesse ponto. Isso é com
preens
preensíve ível,l, pois
pois pode ocorrer o caso caso de uma função/ tal tal que,
que, ao
ao se aproxima
aprox imarr
x dc x0 , / (x) (x) se
se aproxime
aproxim e dc / ( x 0) c o seu seu gráfico
gráfico apresente um bico em
( x0 , / ( * 0)), como
com o se vê vê na Fig. 2-30.
2-30.

Um exemplo
exemplo concreto
concreto dess
dessaa situação já é do “folclo
“folclore”
re”:: /( x ) = |x|.
|x |.
A fim de enunciarmos outro resultado sobre continuidade, é preciso
ensinar a você o conceito de função composta (também conhecido como
função de função).
Considere a imagem industrial dc uma função / de domínio  A c   a de
uma função g de domínio  B  (Fig. 2-31); ou seja, pense nelas como máquinas
(Sec. 1.2).
 f - z d e  A  x de  B

Figura 2-31  / 

I ./ (') I {/(-*)
52 INTRO
INT RO DU
DUÇÃ
ÇÃO
O AO CÁLCU
CÁLCULO
LO cálculo
cálculo difer
diferenc
encial
ial

Como s a b e m o s,/só aeita na sua ent rada elemento s de  A.


 A.  Suponha que
o conunto do s valores despejados pela g  está contido no conjunto  A;   isto
é, para cada x de  B, g(x)  pertence a  A.
 B, g(x)  A.  Nesse caso,/aceita g(x)  na sua en
trada. Podemos então construir outra máquina, soldando a saída de g na
entrad
en tradaa de / (Fig
(Fig.. 2-32).

Essa
Essa máquina, que será batizada de composta de / e g  e na qual rotu
lamos o símbolo  f ° g , se receber x de  B,  despejará /  (g(x)).  Formalizando,
sejam/e g  funções tais que o conjunto dos valores associados pela g esteja
contido no dominio de f.  A função /<> g,  de mesmo domínio que g, dada por
(/»3X*) =/(í7(x))
chama-se  funçã
 fun çãoo composta
composta de f e g.
 f o g lê-s
 fo lê-see “/“/ círculo
círcu lo g” ou “/co m p o sta com 'g”.
'g”.
Exemplo  2.4.3. a) Sejam as funções g(x) = cosx e /(x) = x3. Temos
{ f ° 9)(x) =f(g{x)) = / ( cosx)
cosx) = (cosx)
(cosx)33
e  = 9(f(x)) = g{x3)  = cosx3.
(9 °/ 
Observe
Observe qu
que,
e, nes
nesse
se caso,/®
cas o,/® ^ ^ g o f   Portanto muita atenção na ordem:
o número ( / o é obtido primeiro
primeiro calculand
calculandoo g(x)  e, depois, calculando
 / em 0(x)
0(x)..
b) Sejam
Seja m as funçõ
fu nções
es <j
<j(x) =  e /(x
/( x ) = x 3. Temos
limite e derivada 53

{g°/X)  9if(x))  g{
g{x3
x3)) = x6 l

P odemo s ag ora enuncia r a pr op


opoo sição seguinte, cuja prova está dada
no Apêndice B, Exer. B.5.
Proposição  2.4.3. Sejam f t g  funções tais que existe f ° g . Se g é continua
em x0 e / é cont
contín
ínua
ua em
em g(xQ),  então  fo
 f o g é   contínua em x0 .
Para o próximo resultado, precisamos de algumas definições.
a) Dizemos que uma função  f    é contínua num intervalo aberto /
se for contínua em todos os seus pontos. Se o intervalo não é aberto, di
gamos. / = [a, b),f   será continua em / se for continua no interior de / e se
lim  J(
 J ( x ) =  f{
 f { a)   (costuma-se dizer que / é continua
con tinua à direita
d ireita em a)
a). A de-
de-
x-* a  +

fínição para os outros casos é semelhante.


b) Se t (s) é  um ponto do domínio
dom ínio de uma
uma função
função / tal
tal que. para todo
x desse domínio, se tem
 f ( x ) > f ( t )   (/(*)</($)),
então t  (s)
  (s) é chamado  ponto de mínimo (má
 (máxi
ximo
mo)) d e / e / (í) (/(s)
(/(s))) é chamad
chamadoo
valor mínimo  (máximo) de /.
Se as desigualdades ocorrem para todo x de uma parte  B   do domínio
de /, t(s) é dito  ponto de mínimo
mínimo  (máximo) de f em B, e f{
 f { t ) ( f{
 f { s )) é dito valor
mínimo  (máximo) de f em B.
Proposição 2.4.4
.4.4.. Seja
Seja / uma função contínu
c ontínuaa num intervalo fechado
fechado
[a, b]. Então existem números s. t   de [a. b] tais que, para todo x do mes
mo, se tem
 f ( t )  < /(* ) </(
 f( </( *)•
*)•
(Diz-se abreviadamente
abreviadam ente que / assumeassume seu máximo
m áximo e seu
seu minimo
m inimo em
[a. b].) Par
P araa uma prova,
pro va, veja
veja o Apêndice C.
Observe que. no primeiro gráfico da Fig. 2-33. existem dois pontos que
poderíam servir para t   e, no segundo, qualquer ponto do intervalo pode
ser í ou s  [aqui  f{
 f { t ) = /(s) = /(x)].
As hipóteses feitas no enunciado da proposição são essenciais, isto é.
a omissão de alguma condição falseia a conclusão. É o que mostram os
54 INTRO
INT RO DU ÇÃ O AO
AO CÁLCU
CÁLCULO
LO cálculo
cálculo difere
diferenci
ncial
al

Em (a), (b) e (c) n ão existe nem ponto de mínimo nem ponto de máximo.
Em (d), existe ponto de máximo, mas não existe ponto de mínimo. Veri
fique. em cada caso, quais as hipóteses que não foram cumpridas.
Proposição  2.4.5. (Teorema de Bolzano). Se  f é    uma função continua
num intervalo fechado [a. h] e  f{a
 f {a)) j \ b ) <  0, então existe c de (u. b)  tal
limite e derivada 55

O re sultado é geometriamente evidente como vemos no gráfico da


Fig. 2-35.
Como os pontos (a,  f(a)) e (b.f(b))   devem ser ligados pelo gráfico de /,
o qual é contínuo, um desses pontos está abaixo do eixo dos x, e o outro,
acima, vai chegar uma hora em que o gráfico corta esse eixo. Uma prova
está feita no Apêndice C.

Corolário. (Teorema do valor intermediário). Se/é uma função contínua


num intervalo fechado [a, b], e  z  é um número entre f{a)  e f{b),  então existe
c de [a,b]  tal que  f(c) =  z  (Fig. 2-36).

Prova.  Supondo  fia) < flh).   a função  f i \ ) ~ :   satisfaz às hipóteses do


Teorema de Bolzano. De fato, é contínua,  J(a)  -  z  < 0 e f(b)  -  z  > 0. Logo,
existe c de [a,b] tal que
 /(c) -  z = 0.
Os outros casos são deixados para o leitor.
A idéia da demonstração [na suposição  f(a) <  /(ò)] foi deslocar o grá
56 INT RO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

dos  x, e a da di reita, acima, a fim de po ssibilitar o uso do teorema de Boi*


zano. Isso foi conseguido pelo uso da função  f ( x ) - z .
Exemplo  2.4.4. Mostre que a função /(x) = sen2 x - x tem uma raiz
ti n 
entre - — e —
4 2
Como

e r  í n \  , n n t n n 

* \  ) = sen y - y = 1 - y < 0 ’
segue-se, pelo teorema de Bolzano*, que existe c de tal que
m = 0.
 Nota. A exigência da continuidade da função/ no teorema de Bolzano é essencial
como se pode ver na Fig. 2-37.

Figura 2-37

Antes de encerrar esta seção, daremos uma tabela de funções continuas.


Algumas delas não foram definidas neste livro, como é o caso do seno,
co-seno, logaritmo, exponencial. Seria, portanto, difícil para nós que não
conhecemos magia, provarmos a continuidade dessas funções agora. Por
outro lado, não podemos ficar apresentando exercicios só com polinômios
e funções racionais. Desse modo, damos o fato sem demonstração, prome*
tendo-a para mais tarde, no segundo volume**.
A essa altura, você deve estar dizendo a si mesmo que sabe a definição
do seno. Mas o que nós estamos querendo dizer é que você não sabe definir
*Veja a tabela à pág. 57.
limite e derivada 57

seno usando exclusivamente a noção de número, sem fazer apelo à Geo


metria. Mas o logaritmo só requer números para defini-lo, retrucará você.
De fato, sendo a > 0, a / 1, e x > 0, você aprendeu que log,, x é um número
b  tal que ab = x. Está certo, mas agora perguntamos: o que é a*?  Mais con
cretamente você é capaz de dizer como se define Aqui temos
dois caminhos para resolver a questão. Podemos partir dos números na
turais axiomaticamente, construir os números inteiros, racionais e, daí.
os números reais. O outro caminho é desenvolvermos o Cálculo Diferencial
e Integral até um certo ponto, onde tenhamos elementos suficientes para
definir não só tais números, mas também o seno, o co-seno, etc. Nós vamos
optar por esse segundo caminho, mais objetivo e conveniente dentro do
espírito deste livro.
FUNÇÕES CONTÍNUAS EM TODOS OS PONTOS DOS
SEUS DOMÍNIOS
Função Justificativa
polinômios Veja Ex. 2.4.1
funções racionais Veja Ex. 2.4.1
logaritmo (lnx) A ser provado no Vol. 2.
exponencial
a) e*
b) a* = exlna A ser provado no Vol. 2.
seno (senx) A ser provado no Vol. 2.  j
co-seno (cosx) A ser provado no Vol. 2.
^ . sen x , ^ ,
tangente (tgx) Decorre de tgx =   ------ e da Proposição 2.4.1
cosx
COS X
cotangcnte (ctgx) Decorre de ctgx =   ------   e da Proposição 2.4.1
sen x
i
secantc (secx) Decorre de sec x = — — e da Proposição 2.4.1
cosx

ico-secante (cossec x) Decorre de cossec x = —-— e da Proposição 2.4.1


sen x
Veja Exer. 2.3.l(o).
58 INTR ODUÇÃO AO CALCULO cálculo diferencial

Usando essa tabela e as Proposições 2..1 e 2..3, você pode construir


f unções ontínuas à vontade.

EXERCÍCIOS
2..1. Dos gráfios dados na Fig. 238, quais são os de funções contínuas
em todos os pontos de seus domínios?

 y

Figura 2-38  , /   k  .  -/> v V \    } £ 

b) c)

2.4.2. Quais das seguintes funções são contínuas em todos os pontos de


seus domínios?
Justifique.
1 + (_1)M
•>/(x)-[x]; b) /(x ) = —- —— ;
c) /(x) = | x | . d ) / ( x ) = |x - 11;
e)  f(x ) = . , (x # 0); 0 /(*) = 1X2 - 1 1;
1X1
g)  /  (x) = sen x + cos x ; h)  f(x) = ex ln x(x > 0);
 / \ 
i)  f(x) = tg x í x # y + kn);  j)  f(x) = | x - l | + |x + 3 |;

l ) / ( x ) = [x] + s e n x ; m) /(x ) = y x ;
1 + (-l)w
*n)/(x)= 2 • sen nx; o) /(x) = s e cx t g x ;
x 2- 1
P) f(x) = x 2 + x - 1 ; q)  /( x ) = x4 + 7 ’
r)  f(x ) = x 2 —| x | —1.

2.4.3. Se / é contínua em x0 , mostre que | / | também é contínua em x0,


o n d e | / | ( x ) = |/(x)|. A recíproca é verdadeira?
limite e derivada 59

2... Para que valores de a a função / é contínua em todo x?


1 k 3- 8
x sen — se x * 0, ---- r- se x / 2,
a)  f (x) = -   b) /(x) = x - 2
  se x = 0; a se x = 2;
(x2 - x + 1 se x < 0, ax + 1 se x < 1;
C) /(x) = < d) /(x ) =
[2x2 + x + a se x ^ 0; x -4 se x ^ 1;
 \ax   + 1 se x < 1, ae* se x ^ 0,
e) /(x) = | 0  f(x) =
[x-4 se x ^ 1; a se x < 0;
 \ealx
1   se x > 0,1
g)  f ( x ) = J
1cos x se x < 0.
2.4.5. Diga quais afirmações dadas a seguir são verdadeiras e quais são
falsas.
a) Se / é derivável em x0 , então / é contínua em x0 .
b) Se / é continua em x0 , então / é derivável em x0 .
c) Existem funções/e g  que não são contínuas em x0 tais que fg   é con
tínua em x0.
d) Existem funções / e g  que não são contínuas em x0 tais que / + g é
continua em x0.
e) Vale sempre que lim/(x + h) = f(x).
*—o
2.4.6. Prove que, se / é continua em x0 .. existem ô > 0 e  M >  0 tais que
I/ (x) | < M para todo x de (x0-ô , x0 + 5).
2.4.7. (A) Achar  f ° g e g ° f   nos casos

a) /(x ) = sen x, g{x) = cos x;


b) /(x ) = x2 - 3x, g(x) = 1 - x;
c) /(x ) = ln x (x> 0), g{x) = ex;
d) /(x ) =  xx, g(x) = xx (x > 0);
e)  f{x)   = x2, g(x) =  x  X+ t •

(B) Dada h,  achar f t g  tais que h = /<>g  nos casos

a) (sen x + x)3; b) ^ ^
c)  J    1 + x2; d) lnx.
60 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

(C) Dar o domínio de  f ° g sendo


a)  f(x) =  J ~ x ( x    0), g{x) = 
b )  /( )   (  # 0 ) g{x)  .2  1
X

c)  f(x)  = In  (  0), g(x) = sen x < x <®

d) f(x) = ’ 0(*) = Iln * I (x > 0).

2.4.8. Diga por que as funções seguintes são contínuas em todos os pontos
de seus domínios.
a) /(x) = sen(x2 + 1); b)/(x) = ln (ex  + 1);
c) /(x) = ^x S7Tr; d)/(x) = tgx2(0 < x


x -1
e) /(x) =  y / \ n ( l   + x2); 0 /(x) = (x # -1).
X + 1

2.4.9. Seja  f{x) = x2 - 1. 1 < v ^ 2, e  A  o ponto de coordenadas (3.1).


Mostre que existe um ponto do gráfico de / cuja distância a  A  é mínima.
Existe algum para o qual essa distância é máxima?

Sugestão.  Considere a função-distância


d(P.A) = N/ (x - 3)2 + (x2 -2 )2. 1 ^ x $ 2. onde P = (x, x 2- 1).
2.4.10. Mostre que as equações a seguir possuem pelo menos uma raiz (real).
a) x3- 3x + 1 = 0; b ) x 5- l = 0 ;
c) sen x + x = 0; d) cos x - x = 0;
e) x7 + x6 - 4 x + 4 = 0; f) 2* + x = 0.

2.5. REGRAS DE DERIVAÇÃO


Proposição  2.5.1. S e f e g   são deriváveis em x, então
a) ( / + g)'(x)  =/'(x) + g'(x);
b) (fg)\x) =f'(x)g(x) +f(x)g'(x);
onde g(x) = (g(x)), g{x) * 0.
 \ g j g (x)
limite e derivada 61

Prova.
a) Temos
( /  9)(x + h)-(f+   flX)   f ( x + h) + gjx + h)-(f{x) + g(x))
h h
 f ( x  h)  f ( x ) g(x + h)  g(x)
h h ' 
Basta passar ao limite para h  tendendo a 0 e usar L3(l).
b) Temos
(M * + f l) -( M x ) _ / ( x + h)g(x + h) -f {x ) g(x) =
h h
= [/(x + h) -/(x ) +f(x)]g(x + h )- f( x) g(x) _
h ~
_ [ / ( x + h) -/(x)] g(x + h) +f(x)g(x + h)-f(x)g{x) _
_ _ ’

_ /(« + + *, + / (' ) * * + »>-**>■


h • h
Passando ao limite para h  tendendo a 0, usando L3(l) e (2) e notando
que lim g(x + h) = g{x),  seguc-se o resultado. O último fato é válido por-
fc 0
que g,  sendo derivável em x, é continua nesse ponto (Proposição 2.4.2).
^ , ., . J /( x + *) - f ( x )
O truque da demonstração foi forçar o aparecimento d e ---- — --------- >
h
o que se obteve ao se somar e subtrair  f ( x ) na segunda passagem,
c) Mostremos inicialmente que
1V, , a (x )*

Temos
(7  m =

1 1
(  ) x + 
 j  g(x + h) g(x)

g(x) - g(x + h)
g{x + h) g(x) g(x + h) - g{x) 1
g(x + h) g(x)
  ( l\t 
62 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Basta passar ao limite para h tendendo a 0, usar L3 e que lim g(x + h) =


#i—0
= 9(x)  (por quê?).
Agora, para o caso  /— » aplicaremos o resultado (b), pois /— = /• 1—.
9 9 9

( l  ) M /) w w=
' «'<*> #(» /'(«)-/(*)« •(*)
g(x) * g!(x) g*(x)
Corolários. Sendo / e g  deriváveis em  x, e k , um número,
D (fc/)'(x) = kf'(x); 2) (-/)'(x) = - f \ x ) ; 3) ( / - </)'(x) =  f \ x ) - g'{x).
Prova.   Exercício.
Exemplo   2.5.1.
a) ( 4 / 2 x 3)' = 4 / 2 (x3)' = 4 / 2 -3x2 = 1 2 / 2 x 2;
b) ^ tt /  x + = (n /x )' + = tt ( /  x )' + 6(x~3)' =

-4 n 18
= 71’   + 6 •(-3)x ~Ã 1
2 /x 2/ x
c) ((x + 5)x2)' = (x + 5)'x2 + (x + 5Xx2)' =
= (x' + 5')x2 + (x + 5) • 2x = (1 + 0)x2 + (x + 5)2x =
= x2 + (x + 5)2x = 3x2 4- lOx;
x2(x + 5)' - (x + 5Xx2)' x2 - (x + 5)2x -x 2 - lOx
d)  2 \2
m    (X2)
Vamos adiantar as derivadas de algumas funções para que possamos
dar mais variedade aos exemplos. Procure memorizá-las.
(sen x)' = cos x {ex)' = ex
(cos x)' —- sen x (In x)' = — (x > 0).
X
Exemplo  2.5.2.
sen x Y _ (cos xXsen x)' - (sen xXcos x)' _
(tgx)' =
(cos x / cos2 x
cos x • cos x - (sen xX-sen x) cos2 x + sen2 x 1
limite e derivada 63

Exemplo 2.5.3.

(In  sen )' = (ln )' sen  + ln  (sen )' = — sen  + ln  os .

Exemplo 2.5..
(ex +  ln )'  (ex)'    ( ln )'  e*  ' ln    (ln )' 
= ex + ln     —  e* + ln   .

Vamos aprender agora omo se deriva função composta. Isso vai ser
extremamente útil, pois, com os recursos que temos até aqui, para derivar
 y   = sen x2, temos de apelar para a definição de derivada. Obteremos antes
um resultado auxiliar.
Suponha uma função / derivável em x (Fig. 2-39).

Nesse caso, o gráfico de / é suave em P,  admitindo reta tangente. Seja


h  suficientemente pequeno de modo que x + h  pertença ao domínio de /.
Pela figura, vemos que

 RQ = SQ + SR
Mas
 RQ = f t x
+ k)-f(x);
SQ = htgct = h-fXx).
64 INTRO DUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Vamos hamar RS de h(p(h). Então


 f ( x + h ) - f ( x ) = f ' ( x ) h + <p(h) h.
Pela figura, vemos que lim q>(h)h = 0. No entanto pode-se garantir, con-
 /i-*0
forme se verá, que lim <p(h) = 0.
fc-0
Vamos provar esse resultado, que foi conjecturado geometricamente.
Proposição 2.5.2. Seja / uma função derivável num ponto x. Então existe
uma função (p  (definida num intervalo que contém 0) tal que
 f ( x + h)-f{x) = f( x) h + <p{h)h,
com limç>(/i) = ç>(0) = 0 (.'. q> é contínua em 0).
<t—0
Prova.  Vamos definir (p  inspirando-nos na tese:
!\x + h)-f{x)
-f'W  se h / O,
<p(h) = <
 \ 
0 se h — 0.
Aqui h  é tomado num intervalo contendo 0. (Prove que existe!)
Então, para h  # 0, temos, pela definição de <p,
 f{ x + h)-f{x) = j \ x ) h + h<p(h).
Observe, no entanto, que essa relação também é verificada para h = 0,
pois ç>(0) = 0 por definição. Então tal relação se verifica para todo h  (do
intervalo referido acima). Além disso,
 /(X + h)-f(x)
lim ç{h) = lim lim/'(x) =
h  O A-*0 h <i—0
= /'(*)-/'(*) = 0 = ç>(0).
Proposição  2.5.3. (Regra da cadeia).
Sejam / e g  funções tais que se pode considerar  fog. Se g  é derivável
em x c / é derivável em g(x),  então
( f ° 9)'(x) = f\g{x))g\x).
Prova.   Temos
( /° 0X* + h)-  (/o gXx) f(g{x + h)-f(g(x))
h h
limite e derivada 65

Ponhamos u   #() e definamos a f unção k  por


k{h) = g{x  h)-g{x)
(aqui h varia num intervalo contendo 0). Então g(x + h) = u + k. Subs
tituindo na epressão da razão incrementai acima
( / q gXx + h)-  ( / q g)(x) f(u + k) -f (u )
h h
kf'(u) + k<p(k)
= Í( /'( u) + (p(k))y
h h
onde <p é contínua em 0 e ç(0) = 0 (usamos a Proposição 2.5.2).
Passando ao limite para h  tendendo a 0, vem
,. (/°Í/X * + k ) - { f o g \ x )
lim ------------- ;---------------- (f\u)   + lim (p{k)) =
h->o h h 0
pois

lim — = 0(x)
 /i-o h fc-*o h
e, por serem <p e k   contínuas em 0, também o é q>o k   (Proposição 2.4.3) e
então
lim <p(k)  = lim q>(k{h)) = <p(k(0)) = ç>(0) = 0.
(i-0 *-o .
Aqui cabe uma observação importante com relação à notação. A no-
df 
tação — para / ' é muito interessante no caso da regra da cadeia.
dx
Chamando, como fizemos na prova do teorema u = g{x),  temos  y =
= f{g{x)) =  f(u).   Então
dy dy du
dx du dx
é a expressão da regra da cadeia, que fica, assim, com aparência de iden
tidade algébrica.
Exemplo  2.5.5. Calcular a derivada de y = (x2 +  x   + l)3.
Pondo u = x + x +  1, temos
 y — u3
. dy _dy du _ du3 d(x + x +  1) _
dx du dx du dx
= 3u  •(2x + 1) = 3(x2 + x + l)2 • (2x + 1),
66 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

Exemplo 2.5.6. Idem para  y  sen x2.


Seja u  = x2. Então  y   = sen u e
dy dy du ,
— = — •— = cos u •x =  cos x • 2x.
dx du dx
Exemplo  2.5.7. Idem para  y   = e*enx.
Pondo m = sen x, temos v =

• ^ dy du
e“ •cos x = e**“ x • cos x.
“ dx du dx

Exemplo   2.5.8. Idem para v = —5 :— ---


^ x3 + ln x
Pondo u — x3 + ln x, temos  y =  —- e
u

... ^ = ^ . í u _ ± Y 3x! + - j   ________! A xj + -


____

dx du dx u2 \ x/ (x3 + In x)2 \ x
Com um pouco de prática, você pode dispensar a substituição indicada,
tendo presente o que é u, sem porém escrevê-lo.
Reexaminemos o Ex. 2.5.6 desse ponto de vista. Desejamos calcular
(sen x2)'
a) Derivamos o seno no ponto x2:
cos x ‘.
* _ , . , , d(senu) , ,
O que fizemos 101 calcular — ; = cos u, onde u = x , sem escrever u.
----
du
b) Derivamos x2, que é 2x (estamos calculando u').
c) Multiplicamos os resultados:
cos x2 •2x,
Vejamos como fica o Ex. 2.5.7: («**"*)'.
a) Derivamos a exponencial no ponto sen x:

(calculamos
du
limite e derivada 67

b) Derivamos sen  : cos x.


c) Multiplicamos os resultados:

é'Stfn1 • cos  x.

Mais um exemplo para você pegar o jeito da coisa; o Ex. 2.5.5:


[(x2 + x + l)3]'.
a) Derivamos ( )3, no ponto x 2 + x + 1:
3( )2 = 3(x2 + x + l)2

Estamos calculando ^7- = 3«2


( du

b) Derivamos x 2 + x + 1.
2x + 1
(estamos calculando u').
c) Multiplicamos os resultados:
3(x2 + x + l)2 • (2x + 1).
A regra da cadeia pode ser usada repetidamente. Se  y   é função de v,
v è  função de w, e w  é função de x, a regra fica:
dy _ dy dv dw
dx dv dw dx
Exemplo  2.5.9. Calcular a derivada de

 y   = ln  y f  1 + tg2 (cos x).


Se você entendeu as explicações anteriores, será capaz de escrever direta
mente a resposta, que é

•— * •(0 + 2 tg (cos x))- sec2 (cos x) • (-sen x)).


 y f  1 + tg2 COS X 2 y j 1 + tg2 (cos x)
68 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCULO célculo diferencial

a) Calulamos a derivada do logaritmo no ponto  y /   1 + tg2 cos:


1
v  / T  t g 2 (C O S )

b) Calulamos a derivada da raiz quadrada no ponto 1 + tg2 (cos):


_______ 1________
2 y /  1 + tg2 (cos )
) Calulamos a derivada de 1 + tg2 cos  :
0 + (tg2 (cos \ ))
Aqui usaremos novamente a regra da adeia:
(tg2 (cos x))' = 2 tg (cos x) •sec2 (cos x) • (-sen x).
d) Multiplicamos os resultados obtidos.
Exemplo 2.5.10. A regra da cadeia é freqüentemente usada em problemas
de Física.
a) Suponha que se despeje água num recipiente cilíndrico dc raio r =
= 0,25 metros, à razão constante de TO-3 litros por segundo (Fig. 2-40).
Deseja-se saber a velocidade de subida do nível da água.

Seja V   o volume de água no recipiente no instante t.  O enunciado deu


dV  , dh f 
 — = 10 3,  e o que se pede é — >onde h é   altura do nível da água no
dt dt 
instante t.
Sabemos que V   é função dc k, a  saber,
V  = nrh =  7r(0,25)2/i,
limite e derivada 69

e h  é função de t. Pela regra da cadeia,


dV_ dV dh
li dh ' dt 
dV 
hd  dt_ 10 6 ^•0,00000509 m/s.
" dt  dV  7r(0,25)2
 I h
b) O movimento de um ponto P  é tal que sua trajetória está contida n
gráfico da função  y = f ( x ) = In x.   A projeção de P  sobre o eixo dos  x   tem
velocidade escalar 3 m/s constante (Fig. 2-41). Achar, quando P tem abscissa
3 m, a velocidade escalar da projeção de P  sobre o eixo dos  y.

Pondo P  = (x, y), x e  y   são funções de t. Foi dado ^ = 3, queremos


. dt 
dy
-r- Mas
dt 
dy dy dx
dt  dx dt 
dy d  ln x 3
3= v
dt  dx
dy
Quando x = 3, resulta — = 1 m/s.
dt 
 Nota. Seja / uma função definida num intervalo aberto. Suponhamos que o
conjunto de pontos desse intervalo nos quais/ é derivável ainda é um intervalo. Nesse
caso, / ' está definida nesse intervalo e pode suceder que exista a função derivada
de / ', a qual será denotada por f",  ou p o r /<2>(nesse caso, consistentemente, f   também
se denota p o r/<u). e chamada derivada segunda def;  ou derivada def de segunda ordem,
etc. Em geral, designa-se por J  a d i da d “ 1 ch ada d i da d / d d
70 INT RO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Exemplo 2.5.11.
a) /( )  sen x, /'( x ) = cos x, /"(x ) = -sen x, /" '(x ) = -cos x.
b) / ( ) = In , / '(  ) = i . S" () = - - V
X XA

c) /(x ) = 3x2 + 1,/'(x ) = 6 x,/"(x) = 6, /'"(x ) = 0; em g e ra l,/‘"'(x) = 0


se n > 3.
Por simplicidade, costuma-sc escrever
(3x2 + 1)" = 6;
(sen x)" = -sen x.
Antes de encerrar esta seção, daremos uma tabela de derivadas, que
você deve ter de memória. Algumas das derivadas foram provadas, outras
só o serão no segundo volume.

Função Derivada Justificativa

Xa ax*-1 A ser provado no Vol. 2.


1
y * Decorre da anterior.
 y  x 

sen x COS X A ser provado no Vol. 2.


COS X -sen x A ser provado no Vol. 2. j
tgx sec2 x Veja Ex. 2.5.2.
ctgx -cossec2 x Veja Exer. 2.5.37.
p* e* A ser provado no Vol. 2.
ít  (   > 0) axln a  Vem de ax  = exlna  e da Prop. 2.5.3.
1
ln x = logj x A ser provado no Vol. 2.
X
1
log.x Vem dc log. x = r— • ln x
x ln a ln a  f 
f ex-e~x , e * + e~*
senh x = — -— cosh x — ------------------ Veja Exer. 2.5.13
2 2
coshx senhx ' Veja Exer. 2.5.14
limite e derivada 71

EXERCÍCIOS
Achar  f'(x)* nos Eers. 2.5.1 a 2.5.70, sendo dada  /().
A) Soma. Produio. Quociente
2.5.1.  x   + 2 + . 2.5.2. ax + bx + c.
2.5.3. — +  J~x. 2.5.4. sen x + cos x.
 x
 7
2.5.5.  r  54 — r  3. 2.5.6. x ‘ " + 2x'"r +  J  7.
X 3  X5

2.5.7. lyfx + 6^/~x -  3'2. 2.5.8.


 y 7  x*Tx
2.5.9. 2 /3  32 /3. 2.5.10. x3 + senx + tgx.
2.5.11.  j f l + i y ~ x + sen 3. 2.5.12. 9* + e* + x 3.
e* —e~ x ex + e~x
2.5.13. senh  =  --------- • 2.5.14. cosh x =  ----- ------ -
2 2
(seno hiperbólico de x). (co-seno hiperbólico de x)
2.5.15. (x + 2Xx + 3). 2.5.16. x3 ln x + 3.
2.5.17. ^/xsenx. 2.5.18. ex cosx + eMnx.
2.5.19. x3'2 ln x + X. 2.5.20. (x2 + 2x - 1) sen x cos x.
____ x + sen x cos x
2.5.21. sen x cos x + tgx. 2.5.22. --------- ----------
-

2x2 + 1 2+x
2.5.23. 2.5.24.
x x- 3
x x2 4- 2 x - 1
2.5.25. 2.5.26.
x2 + 1 3x2- x + 2
2.5.27. 2.5.28.
 y / x + 1 1 +  J~x
sen x + cos x  2   + X + 1
2.5.29. 2.5.30.
sen x -  cos x senx + cosx
senh x sen x
2.5.31. tgh x = 2.5.32.
coshx
(tangente hiperbólica de x)
e* ln x
2.5.33. 2.5.34.
lnx
*Não se preocupe com as restrições sobre  Apenas derive-
72 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

2.5.35. 2.5.36. — •
1 + ( + l)tg
V 
2.5.37. ctg . 2.5.38. sec.
2.5.39. cossec. 2.5.0.
X + cosx

B) Função composta
2 . 5 . 4 1 . ( 3 x 4 - 6 ) 100 2.5.2. (22  3 + )5.
1
2.5.3. 2.5..  J x 3  + 2 10.
( 2      \)3
2.5.5. 2.5.6.
,/l-x2 yi-x2
2.5.7.  J ' - * 2.5.8. y r   ? .
V1+X
 \ / X + yfx. 2.5.50.  \ j X  +  y /  1 + X 2.

 J l + x 1. 2.5.52. cos 2.


sen 2x - 4 sen x. 2.5.54. ( 2 - x 2) cos x2.
(sen x + cos 3x)4. 2.5.56. (senh x)3.
$ e* - X + 1. 2.5.58. ln sen x.
In3 x + ln (ln x). 2.5.60. ln(e* +  y j  1 - x 2).
2.5.62. sen (cos x).
sen (cos2 x). 2.5.64. sen (sen (sen x)).
1 i  x ~ l . 2.5.66. sen10 2x + cos6 x.
2 ”x + 1
, 1- cos X
í 1 + t g y tg x jc o sx . 2.5.68. ln- -----------
1 + COS X
2.5.69. 3 *'"' + y s e n 3x. 2.5.70. sen vf x   + N/s ê n x .
2.5.71. Calcular  J '(x)  supondo conhecida a função g,  nos casos  f(x) —
 / 
a) g(x3); b) g(x)x; c) gig(x)) + g{ sen x); d) g(x - 1 ) + gi^/x)-
2.5.72. Calcular
‘a) J "'(x), sendo /(x ) = x 3 - 1;
b) /"(x), sendo /(x) = x4 + 2x3;
limite e derivada 73

) /"(), sendo  f(x) =  x   1


d)  f ín\x), sendo  / um polinmio de grau n;
*e) / (n,(), sendo  /( )  sen e  /( )  os;
0 r<"'(). sendo  f(x) — ax e  flx) = ln.r;
g) /"(), sendo  /( )  ^ 4  .
2.5.73. Mostre que a derivada em  de

 f l Si 13  / ;  f'i f'i  / ,  f l f l  / i  f i f i
0 02 03 é 01 02 03 + 01 02 03 + 01 02 03
hi h h3 hl *2 h3 hl hz h3 h\ h' h\ 
calulada em  (supondo todas as funções deriváveis em x).
2.5.74. Enuncie precisamente e prove que
(fgh)' =f'gh+fg'h+fgh'.
2.5.75. (Derivada logaritmica).
Suponha que você quer derivar uma função da forma [/(x)]**’. Lem
brando que ab = eblaa,  você pode usar a regra da cadeia normalmente. No
entanto o procedimento dado a seguir é, cm geral, mais prático.
Seja
 y   = [ / M ] * * ’
In y   = </(x) ln/(x).
Derivando,

— = g'(x)\nf(x) + g(x) • ~  f ’(x)


 y   /(^)

Não decore a fórmula, mas sim o procedimento!


Calcule  f'{x)   nos casos /(x) =
a) x*; b) (senx)*; c) x tenx; d) (cosx)senjt; e) x l/jt.
2.5.76. a) Despeja-se água num tanque cônico de raio  R   e altura  H   a razão
constante de a  m3 por segundo (Fig. 2-42). Dar a velocidade de subida do
nível da água no tanque, em função de sua altura h.
b) Um balão esférico é enchido com gás à razão constante de a  metros
cúbicos por segundo. Supondo que o balão mantenha sempre sua forma
74 INTR OD UÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

esférica, achar quão rápido varia seu raio, no instante em que este vale r
metros. (Supor a pressão do gás constante.)
c) Um ponto P se move de modo tal que sua trajetória está contida
no gráfico da função  f(x) =  ln x. Sabe-se que, num certo instante, as pro
 jeções de P nos eixos coordenados têm mesma velocidade escalar ^ 0.
Achar as coordenadas de P nesse instante.
d) Observe a Fig. 2-43.
O ponto P  se move em direção ao ponto  B.  Sabendo que, quando P
dista a de  B, a velocidade de variação de a é b  radianos por segundo, achar,
nesse instante, a velocidade de P. É dado d.

2.6. DERIVAÇÃO IMPLÍCITA


Considere a relação  x  +  y  = 1 (veja Fig. 2-44). O conjunto dos pontos
Ic coordenadas (x,>>) que a satisfazem é uma circunferência, como sabemos.

Não temos aqui uma função, pois, por exemplo, para x = 0, temos
dois valores para  y:  +1 e -1. Acontece que, se impusermos  y ^   0, então
limite e derivada 75

teremos uma função, pois ai


V = N/ 1 - Y 2 (-1 ^ X ^ 1).
Chamando de f  tal f unção, temos
 f ’(x)  ( <  < ),
 J T ^ c 
Da mesma forma, impondo  y   ^ 0, obteremos uma função g, com

g(x) = - J   1   2 e g'(x) = * (1 <  < 1).


 J i - x 
Veja agora como o cálculo das derivadas acima é facilitado encarando
o problema de outra maneira. Na relação
 x  + y = 1
lembre que  y   é função de x [ou  y = /(x ) ou  y  = <?(x)]. Derivando ambos
os membros (use a regra da cadeia), vem
2x + y • y' = 0
 / = - — (y   / 0),
 y
que resume as duas derivadas / ' e g\   obtidas.
Acontece que, para o procedimento ser válido, é preciso que se saiba
de antemão que a relação x 2 +  y   = 1 define  y   como função de x, e que
essa função é derivável. Existe um critério, porém este envolve conheci
mentos da teoria das funções de diversas variáveis.
Em geral, uma relação do tipo / (x,y) = 0 pode definir várias funções.
No entanto pode suceder que a relação seja por demais complicada para
que se possa escrever  y  como função de x. Por exemplo,
 f(x,y) =  y6  + 4 xy +  x3 = 0.
Exemplo   2.6.1. Suponha que a relação
 y6   + 4xy + x3 = 0
defina uma função  y =  f(x)   derivável num certo intervalo. Ache f    em ter
mos de /(x).
Temos (/(x)6 + 4x /(x ) + x3 = 0
76 INTRO DUÇÃ O AO CALCULO cálculo diferencial

Derivando, vem
6(f(x))T(x) +  [ /'()   /()]  32 = 0
[6( /())5  4 ]/'( )  4 / ()  32 = 0
 /()  32
 /'(  )   6(/())5  4

Exemplo 2.6.2. Considere a função y = /( )  2 /3. Queremos obter


sua derivada. (Você tem obrigação de saber qual é Deseamos apenas
ilustrar o processo de derivação em questão.)
Suponha que a função sea derivàvel. Temos
y3 = x2 y3- x 2 = 0.
Portanto (/(x ))3 - x 2 = 0.
Derivando:

3(/(x ))2 /'(x ) - 2x = 0

 / M = I3 (/(x)»2
*

isto é.

 f'(x) = -   - J L - -= 1— x - 1'3.
 J { ) 3 (x2/3)2 3

EXERCÍCIOS
Admita nos exercícios a seguir que a relação dada define uma função
derivàvel y = / (x).
Achar /'(x) nos Exers. 2.6.1 a 2.6.5.
2.6.1. x 3 + y3-3 x y + 1 = 0 .
2.6.2. y = 1 + xe’’.
x2 v2
2.6.3. -T + i r = 1 (a,b> 0).
a o
2.6.4. sen x sen y = 1.
2.6.5. x ' = y*.
2.6.6. Achar /"(x) no caso do Exer. 2.6.3.
limite e derivada 77

2.7. DIFERENCIAL
Na seção 2.5, vimos (Proposição 2.5.2) que, se / é uma função deri
vável num ponto . entào podemos esrever (para h suficientemente pe
queno)
 f ( x + h)-f(x ) =f '( x) h + h<p(h),
onde <p é   continua em 0 e lim <p(h) = 0.
Chamaremos de acréscimo de f no ponto x relativamente ao acréscimo h
ao número
 Af(x,h) = f ( x + h) -/(*),
o qual também se escreve abreviadamente A/ 
O produto f ( x ) h   será chamado diferencial de f no ponto x relativamente
ao acréscimo h e será indicado por df (x,h), ou, abreviadamente, por df. Assim,
df{x,h) =  f ’(x)h.
Com essas notações, o resultado acima fica
A/(x,/t) = df(x,h) + h<p(h).
O   significado geométrico das definições vistas é ilustrado na Fig. 2-45.
 y

A figura mostra que, quando h  se aproxima de 0, A f   se aproxima de


df,  o que facilmente se comprova:
lim (A f(x,h)-df(x,h)) - lim h<p{h) = 0
A-»0 A-0
(aqui consideramos x fixo e h  variável).
Portanto, para um x fixo, df   é uma aproximação de ò f   tanto melhor
quanto menor for h
78 INTRO DUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Muito bem, mas para que tudo isso?, perguntará você. A origem básia
dessas onsiderações é um problema de aproimação. Queremos aproimar
uma função /, em torno do ponto , por uma outra f unção g, mais simples.
Então, se quisermos calcular /(x + h),  poderemos usar a função g,  calcu
lando g{x + h).
Todavia o erro cometido, a saber, |/ ( x + h)-g(x   + /i)|, deve ser o
menor possivel. É bom ressaltar aqui que não desejamos aproximar /(x + h)
para um valor fixo de h, mas para todo h  de um intervalo (conveniente, a
determinar).
Uma função simples sem dúvida é uma função linear, isto é, cujo gráfico
é uma reta. Portanto é razoável procurar uma função g linear que aproxime
 / da melhor forma possível. É claro que devemos impor que / e g  tenham
mesmo valor em x, o que é a mesma coisa que dizer que a reta gráfico de
g  deve passar por P -   (x, /(x)).
Em principio, qualquer reta que passa por P  nos dá uma aproximação
de /. Basta olhar para a Fig. 2-46 para se convencer disso.

De fato, |/ ( x + h)-gt(x +  h)| tende a 0 quando h  tende a zero. Sucede,


no entanto, que a reta tangente c aquela que dá o menor erro, desde que h
varie num intervalo sufícientemente pequeno. Precisamente, existe h0 > 0
tal que, se 0 < | h \ < h0 ,
| /( x + h)-g(x + h)\   < |/(x -h h ) - g ^ x + h)\.
limite e derivada 79

onde g  é a função cuo gráfio é a reta tangente ao gráfio de / em (, /())


e gl # g  é qualquer f unção linear uo gráfio passa por (, /()).
A prova dessa afirmação está dada no Apêndice E.
Em vista do que dissemos, oncluise que, dentro do critério da melhor
aproimação linear, o valor aproimado de /(  h), para h suficientemente
pequeno, deve ser
 f{x) + df (xM)
(veja a Fig. 2-45! que é precisamente g(x + h).
Exemplo  2.7.1. Calcular  y j  36,3.
Nesse caso, / (x) = N/ x e, como  y /3 6   = 6, convém tomar x = 36, h =
= 0,3.
df(x,h) =f'(x)h =
J~ x
1
.-. df(36;  0,3) = 0,3.
yf36 
O valor aproximado de  y f 36,3 será
 /(x) + df (x,/i) =  yj~36  + ^ - = • 0,3 = 6,025.
yf36 

Exemplo  2.7.2. Calcular (1,0012)2.


Tomamos  f(x) = x 1,  x = 1, h  = 0.0012
df (x,/i) = f ’(x)h = 2 xh
.'. df( 1; 0,0012) = 2 1- 0,0012 = 0,0024
 /. (1.0012)2
será aproximadamente igual a  f(x) + df(x,h) = l 2 + 0,0024 = 1.0024
O leitor deve se precaver de que não sabemos a ordem de grandeza do
erro cometido. Dessa forma, não sabemos se os resultados obtidos são
convenientes. Essa conveniência depende naturalmente do grau de pre
cisão que exigimos. Por exemplo, o valor exato de (1.0012)2 é 1,00240144.
O erro cometido foi, portanto, 1,00240144-1,0024 = 0,00000144. Será pe
queno? A resposta dependerá do grau de precisão que for exigido. Feliz
mente pode-se obter uma estimativa do erro cometido, o que será feito no
Apêndice G.
80 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

EXERCÍCIOS .
2.7.1. Calular  Af(x,h ) e df{xyh) nos asos
a) /()   x  + 4x  3;   ; h = ;
b) idem para h — 0, e h = 0,01 
c)  f(x) =  x i - y/ H ; x — ; h — 1.
2.7.2. Prove que
a) d{f + g)(xyh) - df{x,h ) + dg(x,h);
b) d(fg)(x,h) = f( x) dg(x,h) + g{x)df(xyh);
.  J f \ < u\ g(x)df(x,h)-f(x)dg(x,h)
c) d[ — ( xjt ) =   -------------- j — ------------ •
 \ 9 ) 9 (x)
2.7.3. a). Um quadrado de lado  se epande (mantendose quadrado).*
Calular a variação AS(, /t) de sua àrea S   em função da variação h  de seu
lado. Calcule dS(x,h).  Interprete o resultado geometricamente.
Solução. S — x 
AS(x,h) =  (x + h) - x  = xh + h
dS(x.h) =  xh
Vemos pela Fig. 2-47 que a área das regiões II e III vale xh = dS{x,h). e
que o quadrado íl) tem área h = &S{x,h)-dS(x.h).   Portanto
àS{xyh)  = àrca (11)•+ área (111)+ área (I).
' »--------------- - ' <—— '
-------------- ------

dS(x,h) h~

1. ,------------- 1r— i
h 1| II ! 1 i
L
Figura 2-47 *
X IV
111 i
>t  _  j

b) Idem para o volume de um cilindro de raio r fixo e altura x. havendo


variação h  de sua altura.
2.7.4. Calcular aproximadamente
a) y T T ; b) sen 31°; c) d) ln 1,01.
2.7.5. Calcule (1,0012)2 tomando x = 2, e compare com o resultado exato
(dado no texto). Explique a causa da discrepância.
   TEOREMA DO VALOR MÉDIO E SUAS APLICAÇÕES

3.. O TEOREMA DE ROLLE


Um teorema central do Cálulo Diferencial é o teorema do valor médio,
do qual estudaremos nesta seção um caso partiular, o teorema de Rolle.
Suponha uma função contínua num intervalo fechado [a,h] e derivável
em (a,6) tal que  f{a) = f(b).   Um eemplo típico dessa situação é mostrado
através da Fig. 3-1.

Como o gráfico de / tem de ser suave e ligar os pontos  A e  B  de mesma or


denada, é intuitivo que deve existir pelo menos um ponto C do mesmo
tal que a tangente ao gráfico nesse ponto seja paralela à reta  AB;   logo,
paralela ao eixo dos x. (No caso da figura, existem dois pontos nessas con
dições). A afirmação feita é equivalente à existência dc um ponto c de (a,b)
tal que  f'(c) =  0. Esse é o conteúdo geométrico do teorema de Rolle. A
fim de prová-lo, usaremos o lema seguinte.
 Lema.  Seja c  ponto de máximo ou de mínimo dc uma função /, a qual
se supõe derivável nesse ponto. Então  f ( c ) = 0.
Prova. Por / ser derivável em c, podemos dizer que existe h0 >  0 tal
que os pontos de (~h0 , h0)  pertencem ao domínio de /.
Supondo c  pomo de máximo de  f    temos
 f(c)  > / (c + h)  para -h0 < h < h0 .
82 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

Logo,
 f ( c + h)-f(c) 0
s 0 < h  < ft0
e
 / <  » 0 SC ft0 < h < 0.

Pelo análogo da L5 para limites laterais (vea nota no final da Sec. 2.3),
podemos esrever

,im /<« < Q


A-0 +

 f{c + h)-f(c)
lim --------  ---------- ^ 0,
h-*o- n
ou seja, por / scr derivável em c,

A c) ^ 0
6 A c) ^ 0
 /. A c ) = 0.

Se c for ponto de mínimo de f,   será ponto de máximo de - f  c, pelo que
provamos, deve valer

(-/)'(c) = 0.
 /. A c ) = 0.

A recíproca não é verdadeira: se  f'(c)   = 0, c  não é necessariamente


ponto de máximo ou de mínimo de /, como pode facilmente ser verificado
para  f{x)   = x3 e c = 0.

 Nota. A argumentação da prova pode ser interpretada geometricamente. Pd|o fato


de c ser ponto de máximo, ao tomarmos h > 0, as retas por (c,/(c)) e (c + h,f(c + h))
têm coeficientes angulares ^ 0, isto è, inclinam-se “para a direita” ; e, ao tomarmos
h < 0, elas se inclinam “para a esquerda” (Fig. 3-2). Como, para h tendendo a 0, elas
devem tender à tangente cm (c, f(c)), o único jeito é essa tangente scr paralela ao eixo
dos x.
o teorema do valor médio e suas aplicações 83

Proposição  3... (Teorema de Rolle). Sea / uma função contínua no


intervalo fechado [a,ò] e derivável no intervalo aberto (a,b), tal que f(a) =
=  f(b). Então eiste c de (a,b) tal que  /'()  0.
Prova. Os pontos de mínimo e de máimo de / em [a,6] (os quais exis
tem pela Proposição 2.4.4) ou ocorrem, ambos, nos extremos do intervalo
ou. então, um deles pertence a (a,b).
No primeiro caso, como  f(a) =  f(b)   os valores máximo e mínimo são
iguais e / é constante. Então, para qualquer ponto  x de (a,b), temos/'(x) = 0.
No segundo caso, chamando de c o  ponto que pertence a (a,b), temos,
pelo lema anterior,  f'(c) = 0.
 Nota. As hipóteses do teorema de Rolle são essenciais, conforme ilustra a Fig. 3-3

Figura 3-3
! i^  A
a b x a b x
a)/ não é derivável b )/n ã o é contínua c
em a  b) em [o, b]

Exemplo  3.1.1. Achar c  como no teorema de Rolle para  f(x) =  x   + 1,


sendo o intervalo [-1,1] (veja Fig. 3-4).
Aqui a  = -1, b  = 1. E fácil ver que / satisfaz às condições do teorema
de Rolle; o número c  procurado é tal que
 f'(c) = 0, -1 < c < 1;
logo,
2c = 0 -1 < c < 1;
84 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

e portanto
c = 0.

2 1 "I
Exemplo  3.1.2. Idem para /()  ——» sendo o intervalo v^J

Devemos ter  f \ c ) = 0, < C <  s /3 :


isto é,
2(1 c 2) 1 rz
n i W = 0

e portanto c = 1, uma vez que 1 não pertence ao intervalo

Figura 35
o teorema do valor médio e suas aplicações 85

EXERCÍCIOS
3.1.1. Achar  omo no teorema de Rolle nos casos:
a)  f(x)   = x3 - x + 2; [0,1], b) f(x)   = x2 - 3x + 10, [1.2].
1 x—3x ~~3
c)  f(x) =  Í - U ] , d ,/W - — [0,1].
X2 + 1

e)  f (x) = x J ± ^ L .   [0,1],

3.1.2. O teorema de Rolle é aplicável à função  J(x)   = ^ / x 2 no intervalo


[ - 1. 1]?
3.1.3. O teorema de Rolle não é aplicável no caso em que  f é   dada por
1
se x ^ ±1,
 /(* ) = x 4 - l
0 se x = 1 ou x = -1,
e o intervalo é [-2,2], pois / não é contínua em 1. No entanto /'(O) = 0.
Existe alguma contradição?
*3.1.4. Seja / uma função continua num intervalo fechado [a,b] e derivável
em (a,b). Sejam c , , c2, . . . , c„ os pontos de (a,b), onde / ' se anula. Mostre
que o valor máximo (minimo) de  f   em [a,b] é o máximo (mínimo) entre
 f ( a \ f ( b \  / ( c t),... ,/( c M
). Generalize para o caso em que a derivada não
existe em um número finito de pontos de [a,6].
Sugestão.  Use a Proposição 2.4.4 e o lema desta seção.
3.1.5. Ache o valor máximo e o valor mínimo de / no intervalo [a,b] nos
casos
a) /(x ) = x 3 -3 x + 2, a = -3, fc-1;
b) /(x ) = y x(l - x), a = 0, b = 1;
c)  f(x )   = |x 2 - x | , a=-i b = 2'
à ) f ( x ) =  | x 2 - x | , a ~   ~16’ b —l;
e) /(x) = ex sen x, a — 0, b — n.
*3.1.6. Se um polinômio de grau 4 tem 4 raizes (reais) distintas, então sua
derivada tem 3 raizes (reais) distintas. Generalize.
Sugestão.   Se x t , x2, x3, x4 são as raizes, aplique o teorema de Rolle
nos intervalos [x,, xj+1], i   1,2,3.
86 INT RO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

3.2. O TEOREMA DO VALOR MÉDIO


Sea / uma função continua no intervalo fechado [a,6] e derivável no
intervalo aberto (a,6). Um eemplo típico é o ilustrado na Fig. 3-6.

Observe que existe um ponto P do gráfico da função tal que a tangente


em P é paralela à reta  AB. Sc AB   fosse paralela ao eixo dos  x,   teríamos o
teorema de Rolle. Note que, no caso da figura existe outro ponto, a saber,
Q, nas mesmas condições. O fato de a tangente ao gráfico de / em P ser pa
ralela à reta  AB   sfgnifica que elas possuem mesmo coeficiente angular.
O coeficiente angular da tangente é /'(c) e o da reta  AB é
m - f ja ) _
b-a
Emào
m - m
 f V ) - b-a
Proposição  3.2.1. (Teorema do valor médio).   Se/é uma função continua
no intervalo fechado [a,b] e derivável no intervalo aberto (a,b),  então existe
c de (a,b) tal que
m   m 
 f \ c ) =
b-a
Antes de provarmos o teorema, vamos dar a idéia da demonstração.
Observando a figura anterior, vemos que a “distância vertical" do gráfico
de f  até a reta  AB   tem o aspecto que é apresentado na Fig. 3-7.
Veja que o teorema de Rolle é aplicável e que, justamente nos pontos
c e e , a derivada se anula, e esses pontos correspondem, na figura que dá
o gráfico de /, aos pontos P c Q,  onde a tangente é paralela à reta  AB.
o teorema do valor médio e suas aplicações 87

A “distânia vertial” será obtida através da f unção g = f - h ,   onde h


é a função cuo gráfico é o segmento  AB.
Prova.  Sea h  a função cuo gráfio é o segmento de etremidades  A =
-   /()) e  B  (b, f(b)\  e seja
g =f-h .
É   claro que g{a) — g(b) = 0 e que g é contínua em [a,6] e derivável em (a,b).
Pelo Teorema de Rolle, existe c de (a,b)  tal que g'(c) =  0. Então
 f'(c) - h'{c) — 0.
mas h'(c)  é o coeficiente angular da reta  AB,   e portanto

h'(c)
m - m 
b-a
Substituindo na relação anterior, resulta

b-a
Exemplo  3.2.1. Achar c como no teorema do valor médio para
 f(x) =  x 2, a  = 0, b  = 1 (Fig. 3-8).

Figura 3-8

v
88 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

Temos
m - m m - m
 /'( ) 
b -a  0
c  

Exemplo 3.2.2. Mostre que | sen a -  sen b | ^ | a - b |.


Aplicando o teorema do valor médio a  f(x) =  sen x, a  ^ x $ b,  temos
sen b - sen a  = cos c (b -a ) (a < c < b)
|senh-seno| = |cosc| |fc-a| ^ |ò-o|,
pois
|cosc| ^ 1.
 Nota.  Existe uma interpretação cinemática muito interessante do teorema do
valor médio. Suponha um ponto P  movendo-se sobre uma curva, e seja s = f(t) a
lei horária do movimento (Fig. 3-9).

Figura 3-9

No intervalo de tempo [a, 6], a velocidade média de P será =


m -m
b -a
O teorema do valor médio afirma (sob hipóteses apropriadas) que a velocidade ins
tantânea de P  assume em (a, b)  a referida velocidade média: vm =  f \ c \ a < c < b.

EXERCÍCIOS
3.2.1. Achar c, como no teorema do valor médio, nos casos:
a)  f(x) = x3, o = 2, b = 3;
> ) / < * ) a = 0, b = 3;
X + 1
c) /(x ) = ln x + 3, a = 3, b = 5;
d) /( x ) = x3 - 2x2 + 3x, o = 0, b = 2.
3.2.2. Mostre que a corda pelos pontos (o,  f(a))   e (b,  f{b))  do gráfico de
 /(x ) = x2 + mx + n é   paralela à reta tangente a esse gráfico no ponto
(a + b J a + b \\ 
o teorema do valor médio e suas aplicações 89

3.2.3. Verifiar se o teorema do valor médio se aplia às seguintes funções,


determinando c se for o caso,
1
a) f ( x ) = -  x ^ ± 1, a = 0, 6 = 5;
1 - x 1
 X *  + X 
* » m   = | ‘ f _ 3x + 2 se 1 < x < 2

3.2.4. Prove que


.. b -a , b b-a „ ,
*a) — - < ln — ^ »   ----- 0 < a $ b.
b a a

Sugestão. In — = In b - In a.  Aplique o teorema do valor médio para


a
 f(x ) = In x, a  ^ x ^ b.
b) e“(b -a ) < eb- e a < eb(b -a ). a < b: aqui você pode usar o gráfico
de e* (Fig. 3-10).

3.3. APLICAÇÃO DO TEOREMA DO VALOR MÉDIO; INTERVALOS


ONDE UMA FUNÇÃO CRESCE OU DECRESCE

Observe o gráfico da Fig. 3-11. Imaginando um ponto percorrendo a


curva “da esquerda para a direita”, você vê que ele sobe de  A  até  B  e de
pois desce de  B  até C. Dizemos que a função é crescente no intervalo [a,6]
e decrescente no intervalo [6,c]. A fim de formalizarmos a definição, ob
serve que, no intervalo [a,6], por exemplo, para x e x ' quaisquer   do mesmo,
com x < x\ temos  f(x ) < f(x')   Passemos à definição.
90 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

Sea / uma função cuo domínio contém os pontos de um intervalo 1.


Diz-se que / é crescente (decrescente) em I   se, para quaisquer x, x'   de /, com
 x < x’,  verifica-se  f(x) < /(x ') (/(x) > /(x')). Freqüentemente se diz “/ é
crescente” (“/ é decrescente”), caso onde se deve subentender que o domínio
de / é um intervalo no qual ela é crescente (decrescente).
Olhe novamente para a Fig. 3-11. Perguntamos s e / é crescente ou de
crescente. Se você prestou bastante atenção na definição acima, responderá
que / não é crescente nem decrescente, mas / é crescente em [u,b], e decres
cente em [ M - Observe que a palavra “quaisquer” na definição é impor
tante. Por exemplo, não basta verificar só para dois pontos x e  x', com x < x\ 
que f(x ) < f ( x r) para concluir qué f é crescente.
A proposição a seguir nos dá um critério para achar os intervalos onde
uma função é crescente e os intervalos onde ela é decrescente.
Proposição  3.3.1. Seja / uma função contínua num intervalo /. e deri-
vàvel no seu interior. Sc, para todo ponto x interior, vcrifica-sc
a) /'( * ) > 0, então / é crescente em / ;
b) /'(x ) < 0, então / é decrescente em  I;
c) /'(* ) = 0» então / é constante em /*.
Os resultados são geometricamente óbvios, como se constata na Fig. 3-12.

II II
Figura 3-12 I I
tga = 0
e)

*Isto é, /(x) =  R,  para todo x de I.


o teorema do valor médio e suas aplicações 91

Prova. Seam  e ' pontos quaisquer  de  / om  x <  '. Pelo teorema do
valor médio, eiste c, com  x < c < x',   tal que
 /( * ')- /(* ) = /'(c X x '-x ),
a) Se/'(x) > 0 para todo x de / que não é extremo de /, então, em par
ticular, J '(c) > 0 e como  x - x > 0, resulta da relação acima que
 /(* ')- /( * ) > 0,
o que mostra que / é crescente em /.
b) Deixamos esse caso como exercício.
c) Seja x0 um ponto de /. Para qualquer x de / pode-se escrever
 f ( x 0) - f  (x) = /'(cXx0 - x),
onde c é um número entre x0 e x. Como /'(c) = 0, por hipótese, resulta
 /( x 0) = /(*)
para todo x de /, o que termina a prova.

 Nota. A proposição nos diz que devemos examinar / ' somente nos pontos que
não são extremos. No entanto a conclusão vale para 1.  Considere, por exemplo,
 /(x) =  x, 1  = [0,1]. / é continua em /, e /'(.\) = 2.x > 0 para todo .x de (0,1).
Logo, podemos dizer que/ é crescente em / = [0,1 ], muito em bora/'(0) = 2 0 = 0!

Corolário. Sejam / e q  funções contínuas num intervalo 1  e deriváveis


no seu interior. Suponha que /'(x) — g'(x)  para todo ponto interior x do
intervalo. Então existe um número k   tal que
 f(x) = g(x) + k 
para todo x de  I.
Prova.  A função & = f - g é   tal que
 n ) = /'(x)- 0'(x) = o
para todo ponto interior x de /. Logo, pela Proposição 3.3.l(c), existe k 
tal que
 \ft(x) = k  para todo x de /,

*St° /(x ) g(x) k  para todo x de /.


92 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

 Notas. ) Geometriamente, o corolário nos diz que, se os gráficos de/e g possuem


retas tangentes paralelas relativas a um mesmo x de /, subsistindo isso para todo x
de /, então cada um pode ser obtido do outro por uma translação "vertical''.
2) Exprime-se, de maneira abreviada, o resultado do corolário da seguinte ma
neira: "funções com mesma derivada diferem por uma constante".

Exemplo  3.3.1. Achar os intervalos em que / é crescente e os em que


 / c decrescente, sendo  f(x )   = x2.
Como  f \ x ) =  2x, então  f'{x)   > 0 se x > 0 e  f'{x)   < 0 se x < 0. Então
 / é decrescente no intervalo x ^ Oe crescente no intervalo x ^ 0 (Fig. 3-13).
Se você está pensando que, na conclusão, existe erro de impressão por
que escrevemos x ^ 0 e x $ 0, está enganado. Se escrevéssemos x > 0
no lugar de x ^ 0, estaríamos afirmando que / é crescente no intervalo
x > 0, o que é verdade. Mas a proposição nos permite dizer mais:/ é cres
cente no intervalo x ^ 0.

Figura 3-13 Figura 3-14

Exemplo  3.3.2. Idem para  f(x) = senx, -- j- < x y (Fig. 3-14).

Como  f \ x ) = cos x > 0 para - < x < resulta que / é crescente


. . ir rc
no intervalo - —- ^ x ^ — •
2 2

Exemplo  3.3.3. (Contra-exemplo). Se uma função é contínua num in


tervalo /, derivável nos pontos x de l   que não são extremos de / e é cres
cente nesse intervalo, é verdade que devemos ter, necessariamente,/'(x) > 0
o teorema do valor médio e suas aplicações 93

para tais ? A resposta é não, omo mostra a f unção /(x) = x3, i qual é
crescente, mas /'(x) = 3x2 se anula em 0. (Fig. 3-15).

Figura 3-15

Exemplo  3.3.4. Achar os intervalos onde a função /(x) = x2/3(: + 5) é


crescente, e aqueles onde é decrescente.
Temos
 /'( * ) = —3 x 2/3 + — x
3
y X - ' ' 3(x + 2) (X   * 0).
94 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCUL O cálculo diferencial

Vemos que / não é derivável em 0. Estudando o sinal de / ', chega-se facil


mente ao seguinte:
> 0 se x < -2,
 /'( * ) = <0 se -2 < x < 0,
> 0 se x > 0.
Logo, / é crescente no intervalo x < -2, decrescente no intervalo [-2,0],
e crescente no intervalo x > 0.

Exemplo 3.3.5. Prove que, se x ^ -1, então x3 + 6x2 + 9x > -4.


Considere a função / (x) = x3 + 6x2 + 9x + 4. Como /'(x ) = 3x2 +
+ 12x + 9, temos, estudando o sinal dessa função,
 /'(x ) > 0 se x > -1.
Portanto / é crescente no intervalo x >  -1. Logo, por definição de função
crescente, teremos
x > -1 acarreta  f(x) > /( - l) = 0,
isto é,
x > -1 acarreta x3 + 6x2 + 9x + 4 > 0.

EXERCÍCIOS
3.3.1. Para cada função dada a seguir, dê os intervalos nos quais a função
é crescente e aqueles nos quais a função é decrescente. Tente, quando pos
sível, esboçar o gráfico, /(x) =
a) x 2 - x + 1; b) x2 -1 c) a x + bx  + c(« & 0);
d) x3; e) x3 -1 0 x3-x;
g) x4; h) x4 —x i) x", n  = 1. 2. 3. •.. .
 j)  y / x ( x > 0); 1) m) <Tx   (se n  par, x > 0);
. x~l . 1
X - (x  ft   8, -2);
 ® )
4x + 2
J I ’
0)# 1); P ) (I-8 H x + 2,
71
q) sen x, 0 < x < n; r) sen x + cos x, 0 < x < — ;
s) ln x, (x > 0); t) xln2x (e = 2,71...) (x > 0);
u) v) y ( x + 1)33  2  2
o teorema do valor médio e suas aplicações 95

3.3.2. Prove que


2
a) se  x > 0, então x - — < ln( l + x);
b) se x > 0, então ln(1 + x) < x;
c) se x > 0, então 1 + x < ex;
x^
*d) se x > 0, x - — < sen x < x.
o
2 x2 —1
3.3.3. Derivando /(x) = — =------ e g(x) = —=------ »chega-se ao mesmo re-
x + 1 x + 1
sultado, Explique.
3.3.4. Sejam / e g  funções definidas para todo número tais que
 /'( * ) = g(x), g'(x) = -/(.x), /(O) = 0, g(0) = 1.
a) Prove que (/(x ))2 + {g(x)) = 1.
Sugestão.   Considere a função
x  = [   x ]2 + [ í 7x ]2 -1 .

Mostre que h'(x)  = 0; logo, h(x)  = c. Mostre que c = 0 .


b) Se /, e gt   são funções definidas para todo número tais que:
f \ (x )  = 0,(x), g\ {x)  = -/,(x), m  = 0, 0,(0) = 1,
então
 f = fi e g^g^

Sugestão.  Considere a função


s ( * ) = U ( x ) ~ M x ) V   + [ 0( x ) - 0 , ( x ) ] 2 .

Mostre que s'(x) = 0 e, portanto, s(x) = k.  Mostre que k  = 0.


Coentário Compare / e    oom seno e coseno.
3.3.S. Dado um intervalo aberto í, quantas funções de domínio / existem
satisfazendo a
 \ f'{x) =0,
l / (x ) = 3 (x 0 é um número de /)?
96 INTRODU ÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

3.3.6. Sea / uma função definida para todo número tal que
 /'()  /( ),
 /(O) = 1.

Mostre que  f(x) = —— •


 /( )
Sugestão. Considere h{x) = /( )/( ). Derive e obtenha h'(x)  = 0.
Comentário.  Compare com ex.
3.3.7. Se / é ontínua num intervalo  /, derivável em todos os pontos x in
teriores de /, para os quais se supõe/'(x) >  0, então, para todo x , , x2 de f
com x, < x 2, temos /( x ,) < / ( x 2).

3.4. MÁXIMOS E MÍNIMOS


Na solução de problemas práticos, freqüentemente somos levados a
procurar o valor máximo ou o valor mínimo de uma função. Por exemplo,
quais devem ser as dimensões de uma caixa sem tampa que se pode construir
com uma dada chapa retangular de modo que o volume seja o maior pos
sível? Outro exemplo: dispondo-se de uma quantidade fixa de aramado,
quais devem ser as dimensões de um cercado retangular de modo a englobar
maior área possível?
Quando o valor máximo (ou o valor mínimo) procurado se refere a
uma função continua num intervalo fechado e derivável nos pontos in
teriores do mesmo, já sabemos o que fazer (veja Exer. 3.1.4). Vejamos alguns
exemplos de natureza prática, que dão origem a casos como esse.

Exemplo  3.4.1. Considere o circuito da Fig. 3-17. Temos um gerador de


força eletromotriz E   constante, de resistência interna r, o qual está conec
tado a uma resistência variável JR, que varia de até 4r. Deseja-se sa
ber qual a máxima e a mínima potência que podem ser despendidas em  R.
Pela lei de Ohm, a corrente  I   que flui no circuito é

 / 
 R + r 
o teorema do valor médio e suas aplicações 97

Figura 37

Como a potência vale


P =  R I ,
resulta
P  R  y < R ç 4r.
 \ R + r) 2
Temos
 à P E 2  r-R
dR ( R + r)3
Portanto, igualando a zero, resulta  R = r,  que está no intervalo [r/2, 4r].
Temos
 / E  V &
w = r(— ) ’ 0-25 T
Como

Kt )?
e £2
P(4r) = 0,16 — ,

vem que
P(4r) < P ^ - 0 < P(r).

Então 4r é ponto de minimo de P, e o valor mínimo da potência é


E
P(4r) = 0,16 — ,
r
e r   é ponto de máximo de P; Logo, a máxima potência será
E
P(r) = 0,25 — -
r
Para você visualizar a situação, utilize o esboço do gráfico de P{R),
dado na Fig. 3-18.
98 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCU LO cálculo diferencial

Exemplo  3.4.2. Um indivíduo pa rtind o de um ponto  A que r h ega r a


um ponto  B  (vea Fig. 319) no meno r tempo possível. Ele caminha a uma
velocidade t>, = 3 km/h no terreno sombreado, e a 4 km/h na estrada
OB. Admita que ele parte de  A ecaminha em linha reta
Como deve o indivíduo proceder?

Seja C o ponto da estrada, distante x de 0, onde ele chega, para depois


se dirigir a  B,  através da estrada. O tempo total do percurso será

 AC CB _  y /  16 + X2 4- x
T(x) = ------ > 0 ^ x < 4.
V1 ”2 4

Um cálculo nos fornece

4x - 16 + x2
F(x) -
12^ 16 + x2

12
que se anula somente em x = * e esse número está fora de f0,4l.

Logo, os pontos de máximo e de mínimo devem ocorrer nos extremos.


o teorema do valor médio e suas aplicações 99

Como

7(0) = y S 2,3

7()  » .,8,

resulta que  é ponto de mínimo de 7 e, então, o indivíduo deve ir de  A a


B em linha reta. O gráfico de 7 é dado na Fig. 3-19A.

Exemplo  3.4.3. Achar as dimensões de uma caixa sem tampa, de maior


volume possível, a ser construída com uma lâmina retangular de zinco de
2 cm por 4 cm (Fig. 3-20).

Sendo x como na figura, resulta, para o volume,


V(x) = x(2 - 2xX4 - 2x), 0 < x < 1.
Aqui consideraremos 0 < x < 1, para podermos aplicar os resultados.
Derivando, chegamos a
F'(x) = 4(3x2 - 6x + 2),
100 INTRODU ÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

 ---- r------------------------ 1-----


X
"T 1

2 í
!
i
j
Figura 3-20

X
! 1
L 1- L  j
x f *X
4

. , „ 3 +  y/~3 3 -7 3 . . 3 - /3
cujas raizes sao  x = — e  x = — -— »das quais apenas  x   = — -—
  ----

pertence a (O.l).
Como
RO) = 0, V  RI) = 0,

3- /3
vemos que — ^ — é o ponto de máximo de K no intervalo [0,1], logo,
' . . , 3 - /3 273
será também no intervalo (0,1). As dimensões devem ser — - — * —- »

y (3 + 7 3 ) .
O gráfico de V   é dado na Fig. 3-21.

Figura 3-21

Existem problemas que nos conduzem à procura de valores máximos


e mínimos de uma função num intervalo que não é fechado. Um critério
útil que muitas vezes pode ser utilizado é o dado a seguir.
o teorema do valor médio e suas aplicações 101

Proposição  3.4.. Sea / uma função contínua num intervalo  / e deri


vável no seu interior. Se, para um ponto c desse interior, verifícarem-se
a)  f \ x )   < 0 (/'(x) > 0) para todo x do interior de / tal que x < c e
b) /'(*) > 0 (/'(•*) < 0) para todo x do interior de / tal que x > c,
então c é   ponto de mínimo (máximo) de / em /.
Prova.  Decorre da Proposição 3.3.1 que  f   é decrescente (crescente) no
intervalo constituido pelos x de  I   tais que  \ < c. e é crescente (decrescente)
no constituído pelos x de / tais que x $s c  (Fig. 3-22).
 / _____________,
,________________A
Figura 3-22 i — 1<:------------- l
 f é   decrescente aqui / é crescente aqui

Isso quer dizer precisamente que /(c)-$/(x) ( f(c ) ^ / (x)) para todo
x de /, e a afirmação se segue.

 Nota. Como se vê pela prova acima, é dispensável ser / derivável em c.

Exemplo  3.4.4. Entre todos os retângulos de mesma área (dada), qual


o que tem menor perímetro?
Sendo a  a área dos retângulos, e x. um dos lados, o outro será ajx e o
perímetro será

 / ( * ) - x > 0.

Como estamos procurando um ponto c de mínimo de / no intervalo


aberto x > 0, devemos ter (Lema da Sec. 3.1)
 f'(c) = 0

2( 1 _ ^ ) = 0 c = ±y/~ã-

Só serve c = yj~ã,  pois - y f a   não pertence ao intervalo x > 0. Como


 /'(x) < 0 para 0 < x < c e  f'(x) >  0 para x > c, como é fácil ver, temos
que c = yj~ã  é ponto de minimo de / Logo os lados devem ser N/ a e
-7= =  J a ,   ou seja, o quadrado é o que tem menor perímetro.
102 INT RO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Exemplo  3.4.5. (Método dos mínimos quadrados.) Dados n números


al , a  , . . . , a t t ,  ahar  x   tal que a soma

 /( )  t , (x ~ a.)2
i 1
seja mínima.
Aqui x varia no conjunto de todos os números. O número c  que mini
miza a soma, se existe, é solução de
 f ( c ) = 0.
Mas
 f \ x )   = 2 [n x -(a , + •• • + a j ]
• c = a i + ' " + a» .
*’ n
Como  f'(x)   < 0 se x < c  e /'(x) > 0 se x > c, segue-se que c  é ponto
de mínimo de / no conjunto de todos os números.
Às vezes, o estudo do sinal de / ' é complicado, e um critério utilizando
a derivada segunda de / é mais conveniente:
Proposição  3.4.2. Seja / uma função contínua num intervalo /, em cujo
interior/ ' é continua e/"(x ) > 0 (/"(x) < 0). Se c é um ponto desse interior
tal que f'(c)   = 0, então c é ponto de mínimo (máximo) de /e m  I.
Prova.  Suporemos a condição /"(x) > 0, deixando o outro caso para
o leitor.
Seja x um ponto qualquer do interior de /. Aplicando o teorema do
valor médio a / ' no intervalo de extremos c  e x, vem
 /'(* )-/'(c ) =/"{d)(x-c),
onde d   é um número entre x e c. Por hipótese, temos /'(c) = 0, de modo
que a relação acima fica
 /'(x )= /" (d X x -c ).
Então, como  f'(d ) >  0, temos que
 /'( x ) < 0 se x < c
e
 f ( x ) > 0 se x > c.
Como / é contínua em /, o resultado segue da proposição anterior.
o teorema do valor médio e suas aplicações 103

Exemplo  3.4.6. (Reflexão da luz). Um raio luminoso parte de um ponto


 A,  incide sobre a superfície de um espelho, e atinge o ponto  B   (veja Fig.
3-23). Mostre que o ângulo de incidência i  é igual ao ângulo de reflexão r,
usando o princípio de Fermat, segundo o qual o tempo gasto pela luz deve
ser mínimo.
 A

a
Figura 3-23 b

Sejam a, b, l, x   como na figura («, b, l  positivos). Sendo v  a velocidade


da luz, temos para o tempo de percurso:

PB _  J a  + x2 -I-  y j ( l - x )  + b
v v V 

de onde obtemos

A equação T'(x) — 0 nos dá a raiz

a
c=  /.
a+b

Um cálculo desagradável nos fornece

V (X  + a 2)3  y j [(x -D 2 + b]

o que mostra, pela proposição anterior, que o tempo mínimo se verifica


104 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Pela figura (substituindo  por c), vemos

l
o b l
a a b

l-c a+h l
tg r ~ ——    ------ —    -----------
b b a+b
tg i —tg r
.'. i — r. (Por quê?)
O resultado podia ser provado também notando que T'(c)  = 0 equi
vale a
c l-c
 \ / a + c J b1 + (/ - c)
sen i = sen r
isto é,
i ~ r.

 Nota.  Para concluir que c é   ponto de mínimo de T.  podemos evitar o cálculo
de T"   da seguinte maneira. Devemos ter T\x) t   0 para todo  x < c.  pois c è  a única
raiz de T\   e, por ser V  continua no intervalo x < c. T‘ não muda de sinal nesse inter
valo, senão, pelo teorema dc Bolzano, havería um zero de T   no mesmo. Como

7'(0) =  ------ ' ____< 0.


r  J b 1 +  I
então T'(.r) < 0 f>ara  x < c.  Do mesmo modo sc chega a T\x) >  0 para  x > c.  Basta
usar agora a Proposição 3.4.1.

Exemplo  3.4.7. Deseja-se construir um recipiente cilíndrico (sem tampa)


de V  litros de capacidade. Quais as dimensões do recipiente que requerem
o mínimo de material?
Sejam h e r a altura c o raio da base do cilindro, respectivamente. (Fig.
3-24) Devemos ter
V= nrh
Para o mínimo de material, devemos calcular a área da superfície e
minimizá-la:
 A(r) nr1 nrh.
o teorema do valor médio e suas aplicações 105

Da fórmula do volume, vem

h = ~nr 2
V 
 A = nr  + — =  A(r), r > 0,
de onde
V 
 A‘{r) = 2nr  — =-
Igualando a 0, resulta

r =

4V .
Como  A"(r) = n —  j- > 0 (r > 0), concluímos que / — é ponto de
n
mínimo de  Ay e é a resposta procurada.

 Nota.  Problemas como este podem ser resolvidos de uma outra maneira, que,
evcntualmentc, dà menos trabalho. Ao invés de procurar exprimir todas as variáveis
em função de uma só (como fi/emos. exprimindo  A  cm função de r).  apenas con
sideramos que isso pode ser feito e utilizamos uma expressão que defina tal função
implicitamente. Por exemplo, na relação

 A(r) = nr1 + nrh,
consideramos h  como função de r. Derivando,
 A'(r) —nr  + n(lt  + rh'(r)).
Precisamos calcular h'(r).  Sendo
V   = nr2/»,
06 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

onsiderando novamente h  como função de r, vem, derivando,


O = V =  n r h + nrh'(r)

•. h ( r )>=   -----
h
r
Substituindo na expressão dc  A'(r):
 A '( r ) = 27t(r h),

que se anula para r  = h.


Esse valor, levado na fórmula dc V, nos dá
V = n r h - n r  3

Para o cálculo de  A''(r ) usamos a expressão encontrada de  A'(r):


 A"(r) = [2rc(r - /»)]' = 2n(l - li(r)) — >0

 f y t 
e * - é ponto de mínimo de  A.
V 71
Na Fig. 3-25, apresentamos os gráficos de  A{r)  para K = 1, V — e V = 3.

Figura 3-25
V= 1

i +i > I - 4 » .X
o teorema do valor médio e suas aplicações 107

Um problema que f reqüentemcnte surge na prática é o de determinar o


andamento de uma função  y = f(x)   ao variar x. Isso é obtido, por exemplo,
esboçando-se o seu gráfico. Para esse efeito, é bastante importante conhecer
os pontos do gráfico nos quais se apresentam “picos” e “vales”. Observe a
Fig. 3-26, onde se representa o gráfico de uma função.

Os pontos do gráfico correspondentes a b, d. /s ã o “picos” ; c os corres


pondentes a a, c, e, g,  pontos de “vale”.
Note que, se consideramos valores de x suficientemente próximos de b,
esse ponto fica parecido com ponto dc máximo da função, embora não
seja isso. Na verdade, ele é ponto de máximo “naquele local vizinho a />”.
O mesmo sucede com os pontos d   c / Analogamente, os pontos a, i\ e, g se pa
recem com pontos de mínimo da função.
Essas considerações motivam a definição dada a seguir.
Seja / uma função de domínio D, e c e  D. Dizemos que c é ponto de máximo
local de f    se existe r > 0 tal que
x e D n (c - r, c + r) => f( x ) <  f ( c \ 
e nesse caso  f{c)  é dito um (valor) máximo local de f. Trocando ^ por ^ te
remos  ponto de mínimo local e (valor) mínimo local de f.
Eis duas proposições que reconhecem pontos dc máximo e minimo
locais.
Proposição  3.4.3. Seja / uma função contínua num ponto c. Suponha
que existe um intervalo (a,b)  contendo c  tal que f'(x) <  0 para a < x < c
e/'(x) > 0 para c < x < b.  Então è ponto de minimo local de/. Trocando
108 INTRO DUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

entre si  f'{x) > 0 e f'{x)   < 0 no enunciado, a conclusão é que c  é ponto


de máimo local d  f.
Prova. Decorre da Proposição 3..1 e da nota após sua prova.
Proposição  3... Sea c  um ponto do domínio de uma função / tal que
 f'(c) =  0. Então
a) se /"(c) > 0, c  é ponto de mínimo local de  f ;
b) se f"(c)   < 0, c é ponto de máximo local de /.
Prova.  Por definição,
 f'(c + h)-f'(c)
 f"(c)   = lim ' -------- — •
*->0 n
Como
 f \ c ) = 0,
r ( c ) = lim £ ( £ - t* > .
fi-»o h
Suponha que  f"[c) >  0. Então, para h  suficientemente pequeno*, deve
ser  f'(c   -|- h) >  0, e, daí,
h J \ c + h) > 0 se * > 0,
 /'(c + h) < 0 se h < 0.
A conclusão segue da proposição anterior.
 Nota.  Uma explicação geométrica do fato de aparecer a derivada segunda nesta
proposição será possivel em termos de concavidade de gráfico, matéria que será vista
na próxima seção.

Exemplo  3.4.8. Achar os pontos de máximo local e de mínimo local


da função

 f(x) = x 3 - x + 2 / 3 .
9
Temos
 / (x) = 3x ! - ,

■ raizes
cujas - , > /3 e
são
3

*Quer dizer, existe h0 > 0 tal que h varia no intervalo (-h0 h0).
o teorema do valor médio e suas aplicações 109

Como
 /"()  6, resulta

r ( ^ ) = 273 > o
e
  27 3 < 0

Então
73 73 é ponto de mínimo local
— é ponto de máimo local  ——
de /.

 Nota. Se/'(c) = 0 e f"(c) = 0, nada se pode afirmar, pois, se/(x) = x4, 0 é ponto


dc mínimo local e /'(O) =  , /"(O) = 0: e, se /(.v) =  x3, /'(O) =  ,  /"(0 ) = 0 e 0 não
é nem ponto de mínimo local nem de máximo local. Para se decidir que tipo dc ponto
é c,  nesse caso é preciso lançar-se mão de derivadas de ordens mais altas. Veremos
isso quando estudarmos a fórmula de Taylor. Veja, porém, o Exer. 3.4.15.

EXERCÍCIOS
3.4.1. Um fazendeiro quer construir um galinheiro retangular de modo
que um dos lados seja uma parte de um muro de que ele dispõe. Sabendo
que o fazendeiro possui l  metros de aramado. dimensionar o galinheiro
de modo que as galinhas tenham o maior espaço possível para seus afazeres.
110 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

3.4.2. Uma anela deve ter a f orma de um retângulo encimado por uma
smicirunfernia. Sendo seu pcrimctro fixo, achar a relação entre a base
e a altura da parte retangular se se requer área máxima de abertura.
*3.4.3. Um arame de comprimento l  deve ser cortado de modo a se obte
rem dois pedaços, um dos quais é usado para construir um círculo e o outro
para construir um quadrado. Como deve ser feito o corte para que a soma
das áreas englobadas pelas duas peças seja
a) minima? b) máxima?
3.4.4. Dentre todos os triângulos retângulos tendo mesma soma dos catetos,
a) qual o de área máxima?
b) qual o de hipotenusa mínima?
3.4.5. Achar o trapézio (isósceles) de maior área inscrito num semicírculo
dado, sendo sua base maior o diâmetro desse semi-círculo.
3.4.6. Retira-se de um disco um setor e, com a parte restante, constrói-se
um cone. Achar o ângulo central do setor removido de modo que o cone
tenha volume máximo.
3.4.7. Inscrever numa esfera dada
a) o cilindro de área lateral máxima;
b) o cone de volume máximo;
c) o cone de área lateral máxima.
3.4.8. Escrever um número como soma de dois números de produto máximo.
3.4.9. Sobre um pedestal de altura  H   coloca-se uma estátua de altura h.
A que distância do conjunto deve se postar um observador para que veja
a estátua sob ângulo máximo?
3.4.10. No lançamento oblíquo de um projétil no vácuo, qual o ângulo
que dá o maior alcance para uma velocidade escalar inicial fixada?
3.4.11. a) Achar o ponto do gráfico de  f{x) = x   que está mais próximo
do ponto P  = (0,1).
b) Idem para  f(x ) =  y j x   + 1, P  = (0,0).
c) Idem para  f(x ) — x - 1, P  = (0,0).
3.4.12. (Lei da refração da luz). Dois meios (I) e (II) estão separados por
uma superfície. A velocidade da luz é t, no meio (I) e v  no meio (II). Se
um raio luminoso parte de um ponto  A x  de (I) e atinge  A   em (II), o cami
nho é tal que o tempo gasto é mínimo (Fermat). Mostre que o raio cruzará
a superfície num ponto  B  (veja Fig. 3-28) tal que
o teorema do valor médio e suas aplicações 111

3.4.3. Achar os pontos de máimo local e de mínimo local de/, sendo/(x) =


v x  + 1  x
a ) --------- b) -; c) 2x3- 6 x +  yf?>\ 
 x x + 1
x2 - 5x + 9 sen x - cos x + 2
d) x4 - 4 x 3 + 4x2- 1; e) , 0 1 + sen, x + (cos x)(cos
—- ..
x - 6x + 9;; x -1 )
g) e x - x + 3; h) cosh x; i) senh x ;  j)  xex;
(2 - x)3
1) x(l + x)2(l - x ) 3; m) n) 3*.
2(1- x ) ’
3.4.14. Como devem scr a e b  para que a função /(.\) = ax  -hln(l + x2)
tenha
a) 2 como ponto de mínimo local;
b) -2 como ponto de máximo local.
3.4.15. a) S e /é uma função contínua em c  e existe um intervalo (a,b) con
tendo c tal que /'(x ) > 0 s e a < x < c e  f'(x) > 0 sc c < x < b,   então c
não é ponto de máximo local nem de mínimo local de /.
O mesmo resultado vale se no enunciado trocamos/'(x) > 0 por f'(x) < 0.
b) Mostre que 0 não é ponto de máximo local nem de mínimo local de
 /(x ) = x3.
c) Existem a c b  tais que a função do Exer. 3.4.14 tenha 1 como ponto
de máximo local? (mínimo local?)
3.4.1 . Mostre que 0 é ponto de mínimo local de /(x) = x4. Idem para
 /(x ) = x2;, n  natural.
3.4.17. L dado o gráfico da derivada de uma função. Dar os pontos de
máximo local e de mínimo local da função nos casos:
112 INTRO DUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

O que se pode concluir sobre a eistênia d pontos de máimo e de


mínimo?
3.5. APLICAÇÃO DO TEOREMA DO VALOR MÉDIO.
CONCAVIDADE
Nesta seção veremos que informação geométrica c dada pela derivada
dc segunda ordem dc uma função.
Suponha que / seja uma função contínua num intervalo /, em cujo in
terior esteja definida / " . Suponha também que, para todo ponto  x   interior
de /, verifique-se f"(x) >  0. Como / " é a derivada de / ', isso significa que
 / ' é crescente no interior de /. (Veja Proposição 3.3.1). Portanto, à medida
que x cresce, o coeficiente angular da tangente deve aumentar, e a reta tan
gente “roda” no sentido anti-horário. Na Fig. 3-30, é mostrado um caso
típico dessa situação.
Av

H------ 1---------1--------- 1------------- 1- ► X


X  x Xj x4 X,
o teorema do valor médio e suas aplicações 113

Observe: , < 2 < 3 <  < 5 e  /'( ,) < / '(  a) < / '(  3) <  f ' ( x j <
< /'(  5).
Quando ocorre um aso como o da figura, dizemos que a função tem
concavidade para cima. Se, nas onsiderações feitas, tivéssemos suposto
 f"(x)   < 0, o aspecto do gráfio de um caso típico seria o mostrado na Fig.
331 e, nesse caso, diz-se que / tem concavidade para baixo.

A fim de formalizarmos a definição de concavidade para cima e para


baixo, observemos que, no primeiro caso, traçando a tangente em qualquer
ponto do gráfico, com exceção do ponto de tangência, todos os pontos do
gráfico ficam acima da tangente, (no segundo caso, todos ficam abaixo,
com exceção do ponto de tangência)*. Analiticamente, isso pode ser ex
presso por (veja Fig. 3-32).
A f(x,h) > df (x,h),
islo é.
 /(x + /■ )-/(*) >/'(x)/>
 f ( x + h)> f{x) +  f'(x)h,   para certos x e h.

Precisamente, damos a seguinte definição:


Seja /u m a função contínua num intervalo / e derivável no seu interior**.
Diremos que / tem concavidade para cima  (para baixo) em I   se, para todo
x interior de / e h  # 0 com x + h  em /, verifica-se
AAx,/i) > df(x,h) (A/(x,/i) < df(x,h)).
Proposição  3.5.1. Seja / uma função contínua num intervalo 1.  Suponha
que, no interior de / . / ' seja continua e f "  esteja definida. Então, se/"(x) > 0

*A matéria a seguir pode ser deixada de lado numa primeira leitura.


**Existe uma definição mais geral, que não exige diferenciabilidade.
114 ' INT RO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

para ima (para baio) em  /.


Prova. Temos, para todo  do interior de  / e h ^ 0 tal que  + h per
tence a  /,
A /(,/i)  df x   j   / (  h) -f ( x ) - h f Xx) 
= J"(c)h-hf'(x) = h (n c )- f' (x ) ) = hf"(d)(c-x),
onde c  é um ponto entre  e  + h, c d.  um ponto entre c  e . (Apliamos
duas vezes o teorema do valor médio. Uma vez a / e uma vez a /'.)
Temos, por hipótese, que f"(d)    0. Por outro lado, o produto h(c -  )
é sempre positivo para h  / 0 (vea Fig. 333).
 c xh h c x
Figura 333  ' i  — <----------- |.. ■ |
h>0 h<0

Logo.  À/(x,h)-d/(x,h)    0. O outro caso é deiado como eercício.


Exemplo  3.5.1. Dada /(x) = senx, 0 < x < 2n,  achar em quais inter
valos ta função tem concavidade para cima c cm quais tem concavidade
para baixo (Fig. 3-34).
o teorema do valor médio e suas aplicações 115

Temos  f " ( x )  sn. Logo,  /"() < 0 se 0 <  <  j i  e então  / tem
concavidade para baio em [0,r].
Se n <   < 2n,  /"( ) > 0. e então  / tem concavidade para ima em
[ jt  27l].

Exemplo   3.5.2. Idem para /(x) = Inx, x > 0. (Fig. 3-35).


Temos  f"(x) = - < 0; logo.  f    tem concavidade para baixo no seu
x
domínio.

Figura 3-35

x2 + x - 3
Exemplo  3.5.3. Idem para /(x) = ( X ¥= - 1) (Fig. 3-36).
x+ 1
Através de um cálculo fácil chega-se a que
6
 /"(x) = - (x # - 1).
(xTT)3
Se x < -1, vemos que  f"(x) >  0, e f    tem concavidade para cima no in
tervalo x < -1.
Para todo x do intervalo x > -1, temos  J "(x) < 0, e / terq concavidade
para baixo nesse intervalo.
116 INTR OD UÇ ÃO AO CALCULO cálculo diferencial

Fig ura 336

 Nota. Reeamine agora os enunciados das Proposições 3.4.2 e 3.., tendo


presente o que se fez coni relação á concavidade Os resultados dessas proposições
agora deverão parecer-lhe naturais.
Suponha que / seja derivável num ponto c, e que existam a t b  tais que
a<c<b e
 f" ( x ) > 0 (/"(*) < 0) para a < x < c,
 f"(x) < 0 (f"{x) > 0) para c < x < b.
Nesse caso, c é chamado  ponto de inflexão de f.
Sugestivamente. podemos dizer que. num ponto de inflexão, a função
muda sua concavidade.

Figura 3-37
c é ponto de inflexão

\
o teorema do valor médio e suas aplicações 117

Admita que f "  seja continua em (a,ò) (notação e hipóteses como na definição
anterior). Tomados um ponto m dc (a.c) e um ponto n de (c,b),f"(m) e/"(«) têm sinais
contrários, por hipótese. Pelo teorema de Bolzano, existe um ponto de (m,n) no qual
 / " se anula, o qual só pode ser <• em vista das hipóteses feitas.
Provamos assim.a proposição que segue.

Proposição  3.5.2. Seja c ponto de inflexão de uma função /. Se  f "   for


contínua em c\ então  f"(c) = 0.

Exemplo  3.5.4. Achar os pontos de inflexão de / (x) = sen x. 0 < x < n.
Como /"(x) = - sen x é contínua, se existir ponto de inflexão, deveremos
ter /"(c) = 0. 0 < c < 2».
No caso, temos c = n.  Como /"(x) < 0 para x < n  e /"(x) > 0 para
x > 7t. segue-se que c = n è ponto de inflexão.

Exemplo  3.5.5. (Contra-exemplo). O fato de  f"(c)   = 0 não acarreta que


c  seja de inflexão. Por exemplo, para /(x) =  x*.  temos /"(x) = 12x2. Então
 /"(O) = 0. mas 0 não é evidentemente ponto de inflexão de /. pois f"{x) > 0
para todo x ^ 0.
118 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

 f(x) = A'

EXERCÍCIOS
Nos eeríios a seguir, estudar a concavidade e os pontos dc inflexão
dc  f(x ) =
3.5.1. x2. 3.5.2. 2x2. 3.5.3. ax2 + bx + c (a  # 0).
3.5.4. x 3. 3.5.5. x5 + x. 3.5.6.
x 1
3.5.7. -1 • 3.5.8. 3.5.9.
1 + X 1 + x2
3.5.10. (1 + x V . 3.5.11. x 2 v/ x + 1. 3.5.12. y í ? .
3x3
3.5.13. 3.5.14. - - — •
ln x

3.6. ESBOÇO DE GRÁFICOS DE FUNÇÕES


As informações das seções anteriores são de grande valia no traçado
de gráficos de curvas, como é claro. No entanto é desejável que se tenha
uma idéia do comportamento de uma função para valores de x "muito
o teorema do valor médio e suas aplicações 119

grandes” e para valores de  muito negativos”. Epliquemos melhor,


dando um eemplo. Considere a função  f(x) =  1/x, (x # 0). É intuitivo
que, quando x c muito grande. 1/x é muito pequeno. Quanto maior x, mais
1/x se aproxima dc 0 (veja a Fig. 3-40).

x-» + « X 

Se x se torna muito negativo, por exemplo, x = -1 000000, — tam

bém se aproxima de 0 (n o caso. — —------A-___= - 0.000001 \ O fato é


F V x -1000000  J 
indicado assim:
,lim —1 = 0.
x - * — oo X

Veja mais exemplos através da Fig. 3-41.


120 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Nos asos (a), (b) e (c), temos lim /(x) =  L   e, nos casos (c) e (d),
 x-++ 00
temos lim /( x ) =  L.
JC-*- 00
Formalmente, seja / uma função cujo domínio contém um intervalo da
forma  x ^ a. Então dizemos que / tende a L para x tendendo a mais infinito
e indicamos lim  f(x) =  L   se. dado e >  0, existe um número b  tal que.
X  + 00

para todo  x > b,  temos  \ f ( x ) - L \ < e.


Na Fig. 3-42, você pode observar que. a partir de b, o  gráfico da função
fica inteiramente contido na faixa sombreada; e, para cada e >  0. você
encontra um b  e constrói uma faixa do mesmo tipo.

Deixamos para você a definição de lim /(x), bem como ilustrações


X  — cjO

gráficas correspondentes.
Os teoremas que existem em conexão com as definições acima são inúme
ros e seria bastante desconfortável (tanto para nós como para você) enun
ciá-los aqui*. Vamos agir na base da intuição.
x * + x - 1 .
Exemplo 3.6.1. Calcule o limite de — ^— —— para x tendendo a mais
r  x* + 10.x
infinito c a menos infinito.
Temos

2x5 + x - 1 2+ X
V ^x3
lim lim
x   + ao x5 + lOx X *• + 30 íõ
1 +
X4

(dividimos numerador e denominador por x5).


*Veja tabela adiante.
o torma do vaor médio  suas apiaçõs 121

^ J  i io . r
Quando  x cresce, vemos que -r» —r» —r tendem a zero. Logo,
x x  x
2x 5 + x -1 . 2 + 0 - 0 ^
lim — ;— —— • = —----- — = 2.
X-.+® x5 - lOx 1+ 0

^ , • . 1 1 10 .
Quando x se torna muito negativo. — > — > —j se aproximam de 0.
X’ x" x
Logo.
2x5 + x  1 2 + 00 „
hm — t ----—— = —----- — = 2.
x - - oo x 5 + lOx 1+0
 x* —1
Exemplo 3.6.2. Calcular o limite de — —— para x tendendo a menos
infinito e a mais infinito.
Temos
1-
x2- l X
lim —- = lim
x - -‘- 4x - 3x
00 x- + 00

(dividimos o numerador e o denominador por x2).


1 3
Quando x se torna grande. -j« — se aproximam de 0. Então
-X  • 
1
1--r
1
x2 3
4 -4
x3
tende a 0 • — = 0. Logo,
4
,. *2~1 n
lim 4 = 0.
t- + oo4x - 3x
Do mesmo modo,
x2-l
lim - 0.
X  - * -  00 4x* -  3x
Pode suceder que, quando x se torna muito grande, /(x) se torna muito
grande, ou muito negativo (Fig. 3-43).
122 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

No primeiro caso, indicase


lim /(.*) = + oo e, no segundo, lim /( x ) = -oc.
X “* + 00 X "  *  + OO

Você já imaginou dar as proposições relativas a esses conceitos, sabendo


que, além desses, temos de considerar ainda
lim  f (x) = + oo e lim  f (x)   = -oo?
x  - oo * -• —oc

—1
Exemplo   3.6.3. Calcule o limite de —-i—— para x tendendo a mais
-------
x4 + 2x + 1 v
infinito e a menos infinito.
Temos

lim . ,
.....
x6-l
= lim
c-*+00X + 2x + 1 x-» + ao
2 1
<-i)
1 + ~3
X3 + ~4
X
Quando x cresce, também cresce x2 além de qualquer valor, ao passo

que se aproxima de 1. Logo,


2 1
1 + 3 + 74
x6- 1
lim = +oc.
x —   + oc x4 + 2x + 1

Quando x se torna muito negativo, x2 se torna muito grande, e

- 7
, 2 1
1 + X~33 + X~4

se aproxima de 1. O resultado é, portanto, o mesmo.


o torma do vaor médio  suas apiaçõs 123

7l
Exemplo  3.6.4. Idem para
-x*  x  
Temos

x7l
lim = Um
 ——7 ----  - ------ - = - 3 0 .
c-*+ oo—2.X + x + 1 x-* + oo 2 1
“2 + —3 + —4
X X
pois, quando x cresce, x3 cresce além de qualquer valor, e

d
----------------- se aproxima de - —•.
2 1 2
-2 + -3 + —
x*
Por outro lado

x7-l
lim —r—
..... - = lim < b) = + 0 0 ,
----
*-* —co—2x4 + 2x + 1 »-• - oc> „ 2 1
-2 H 3 H Í --------
X X
---

pois, dessa vez, x3 se torna cada vez mais negativo quando x se torna cada
vez mais negativo.
Você deve ter percebido que, para calcular limite de funções racionais
para x tendendo a mais infinito ou a menos infinito, é conveniente colocar
em evidência a maior potência de x no nuraerador e no denominador e
simplificar.
Exemplo 3.6.5. Idem para x6 - 2x + 10.
Temos
lim (x6 - 2x + 10) = lim x6( 1- ^ )= 00.
JC-* -f  x * + ao \ X  J 

Da mesma forma, lim (x6-2 x + 10) = + oo.


x—
* — 

Exemplo  3.6.6. Idem para x7-2x + 10.


Temos

lim (x7- 2x + 10) = lim x7( l - —z + ) = + oc


+® Í - + CO \ X6 x 7/  

lim (x7- 2x + 10) = lim x7( 1 - --6- + = -oo.


x-* - oo x-> - oo y X   J 
124 INT RODUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

Exemplo  3.6.7. Idcm pa ra  27   6 +   102 + 1.


Temo s
lim ( 27  6 +   102 + 1) =
  ~  + 00

,.
i( . 1 1 10 1\  
= x~ + + ao  ry 2 “ TX + X^ X“ ^ + X^ J)   = _co
Po r outro lado.
lim (27   6 +   102 + 1) =
A -• - ac

,. 7 / „   0  \ 
 lim ^ í -2 - — + -3 - -5 + --7 ) = + 00 .
x  to  \ X X X X  

Outros casos que ocorrem e que não sc enquadram nas situações que
focalizamos vão ilustrados na Fig. 3-44.
o torma do vaor médio  suas apiaçõs 125

Ob serv e que, no ca so (a), à medida que  se ap roima de 0 , /( ) cresce


cada vez mais, tornando-se arbitrariamente grande. Nesse caso, indica-se
assim:
lim /(x) = + oo
X-*JC0
No caso (c), a indicação é
lim /(x) = oc
X  * X  

No caso (b), quando x se aproxima de x0 pela esquerda,/(x) se torna


arbilrariamente grande; e, quando x se aproxima de x0 pela direita,/(x)
se torna muito negativa. Indicamos, respectivamente,
lim /(x) = + oo e lim /(x) = oo
.X > XÇ 
  X - + X Q  +

Plll-J v» UI. .I illilk.lv,,h' V*


lim / (x) = - e lim  f(x) = + oo
X-*X0-  X-*X0+
No caso (d), temos
lim /(x) = oo e lim /(x) = /( x 0).
X -* X ü - X -* Xo +

E, no caso (f),
lim /(x) — +oo e lim / (x) = L.
X  * X Q  _ X-**0 +

Tente dar uma defínição precisa para os novos símbolos introduzidos


(não é preciso que isso seja feito já, para você não perder o fio da meada).

Exemplo 368 lim ------= oo


x-l - X - 1
Você pode pensar assim: quando x tende a 1 pela esquerda, isto é, por
valores menores que 1, o numerador tende a 1, que é positivo. O denomi
nador, por sua vez, tende a 0, por valores negativos, pois x - l < 0 s e x < l .
Logo, - —< 0 para x próximo de pela esquerda, e fica cada vez mais
126 INT RO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Exemplo  3.6.9. lim -------= + oo.


K j c  l    1

Quando  x se ap roima de 1 pela direita, isto é, mantendo se maio r do


que 1, o nume rado r tende a 1, e o denominado r a 0, mantendo s e positivo,

Daí, —  0 pa ra  x   próimo a 1 pela direita, e torna-se grande arbi-
trariamcntc desde que  x   esteja suficientemente próximo a 1, mantendo-se
maior que 1.

Exemplo 3.6.10. lim = + oo (Fig. 3-45).


*-o .x
Note também que
,. 1 ,. 1
lim = + oo e lim — = + oc
* 0  x  — 0  

Daremos a seguir um resumo sobre os tipos de limites que vimos nesta


seção. Além das definições, constarão também propriedades, sob forma de
uma tabela. As provas de algumas serão dadas no Apêndice B. O leitor
não deve interpretar mal a colocação desses resultados nessa altura dos
acontecimentos. A idéia é fornecer as definições e os resultados para o leitor
que não gosta dc pisar cm terreno inseguro (estamos nos referindo a terreno
exclusivamente matemático). Ao invés de procurar decorar as propriedades,
você deve intui-las geometricamente. Agora, se você é daqueles que gostam
dc tudo certinho. ótimo: estude o Apêndice B.
Sí mbolo Significado
lim /(x) = L Dado e  > 0. existe b  tal que x > b  implica
 -♦ + O Q
|/(x)-L| < e

lim  f{x) = L lim  J'(-x) =  L


    CO    +oo

lim  f{x) — + oo Dado Aí > 0, existe b tal que x > b  implica


JC“♦ + 00
 /(x) > M

lim /(x) = + oo lim /(-x)= + oo


   + —30 JC-* + ao

lim  f(x) = -oo lim ( -/(x)) = + oo


JC-* + 00   ~  + 00

lim  f(x)   = -oo lim -f(-x)   — + oc


   — oo X-* + ao

lim /(x) = + oo Dado  M   > 0, existe b > 0 tal que x0 < x <
X “ » X () +
< x0 + S   implica /(x) >  M 

lim /(x) = + oo lim /( -x ) = + oo


X~*X<> ' X - * X o +*

lim /(x) = -oo lim (-/(x)) = + oo


JC-»XO + X - *X o +

lim  f(x)   = -oo lim (-/(-x)) = + oo


 X — X  q - X “ *X O +

lim / (x) lim $(x) lim ( / + g\x) lim (M x ) lim ( A x )


x -a x-D x- 0 X-*
*->D \ 0   / 

+ 00 + 00 + oo + 00 ?
+ 00 -00 ? -00 7

-oo + oo 7 -00 7

-oc -oo -oo + 00 7

L=0: ?
 L + 00 + 00 0
Lí   ^ 0 16^ oo
I- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1- - - - - - - - - - - 1 ~ I --- - - »
 L = 0 : 
 L oo 00 0
 L   ^ 0 : -Cj Oo 1
 jC = 0 1 i + co
 L = 0 : 
+ 00  L + 00  L = 0  : oo
 L  / 0 : cL oo
 L ^ 0 : c L oo

 L  — 0 + : —oo
L= 0 : 
00  L oo  L  — 0  : +oo
+o o
L 0 : - s L oo
 L =£  0 : í/oc
L= 0: 
 L 0+  L 0
Ly^O: r.Loo
 L = 0 : 
 L 0  L 0
L ^ 0 : - e Loo

Explicações.
) □ p ode serser substituído
substituído por qualquer dos símbolo
símboloss x0
x 0 , x0 + , x 0 -,
+ 00, - 00.
2) ? significa que nada se pode concluir.
3) 0 + (0-) significa
significa que o limite da função é 0, sendo a mesmamesm a posi
tiva
tiva (negativ
(negativa)
a) para x suficientement
suficientementee próximo
próxim o de □ . Aqui
Aqui cabem diversas
interpretaçõe
interpretaçõess apropriada
apro priadass quando □ é substituído
substituído pelo
peloss vários
vários símbol
símbolos.
os.
4) e,  é o sinal de L. valendo a regra dos sinais. Assim, se  L < 0, -eLco =
= —( —
—o o = + .
Passemos agora ao esboço de gráficos de funções. Recomendamos o
seguinte roteiro a você, que será ilustrado nos exemplos.
1. °) Observe o do
domín
mínio
io da função, e marq
ma rqueue alguns po pont
ntos
os do gráfi
da mesma (por exemplo, os pontos do gráfico sobre os eixos coordenados,
se houver).
2. °) Ache
Ache as regiões
regiões onde a função cresce e onde ond e decresce.
decresce. Pa Para
ra is
is
você usa a derivada. Aproveite então para achar os pontos onde a derivada
se anula, e tente reconhecer os pontos de máximo e mínimo locais.
3. °) Estude a concavidade e investigue pontos de inflexão.
4. °) Veja o que sucede com a função qu quan
andodo x cresce
cresce mumuito
ito e qu
quan
an
se torna
torn a muito negativo (isto
(isto é, calcule lim /(x
/( x ) , lim /(x)).
/(x )).
  -+      
 -+  X —  

5. °) Verifiqu
Verifiquee se existe
existem
m po
ponto
ntoss x 0 tai
taiss que / (x)
(x) se torna
torn a m u ita gran
ou muito negativo quando x se aproxima de x0 (pela esquerda, pela direita,
o torma do vaor médio  suas apiaçõs 129

Exemplo  3.6.. Esb oça


oç ar o gráfio da função
2 
 /(
 / ( x ) =
4  h 
Seguindo o roteiro, temos

I o) X 1 0 1 / 2
 / ( X ) 3/2 - 1/2 0

8
2.°)  /'(
 / '(xx ) =
(4x + 2)

Se x < - 4- /'(x)
/'(x) > 0 . ' . f é   crescente
crescente no intervalo x < - —
2 2

Se x > -4 " /'(x)


/'(x) > 0 . ' . f é   crescente no intervalo x > - —
2 2

^ /' não está


está defi
defini
nida
da para x = -

64
3.°) x) = -------------
1 '■ ' (4x + 2)3

1
Sc x < */"(x
*/" (x ) > 0 a conc
concav
avid
idad
adee é   para cima no intervalo
1
 x < ~ r 

Se x > - — »/"
»/"(x
(x ) < 0 a concavi
concavidade
dade é para baix
baixoo no in
inte
terva
rvalo
lo
13 INTRO
INT RO DU
DUÇÃ
ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo
cálculo difer
diferenc
encial
ial

D o me smo modo, chega se a

lim  f(
 f ( x ) = —
   ” * - 00  L

x - 1
5°) lim /(x)  — lim —---------  = + oc,
Jt---
--- 1/2 - JC-»- 1/2- 4x + 2
.. .. 2x - l
lim  f(
 f ( x ) = Um ---------- -  =  o o 
 x  - 1/2 +  j c- - 1/2 + 4 X + 2

Com essas informações pode-se esboçar o gráfico apresentado na Fig. 3-46.

x
o torma do vaor médio  suas apiaçõs 131

l.°) / está definida pa ra todo núme ro.

Figura 347 X   0  

1  / (  ) / 2
  / 2 0

(Ob serve que  / é simét ria om relação à origem, pois  f(
 f ( x ) 
  2
2.°)  /'(
 / '(  )  (2 + l )2

Como o denominado r é positivo, o sinal de / ' é dad


da d o pelo
pelo sinal do nume-
rador. Logo,

se x < - 1, temos  f'


 f ' ( x ) < 0 .‘. f é    decrescente no intervalo x < - 1
se -1 < x < 1, temos  f'  f ' ( x ) > 0 .‘. f é    crescente no intervalo -1 < x < 1;
se x > 1,
1, temos /'(
/' ( x ) < 0 / é decr
decresc
escent
entee no interval
intervaloo x ^ 1.
 f ' ( x ) = 0 para
par a x = -1 e x = 1.
2x(x2 - 3)
Como /"(x) = temos
temos / " ( - 1) > 0 e -1 é ponto
p onto de mínimo
mínimo
(x2 + l)3
local
local,, ao passo que,
que, por ser
ser / " ( 1) < 0, concluímos
concluímos que 1 é ponto
pon to de máximo
local.

3.°) Para investigarmos o sinal de /", observamos que o mesmo é dado


pelo sinal do numerador da expressão acima, isto é, por 2x(x2-3).
O quadro abaixo auxilia:

V  o y i
x — — + +
x2-3 + — — +
2x(x2
2x(x 2 - 3) — + — + !
--------- 1

Se x < V ã , então  f"


 f " ( x ) < 0 .*. a concavidade
concavida de é para
par a baixo no in
terva
ervallo x ^ - N/ I .
Se -y/~3 < x < 0, então /"(x/" (x ) > 0 a concavidade
concavidade é para cima
cima no
132 INTRO
INT RO DU
DUÇÃ
ÇÃO
O AO CÁLCULO cálculo
cálculo difer
diferenc
encial
ial

Se 0 <  < ^ 3 , entã o  f"  f " ( x ) < 0 ..


.. a conca
c oncavida
vidadede é pa ra baio no
intervalo 0 ^  x   ^ ^ 3 .
Se    y f i , ent
en tã o  /"
 / " (  ) > 0 a  oncavidade é pa ra ima no inte r
valo  ^ v / _3.
Como as raízes de  /"  / " (  )  0 sã o - y / 3 , 0 c  y/~3
 y/~3,, a ob servaçã o do si
nal de f "  nos diz q ue esses pontos são de inflexão.

4. c) li
lim
m /(x
/( x ) = lim
lim — = 0; lim
lim /(x
/( x ) = lilim 2* = 0.
  *  CC x *  oo + 1 x——c 
o  JL- * - OO   1

5. °) N o caso, esse item não


n ão se aplica.
aplic a.
O esboço fica como mostrado na Fig. 3-48.

Figura 3-48

 No
 Nota.  Um refinamento no traçado do gráfico de uma função pode ser obtido
o torma do vaor médio  suas apiaçõs 133

EXE RCÍCIOS
3.6.1. Ca l u lar lim /(x ) e lim /(x ) nos casos: /(x) =
         x ~   

a) x 2 + 3x - 1; b) -2x2 + x + 4;
c) x3 + 4x2 - 2x + 1; d) x4 - 2x3 + 5x2 - x + 2 ;
x4 - 3x3 + 4x2 - 3x + 2
c) -2x5 + x4 - 3 x 3 + 5x2 0 - x 3 + 7x2 - x + 3 ’
x3 + 2x2 + 9x + 5 2x2 - 5x + 4
g) h)
2x + 5 ' - 2x4 + x3 + 3x2- l ’
x 3 - 5x + 1 3x2-4x + 1
i) -2x7 + 4x4 + 6x2 - 7 ’  j) 2x2 + 8 x -3 ’
-4x 3 + 6x2 - 8x + 12 x2-4 x + 8 x2 + 2 x -3
D m)
2x3 - 7x2 - x + 8 ’ 2x + 3 2x + 1
x2 - 4x + 8 x2: + 2x + 3
n —— +
2x + 3 2x + 1

3.6.2. Completar:
X3- l
a) lim —X b) lim -------
 j t  i ( x  i r x-*0 - X
X3 — 1 3x2 -4
c) lim  ------- d) lim
*-0 + X * - - i - (x- 2)2(x + 1)
3x2-4 3x2 - 4
e) lim
-i+ (x - 2)2(x + 1)  Ü5<  2«x + I)
g) lim tg2 x = h) lim (ln x)2 =
x  * n / 2  

v X2 + 1 ,. X2 + 1
i) lim --------  j) lim - — - = .
X+ 1 X + 1

3.6.3. Esboçar o gráfico das seguintes funções /(x) =


a) x2 + x - 2; b) x 2 - x + 1;
c) x3; d) x 1/2;
e)  x"(n =  1,2,3,.. .); 0 x ,/M(n = 1 ,2 ,3 ,...);
g) (x + lXxr-1)3; b) x3 - x2 - 8x + 4;
2x2 - 3x - 3 + X2 + x - 1
134 INTR ODUÇÃO AO CALCULO cálculo diferencial

m)
(  l )2
n) ex; o) e~x:
p) 0; q) In
. In 
r) e~x*; s) — ;
-e x
t)  xe*; u) sen hx =
~
e x sen x
v) cos hx = ——  .)
1 + cos x
----

x
y)  J / x + ;
x2 —1
3.6.4. Mostre, pela definição, que

a) lim  —z = 0 ; b) lim = 0 (n natural);


x - + co X*  x - + <» X

c) lim —- —0 (n  natural); d) lim c = <


 x > a o x  X — oo

e) lim •— = +oo; 0 lim - = + 00;


 x~* 1( x-1)2 *-o+ x

g) lim — = -oo ; h) x--oo


lim — 7= = 0.
3/^
x-0- x 
4  FUNÇÃO INVERSA

4.. O CONCEITO DE FUNÇÃO IN VE RSA


Sea  / uma função definida num conunto  A. Pelo fato de ser função,
a cada x de  A.  cia associa um único número. Suponha agora que / tenha a
seguinte propriedade adicional: para cada elemento  y  do conjunto  B  dos
valores de /, existe um único x de  A  tal que  y = f(x).
Para não confundi-lo, desenhamos os gráficos que se acham na Fig. 4-1.

O gráfico (a) não é de uma função, poisa x0 estão associados três números.
Já o gráfico (b) é de uma função, mas não goza da propriedade adicional
a que nos referimos, porquanto >’0 = f(x'0) = f  (x'ó) e x'0 # .
O gráfico (c), por sua vez, é dc uma função e goza da propriedade adi
cional em questão. Nesse caso, podemos definir uma função de domínio
 B  da maneira exposta a seguir.
A cada  y de  B,  associamos o (único) número x de  A  tal que  y = f(x).
Indicando tal função por  f ~ l  (leia:/  a menos um), vem
r l(.v) = x,
í st o é ’ / - ■ ( /( * » = x.
 / " 1 é chamada  função inversa de f  e, nessa circunstância, / é dita inver-
sívei
Da definição segue (veja Exer. 4.1.4) que  f ( f ~ x(y)) = y-
Pela própria definição, decorr / é inv ívcl, tod paralela
136 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Figum 

 Noia. Observe que/ “ 1"desfaz” o q u e /“faz”: se/associa ao número x o número


 /(x), então / ” ' associa ao número /(x) o número x. Talvez isso estivesse na mente
de quem denominou/ " 1de função inversa de/. Por outro la d o ./“desfaz” o que/ " 1
“faz”, como é lãcil dc se ver. E de se esperar então que/ seja a função inversa d e / -1,
isto é ( / -1 )_l = / Propomos isso como exercício (veja Exer. 4.1.4).

Vamos ver geometricamente a relação entre / e / _l . Tomado o ponto


(x,.y) do gráfico de / ( y = / (x)), a função / - 1 associará a  y  o ponto x;
logo, (_y,x) pertence ao gráfico de / - 1( / - 1(.v) = x). Observando a Fig. 4-3,
onde esses pontos estão marcados, é imediato que eles são simétricos em
relação à reta  y = x.

refletir este ao longo da reta  y = x.


Exemplo  4.1.1. A função / dada por  y   = /(x ) = 2 x - l é inversívcl. De
fato, dado  y,  existe um único x tal que  y   = /{ x) = 2x - 1, a saber,
 y + 1
 x —
 y -}- 1 . x "h 1
Temos  f ~ l(y) = —- — Nada nos impede de escrever f ~ l(x)  = —-—
função invrsa 137

 / 

Figura 44

Exemplo  4..2. Sea  / uma função continua num inte rvalo  /, derivável
m todo s os p onto s  x d o seu interior, para os quais se supõe f'(x)   > 0. Então
 / é inversível. De fato, / é crescente em /, e mostraremos agora que toda
função crescente é inversível:
Sejam  y t x  números tais que j’ = /(x). Não pode existir x,  x  tal que
 y = / ( x j , pois, nesse caso, teríam os/(x) = /( x ,) por um lado, e se  x l  # x,
ou x, < x e daí /( x ,) < /(x), ou x, > x e daí /( x ,) > /(x), e o absurdo
sempre fica configurado.
Como aplicação, temos que a função /(x) = x3 + x é inversível, pois
 f'(x)   = 3x 2 + 1 > 0.

 Nota.  O resultado do Ex. 4.1.2 obviamenle subsiste se a condição f\x )   > 0 é


substituída por f'(x) < 0.

EXERCÍCIOS
4.1.1. Dos gráficos apresentados na Fig. 4-5, dizer quais são de funções
inversíveis.
4.1.2. Achar a função inversa (se existir) da função / nos casos /( x) =
a) 5 x - 2 ; b ) x 2 ( x > 0);
c) x2 (x < 0);
e) ( x - 1)3;
x+ 4
h ) ----- ~(x * 3);
x- 3
x ^ 0;
138 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

D  > 0; m) seuhx;
 
n) osh x, x ^ 0 ; o) 2 + In (x + 3) (x > -3);
ax + b , , ^ d 
q ) —-——» a d - b c ^ O , x #   -----••
p)1 + F ; cx + d c
 N o ta .  Recomenda-se esboçar os gráficos d e /e d e / \ para melhor compreensão.

4.1.3. Mostre que as funções dadas a seguir são inversíveis.


a) /(x ) = x 3- 2x2, x < 0 ;
b) /(x) = x3 - 2x2, x > y ;
4
c) /(x) = x 3 - 2 x 2 .  x > — ;

d) /(x) = senhx [nào use o Excr. 4.1.2.1];


, „ 1 , 1 -I- x
e)  f(x) = I n - ------ -1 < x < 1.
2 1- x
4.1.4. Mostre que ( / “ * = /, c que/ ( / ” '(>’)) = )’ para todo  y do domínio
de f T \   sendo / uma função inversível. Verficar isto no Exer. 4.1.2.
4.1.5. Suponha que f é  uma função inversível tal que: ~
função invrsa 139

a) M o stre que  /()  0.


b) M o stre que  f ~ 1(2) =  102, sab endo que  /(0)  .
1
4..6. Ca l ule  / ‘() e no ca so em que  f(x)   = , e conc lua que, em
 /()
geral, / ()   r   
4..7. S e /é uma função inversível tal que (/°/Xx) = x para todo x do seu
domínio, então a inversa de / é a própria  f    (Exemplos:

 /(x ) = x, /(x) = — . X #0.)


x

4.2. PROPRIEDADES DE UMA FUNÇÃO TRANSMITIDAS


À SUA INVERSA
Seja/ uma função inversível. Então o gráfico d e / -1 é o simétrico do
gráfico de / em relação à reta v = x, como vimos. Essa circunstância nos
faz esperar que certas propriedades d e/ sejam transmitidas a  f ~ l.  As pro
posições desta seção, nos dizem algo a respeito.
Proposição 4.2.1. Seja / uma função contínua e crescente (decrescente)
no intervalo [a,6], que é seu domínio. (Veja Fig. 4-6). Então
a) / é inversível, e o domínio d e / -1 é [ /( a ) ,/ ( 6)] ([/(b ),/(a )]) ;
b) f ~ l  é contínua no seu domínio;
c)  f ~ l  é crescente (decrescente) no seu domínio.
,y  y
m  f {a)
^ j ~ p v
. yo | N.
Figura 4-6
 f(a)
r i ! . m  ! i
a x0 b x a b x

Prova. Suporemos / crescente, deixando o outro caso para o leitor.


a) O fato de / ser inversível já foi estabelecido no Ex. 4.1.2. Mostremos
que o domínio de/ -1 é [/(a ),/(b )]
Dado  y0 de [f(a),f(b)]yo   teorema do valor intermediário garante que
14 INT RODUÇÃO AO CÃLCULO cálculo diferencial

d e  f ~ l ce rtamente contém o inte rvalo [ /(a), / ( 6)]. P o r outro lad o, pelo


fato de / ser crescente, nenhum ponto não-pertencente a esse intervalo
pode estar no dominio de  f ~ l.  (Por quê?)
b) O fato de / " 1 ser contínua em seu domínio é geometricamente evi
dente por ser seu gráfico simétrico do gráfico de / em relação à reta y = x e
 / ser continua em [a,ó]. A prova desse fato é fácil, mas preferimos dá-la
no Apêndice C, apenas para não dispersar a atenção do leitor.
c) Se y, e y2 são números do domínio d e / -1 com yj < y2 , então de
vemos ter  f~1(y1)<f~1(y2)- senão teríamos

e, como / é crescente,

 / < r l( y i ) ) > / ( / - , (y2)X

o que é absurdo.
O enunciado da proposição seguinte parecerá horrível a você, mas
não se impressione com isso. Nós vamos destrinchá-la.
Proposição  4.2.2. Seja / uma função derivável no seu domínio (a,6), tal
que f ' (x ) > 0 (/'(x) < 0) se verifica para todo  x de (a,b).  Nessas condições,
temos
(/" W M ) =
 /'(x)
para todo x de {a,b).
Essa fórmula, aparentemente complicada, exprime um fato geomér
trico bastante simples, que veremos agora (dessa vez não colocaremos a
prova da proposição em apêndice, mas no fim desta seção).
Na Fig. 4-7, estão desenhados os gráficos d c / e d e / -1 .
Como f é  derivável em x, podemos traçar a tangente r   no ponto (x,/(x)).
Temos
tga =/'(x).
Pela simetria com relação à reta y = x, o gráfico de / - 1 admite a reta
tangente s no ponto (/(x), x), e -
função invrsa 141

n
—  a  y,
4
e daí, subtraind o memb ro a memb ro, resulta

de modo que
1
tg P = ctg a
tg a '
ou sea.
i
( / ‘n / M )

que é a relação do enunciado da p roposição.


Na p rátia, é onveniente o uso de outra notação. Indicando /(x) por
 y, e f ~ l(y)  por x, o resultado se escreve
dx 1_
dy  y dy_
142 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

ou, mais brevemente,


d.x 1
dy dy
dx
que tem a apa rênia de uma identidade a lgébria. Veamos omo funciona.
Exemplo .2.1. Sea a funç ão  y —f(x) =  x , x >  0. Como f'(x) = x  0
se  x    0, então  / é rescente; logo, é   inversível. Calculemos a derivada da
inversa.

F.ntão
dx _ J_ _  j l
dy dy x
dx
Devemos colocar x em função de y. Como  y =  x  c x > 0.  resulta x =
— yf~y.  Então
dx _ 1
d v ~ J~y
Retornando à notação anterior, escreve-se
d f  1 ^ 1
 dy 2 J~y
ou, como é costume,
função invrsa 143

n n
Exemplo 4.2.2. Sea a funç ão  y =f{ x) - sen x.

n
Como /'(x ) = cos x > 0 para - <x< / é crescente em
Logo, é inversível. Sua inversa é chamada arco-seno, c tem por domínio
[ - 1,1] (veja Fig. 4-9). Indica-se  j ~ x = arc sen.

dx _ 1 _ 1 1
dy d£  cos x / 1 _ sen2 x ’
dx
. rfx 1_
-1 < >• < 1,
” dy  /  h 2’
ou seja.
d arc sen y 1
- ! < > ’ < 1;
^ " T w 1’
usando a notação habitual,
(arc sen x)' = -1 < x < l.

*Se x pertence a . cos x > 0.


144 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

n n
Exemplo 4.2.3. Sea  y —f(x) =  tg,  — <  < — •
2 2

logo, é inversível. A função inversa d e /é chamada arco-tangente,  e indicada


por arc tg. Seu domínio é o conjunto de todos os números.
„ 7t 71 .
Se y = tg x, - — < a .então
< — - >
2 .V 2
x = arc tg y
dx _ 1 1 1 __ 1 ___ ___ __

dy dy sec2 x 1 + tg2 x 1 + y2
dx
d arc tg y 1
' dy 1 + y2 ’
OU I
(arctgxy =
Vistos esses exemplos, jà é tempo de dar a prova da Proposição 4.2.2.
Prova.  Vamos supor f'(x)   > 0, deixando o caso  f'{x) <  0 para o leitor.
Seja y do domínio d e / -  \   e x o número de (a.b) tal que y = /(x). Para
todo k   suficientemente pequeno*, y + k   pertence ao domínio d e / -1 (veja
Exer. 4.2.10). Supondo k ^   0 nessas condições, provaremos .que
Mmr v t » w : - J y )
* 0 K 'W'
função invrsa 145

Sea
h i k ) = f - l(y + k ) - r 1(v).
que, po r simp liidade, esr eve remos h*. Como  = f ~ x(y),  vem que
h —f    *(v + k ) - x
 f ' l(y + k) = x + h
 y + k  = /(   h),
 f(x) + k = f ( x + h)
He = / (   h)-f(x).
T oda s essas passagens ficarão claras se você olhar a Kig. 4-11.

Da última expressão, vemos que h  # 0 para k   ^ 0. Além disso, quando


k   varia num intervalo suficientemente pequeno que contém 0, o mesmo
sucede com h  (veja Excr. 4.2.10). Então
 f - \ y + k ) - f '(y) = ___ h______ =   ______1 _______
k f{x + h) - 7 (x)  f ( x + h) - / ( x )
h
1 1
" hf\x) -Th<p(h). ~ f'(x) + <p(h) ’
h
onde q> é   contínua em 0, com <p(0) = 0 (veja Proposição 2.5.2).
A função h(k) = f ~ l(y + k ) - f ~ l ( y )   é contínua em k = 0 [pela Propo
sição 4.2. l(b)] e portanto (f>(h(k))  é contínua em k =  0 (Proposição 2.4.3).
Logo,
lim v(h(k)) = <p(h(0)) = </>(0) = 0.
k 

*h é uma função definida no intervalo onde varia k  referido na nota dc rodapé


146 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

Entã o
lim r ^  k t T H y )  |im i ------- 
fc-»0 K *-*0  / (  )  <p(/l) 7w '

EXE RCÍCIOS
.2.1. Mo str e que a função  /(.)   o s, 0 <  < n é inv rsível. Sua in
versa é indicada arccos (arco co-scno). Mostre que
1
(aa cos x)' = - -1 < X < 1.

n
4.2.2. Definindo arc ctg x = — - arc tg x,


arc sec x = arc cos— .x , ^ 1,
x
arccossecx = arc sen — » |x| ^ 1, prove que

a) (arc ctg x)' = — — j .


1 + x

b) (arcsecx)' = ■ - ■ » |x| > 1;


M V * - 1
c) (arc cossec x í =  ------- / > Ix | > 1.
\ x \ s  /  x   - l  

4.2.3. Mostre que  f{x) = ex + x è  inversível e que ( / _ 1)'(1) = $•


4.2.4. Seja / uma função derivável no seu domínio /, o qual c um intervalo
aberto. Admita que / é inversível, e que  f ~ l è  derivável.
Sabemos que, para todo x de /, subsiste
 / “ *(/(*)) = x.
Derivando essa relação (use a regra da cadeia), mostre que
1
(/" W W )
função invrsa 147

4.2.5. Achar  j '(x\  sendo  f ( x ) =


a) a rtg 2 b) aresen — ;
c) a r  t g ^ /  ; d) arc sen (sen x);
v
1+ x
) are sen 0 arctg
V T T 7 ’ 1-x ’
g) x(arc sen x)2 - 2x + 2 y j  1 - x2 arc sen x;
h) --------------------------- ; i) ln(arctg ln x).
arc sen x
4.2.6. Mostre que
. X 1 + X 71 . >v
a) aresen—===== = arctg . --------- - (x < 1).
 y / l + x 2 4
,x x 1+ x n 1 + v /3
b) ar esen —, — _ = a rc tg - +   ------ arctg-
----- (x > 1).
 \ f  1 + 1 -x l-x/3
Pergunta.  Pode haver algum número c  tal que
x 1+ x
arc sen , = arc tg -----------h c
__

 J i + x 1- x
para todo x ^   1? Isso contradiz o corolário da Proposição 3.3.1.?
"7T
„ se x > 0,
x 1
c) arc tg x + arc tg — = <
x n „
- — se x < 0.
2
d) arctg = arc sen x (-1 < x < 1).
 / i r
*4.2.7. Seja / uma função derivável num ponto x0 , e  f'{ x 0)  = 0; se / for
inversível, mostre que  f ~ l não é derivável em /( x 0).
Sugestão. Use a relação / - 1(/(x)) = x.
4.2.8. Achar:

a). aresen-5^
s/3- ; b) arcsen(sen n)\ 

c) arctg(-l); d) aresen
(i>
e) arc cos 0 arc cos
Hi>
148 INTRO DUÇÃ O AO CALCULO cálculo diferencial

4.2.9. E sb oçar o gráfico de  f(x) =


 x
a) ar tg |  |; b) ar s e n  ______ : c) ar tg In .
V   2
.2.10. P reencha os deta lh es da pr ova da P ropo sição .2.2.
Sugestão. Use a P ropo sição .2.1.
APÊNDICES

N o s apêndies serão u sado s os sí m bo los dad o s a seguir.

Símbolo Lê-se

e i pertence
4 não pertence
A e
V ou
implica
<=> se e somente se
1— associa
APÊNDICE A

NÚME ROS REAIS


O Cá l ulo Diferencial e Integ ral e, mais geral mente, a Aná lise Mate
mática repou sa m sob re a noç ão de núme ro real e suas propriedades. Por
tanto um estudo exaustivo de Análise deve incluir uma definição rigorosa
de número real. Uma maneira de fazer isso é partir dos números naturais
(usando, por exemplo, os axiomas de Pcano) e construir os números inteiros,
os números racionais e, finalmente, os números reais.
Num estudo de Cálculo não cabe, no entanto, o exame de tais problemas,
pois o que se utiliza são as propriedades dos números reais, ao invés da
maneira como são construídos. Assim sendo, vamos considerar um con
 junto com certas propriedades, cujos elementos serão chamados números
reais, não nos preocupando em mostrar a existência do mesmo, a qual
será suposta como axioma.

A.l. CORPO
O conjunto dos números reais é, em particular, um corpo, noção que
definiremos a seguir.
 Definição A. 1.1. Um corpo  é um conjunto K   munido de operações*
(x.v) i—► x + v e (x.y) i—► xj’ tais que:
Ai) (x 4- y) +  z  = x + (>- +  z)  para todo  x, y, z de K ;
A2) Existe OeK tal que x + 0 = x para todo x d q K;
A3) Dado  x e K ,   existe - x t K   tal que x + (-x) = 0;
A4)  x + y = y + x   para todo  x,y de K;
M J {xy)z =  x(yz) para todo x, y, z de K ;
M2) Existe U K , 1 # 0, tal que x • 1 = x para todo  x &K;
M3) Dado  x e K , x ^   0, existe x-1e K   tal que xx-1 = 1;
M4)  xy = yx   para todo x,)1de K;
D) x(y + z) = xy + xz   para todo x,  y, z de K.
)
152 INTRO DUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

0 é ha mado  zero (de K);  , oposto de   inverso de  1, elemento


-unidade.
Proposição A. 1.1. (Cancela mento) .v + r  - y 4 r v  y.
Prova. P o r A3, existe -r e K   tal que
( :) + z = 0.
Da hipótese, vem que
(x + z ) + (-z) = (y + z) + ( - z )
ou, por Aj,
 x + ( z + ( - z ) ) =  y + ( z + ( - Z ) )
[A 3] x + 0 =  y + 0
•• [A2] x = v.
Corolário.  0 é o único elemento de K   que goza de A2 c o oposto dc
um elemento é único.
Prova. Se x+ 0= x e x + 0' = x,
entào x + 0 = x + 0'

•' [A J 0 + x = 0' + x
• • [Prop. A. 1.1.] 0 = 0'.
A unicidade do oposto fica como exercício.
Proposição. A. 1.2. A equação a  + x = b  tem solução única em K. a
saber, x = b + (-a).
Prova, a + (b +  (-«)) = a  + ((-a) + h) ~ (a  + í-fl)) + b = 0 + h = b
[usamos, sucessivamcnie. A4, A,, A3, A2.]
Logo. x = b  + (-u) é solução. Para a unicidade. soinar -a   a ambos os
membros da equação.
Convenção, b +  (-u) cscrcver-se-ã b - a .
Proposição A. 1.3. -(-x) = x; -(x + y) = (—x> + (-y).
Prova. Temos x + (-x) = 0e, por A4 , (-x) + x = 0, o que significa que
--(-x) = x. pela unicidade do oposto.
(x +  y)  + ((-x) + (-y)) =
= x + [y + ((-x) + (-y))] =
=  x + [y + {{-y)  + (— x»j =
= x + (v + (y)) + (x)j =
apêndi 153

Logo. pela unicidade do opo st o, vem


~{x + y)  = () + ().
Proposição A. 1.. (Cance lamento). ( =  zy) a (y ^ 0) =  x = z.
Prova. Eercício.
Corolário. 1 é o único elemento de K   que satisfaz M, e o inverso de
um elemento é único.
Proposição A. 1.5. A equação ax = b. a  ^ 0. tem solução única cm K.
Prova.  Exercício.
a
Convenção, ab 1 escrever-se-á
b~
Proposição A. 1.6. (x *) 1 = x (x # 0).
(xy)“1=  y ~ lx ~ l  (x.  y   / 0).
Prova.  Como x -1 x = 1, decorre da unicidade do inverso de x * 1 que
(x -1) " 1 —x. Deixa-sc o outro resultado como exercício.
Proposição A. 1.7. x0 = 0.

Prova. 0 + xO = xO = x(0 + 0) = xO + xO [usamos A , . A3 , A4 , D].


Considerando o primeiro e o último membro e levando em conta a
Proposição A. 1.1.. vem
0 - xO.

Proposição A. 1.8. xy = 0 => (x = 0) v (y = 0).


Prova. Se x ^ 0, existe x 1 [M 3]. Então x -1(xy) = x _ ,0 = 0 (Pro
posição A. 1.7.) Então

( x - ‘x)y = 0, [M J
1 y = 0, [M 3]
 y = o. [ m 2]

Proposição  A.1.9. (Regra dos sinais).


a) (-x)j’ = x( y) = -xy; b) (-xX-y) =  xy.
154 INTRO DUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Daí deco rr e (faça como exercício) que


-x y   = x(-y).
Utilizando o primeiro resultado, facilmente se prova (b):
(-xX-y) = =  xy
Como exercício, justifique, com base nos postulados, as passagens efe
tuadas nesta prova.
Corolário, -x   = (-l)x.

EXERCÍCIOS

Provar as seguintes afirmações, sendo x.  y. z, w elementos de um corpo:


A.1.1. -0 = 0; l 1 = 1.
A.1.2. -(x-y) =  y - x ;   (x-y) -I- (y-z) = x-z.
A. 1.3. x(y -z ) = x y -x z.
A.1.4. não existe x tal que xO = I.
A.1.5. x 2- y 2 = (x -y)(x I- y)(x2 = xx; 2 = 1 + 1)
A.1.6. x 2 = y2 (x = y) v (x = -y).
A.1.7. x 3- y 3 = (x-y X x2 + xy + y2);
x3 + y3 = (x + yXx2- xy + y2) (x3 = xxx; 3 = 2 + 1).
A.1.8.  j =x.
. ^ X z xw +  ZY x z  x z
A. 1.9. — + — =  --------- ----------- (y, w ^ 0).
y w yw y w  y w

A.1.10. — = — = - — (y # 0 ).
 y y y

V XW
A.1.11. — = — 0'> w, z # 0).
 z yz
w -
X z
A.1.12. Sendo y, w ^ 0, — = — <=> xw = yz.
y w
-A. 1.13. a) 2(x-+ y) = 2x + 2y = (x + x) + (y + y)
b) 2(x + y) = (x + y) + (x + y)
apêndi 155

A.1.1. Sea K   um conunto con stituído de doi s elementos a e b (n ^ b),


munido da s dua s operações seguinte s
a  a  a. aa = a,
b + b — a, ab = ba = a,
a + b = b + a = b, bb —b.
Mostr e que K. munido de ssas operações, é um co rp o.

 Notas.  1) Costumamse dar as operações através de tabelas.

+ a b a b
a a b a a a
b b a b a b

2) Observe que o O d e # C é a , e o elemento unidade 1 é b.  Observe também que


b + b ='a = 0 b = - b, isto é, b é seu próprio oposto, e ò # 0 .

A.2. CORPO ORDENADO


 Definição  A.2.1. Um corpo K   se diz ordenado  se contém uma parle P
tal que
a) x, y e P  => x + y,  x y e P;
b) dado x e K , ou x e P , ou x = 0. ou - x e P ,   e essas alternativas são
mutuamente exclusivas.
Os elementos de P  se chamam elementos positivos   do corpo ordenado.
Se x e P, indica-se x > 0 ou. equivalentemente. 0 < x. A indicação
x ^ 0 ou, equivalentcmente, 0 ^ x significa x > 0 ou x = 0.
 Definição  A.2.2. x > y (x > y) ou equivalentemente  y   < x (y < x) sig
nifica x - y > 0 (x -y >  0). Portanto se y < 0, então -y > 0.
Proposição  A.2.1. Num corpo ordenado, temos
a) (x > y) a (y > z) =* x >  z;
b) (x > y) a (z > 0) => xz > y z ;
c) (x > y) a (z < 0) =*  xz < y z ;
d) (x > y) A (z > w) =► x + z > y 4- w:
156 INTRODUÇ ÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

Prova
a)  > )’ >    y > 0
v > z => y - z > 0
p o r Def. A.2.1.(a), (y) + (yz)  0. isto é,
.v  z  ü
.'.  x > z [Def. A.2.2]
b)  x > y => x - y > 0
como z  0.
(   y)z > 0 [Def. A.2.L(a)]
.'.  x z - y z  0
vz  yz [Def. A.2.2.]
c) Como  z  < 0 aca rr eta r > 0, p or >/  podemos esreve r
(r) >  y(-z)
.'. -x z > -yz
..   z  (  y z ) > 0 [Def. A.2.2]
.'.  y z - x z > 0
.'.  xz < yz. [Def. A.2.2]
d)  >  y >    y > 0
Z > W  > Z - » V > 0
(  y)  (z  w) > o [Def. A.2.L(a)]
.‘.  +  z - ( y +  w)  0
.'.  x + z > y + w. [Def. A.2.2]
e) Como  x > y c  z >  0 vem
z  yz [po r b)]
Como z  w e y  0 vem
yz  yw [po r b)]
.'. z > yw ^ 0 [p o r a)]
Proposição A.2.2. Num co rp o o rd enado, temo s  2 ^ 0  2 = 0 x = 0.
Prova. Pela Def. A.2.1(b), dado ,
ou   0 e, nesse caso, x2 > 0 [por e)]
ou x = 0 e, nesse caso, x2 = 0
ou -x > 0 e, nesse caso, (-.x)2 > 0 [por o)]
i.e. x2 > 0 (Regra dos sinais)
Deixamos o restante como exercício.
apêndi 157

EXE RCÍCIOS
P r ova r as seguinte s afirmações, sendo  x .y.z,w .e,a e lemento s d um
co rp o o rd enado.
A.2.I.  <  y < x <=*• x > -y > .
A.2.2. (  0) a (y < 0) =  xy < 0.
A.2.3.  ^  x; x   + 1  .
A.2.. ( ^ y) a (y ) =  =  y.
A.2.5.  xy <  0 <= [(  0) a (y < 0)] vf(.\ < 0) a (y  0)J.
A.2.6. 0 <  •«= 0 < •

A.2.7. Se y  0, ent ã o
y <  ^ y <= .v2 ^ y2
A.2.8. 0 <  < y = 2 < y2.
A.2.9.  2 + y2 ^ 0 2 + y2 = 0 <=  = y = 0.
A.2.10. Num co rp o o rd enado, o único e lemento que é igua l ao seu opo st o
c ü ( t / Eer. A. 1.14. nota 2).
A.2.11. (xy > 0) (x > y) => — < — •
a
x y
A.2.12. Não existe a  tal que x < a  para todo x de um corpo ordenado.
A.2.13. Dados x e y, x # y, existe r tal que x < z < y.
A.2.14. a)  y /x y ^ onde x ^ 0. y ^ o e (N ./ »*’ <t   para .**•

, x+ i 1
b) — • >   ---- -  x > 0. , >0 (2 = 1 + 1).
—+ —
*  y_
___

2
A.2.15. Não existe x tal que x 2 + 1 = 0.
A.2.16. Defina |x | e verifique que valem as propriedades usuais do módulo.
A.2.17. |x| < |y | <=> x2 < y2.
A.2.18. a) Sejam x e y tais que, dado e > 0 qualquer, temos |x - y | < e.
Então x = y.
*b) Se, dado e  > 0 qualquer, verifica-se x - y < e, então x ^ y.
A.2.19. Admita que se saiba o que é número natural e o que significa x”,
n natural (xxxx ... x). Mostre que
158 INTRO DUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

a) 0 ^  <  y => x” < y";


b) ("  y") a (n í m par) >   y.
) ("  y") a (n par) > (  y) v (   »)
Sugestão, b) M ostre que basta onsid erar , y > 0. e aplique o resultado a.

A.3. CORPO ORDENADO COMPLETO


A e strutu ra de co rp o o rd enado n ão serve para caracterizar os números
reais. De fato, o conjunto dos números racionais com as operações e ordem
usuais é um corpo ordenado.
Existe um axioma que os números racionais não verificam, e que caracte
riza os números reais. Este axioma é que dá origem aos números irracionais,
e será dado na seção seguinte, sendo a presente preparatória.
 Definição  A.3.1. Seja  A  uma parte de um corpo ordenado K. Se ae K è
tal que x ^ a  (x ^ a)  para todo  x e A,  então a  é denominado uma restri
ção superior   (restrição inferior) de  A,  caso em que  A  é dito restrito superior
mente  (restrito inferiormente).

 Definição  A.3.2. Seja  A  uma parte de um corpo ordenado K.  Seja b e K 
tal que
a) b  é restrição superior (inferior) de  A;
b) se b'   é restrição superior (inferior) de  A,  então b < b\  (b ^ b').
Nesse caso, b é chamado supremo de A (ínfimo de -4); indica-se b =  sup A
(b  = inf A).
 Nota.  Abreviadamente: sup A t   a menor das restrições superiores dc  A.

Proposição  A.3.1. a) sup/C (inf-4), se existir, c único.


b) Dado e e K, e > 0, existe  x e A  tal que sup  A - e < x  (inf A + e > x).
(A notação é a da Def. A.3.2.)
Prova,  a) Se existisse b  gozando das propriedades (a) e (b) da Def.
A.3.2, deveriamos ter
b  ^ sup  A
e sup  A ^ b
sup  A = b.
apêndi 159

b) Como sup  A - c < sup  A e sup  A  é a meno r das restrições superi ore
de  A, segue-se que sup  A - e não é restrição superior de  A ; logo. existe  x e A
tal que sup  A - e < x.
 supA-e x sup A
Fig. A l r  - I ■■ I I---------------
) \  c -------- V
-----

 A
O outro caso é deixado como exercício.
 Definição  A.3.3. Um corpo ordenado completo  é um corpo tal que qual
quer parte não-vazia* do mesmo, restrita superiormente, possui supremo.
No Exer. A.3.4, teremos uma idéia de por que um corpo ordenado com
pleto não tem "falhas”.

EXERCÍCIOS
A.3.1. a) a  é restrição superior de  A  <=> -a   é restrição inferior de -A .
b) Existe sup  A <=> existe inf (-A).  Nesse caso sup  A = -in f (-.4).
c) K é corpo ordenado completo <=> toda parte não-vazia de K   restrita
inferiormente tem ínfimo.
d) Seja  A  um conjunto restrito**, isto é, restrito superiormente e infe
riormente. Mostre que
inf (--4) = -sup  A
inf A = -sup ( >4)
c) K   é corpo ordenado completo <=> toda parte não-yazia de K   restrit
inferiormente tem ínfimo.
A.3.2. Num corpo ordenado, pode-se definir a noção de intervalo. Por
exemplo [o,b] é o conjunto dos x tais que a  < x ^ b.
Sejam [a„, n  = 1,2,3,.. .*** intervalos (num corpo ordenado K )
tais que
« i ^ ai+l < bi+i < b; (i=   1,2,3,...)
Intervalos assim são chamados encaixantes.
Seja  A o conjunto dos a ,; B, o dos .
*Isto é, que possui pelo menos um elemento.
**Diz-se também limitado. Cocrentcmente se fala limitado superiormente (in
feriormente) ao invés de restrito superiormente (inferiormente).
***Embora os números naturais sejam definidos mais adiante, não seria natural
16 INTRO DUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

a) M o stre que qua lq ue r bt  é re strição supe ri o r de  A.  e qua lq ue r at  é


restrição inferior de  B.
b) Po rtanto, se K   é completo, eistem sup  A  e inf B.
c) Mostre que, pa ra i   , 2,3...., tenis
í i; ^ sup  A  ^ inf  B ^ b( .
A.3.3. a) Sea  A  uma pa rt e de um co rp o o rd enado K   c ae K, a se diz ponto
dc acumu lação de  A se qua lq ue r intervalo abe rt o contendo a contém ponto s
de I Jisiinios dc ./ 
b) (Teorema de BolzanoWeie rstrass). T odo conunto restrito, pane
um co rp o o rd enado comp leto, con stituído de infinito s elementos tem um
ponto de acumulação. Sugestão.  Sendo  A  tal conjunto podemos supor
>4c[a,b]. Divida esse intervalo ao meio, obtendo [ o ,, />,] com infinitos
elementos. Faça o mesmo com [<a,, fc,] obtendo [a' b ]  com infinitos
pontos, etc. Pelo exercício anterior, existe c  comum a iodos esses intervalos.
Mostre que c  é ponto de acumulação de  A.
***A.3.4. Seja ae K. onde K   é um corpo ordenado completo, e suponhamos
a ^ 0. Então existe um único b e K   tal que b  ^ 0, e bz = a: b  é indicado
y -
Solução. Sc a =  0, então b  = 0. Suponha a >  0. Seja S o conjunto dos
 x >  0 de K   tais que  x  < a. S   é restrito superiormente, pois (1 + n)2 > a,
e S   não é vazio, pois

Logo. existe b ~   supS. Temos apenas uma das alternativas b < a, b = a,


b > a.
a-b
a) Se b < ay como b > 0, existe c > 0 tal que c < b e c < • Então
3b "
(h + c)2 = b + c(b  + c) < b + 3bc < b + ( a - b ) = a.
Logo. b + ceS.   o que é absurdo, pois b + c > b.

(b-a)
b) Se b > a, seja d = Então
’ b 2 
(b - a)
0< d<b d
apêndi 161

Logo, d > x  pa ra todo  e S, e, então, d > x pa ra todo  x e S ,o  que mo stra


que d è restrição supe ri o r de S. Mas d < b, e isso é uma contradição,
c) Resulta b = a.  Deixamos a unicidadc para o leitor.
•A.3.5. Sendo  A e  B  partes de um corpo ordenado,  A + B c o conjunto dos
elementos da forma a + b,  onde a e A e b e B.  Mostre que sup (A + B) =
= sup  A  + sup  B  (supondo a existência desses supremos).
Sugestão. 1) (a  ^ sup  A) a (b  ^ sup  B) => a + b ^   sup  A  + sup  B.  para
todo elemento de  A + B.  Logo, sup  A  + sup  B  é restrição superior de
 A +  B.  Qual é a menor?
2) Usando a Proposição A.3.I., dado e >  0, temos

sup  A < üq  , a0e A;

sup B - y < 60 . b0eB;


.'. sup  A  + sup  B < a0 + b0 + e  < sup(>4 4-  B) + e
.'. sup  A + supB ^ sup(/4 +  B)  [veja Exer. A.2.18(b)].
A.3.6. Se  A e  B  são partes não-vazias dc um corpo ordenado K   tais que
(« e  A) a (beB ) => a ^ b,  então
a) sup  A ^ b,  para todo b e B ;
b) sup  A ^   inf B.

A.4. NÚMEROS REAIS


Vamos partir do axioma dado a seguir.
 Axioma.  Existe um corpo ordenado completo.
Tal corpo será indicado por R, c seus elementos serão chamados números
reais.
Voltamos a insistir: poderiamos ter partido da existência dos números
naturais e daí, através de construções sucessivas, chegar aos números reais,
passando pelos números inteiros e racionais. Nesse caso. o axioma acima
seria um teorema.
Uma questão que se põe naturalmcnte é a seguinte: existe mais de um
corpo ordenado completo? Falando vagamente, pode-se dizer que essen-
cialmenlc existe apenas um, num sentido que a seguir explicaremos. Su
162 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

 um co rp o o rd enado comp leto K.  com as operações  , T, e a o rd em <.


Provase que e iste uma co rr e sp ondência ent re os elementos de K  e K 
tal que
a) se a co rr esp onde a a, e b a b, entã o a + b co rr esp onde a a + b
c a b a a b;
b) se a < b, entã o a < b;
c) a cada e lemento de K  co rr esp onde um único de K , c cada ele
mento de K   é o correspondente de um único elemento de K.
Portanto os corpos ordenados são essencialmente “iguais”: pela pro
priedade (c), a correspondência “ identifica” os elementos de K   com os de
K   e, pelas duas primeiras, as operações e a ordem são preservadas por essa
correspondência.
Pode-sc precisar o que se disse, mas não o faremos aqui. A corres
pondência, como acima, recebe o nome dc isomorfismo entre K  e K.
Desejamos agora “reconhecer” os números naturais, inteiros e racionais.
 Definição  A.4.1. Um número real n é   chamado número natural  sc ele
pertence a todo conjunto  B  de números reais que possui as seguintes pro
priedades:
a) l e B : b)  x e B =>  x   -I- 1e  B.
 B  c chamado conjunto indutivo  (exemplo de conjunto indutivo: R).
O conjunto dos números naturais será indicado por N.
Proposição  A.4.1.
a) l e N ; b) n e N =*• n +  1e N. (Logo Mé um conjunto indutivo.)
Prova, a) claro, b) suponha que neN. Então n pertence a todo conjunto
indutivo. Mas então n + 1 pertence a todo conjunto indutivo (por defi
nição desse tipo de conjunto), e n  + 1e N por definição de número natural.
Proposição A. 4.2. Seja S   um conjunto de números naturais tal que
a) 1e S; b) fee S => k   + 1e S. Então S  = N.
Prova. S   é um conjunto indutivo por hipótese. Logo, se n  é natural, por
definição, n  deve pertencer a todos os conjuntos indutivos e, em particular,
a S. Logo, S = N.
Como aplicação, podemos mostrar que é válido um processo muito
importante de demonstração —o processo de indução finita. Suponha que,
apêndi 163

a) P(l) é v e rdadei ra e se,


b) a ss umindo P(k) verdad ei ra, p odemos prova r que P{k  + l)é verdadeira,
entã o P(n) é ve rdadei ra para todo natu ral n*.
De fato, seja S   o conjunto de números naturais n  tais que P(n)  é verda
deira. Como P(l) é verdadeira, leS. Pela propriedade (b), se k e S ,   então
k + 1e 5. Segue-se que S = M pela proposição anterior, isto é, P(n) é   ver
dadeira para todo n  natural.
Aqui cabe uma crítica. Usamos o conceito de “propriedade P(/i)’\ não-
-definida. Para evitar isso, tornando rigorosa cada prova por indução,
pode-se imitar a demonstração vista, conforme se faz no Ex. A.4.1.
Exemplo A.4.1. Prove que
1 + 3 + 5 + ••• + (2n- 1) = n.
Seja S o conjunto dos números naturais n  tais que
1 + 3 + 5 + ••• + (2 «- 1) = n.
Temos
a) obviamente, 1e S e
b) supondo 1 + 3 + 5 + • • • + {k-   1) = k,  isto é, fceS, vem. so
mando k  + 1 a ambos os membros,
1 + 3 + 5 + • • • + (k-   1) + (k   + 1) = k + k   + 1 = [k   + l)2
e, portanto, k + 1 e S.
Resulta, pela proposição anterior, que S  = N.
Exemplo A.4.2. Se x > -1 e n eM, então (1 + x)" ^ 1 + nx   (desigual
dade de Bernoulli).
Seja S   como sempre.
a) 1 e S, pois (1 -I- x)1 1 + lx.
b) Suponhamos k e  S, isto é,
(1 + x)'1^ 1 + kx.
Então
(1 + x)k+1 = (1 + x)*(l + x) £ (1 + JkxKl + x) =
= 1 + fcx + x + k x   ^ l + / c x + x = l + ( f c + l)x,
•Intuitivamente: P(2) é verdadeira pois P(l) o é, pela propriedade (b).Mas então,
164 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

o que mo stra que fc + 1 e S. Entã o


S  = N.
Proposição  A..3. a) m, ne N => m  n e N.
b) m .ne N = nm e N.
Prova,  a) Sea S   o conunto do s natu rais m  tais que a asserçã o é ver
dadeira. Temos
) l eS, pois N é ind utivo
e
2) supondo k. neM = fc + n e N,
ou sea. que ke S. então
(k +  1) + n = {k   + n) + 1e N,
pois k + neN  p o r hipótese, e N é indutivo. Logo, k   + 1e S.
Seguesò que S  = N.
b) Exercício.

Proposição  A.4.4. N não é restrito superiormente.


Prova. Se assim fosse, existiría sup N. Então, como sup N -1 não é
restrição superior de N (por definição de supremo), existe n e   N tal que
sup N - 1 < n,  ou seja. sup N < n + 1.
Como n + 1e N. isso não pode suceder com sup N.

Corolário. Dado x e R, existe n e k tal que n > x.

Prova.  Se assim não fosse, seria n ^  x   para todo n e N, e N seria restrito
superiormente.

Corolário. Dado x e R, x > 0, existe n e N tal que — < x.


n
Prova.  Imediato.
Uma vez caracterizados os naturais, fica fácil definir número inteiro,
apêndi 165

EXE RCÍCIOS

A..I. a) ne N =  n  0 (induç ão) b) N.


A..2. Se n e N, define-se sucessor de n  por n* — n  + l. Prove que (m, «e N
sempre):
a) n* = m* => n = m.
b) 1 não c sucessor de nenhum número natural.
c) n + m* = {n + m)*.
d) nm* = nm + n.
e) n* í n.
*0 n # 1 => n >  1 (indução).

Sugestão.   Seja S o  conjunto constituído pelo número 1 e pelos n  tais


que a afirmação subsiste.

g) n  / 1 => existe a e N tal que n = a*.


h) n  5* 1 => n - l e M .
*i) (indução sobre m).

Sugestão. Se n > k  = n - k e N ,   então, se n > k +  1, temos n - k > 1,


logo.
n-k = u* = u+ 1 n —k —1 = u e N.
A.4.3. Defina número inteiro, racional e irracional, indica-sc o conjunto
dos números inteiros por Z; o dos racionais, por Q.
A.4.4. a) m,n  e Z => m  + n, mn c Z
b) m . n e Q => m + n, mrt e Q.
*A.4.5. a) Q é um corpo ordenado, mas não é completo.
b) N e Z não são corpos.
c) O conjunto R - Q dos números irracionais não é corpo.
Sugestão,  a) Se fosse, existiría um número racional  z  tal que z2 = 2,
pelo Exer. A.3.4.
b) Prove que mn — 1 => m = n =  1. (m. n e   N). Para isso, suponha que
m / l e então, também n  ^ 1 senão m. n — 1. acarreta m =  1. Logo. m =
166 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

A..6. (P rop ri edade a rq uimediana do s nú meros reais).


Se  x   > 0 e  y  são números reais, existe n e tal que nx > y.
*A.4J.  Dado xeR, existe um único n e Z  tal que n ^  x < n +1.
Sugestão.  Se xeZ, nada há a demonstrar. Sc x^Z, suponha  x > 0;
existe k e N   tal que k > x.  Existem no máximo k   -1 naturais menores que
 x.  Se não existir nenhum, tome n =  0, senão tome n  como o maior natural
menor que  x. .'. n < x < n  + 1. Se v < 0. -x >  0, etc.
*A.4.8. Mostre que, dados os números reais a e b,  com a < b, existe r ra
cional tal que a < r < b.
Sugestão, a) Se b - a >  1, considere maior inteiro m ^ a. Tome r = m + 1.
b) Se a < b,  seja n  tal que — < b - a .   isto é, nb-na >  1, e aplique a
n
parte a.
•A.4.9. Mostre que, sendo a e b números reais com a < b, existe  x  irracional
tal que a < x < b.
 J 
Sugestão.   Mostre que basta supor a  racional. Tome x = a  + —— >
n
com neM suficientemente grande.
A.4.10. Considere as definições dadas a seguir.
a) Uma sequência {an}  de números reais é uma função que, a cada
nel^J, associa nBcR.

etc.
b) Uma subseqüência de {aB} é uma seqüência {bH} tal que bH = a rn,
n  = 1,2,3,..., onde r, < r < • • • (r. e N).
Exemplos. {an}  e {a2»-i} s^° subseqüências de {a„}.
c) lim aH= L   significa que, dado c > 0. existe  N & N   tal que

n >  N  = > | a „ - L | < e.

Nesse caso, se diz que {aB} é convergente (aL).


*Seja  A o  conjunto dos an.  Mostre que, se  A  é restrito superiormente,
apêndi 167

Sugestão. Use a P ropo sição A.3.1(b) tomando e = — » n = 1í  2^ 3 1


lí 
A..11. P rove po r ind uç ão o que segue.
 n(n + 1)
a) l + 2 + 3 + -- + n =   ---- ----- •
b) l 3 + 23 + 33 + ••• + «3 = (1 + 2 + 3 + • + n).
n(n +  l)(n + 2)
c) 1 -2 + 2-3 + •• + n(n + 1) =
3
x'.«+1_ j
d) 1 + x + x2 + x" = (x * 1).
X - 1
e) 2" > n {ne N).
f) Todo natural ou c par ou é ímpar.
g) am+* = cT an
(am)n = anm,
sendo (a1 = a
|ü " +1 = a"fl.
h) x2" 1 +  y "  1 é divisível por x +  y.
i) 0 < a < 1 => 0 < o" < a < 1; a>l= > a"^a.
A.4.12. (Princípio da boa ordem). Se  A é um conjunto não-vazio de núme
ros naturais, então  A  tem mínimo, isto é. existe a e  A  tal que a  ^ n para
todo n e A .
Sugestão.  Suponha
« o contrário. Então 14 A.  Seja S o conjunto dos na- •
turais que são menores que todos os elementos de  A.  Então 1 6 S;  supondo
k e S ,   prove que k + 1 e S.  Pelo Princípio da indução finita, S   = N, o que
é absurdo, pois  A   não é vazio.
*A.4.13. Seja a > 0, n e N, n > 1. Mostre que existe um único b >  0 tal
que ò" = a.  (Indica-se b = ou b = alln.)
Sugestão.  Considere /(x) = x", x > 0. Mostre que é crescente; se 0 <
< a  < 1, aplique o teorema do valor intermediário a / no intervalo [0,1].
Se a >  1, então a" > a, pelo Exer. A.4.1 l(i). Aplique o teorema do valor
intermediário a / no intervalo [0,a].
A.4.14. Verifique, sendo  A o  conjunto
a) dos números da forma — » n e N ;
168 INTRO DUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

C [0 ,1);
d) dos  tais que    y/~3;
I
e) dos nú meros da f orma
G »neM

f) do s nú meros da f orma 2( l)n  — ; n e N.


n
g) ( 1)" + — * ne M,
n
que se tem, resp ectivamente,
a) inf A =0, sup  A  = 1 
b) inf A =0, sup  A = 1
c) inf A =0, sup i = 1
d) inf  = yj 3, sup . n ão eiste
e) inf A =0, sup  A = 1
APÊNDICE B

LIMITES
LI. Se /() tende a  L quando  tende a 0 e  f(x)   tende a  M   quando 
tende a 0, ent ão  L - M.
Prova. Se L ^ M,  podemo s supor, sem perda de generalidade, que  L > M.
Tomemos

a) Existe <5, > 0 tal que


• . . . . .  L - M  .  M + L
0 < | x - x 0 | < 5, = > | / ( x ) - M | < - =>J{x) < —  - -----

b) Existe ò >  0 tal que

0 < | x - x 0 | < S  = > \ f ( x ) - L \ <  </(x).

De (a) e (b), resulta que. tomando ô  = min {<5, á2}*

0 < | x - x o| < ( i = > / ( x ) < /(x).


o que é absurdo.
 Lema.  Se lim  f(x) =  L, então
    O

1) existem ô , M > 0   tais que


0 <  \x- x 0\ < ô   =>|/(x)| < M. e.
2) supondo  L # 0, existem a.  N >  0 tais que
0 < j x - x o| < a = ^ - !/(x )| >  N.
Prova. Sc  L   = 0. dado e  = 1. existe ô >  0 tal que
0 < | x - x 0| < <5 => |/( x )| < 1.
o que prova (1) nesse caso.
17 INTRO DUÇÃ O AO CALCULO cálculo diferencial

Se  L 0. (í) e (2) deco rr em imediatamente da p rova de  L ap re sentada


na Sec. 2.3.
L3. Se lim f ( x ) = L, lim g(x) =  M,   então
JC-* JCo JC-» Xo

1) lim ( / + #Xx) = L + M 
2) lim ( / # ) =  LM 

3) lim I( —
f \ 
l(x) = L— > supondo, nesse caso,  M  # 0.
x-*o \ g } M 

Prova.
e
1) Dado t   > 0, consideremos — •

a) Existe á, > 0 tal que

0 < | x - x 0j < <5, = > \ f ( x ) - L \   < y •

b) Existe ô >  0 tal que

0 < |x-x0| < ò = > \g(x)-M\ < y •

Decorre que, para ô  = min {5,, á2},


0 < | x - x 0| < ô => | f(x) + g(x)-(L   + M)| ^
< | / ( x ) - L | + | g(x) -  M | < y + y = e.

2) Temos

a)  \f(x )g(x)-LM\  =  \f{x)g(x)-g{x)L + g(x)L- L M | =


= k(xX/(x)-L) +  L(g(x)-M) \  <
<|f?(x)|  \ f ( x ) - L \ + \L\ \ g ( x ) - M |.
b) Existem <5,, P  > 0 tais que
0 < | x - x 0| < St =>  |0(x)j < P
Dad o e  0, con sid eremo s
) c> nesse caso. existe ô >  0 tal que

0 < | x - x0 j < ô  => | f ( x ) - L |


Se L = 0, tomando ô  = min {<5,, ò)  e considerando (a), (b) e (c), vem
0 < |x-x0| < Ô => \ f {x ) g( x) - LM \ < P '^ p   = y < £
e a asserção se segue.
Se  L   # 0, consideremos
e
d) —p-r > 0 e, nesse caso. existe ô3 >  0 tal que
2 |L|

0 < | x - x 0| < <53 => | g{x)- M | < 2]X['

Tomando <5 = min {5,, ô ,  53} vem, considerando (a), (b), (c) e (d),

0 < |x —x01 < ò =»  \{ fg \x )- LM \ < P - i + |L | = e.

3) Basta provar que lim ( — \ x ) = • lembrar que  — = / ' —   c usar (2).
 \ g / M g g
Temos
1 1 M  m  ,
a)
flíx) Aí  lí(*>l |M|
b) Existem ,  N > 0  tais que
0 < | x - x o| < 5 , =^- |^(x)| >  N. (lema anterior).
Dado £ > 0, consideremos
c) e | Aí |  N,  e então existe S >  0 tal que
0 < ]x — X q | < ô=>  |g(x)-Aí| < £ |Aí|  N.
Tomando ô  = min {<$,, ô}  e considerando (a), (b) e (c), vem
172 INTRO DUÇÃO AO CALCULO cálculo diferencial

Corolários.  Nas hipóteses de L3 temo s


) lim (fc/X*) = kL (keR):
    -»JtO

2) lim (f(x)-g(x) = L-M.


X-*JCO
Prova.  I) Seja F   tal que F(x) = k,  para x do domínio de  f.   Então, por
L3(2)
lim (Ff)(x)   = lim F(x) lim /( x ) = kL.
     O   O   X-*Xo

Mas
(F/)(x) = F(x)/Xx) = kf(x)   = (fc/)(x).
2) lim (f(x)-g(x)) =
X-»XO

= lim (/(x) + (-l)^(x)) = lim/(x) + lim (-1  


í  x  =
X-»Xo X-^XO X “ *X O

= L + (-1)-  M   = L - M .
Na penúltima passagem, usamos o Corolário (1).
L4. Se lim g(x)   = lim h(x) — L e se / é tal que g{x) < /(x) ^ h(x) para
X “ * X<> X-»X O

todo t de um intervalo que contém x0, com eventual exceção de x0. então
lim /(x ) =  L.
X-*Xo

Prova, a) Existe <5, > 0 tal que


0 < | x - x 0| < új ==> g(x)- L < f{x )~ L <  h(x)-L,
como facilmente decorre das hipóteses.
Dado  z > 0,
b) Existe ô  > 0 tal que
0 < |x —x01< ô => | g(x)- L | < e = > - £ < g(x)-L.
c) Existe ô3 >  0 tal que
0 < |x - x01< ô3 =*> | h{x)- L | <  z =*>h ( x ) - L < z.
Tomando ô = min {<5,, ô 2 , á3}, vem, considerando (a), (b) e (c).
0 < | x - x o| < ú = >
= >-z < g(x) - L < f(x) - L < h(x) - L < z =>
apêndi 173

L5. Sea / uma funç ão, e 0 um número. Suponha que num inte rvalo
abert o contendo 0 se verifica /(x) > 0 para todo x desse intervalo, com a
possível exceção de x0 . Então, se lim /( x ) =  L,   temos  L ^ 0.
   * * 0

Prova. Se  L   < 0, existe, por L2, ô >  0 tal que


0 < |x-x0| < ò  =>/(x) < 0,
o que vai contra a hipótese.
Corolário. Sejam / e g funções, e x0 um número. Suponha que num
intervalo aberto contendo xn se verifica /( x ) ^ g(x)  para todo x desse in
tervalo. com a possível exceção de xft. Então, se
lim /(x) =  L
 x->xo
lim g(x)   = Aí,
temos Aí.
Prova.  Exercício.
Proposição  Bl. Se lim /(x ) =  L,  então
X-*JCo
lim |/ | ( x ) = |L|, onde |/ |( x ) = |/(x )|.
JC”*Xo

Prova.  Decorre imediatamente de


||/(x)|-|L|| ^ |/(x)-L|.

 Nota. Se lim |/|(.x ) existe, não se pode concluir que existe lim f(x).   De fato,
   o X — Xo  

considere

m  ’ F I . . . ,J<# 0)'
Temos |/(x)| = l, de modo que
lim |/|(.x) = 1,
x-*0
mas não existe lim f(x).


Examinaremos a seguir alguns casos de limites dos tipos dados na


174 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

() Sea  / uma função e  Le   R. O sí mbolo lim /(x ) =  L   significa que,
X -* + 0O

dado e >  0, existe b  tal que


 x > b ,=>  \ f ( x ) - L \ < e.
(12) O símbolo lim /( x) = + oo significa que, dado  M >  0, existe b
 jf-*+ 00
tal que
x > b  =>/(x) >  M ' 
(13) lim /( x) = lim /(-x).
 X~*- 00 +00
E um exercício fácil verificar que
(a) sendo  Le R, lim /(x ) =  L  é equivalente ao seguinte:
X - * - nr

Dado e >  0, existe b  tal que


x < b  = » | / ( x ) - L | < e;
(b) lim /( x) = +oo é equivalente ao seguinte:
 oo

Dado  M >  0, existe b  tal que


x < b => /(x) > M.

(14) lim /(x) = -oo significa lim (-/(x)) = + oo.


 x - * + ao x - * + oo

É fácil ver que isso é equivalente ao seguinte: dado  M <  0, existe b tal
que
x > b =>f(x) < M.
(111) Sendo x0 e R, lim /(x ) = +ao significa que, dado M > 0, existe
x-»xo +

ô >  0 tal que


x0 < x < x0 + ò  =>/(x) > M.
(112) lim /(x ) = -oo significa lim (-/Xx) = +oo, que é equivalente
x-*xo+   ^  Q 4-

ao seguinte: dado M < 0, existe ò >  0 tal que

x0 < x < x0 + ò => /(x) <  M.

(113) lim  f( ) li /(- ).


apêndi 175

É fáil ver que, se lim  f (-x)   = +oo, isso é equivalente ao seguinte:


X  - * Xo +

dado Aí > 0, existe ô >  0 tal que


x0 - õ < x < x0 => f(x) > Aí.
(E se lim /(-x ) = -oo?)
'  o 

(114) lim  f  (x) ~ + oo ( lim /(x ) = -oo) significa


 X - * X  0 X ~ * X  q ’ '

lim  f ( x ) = lim /(x ) = + oo ( lim /(x ) = lim /(x ) = - oo).


x-*xo’+ x-*x ©- x->xo + x-» xo”

Proposição B.2 Se lim  f(x) = + oo, lim </(x) = + oo, então


 o   “  O +

1) lim ( / + g)(x) = + oo; 2) lim (/gX*) = + oo.


x- *x o + X-»Xo +

Aí 
Prova. 1) Dado Aí > 0, considere - - > 0.
a) Existe > 0 tal que x0 < x < x0 + áj => f(x) >  AÍ/2.
b) Existe ô >  0 tal que x0 < x < x0 4 ô  =>g(x) > AÍ/2.
Tomando ô  = min {<5j, ô 2) resulta dc (a) e (b) que
x0 < x < x0 + ò  =>/(x) + $(x) > Aí.

2) Exercício (dado Aí > 0, considere  y/~M).


Corolário.  1) Os resultados subsistem substituindo x0 + por x0 como
decorre de (113).
2) Se lim  f(x) = + oo, lim g(x) = -oo, então lim {fg)(x) -   -oo, e
X -» X O + x-*xo + X -*X O +

esse resultado vale mudando x0 + por x0 -


3) Se lim /(x ) = -oo, lim ^(x) = -oo, então lim ( / + áfX*) = -oo
X “ *X o + X “ *X(> + x -*x 0 +

e lim (fg){x)  = + oo.


X “»Xo +

Prova.  1) Imediato.
2) Como lim (-^X*) = + oo, vem, pelo provado, que
X - *X 0 +

lim  f(-g)(x)   = + oo,


 X-*Xo+
e, como  f(-g) = -fg,   resulta
176 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

3) Eercício.
 Nota. No caso do Corolário (2), nada se pode afirmar a respeito de lim ( / +  Xx
í  
x  xo 
Justifique.

Proposição B.3

1) lim  f(x) = lim / ( —) 2) lim /(x ) = lim / ( —)


x- »+ no X”*0 + \ X J  x-* —ao x -» 0 - y X / 

Prova. O Caso (2) será deixado como exercício. Para o Caso (1), devemos
considerar várias possibilidades.
l.fl  possibilidade,  lim  f ( x ) = L .   Le R. Isso é equivalente ao seguinte:
    + 00

dado e > 0, existe b  tal que  x > b =► | /( x ) - L | < e, onde podemos tomar,
como é claro, b > 0. Nesse caso, 0 < — < -7- • Pondo t =  — > vem que
 x b x
a afirmação inicial é equivalente à seguinte: dado £ > 0, existe ò  > 0 (a
saber tal que 0 < t < ò < £, ou seja,

lim  f \   —| =  L.
1-0+ \ t )
 “ possibilidade, lim /(x) = +00.
   - * <30

Nesse caso, dado M > 0. existe b > 0 tal que  x > b ^ f(x) > M.   Como
0 < — < -r> isso é equivalente ao seguinte: dado  M >  0, existe ò > 0
x b
I
^a saber, tal que 0 < — < ô - f(x) > M.   Basta fazer t   = — para
X  x
concluir que lim / ( — ) = + 00.
1-0+ V*/ 
3.fl possibilidade,  lim  J \ x ) = - o o. Deixamos como exercício.
X—+ 00
Proposição  B 4 Se
Le R 'M e R
lim /(x) -  J  + 00 e lim g(x)  j + 00
+ 00  \  x  - *   + 00   -
  -
  -
   +

  -    8
   1
-0 0
apêndi 177

ent ão

Í 
 L + M  ( L M 
+ oo e lim (M  ) = + oc
00 + 00

00
Prova.  Deco rr e imediatamente d as propo sições vistas e de seus orolários.
Corolário. O s r es ultado s sub sistem mudando +oo po r oo no s sím
bolos lim /(x), lim g(x).
 x~* + 00 + 00
Proposição B.5. Se lim f(x)   = 0 e, para x num intervalo contendo x0,
 x~*xo
se verifica f ( x) >  0 (/(x) < 0)). com a possivej exceção de x0 . então

(t )w = (t ')(x_c0
Prova. Consideraremos apenas o caso / (x) > 0, deixando o outro como
exercício (considere -/).
Seja M > 0. Consideremos > 0.
 M 
a) Existe, por hipótese, > 0 tal que

0 < | x - x 0| < <5! - * |/ ( x ) | <


b) Por outro lado, ainda pela hipótese, garante-se que existe ò > 0
tal que
0 < | x - x 0] < b  =>/(x) > 0.
Logo, tomando ô  = min {<5,. ò)  e considerando (a) e (b), vem

EXERCÍCIOS
B.l. Faça alguns dos exercícios propostos no texto e aqueles da tabela
da Sec. 3.6 que não foram considerados.
B.2. Prove que
) li /( ) lim / ( 2); b) li /(Ixl) li /(x).
178
17 8 INTR OD UÇ
UÇÃO
ÃO AO CÁLCULO cálculo
cálculo difer
diferenc
encial
ial

B.3. a) Se lim  /(


 / (  )   L e g é ta l que, pa ra todo  de um inte rvalo
    O

abe
ab e rt o contendo 0, tenhamo s <?() ent re  L e  /(
 / (  ) , eceto po ssivelmente
no ponto 0, ent ã o
lim g{x) = L.
     O

b) Se lilim /(x) = lim h{x) =  L c, para cada x de um intervalo aberto


m </(x
JC-*JCo    +  O

contendo está entre g(x) e h(x), exceto possivelmente no ponto


contendo x0 , / (x) está
x0 , então
então lim / (x) = L.
     O

*B.4. Sejam / e g funções tais que


.4. Prove. Sejam
a) o do
domm íni
ínioo d e / é [a,/
[a,/>
>], com a possível exceção
ex ceção de
d e x0
x 0 , on
onde
de x 0 e (</./>);
b) o domínio de g é [c,J], sendo sendo que os valores
valores associados
associados pela
pela / perten
cem a esse intervalo,
c) li
lim
m /(x
/( x ) =  y0
 y 0 ,
X-»XO

d) g é contín
co ntínua
ua em y0 . E ntão
ntã o lim (g °/Xx) = g( lim /(x))
/(x )) = g{y0).
' X-*Xo X “*X o

Mostre que o resultado pode falsear se g  não é contínua em y0 .


Solução,  a) Dado e >  0, existe Ôt   > 0 ta l que

 \y-y
 \y-y<
<>\ < òi
ò i =*  \9(
 \ 9(y)
y)-g
-g(y
(y00)\ < «
por g  ser contínua em  y.
b) Consid
Co nsiderad
eradoo > 0, existe
existe ò >  0 tal que
0 < |x-x0| <õ => | / ( x ) - y 0 | < ô l
porr ser li
po lim
m / (x) = y0 .
x-*xo

Logo, de (a) e (b) segue que, dado s >  0, existe ò >  0 tal que
0 < | x —x 0 1 < 6 =>  |3(/(x))-0(yo)| < e.
B.5. Usando o resultado do exercício anterior, prove a Proposição
2.4.3 (Cap. 2).
B.6.
.6. Prove a L3(b
L3(b)) e (c) utilizando
utilizan do o roteir
rot eiroo dad
d adoo a seguir.
seguir.
1. °) A funç
fu nção
ão  f(
 f ( x )   = x2 é contínua em R. A função /(x) = 1/x é c
tínua no intervalo x < 0 e no intervalo x > 0.
2. °) Usand
Us andoo o Exer. B.4 B.4,, prove que, sendo lim lim / ( x ) =  L,   então
X-*XO
apêndi 179

3. °) P rove que lim (kf)(x ) = kL,


kL , sendo
sendo lim /(x
/( x ) = Le
L e usando esse fato
fato
 X-
 X-*Xo X-*XQ
e L3(a
L3(a),
), prove
prov e que, sendo lim g(x) = M, vale lim {f-g)(x) = L-M.
 X->X 
q  X-+
-+XQ
4. °) Prove
Prov e L3(b)
L3(b) usand
usa ndoo a relação

(M*) = 9)(x)-(f-9)(*)l

5") Prove
Prov e L3(c) (c) usando
usa ndo o fato fato de quequ e limlim —í— = -J->que
-J-> que é provado
prov ado
*-*o / ( x ) .  L
usando a l.° parte e o fato fato quequ e  f 
— =/— 1 •
9 9
B.7.
.7. a)
a) Uma
Um a função / se diz um infinitésimo infinitésimo parap ara x tendend
tend endoo a x0 ,
ou para
pa ra x tenden
ten dendo do a + oo, ou par p araa x tendend
ten dendoo a -oo, se, se, respectivamente,
sucede lim  f(  f ( x ) = 0, lim  f( f ( x ) = 0,0, lim
lim /(x
/( x ) = 0.
0. Em
Em qualquer dos ca- ca-
 X-*X q JC->+
->+ 00  X-* - oo
sos, / pode ser referida simplesmente
sim plesmente como infinité infinitésimo.
simo.
b) / é da forma “infini “infinitési
tésimomo + constante
con stante”” <=> lim /(x ) —constante.
c) Soma, produto e diferença de infinitésimos é um infinitésimo. Pro
duto de constante por infinitésimo é infinitésimo.
B.8. Enuncie e prove resultados análogos ao teorema do confronto para
os casos de
de limites
limites não do tipo lim lim / (x) =  L,   x0,  Le
 L e R.
 x-
 x-*xo
B.9.
.9. Prov
Pr ovee qu
quee lim f( f ( x ) = L   se e somente se lim/(x0 + li) = L.
x-».\*o
-».\*o Ji-> 0
APÊNDICE C

CONTINUIDADE
Proposição C .l. Sea  / uma função de dominio [a,6], contínua e c res
ente (dec rescente) nesse intervalo. Então  f ~ l é   contínua em seu domínio
[/(a), m ]  (C/(H /(*)]).
Prova. Suporemos / cresce crescente
nte,, deixando o outro
outr o caso
caso parapa ra o leit
leitor.
or.
a) Seja  y0
 y 0 e ( / (a),
(a),/(f
/(ft))
t)).. Então
E ntão pode-se
pode-se escrev
escrever
er y0 = /(
/ ( x 0), onde
ond e x0 e (a,b)
Dado e   > 0, podemos supô-lo, sem perda de generalidade, suficiente
mente
me nte pequeno
peq ueno de modo mo do que (x0 - £, £, x0 + e) esteja contid
co ntidoo em (a,ô
(a,ô).
).

Como x0
x0 - £ < x < x 0 + c e / é crescente, tem os
apêndi 181

Sea ô  = min { /(


 / (  0  e )  /(
 / (  0). / (  0)  / (  0 - e}. P o rtanto
.* J /U o - e) < /( x 0)-<5;
 K /() + 4
Supondo ent ã o
 \ y - y 0 | < <5,

isto é,
|/(x ) -/(.v 0)| < ô,
isto é,
 /(
 / ( x 0) - S < f(x) < / ( x 0) + S,
vem por () que
 f ( x 0 - e )   < /(x) < / ( x 0 + e)
e, por ser  f ~ l rescente.
 / - ‘(/
‘( / ( x o  e  < / - ‘( /( x ) ) < /  ‘ ( /  U o + 4 ,
isto é,
x0 - e < x < x 0 + e,
isto é,
|x -x0| < e,
isto é,
l f ~l(y)
~l(y)--f~l(y
~l(y0)í < £-
b) Rest
Restaa mostrar que / 1 é contínua emem  f(
 f ( a ) e f(b
 f (b)) ,   o que deixamos
como exercício.
Proposição  C.2
C.2. Se / é uma função contínua
co ntínua num intervalo fechado fechado
[a,6], então / é restrita superiormente
superiorm ente em [a,6], isto é, é, exis
existe
te  M   tal que
 /(
 / ( x ) <  M  para tod
todoo x e [a,6].
[a,6].
Prova.  Seja  A o conjunto dos x e [ai>] tais que f é   restrita superiormente
em [o^x]. Como  A  não é vazio, pois a e  A, e  A é  restrito
  restrito superiormente por
b,  podemos considerar sup  A.
a) Mostremos que sup .4 = b.
Suponhamos que tal não suceder, isto é, que sup  A < b. Como Como / é concon
tínua em [a,ò], é contínua em sup  A;  A ;   logo, existe ò  > 0 tal
tal q u e / é res
restr
trit
itaa
em (sup  A - ô,  sup  A + ò)  (veja Exer. 2.4.6). Por definição de supremo,
existe c e A  tal que sup  A - ò < c. e então f é    restrita em [u.c"| (por pertencer
a  A).
 A).  Mas, para todo ze(sup  A , sup .4 + Ô), f   é restrit
restritaa em [c.z]:
[c.z]: logo
logo / é res
res
trita em [a,z] e  z e A,  o que e absurdo, pois z > sup  A.
6 ô
Figura
Figu ra C-2 ' I " *I í I‘ I
182 INTRO
INT RO DU
DUÇÃ
ÇÃ O AO CÃLCULO cálculo
cálculo difer
diferenc
encial
ial

b) Pr ovamo s na part e (a) que / é restrita sup upeeri ormente cm [a,], pa ra


todo  e [a,b). M ostrst remo
em os ag o ra que  / é restrita sup upee ri o rmente em [a,b].
Sabemos que eiste <5 <5,  0 ta l q u e / é restrita em (b - ô , <  < b), p o i s /
é  ontínua à e sq ue rda cm b, isto é, lim  /( / (  )   f{b).
 f{ b). Como eiste d e ( b - ó  ,b)
 ,b)
x  * b  
com de A,   deco rr e que / é restrita sup
upeeri ormente em [a,d], e como o é em
[<M1 o será em [a,b].

Figura C- — l---------------- — i—


i—ll-----
a b-òy d b
Corolário.  Nas hipóteses da Pr opopoo sição C.2, / é restrita inf eri ormente
em [o,b] (o signifiado da ep ressã o é óbvio).
Co nsid ere -f.
Prova. Con -f .
 Notaa. S e /é
 Not  / é restrita sup
upeerior  inf eriormente em [a,b], dizse que / é restrita em
[_a,b]. Assim, a propopoosição anterior e seu corolário nos dizem que/
que/ é restrita
restrita cm [a,b].
[a,b].
Proposição  C.
C.3. S e / é uma função
função contínua num intervalo
intervalo [a,6], então
exis
existe
te v e [u,b]
[u,b] tal
tal que /(s)
/( s) ^ / (x) para todo x e [a,6].
Prova. Como / é restrit
restritaa em [o,ó],
[o,ó], podemos considerar o supremo dos
números/(x), xe [a,6]*, que indicaremos por S. TemoTemoss /(x ) < S   para todo
x c  [n,ó]. Mostremos que existe s e [a,b]
[a,b] tal que / (s) = S.
Suponhamos que /(x) # S   para todo xe[a,b]. Nesse caso, a função

  s í a J , ]
é   contínua em [n,b].
Por outro lado, dado e > 0, existe c e [n,b] tal que
S - c < f ( c ).
por definição de supremo, o que acarreta que
9(c) > —
€r 
e isso quer dizer que g  não é restrita em [o,b], o que é absurdo.
Corolário.  Nas hipóteses da Proposição C.3, existe t e [a,b] tal que
 / ( f) ^  f ( x )   para todo x e [a,6].
Prova.  Considere -f. -f .
apôndi 183

Proposição C.. (Teorema de Bo lzano) Se  / é uma função contínua


num intervalo [< /,/>] e f(a)f(b)   < 0, ent ã o eiste c e (ai>) tal que /(c) = 0.
Prova.  Suporemos f(a)   < 0 < f(b).   Seja  A   o conjunto dos x e [a,b] tais
que /(x) < 0 no intervalo [a,x]. Temos que  A  não é vazio, pois ae A, e A
é   restrito superiormente por b,  pois  f{b) >  0. Logo, podemos considerar
sup  A.
a) Temos a <  sup  A < b, porquanto, como lim /(x) =  f(a) <  0, exis-
 jc-*a+
te <5, > 0 tal que, se x e (a, a + Ó,), então  f(x)   < 0; e existe ô >  0 tal que
se  x e ( b - S , b), então /(x) > 0.
b) Mostremos que /(sup/4) = 0. Se isso não ocorrer, deveremos ter
 /(sup  A) > 0 ou /(su p  A) < 0.
Suponhamos inicialmcnte /(sup  A) <  0. Pela continuidade de /, existe
ò > 0 tal que, se x e (sup  A -  <5, sup A   + <5), então  f(x) <  0. Por definição
de supremo, existe c e (sup A - 5, sup  A)  tal que c e A.   Isso significa que
 /(x ) < 0 para todo x e [a,c] e, como para todo z e (sup  A,  sup  A  + ô),
 /(z) < 0, resulta que /(x ) < 0 em [a,z], contrariando o fato de ser sup/4
o supremo de  A,   de vez que ze^4 e z > sup  A.
Se agora supomos /(supi4) > 0, existe > 0 tal que /(x ) > 0 para
todo xe(sup/t-<5j, sup/1 + <5,). Por definição de supremo, existe de (sup
 A - ôl , sup  A) tal que d e A, o que significa que/(x ) < 0 para todo x e [a,d].
Mas isso é absurdo, porquanto /(d) > 0 [observe que
de (sup/4-<5,, sup/4 + <5t)].

EXERCÍCIO
Prove a Proposição C.2 usando o Exer. A.3.2.
Sugestão.  Se / não é restrita superiormente em [a,b], não o será ou em
£a, Q ^ ^j ou em Seja  \_al , 6j] o intervalo no qual isso
ocorre. Prossiga o raciocínio, obtendo intervalos encaixantes, nos quais
a tese não se verifica. Existe c comum a eles. Use a continuidade de / em c
para conseguir um intervalo em torno de c onde / é restrita. Deduza daí
uma contradição, usando um intervalo encaixante de extensão suficiente
mente pequena.
APÊNDICE D

REGRAS DE L HÔP ITAL


Proposição D.l. (Teorema gene ralizado do va lo r médio). Se  / e g sã o
funções  ontinua s em [a,£], de riváveis em (a,ó), ent ã o eiste c e (a.b)  tal
que .
m - 9ia))f'(c) = (m - f ( a ) ) g ' ( c )
Prova.   A função
 /(*) 0(x) 1
Mx)=  f(a ) g(a) 1»xe[a,6],
 f(b) g(b) 1
satisfaz às hipóteses do teorema do valor médio. Logo, existe ce(a,b) tal
que:
 f \ c ) g\c ) 0
 \J/'(c) =  0, isto é,  f(a) g(a) 1 = 0 .
 f(b) g{b) 1
Desenvolvendo o determinante, chega-se à relação procurada.
Proposição D.2. Suponha que lim  f(x) = lim g(x)  = 0 e que
      o  »o 

rlim — / 'M
—- =  ,L. rEntão lim  f(x) .
— - =  L.
X-XO+ fll(x) X-XO+ g{x)
Prova,  a) As hipóteses implicam que / ' e g'   incluem cm seus domínios
um intervalo (x0, x0 + h), onde h >  0, c nele g'(x)  # 0. Definindo / (x0) =
= g(x0)  = 0, vemos que as hipóteses da Proposição  D.l estão verificadas
por  f c g cm qualquer intervalo [x0, x], com x0 < x < x0 + h.
b) Dado e >  0, existe ô,  0 < <5 < h,  tal que

0 < u - x0 < ó < e

c) Tomado x tal que 0 < x - x 0 < Ò^ h,  podemos escrever, pela Pr 
 posição  D.l, que existe c (que depende de x) tal que x0 < c < x e
apêndi 185

Con sid e rand o (b), podemo s esr eve r entã o que

 /( )  L
<
x

isso subsistindo desde que 0 < x - x0 < ô,  o que quer dizer que

lim — - =  L.
*-*o+ g{x)
 Nota.  A proposição subsiste claramente se substituímos x —>x0 -+ por x —>x 0-.

Corolário D.l. A proposição subsiste se substituímos x -+ x0- por x -» x0 .


Corolário D.2. A proposição subsiste se substituímos x -» x0 + por
X - > + Q O, OU X - * - 0 0 .

Prova. Façamos z = — > F(z) = G(z) = Então

Sm m

= Sm
B M t ) = hm 
Z - /-
1-0+ G'(z) i —0+ / 1\ / 1\ x + ®0'(x)

Como lim F(z) = lim /(x) = 0 e


z -* 0 + X “* + ao
lim G(z) = lim g{x) = 0,
z +  x  + + oo

vem, aplicando a Proposição D.2, que lim = L. Mas


i-o+ G(z)
F(z) /(x)
lim —— = lim —— •
i-o+G(z) x—+ oo t/(x)
Deixamos o caso x -> -oo como exercício.
Corolário  D. 3. Suponha que lim /( x ) = lim g(x)  = 0 e que
• A -• XO + X -* Xo +

hm —— = +oo (  s -   ?  = -oo).
g{x)  \ x - x 0 + 0 ( x ) /

Então

,lim —
/<*>  / ( X )
—= + oo 1/ rlim = -oo
186 INTRO DUÇÃ O AO CALCULO cálculo diferencial

O re sultado vale se substituímos x x0 + por  x  -*• x 0-, x —* X q , x -


+ oo, x -» -oo.

Prova. Temos que lim g'(x) = 0. Logo, podemos aplicar a Proposi-


    O +  f \  )

ção D.2 e concluir que lim = 0.


x - x 0 + /(x)
Por outro lado, definindo /( x 0) = g(x0)  = 0, podemos escrever, para
x suficientemente próximo de x0, x > x0:
0 = /( x 0) = f ( x ) + /'(xK x0 - x ) + (x0 - x)a(x)
0 = í?(x0) = g(x) + g'(x)(x0 - x) + (x0 - x)0(x)
com lim a(x) = lim jff(x) = 0.
 X~*XQ
      O

 f(x)g{x)   = (xo- x ) 2[/'íx)0'(x) + a(x)^'(x) +  p(x)f '{x)  + a(x)0(x)].


Para x suficientemente próximo de x0, vemos que/  (x)g(x)  tem o mesmo
sinal de  f(x)g'(x),   e este nessas condições é positivo, porquanto
+ao.
X-.X0+ g (x)
Logo,
lim 4 ? - + a >.
g(x) x-x0+

Os outros casos são deixados como exercício.


x2 —4
Exemplo  D.l. Calcular lim ----- —•
x-2 x - 2
Temos
lim (x2 - 4) = lim (x-2) = 0
x-2 x  2 

(x2 - 4)' 2x
lim — = lim — = 4.
-----
x-2 (X -2) x-2 1

Logo,
rlim -----4—~ ,4.
x -2 x -2
Na prática, costuma-sc escrever:
x 2 4 ,. 2x
lim = lim — = 4.
apêndi 187

 x  —tg X
Exemplo D.2. Ca l u lar lim ------------ -
x -o x - s en x
Temos
x - t g x l- se c 2 x
lim -----------= lim -------------
x -o x - s e n x x -o 1 - cosx

Aqui, ainda podemos repetir o processo, mas é mais conveniente fazer


o seguinte:

1
1- sec2 x co s* X C O S2 X - 1 cosx + 1
1 - C OS X 1 - C OS X C O S2 x ( 1 - COS x ) c o s2 x

que tende para -2 para x tendendo a 0. Logo,


x-tgx „
lim ----- = 2.
x - o x - se n x

Exemplo  D.3. Calcular lim


x -0 X
Temos
6(x -sen x) .. 6(1-co sx )
lim - -r
----- = lim
-----
x -0 x -o 3 .x 2

Aqui aplicamos novamente o Corolário D.l


6(1-cosx) 6senx
Um-----—5------ = lim —- —
x-o 3x x-o 6x

Podemos novamente aplicar o processo:


senx cosx ,
lim ------ = lim —-— = 1.
x-0 X 1—0 1
Portanto
6(x - sen x)
lim ------- z------ = 1.
x-0 X  3 

 Nota.  Cuidado ao aplicar a regra. Certifique-se de que numerador e denomi


nador tendem a 0. Se isso não for observado, vocc poderá incorrer em erro:
188 INTRO DUÇÃ O AO CALCULO cálculo diferencial

Esse resultado não é correto. Na segunda passagem, houve apliação indevida


da regra, porquanto o numerador e o denominador não tendem a 0. Resposta certa:
 x‘ —1
lim xV --x5- = 4-
*-i

Outro erro comum é   derivar  j • Ao invés de se calcular lim calcula-se


9(x) «-xo g (x)
lim o que é um erro.
ac-*xo

sen
Exemplo D.4. Calcular lim •/*
 jc- + « X- 1/4
Temos
1 1 1_
sen — - X 3/’2COS
x 2
lim, v - 1 / 4 = lim -—
x • +x A ' x - + oo -5/4

1
2 cos ——
J X 
= lim ----- rZ------- - 0.
1/ 4
X-» +00 X 

 f ( X)
Exemplo D.5. Pode acontecer que exista lim —— sem que exista lim
     0 </(x) x     o

~~~ De fato, seja


9(x)
 f(x) = x  sen — (x ^ 0) e g{x)  = x.
x

Então lim = lim x sen — = 0, mas = x sen — - cos — não tem


*-o g[x) x g(x ) x x
limite para x tendendo a 0.
Proposição  D.3. Suponha que
lim  f ( x ) = +oo, lim g(x) =   +oo
X-*Xo + X - *X o +

r
e que lim /'(* )
—— =r L.r?Então
.a r lim/ W ——. = L.
apôndi 189

Prova, a) As hipóteses imp liam que / '  g'   inluem, em seus domínios,
um intervalo (x0 , x0 -f h), onde h >  0, e nele g'(x)  # 0.
b) Dado e > 0, existe <5, , 0 < 5, < h  tal que
m £  /'(«) <\\+ r
0 < u - x 0 < á.
g\u) < '  => 0'(«)
c) Seja x0 < x < z < x 0 + ó ,. Então podemos aplicar a Proposição D.l.
m - f ( z ) f\c )
onde X < c < z.
g{x) - g(z) g\c)
Além disso, para h  suficientemente pequeno, podemos supor g(x)  # 0,
pois lim <j(x) = + oo Dividindo por g{x)  numerador e denominador da
última relação, vem
 f(x)   / (z)
g(x) g(x) J'(c)
g(z) g\c)
1-
9(x)
m  / , m m
Logo,
g(x) V d(x)J g'(c) g(x)
f (x ) f \  c  ) 9(2)  /'(c) + /(z)
e daí
9(x) g'(c) g(x) g'(c) g(x)

Logo  / w  /'(£) < g iz  ) f ' ( c ) 



f  ( 2  )
9 (x) »(c)   g(x) 9 ’ (c  )  9 (x)
9(2) m
9(x)  * í g{x)
de acordo com (b).
d) Como, para z fixo, temos
.. 9(2) .. /(z)
lim — = lim = 0,
x-xo+ g{x)  x-xo+ g(x)
Podemos afirmar que o segundo membro da desigualdade anterior é menor
£
que — (os detalhes são deixados para o leitor), desde que 0 < x - x o << $<
< z - xn , onde 6   é um número conveniente. Então
m f(c ) £
0 < x - x0 < ò
19 INTRO DUÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

e) Po r (b). p odemo s esrever  f i e ) - L < Y ’  Io80,


9\c)
 / W J   / W  / X £ ) e r.
X  Xn < à > < +
 m '  y(x) g'(c) g(c) 2 2

 Nota.  A proposição claramente subsiste se substituímos x -» x0 + por x -» x0-


Corolário  D.3. A proposição subsiste se substituímos x-»x0- por x-»x0.
Corolário D.4. A proposição subsiste se substituímos x-»x0 + por  x-*  + oc,
ou x-»-oo.
Exemplo D.6. Calcular lim —
x- * + ao X
Temos
ex ex
lim — = lim — = + oo.
x  +« X x~*  + oo 1

tg X 
Exemplo  D.7. Calcular lim —— •
*-«/2 tg 2x
scc2 x cos2 2x
lim = lim = lim t ----- 5— = + oo.
x-m/2 tg 2x x-»«/2 2 sec2 2x  x -*k  I 2 cos2 X

Exemplo D.8. Calcular lim — •


x — + ao C * 

x" nxn l
lim — = lim — — = • • • = lim — = 0.
 x~++ oo C  x-* + oo €  + ao  x  c

 Nota.  Costuma-se dizer que na situação da Proposição  D.2 e na da Proposição


D.3 temos uma indeterminação da forma e -30 respectivamente. Outras situa-
0 co
ções podem ocorrer, as quais serão ilustradas nos exemplos.
l
Exemplo D.9. (Forma oo - oc). Calcular lim cot x
x-*0 (   ----
X >
Temos
.. ( 1\ ,. ícosx ,. x cos x - sen x
lim ( cot x ----- = lim ( --------- lim ------------------
*-o \ x/ *-o \sen x x-o x sen x
que é da forma —
0
apêndi 191

Exemplo D. 0. (F o rma 0 oc). Ca l u lar lim xlnx.


 jc-0 +

lim x In x = lim * que é da forma —•


 »       1 00

Então
1
 \ 
lim x ln x = l i m  -----= lim -x = 0.
x -0 + x - *0 + 1 x -* 0 +

X2
No segundo volume vamos ver a definição da função /(x) = e*. Defi
ne-se, para a  > 0, a função g{x) = <f  por
g{x) = ax  = ex,na.
Admitindo que / é contínua e que existe lim /i(x), temos lim e''<v’ =
im M x)   «
= ex~“ , pelo Exer. B.4.
Usando esses fatos, podemos achar outros limites.
Exemplo  D .ll. (Forma 0o). Calcular lim x**"*.
x-»0 +

liru sen x ln x
lim x**0* = lim e**"**"* = ex~0 +
x*0 + x -^ O-f  

As igualdades foram escritas na pressuposição da existência de


lim sen x In x. É da forma 0 *oo Calculando pelo processo visto, chega-se
x-*0 +
a lim sen x ln x = 0. Logo,
 x  0 +

lim x»en* = e° = 1.
*-0 +
Exemplo  D.12. (Forma oo°) Calcular lim (ctgx)x. Temos

(ctg x)x = ex,nc,*x.


Mas lim x ln ctg x = 0, o que pode ser calculado como visto (forma 0 • oo)
*-»o +
Então
im n tg ^

lim (ctgx)x = e  x _ „  »   _ gO _ j

x -» 0  +
9 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

Exemplo D. 3. (F orma 1®). Ca l ular lim


im ( . + 1 Y .
♦ + 00 \ X  J 
Temos

lim  x In ( 1 + ) = 1,
x - + oo \ X  

o que pode ser calculado como visto (forma 0®). Então


 \ x lim x  In (1 + i)
lim 1 + — ) = e*~ +® = e.
 x )
EXERCÍCIOS
Provar que:
ex-e x ^ sen 5x 5
D.l. lim - = 2. D.2. Um — - - = —
x - o sen  x x—o 3x 3

D.3. lim
tg
B  = i.
^ s e n x -x „
D.4. lim ------ —■ = C -
n x-o senhx
 x ~ 7 
In(1 +  x) x - are sen x
D.5. lim ------ —— = 0. D.6. lim
*-o sen3 x 6
x3 + x2- l l x + 10 5 _ _ .. sec x - 1
D.7. Um -------- =------- ------ = —
- D.8. lim ---------- = 0
x—2  x - x -  3 x-0 X 

(x-1)2 x 3 —a3
D.9. lim D. 10. lim  —= ----- — — 6a5'2 (a > 0,
*-*11+ cos nx n a#x).
21n(l + x)-2x + x2 é*nx-ex
D.l 1. lim --------- ------ ----------- 1.
---- D. 12. lim = 1.
x-i 4(x-senx) x - 0 sen x - x

a
ln
ax-b* ~b
D.13. lim = — a” D. 14. lim — —  — (ajbyc,d > 0)
x-a  x r - c r m x -o c
<   - d  x 
In

D. 15. lim
inB ) = 1. D.16. lim x s e n — = í.
x- +«> arcctgx X“* + 00 X 
apêndice 93

  
ln
D. 7. lim -----  XJ  = 0. D. 18. lim   1
X -*+ 00 1 x —
*  00 x- 1
ln
X X
,. ln x In(l-x)
D.19. lim. ——
. .a  = 0 (a > 0). D.20. lim = 0.
 x +  + 00    *‘-**í- ctg (1 - x)
. .. In senx , x2
D.21. lim --------- = 1. D.22. lira — = 0.
*-o lntgx +® e
x3-4 x 2 + x - 1 . o
D.23. lim    D.24. lim — = + oo (a > 0, a > 0).
X  * — 00 3x2 + 2x + 7 * - + <o X a 

D.25. lim (s e cx -tg x ) = 0. D.26. lim ( - ---  j = -oo.


X-»tr/2 - *-o \ x x / 

D.27. lim ( — ----------- % - ) = - i - • D.28. lim ( —


-- ) = -y
* - o \ l - c o s x s e n1 x )  *-o\ln(x+ l) x / 2
D.29. lim  — - c t g x ) = 0. *D.30. lim (x-ex) = -oo.
*- o \ x  )  X-* +00
Sugestão.  Coloque x em evidência
D.31. lim x 2 • e x = 0. D.32. lim  J ^ x  ln x = 0.
 X  + oo *-o +
D.33. lim xe1/x = +oo. D.34. lim (arc cos xXln(l - x)) = 0.
*—o + *-i -
D.35. lim x* = 1. D.36. lim (sen x),,Jt = 1.
*-o + x-0
D.37. lim  x   4+inx = e. D.38. lim (tg x) Inserí = e.
x-*0 + x-*0 +
 / | \ ln(1 +x) l
D.39. lim ( — ) -1 . D.40. lim x * = 1.
x-0 \ X  /   X~*+00
 / i y 1
D.41. lim [ ln — ) = 1 . D.42. lim (cos 2x) * = — *
*->o+ \  x ) *—o e1

D.43. ilim  x x-\ 


l- = —
1 D.44. lim (cosx)c,,Jt = 1.
x~*i e x-*0

lim * _SenX -— 1i iaqui


D.45. um (na ui não sc aplicam as regras de L’Hôpital).
*- +«ox + sen x
APÊNDICE E

A TANGENTE COMO MEL H OR APROXIMAÇÃO LINEAR


Sea  / uma função de rivávl em 0. Pela Pr opo siçã o 2.5.2, podemo s
diz er que eiste <5  0 ta l que
|    jc0 | < <5, =  f(x) =  /(  0) + f ' ( x 0)(x - x 0) +  (    0)ç>()
om
lim (p{x) = 0. (E. l)
 X—XO
A reta tangente ao g ráfio de  f    em ( v0. /(  0)) tem equaç ão
 y = f ( x 0) +  /'(^ oX^  Xo)
sendo, pois, o gráfico da função
r(x) = f ( x 0) + f' ( x 0)(x - x0). (E.2)
apêndice 95

S upondo |   0| < 5 ,, seja


<5(x) = |/(x)-í(x)|.
Então, por (E.l),
<5(x) = |x - x 0| |</>(x)|, |x - x01< . (E.3)
Consideremos agora uma reta qualquer por (x0 , /( x 0)) que não coin
cida com a tangente; ela é o gráfico de uma função da forma
h(x) = f  (x0) + a(x - x0), com a ± f ' ( x 0).
Supondo |x — jc0 | < , seja
A(x) = |/(x)-/*x)|.
Considerando (E.l), temos
A(x) = | x - x 0|  \f' (x 0) - a + ç>(x)|, |x - x 0|< < 5 1 (E.4)
Vamos provar que existe ô >  0 tal que
0 < |x - x 0| < 5 => â(x) < A(x),
o que significa intuitivamente (veja Fig. E.l) que a tangente é a reta que
melhor aproxima a função no ponto (x0 , / ( x 0)).
Como lim <p(x) = 0, dado c - —— > q   existe ô >  0 tal que
      o 

0 < |x - x 0| < S  => |<p(x)| < ------ ------ =>


=* I9>(*)l < I f \ x o) - a | -1 <p(x) | 4$ I/'( x 0) - a +  ç>(x)| =>
“^ I x - x J M * )| < |x - x 0|  \f'( x 0) - a + ç>(x)| (E.5)
Seja 6 =  min ( ô j, <52}. Então, considerando (E.3), (E.4) e (E.5). resulta
0 < | x  x o | < < 5 = > <5(x) < A(x).
APÊNDICE F

ASSÍNTOTA
 Definição F.l. a) S ea /  uma função c c,  um número. A reta de equaç ão
. = c s diz assintota vertical de f  se
ou lim  f(x) =  +ao,
X  »c I

ou lim  f(x) = + oo,


 x  c 

ou lim / (x) = -oo,


JC->c+
ou lim / (x) = -oo.
x-*c -

b) Seja / uma função; a e b,  números. A reta de equação  y = ax + b


se diz assintota inclinada de f para x tendendo a mais infinito (para x tendendo
a menos infinito) se
lim ( / (x) - a x - b ) = 0,
X  + 00

( lim ( f ( x ) - a x - b )   = 0).

Assíntotas inclinadas e verticais, às vezes, serão referidas simplesmente


como assíntotas.
Exemplo F.l. A reta x = 1 é assintota vertical de /(x ) = — - r ? ’ P°*s
(x - l)z
li 7
x-l (x~-T1)ü = + 00  tFig- F 1(a)-
71 .
Exemplo  F.2. As retas x = (2k + 1) — (fc inteiro) são assíntotas verticais
de  f(x) =  tg x, pois
lim tg x = +oo
x  ( 2 k+   i  | 

[Fig. F.l(b)].
C)
98 INT RO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Exemplo  F.3. A reta  x = 0 é assíntota de


 f(x) = ellx(x ^ 0), pois lim eilx  = + oo
X  - O +

[Fig. F.l(c)].
1
Exemplo  F.4. A reta  y =  0 é assíntota inclinada de  f(x) = para
(x- l)2
x tendendo a mais infinito c para x tendendo a monos infinito, pois

lim
* -* + •» (rX~- W
1) =0 e x -,im
*-< r (X - 1) =0

[Veja Fig. F.l(a)].


Exemplo  F.5. A reta  y  = 1 é assíntota inclinada de /(x ) = eilx  para x
tendendo a mais infinito e para x tendendo a menos infinito, pois

lim (e1/Jt- l ) = 0, lim (e1/x- l ) = 0

[veja Fig. F.l(c)].


b
Exemplo  F.6. A reta  y = — x (a,b  > 0) é assíntota inclinada de
a
apêndice 99

Proposição  F.l. Seam a e b números, e /   uma função cuo domínio con
tém um inte rvalo da fo rma  ^ 0. Entã o a reta  y — ax + b é a ssíntota
inc linada de / para  tendendo a mais infinito se, e somente se, eiste
..  /()
lim ----- >
*-» + oo X
e vale a e se existe lim (f(x) - ax)  e vale b.
+ ao
(Resultado análogo subsiste para x tendendo a menos infinito. Deixamos
como exercício.)
Prova,  a) Se  y = ax + b  é assíntota de /(x) para  x   tendendo a mais in-
finito, temos
lim ( f (x )  a x   b ) = 0, (F.l)
X  *  + 00

isto é,
lim *    1    3   1   
(F.2)
+ 00 L \ x a i
Daí*
lim (  M a b  
( = 0,
x* + 00  \ X a X  

isto é,

lim ----- = a. (F.3)
+ 00 X 
De (F.l). resulta imediatamente que
lim (/(x) -ax) = b (F.4)
 ao

 /(x)
b) Se l i m  ----- existe e vale a e se existe lim (/(x )-a x ) e vale b,
    ao     ao

então é claro que


lim (J  (x) - ax - b) = 0.
    3

x2- x + 1
Exemplo  F.7. Achar as assíntotas de /(x) =
x -1
x2 - x + 1
a) lim = -oo; logo, x = 1 é assíntota vertical.
*-i - x -1
x2 - x -I- 1
lim = +oc e a mesma conclusão se verifica.
x -1

*Se  x ( - - - a - —^ = ^(x), então lim = 0. Logo, lim - — = 0


 \ X  XJ  x-* + « * - + 00 X
 INT RO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

 / () x2 - x + l _ _
b) lim — = lim a.
  -• + 00
 x + 00
  x(x-l) 1
lim ( f ( x ) -  x) = lim — = 0 = b.
 + co X - I

v = x é assíntota inclinada de / para x tendendo a mais infinito.


Como exercício o leitor deve mostrar que tal reta também c assíntota
de/ para  x   tendendo a menos infinito.
Exemplo  F.8. Achar as assíntotas de
+  x  + x - 1

a) As retas x = 1 c x » -1 sâo assíntotas verticais, pois lim/ (x) = -oo


  1 -

c lim  f(x)   = + oo.


apêndice 

 f(x) ,. 3   2 +   l
b lim ----- = lim -------- — — ----- = l = a.
*- + <*>  X  X-+0O x(x2 - 1)
x 2 + 2x —1
lim (/(x )- x ) = lim *— -— = 1 = 6 .
-----
* —  oo ,   X —1
  oo

a reta  y = x   + 1 é assíntota de f    para x tendendo a mais infinito.


Semelhantemente, se chega a que a reta v = x + 1 c assíntota para x
tciulcndo a menos infinito (Fig F-3).
Exemplo  F.9. Achar as assíntotas de
 /(x ) = x 3- x + 1.
a) Não existem assíntotas verticais, como é claro.
 f  (x)
b) lim  ----- = +oo; logo, não existem assíntotas inclinadas para x
x — + 00 X
tendendo a mais infinito. Do mesmo modo, se chega a que não existem
assíntotas inclinadas para x tendendo a menos infinito.
Exemplo   F.10. Achar as assíntotas de
 f(x) = ln |x|. x # 0 .
a) Como lim ln lx l = -oo, a reta x = 0 é assíntota vertical.
*—o '
b) lim  M . |im Ü i í l = o = „,
JC-*+ 30  X  JC~*+OO  x
lim (/(x)-0 x)= 1im ln|x|= + ao.
x — -Foo %- *  + oü

Logo, não existe assíntota inclinada para x tendendo a mais infinito.


Do mesmo modo, se chega a que não existe assíntota inclinada para x ten
dendo a menos infinito

EXERCÍCIOS
Achar as assíntotas de /, sendo  f(x) =
(x-3)2
F.l. -2 y j x2 -1 , (x < -1 ou x ^ 1); F.2. li   Ti’  x l .
4(x - 1)
2x2 - 6x - 5 sen x + (x + l)eT
F.3. x # -1,5; F.4.
(x-5Xx + 1)
x 2- 1
F.5. ------- * x ^ 0; F.6. ellx;
F.7. x3- x + 1; F.8. polinômio.
APÊNDICE G

EST IMATIV A DO ERRO NA APROXIMAÇÃO DIFERENCIAL


Proposição G l. Sea  / uma função cuo domínio contém o inte rvalo
[,  x + hi], h > 0 tal que, pa ra t odo l e [,  + hi], se verifique | /" ( 0 | < Aí,
onde MeR. Entã o
 \ A f ( x , h ) - d f ( x , h ) \ ^ h M.
Prova.  Temos
| A /(, h)  d f (, h) |  | /(  h) - f ( x ) - hf’(x) \ =
 | f'(c)h - hf'(x)|  |/(/'()/'())|   \h f"(d )( c - x ) \^
< ,\ h h d \ = h2 
  \  n d   ^  h 2 M ,

onde c está entre  x e x + h; c d, entre c e .


Na s passagens, usa mos sucessivamente a definição de A/(x, h)e df  (x, h).
o  teorema do valor médio para /, e esse mesmo teorema para /'.
Exemplo  G.l. Consideremos o Ex. 2.7.1. onde se calculou o valor apro
ximado 6,025 de  y f  36,3.
Vamos dar uma estimativa do erro cometido. Como /(x) =  y/~x,  temos
que
1
 f"(x) = - e irw l =

Se x > 36, vemos que


<  ______  _ _ _   1
|/"(|
" 4y/ÕW  864’
porque | / " | é decrescente nesse intervalo.
Então

|A/(36; 0,3) - df (36; 0,3) | < (0,3)2 • - i - = 0,000104166,


ou4
que é, no máximo, o erro cometido ao se substituir A f  por df 
apêndice 3

 Nota. Sendo e  0,00010166, a desigualdade anterior fia, numa notação


abreviada,
df- e ^ ò f  < df + t.
ou seja,
 f(x) + df-e   </(x + h) < f(x ) + df + e.
De acordo com os cálculos feitos no referido exemplo, temos
df   = 0,025
e, como  f(x + h) =  J W 
 f(x) = = 6,
temos
6,025-0,00010417 < ^ 3 6 3 < 6,025 + 0,00010417,
ou seja,
6,02489583 «S < 6,02510417.

EXERCÍCIOS
G.l. Examinar a conclusão da proposição se o intervalo é [x - h, x], h > 0.
G.2. Dar estimativas para os erros cometidos nas aproximações feitas nos
Exers. 2.7.4(a). (b). (c) e (d).
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS

SEÇÃO 1.1
1.1.7. Sim: se a + b = r, raiona l, então b —r-a seria raional.
Nã o: y 3 + (  v /3 )  0.
..8. Nã o:  J l - A = = 1.
n / 3
28 286
1.1.10.») y  c) a , f 
9000 

SEÇÃO 1.2.
 „ ^ 1 , , , 1 
1.2. 1. 2 0 2  —  k  - k ; — j -     2  + 2 2 +    2  3 +
4 x
.2 1  + h
.2.2. 2 —   -----   ------------ •
3 1- t x + h - l
1 1
1. .3.
2  (1)2
1.2.. ( + h)3; 3xh + 3xh + h3; 3x + 3xh + hz.
„ „ 1  + 32 + 1    2 + l,‘ , ,
1.2.5. 2 2 : w + —   — — — — — t  21.
w (^ + 1) ( 1 )
1.2.6. a) nem pa r i em ímpa r; b) impar;
) par; d) par;
e) pa r; 0 impa r;
g) par: h) í mpa r,
1.2.9. a)  ^ 2 • b) todo 
c)  > 0 d)  0
e) ?í0 f)  < 1 ou   1
g) todo  h) todo 
i) 1 $ v ^ 2: i) v =' + 1:
I) nenhum ,v: m)   0:
n V <  2 ou   I: o) todo 
pl  < 3 ou   .
6 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial
respostas dos ríios propostos 27


8 INTR OD UÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

l.2.10c)
respostas dos ríios propostos 29

.2.11. O gráfio se de sloca vertial mente pa ra cima dc c unidade s se c  0,


e de -c   unidades para baio caso c< 0.
1.2. 12.

1.2.15. 1.2.16. (a) e (d)


 INTR OD UÇÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

.2.17.

 y
respostas dos ríios propostos 211

.2.19.
 y

t  x

1.2. 20.


 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

. 2 .2.

d) O gráfio de F é  o transladad o do gráfio de / para a esq ue rda (di


reita) de a  unidades (--a  unidades) se a > 0 {-a > 0).
1.2.22. a) 3 b) 3 c) n d) 4
e) 4 0 X2 g) x2 h) x2
i)  y/  j) 1. 1) 1 m) 1
n) 1 o) 3 P) 6 q) 6
1.2.24. a) Não b) v /H ) 2 =     II     %
1.2.25. a) x $5 0; b) x > 1; c) X ^ 1; d) qualquer
1.2.26. a) 0; b)-l; 0 -4 e - j ;
d) 2 +  y p L 2 - V I 0; e) 0 e 4; f) nenhum x.
SEÇÃO 1.3. •
1.3.1. a) 1; b) 1; c) 3; d) 3;
c) x/3; o V I g) sfn-U  h) yfn.
1.3.9. a) -1 < x < 3; b) 1 ^ x < 7;
c) -1 < x ^ 1; d) nenhum x;
respostas dos ríios propostos 213

e) n - s/~n  $ v ^ n + s f n \   0   /  2 $  ^
g ) 2 <  < 2 h)  —1
i) 1 <  < 2  ) 0 <  < 2
1)   / 6 ^  ^  /  2 ou y / 2  < X  / 6 .
 3 5
.3.0. a)  x < 3 ou  x  1 b)  x  — c) — ^  < 3 d) qua lq ue r 

,   n  / 3 /5 /5


0 x <   ---- ---- ou ---- ---- <
-  <  ------- ---
2 2 2
1 +  J ~ \ 3
OU X >

1.3.11. a) 100 b)  / 5 2 c) 1


SEÇÃO 2.1.
2.1.1. a) y =    7  b) y = 2
• c) y = 2 + 5 d) y = 
e) y = 5 +  f) y =  ^   + 1.

2.1.2. a)
(0,0) b) (0,2)
c)
(0,10) d) (1,3)
2.1.3. a)
(2,) b) (0,1) e (2,1)
c)
(2,10) e (2,6) d) (U).
 
21 a y = 33h x e b )y = }  .

2.1.5. a) y =  y  + y  b) y =  + 18.


2.1.6. a) y =  + 18.
SEÇÃO 2.2.
2.2.1. a) 2 b) 2   2  c) 32 + 1
1
0 
' d ~ ? + 2x; ( + l) 2 ‘

2.2.3.  I'(x)   = 0 pa ra n < x < n   , onde l(x) = n. Pa ra   n, a derivada


à direita eiste e vale 0, ao passo que não existe a derivada à esquerda.
2.2.4. São os pontos dos intervalos n < x < n + 1, n  inteiro. Nos pontos
 x = ru existe a derivada à direita, que vale 1, e não existe a derivada à esquerda.
4 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCULO cáicuio diferencial

2.2.5.

i 2 se  ^ 0,
2.2.6. Sim.  f'(x) = |
2 se  < 0.
SEÇÃO 2.3.
2.3.1. a) 0 b) 0 c) 20 d) ax0 + b
e) 2 0 0 g) 0 h) 0 
i) 0  ) 0 1) 0
n)  \ J x0 •
. 1  1
2.3.3. a) a; b) — ã ;
X ) "(  < + d 2
) 3 2 f) 32  2 g) 23
 jx

2.3.5. a)   b) 1 c) 1 d)  J T O ;



e) 1 f) 2í g) 1 se a # 0; h) 2;
1 se a = 0;
i) 6  )   1) -12; m) ~6.

2.3.6. b) n ã o c) si m: 0 d) não; e) sim: -12.


respostas dos ríios propostos 215

SEÇÃ O 2..
2..1. (b).
2..2. Todas, eceto (a), (b) e (1).
2..3. N ã o:  /( )   se  ^ 0 ,  /(0)  .
M
2... a) a = 0 b) a = 12 c) a = 1 d) a  = -4;
e) n ã o eiste a 0 a = 0 e a = 1 g) qualquer a.
2..5. a) é ve rdadei ra : p roposição 2..2
b) é falsa:  /( )  ;
) verdadei ra : /()  t ~t ’ x  / 0,/(0)  0, e a()  —
 \x \ 
d) ve rdad ei ra : / é a me sma do item (c), e g =  / 
e) falsa.
2..7. A) a) sen (cos x), cos (sen x);
b) x2 + x - 2, - x 2 + 3x + 1;
c) X , x;
x+ 1 i
 x +

d) xA' , xA ;
 x 
e) + 1)* •  x 4 + 1
B) a) /(x) = x3 g{x) -   sen x + x;
b )/(x ) = — (x ¥> 0) g(x) = x* + 1;
x
c) /(x) =  J~x (x ^ 0)
tf(x) = 1 + x2;
d) /(x ) = X g(x)  = ln  x  (x > 0).
C) a) x > 0; b) x / ± 1;
c) nenhum x; ^ 0* < x ^ —
d) 1 ou x > e.
e
2.4 8. São compostas de funções contínuas.
SEÇÃO 2.5.
2.5.1. 2.\ + 2. 2.5.2. 2 ax + b.
1
2.5.3. + 2.5.4. cos x - sen x.

2.5.5. JL J + 20x> + ? | . 2.5.6 . -  i x - * " 1 +  2  s  /   2 ^  t ' 1 


x4 x6
 x
6 INT RO DU ÇÃ O AO CALCULO cálculo diferencial

_L +
v /r 2
2.5.7. 2.5.8.
 \    3 2 3 3y^
2.5.9. 8 x 1  / 3 _ 2   1 /3 2.5.10. 32 + co s  sec2.
3
2.5.11. • X 9. 2.5.12. 9Mn9 + <?* + 32.
7
e* + e ex - e x
2.5.13. cosh   2.5.1. s enh =
2.5.15. 2 + 5. 2.5.16. 2(l  3 ln ).
2.5.17.  x c o s j c h ---- ^= s en.
yfx
2.5.18. s en + co s 
\  7  ,nl)
2.5.19. — y / x  ln    J~x  X ln 2.
2.5.20. ( + l)s en 2  (2 + 2   l) o s 2.
2.5.21. co s2 Y s en2  + sec2 \. 2.5.22. co s 2 X
22 1 5
2.5.23. 2.5.2.
X2 (3)2
12 7 2 + lO + 3
2.5.25. 2.5.26.
(2 + l )2 (32   + 2)2
2+ ^  + 33 / 2
2.5.27. 2.5.28.

2 (2+ lXs en + co s)  ( 2 +  + lXsenco s)


2.5.29. 2.5.30.
( s enco s)2   sen 2x
1 X  cos x  - s
2.5.31. 2.5.32.
cosh2 x X2

1-lnx
2.5.33. 2.5.34.
(ln x)2 x2
1 (2x - 1)
2.5.35. 2.5.36.
(1 + ( x + 1) tg x)2 2x3/2
2.5.37. -cossec2 x. 2.5.38. sec x tg x.
cos x (x + cos x) - sen x (1 - sen x)
2.5.39. -cossec x ctg x. 254
(x + cos x)2
2.5.1. 100(3x4 - 6) " • 12x3. 2.5.42. 5(2x2 - 3x + 4)* • (4x - 3).
respostas dos ríios propostos 217

32 + 2
2.5.3.  3(2    )”( l  43). 2.5..
2s/  x  i   + 2 10
1
2.5.5.  2.5.6.
(1   2)3' 2 (12)3'2'
1 X2
2.5.7. 2.5.8.
(1 +  x ) J  1   2 ^(1 + X3)2
1 + yfx V X 4 y     X2
2.5.9. 2.5.50.
( X   + y  ) 2  j  1 + x2

2.5.51. 2.5.52. -2 sen 2x.


 J  1 +
2.5.53. 2 co s 2   cos x. 2.5.54. ( 2 - x 2X-senx2)2x + (-2x )cosx 3
2.5.55. 4(sen x + cos 3x)3(cos x - 3 sen 3x). 2.5.56. 3(senh x)2 cosh x.
2.5.57.  j (  e x -  x + í)- , 3 (ex  2vln2>. 2.5.58. ctg x.
ex -
_ _ „ 3 ln2 x 1
2.5.59. -------- + 2.5.60.
x x ln x ?x  + v A - .
2.5.61. e**"2* •2 sen x • cos x. 2.5.62. cos (cos xX-sen x).
2.5.63. cos (cos2 xX2 cos xX-sen x). 2.5.64. cos (sen (sen x)) •cos (sen x) •cos x.
2.5.65. ,— 2.5.66. 10 sen9 2x •cos 2x •2 4 6 cos5 x (-sen x)
xz- 1
2.5.67. 0. 2.5.68. — — •
sen  x
15,69. (3**"*ln 3 + sen2 x) cos x. 2.5.70.
_____ + 008J X  
2 yf   sen x j~x
2.5.71. a) g'(x3) • 3x2; b) g'{x) x + g(x);
c) g'(g(x)) • g'(x) + 0'(sen x) cos  x;
d) g’{x - 1) •2x 4- g’{yfx) ---- =  ■

2.5.72. a) 6; b) 12x 2 . 12x:


c) 0; d) n\an;
e) sen^x 4- cos^ x 4- n
-1
f) ax (ln a)", ( - i r 1— ; g) 4(4 x
vl3'2
8 INTR OD UÇ ÃO AO CÁLCULO cálculo diferencial

2.5.75. a) (l  ln);


b) (sen )1 (ln sen x + x ctg x);
cgn v \ 
(
•------ + cos x ln x j;
d) (cos x)*en* (cos \ ln cos v • sen x tg x);
e)  x llx •—r(l - ln x).
X * 

b) t —2 : c) (1,0); d) y (a + d).


SEÇÃO 2.6.
 x  - y ~ -— ey • bx
2.6.1. - 2.6.2. 2.6.3. — r - ’
 x - y -y ay
ln y - ? -
X  , b*
2.6.4. -tgyctgx. 2.6.5. Y• 2.6.6. j 3
uy
ln x -----
 y
SEÇÃO 2.7.
2.7.1. a) 7,6; 2.7.3. b) AK(x,/i) - dV(x,h) = nrh.
b) 0,61,0,6;
0,0601; 0,06;
    1     *
1
  —
   >
2.7.4. a) 2,025; b) 0,5151; c) 1,9968; d) 0,01.
(x = 4) = 16) (x =
‘ - 7 *
2.7.5. 0,0048.
SEÇÃO 3.1.
-1 +  y / 5
3.1.1. a) c) 0; d) -3 + ^/1; e)
3.1.2. Não. 3.1.3. Não.
1 5 1  l  7*  J~ 3*
3.1.5. a ) -1 6 .4 ; b ) 0 ,- ; c) 0. — ; d ) 0 , - ; e) - * — e i e-4
_ 2 16 4 2 2
SEÇÃO 3.2.

3.2.1. a) Jl j: b) 1; c)
In
5’
d) —
3

17
3.2.3. a não; b sim; ^ ou —
respostas dos ridos propostos 219

SEÇÃ O 3.3.
1 1
3.3.1. a) cresente cm  ^ —  decres ente em  ^ — 
2 2
b) cres ente em  ^ 0  decres ente cm  ^ 0
) 1. ° caso: a > 0 
b A b
cresente em  ^  dec res ente em  < 
2a 2a
2. ° caso:  a < 0
b J b
cres ente em  ^   ----- decres ente em  ^ 
2a 2a
d) cres ente
e) cres ente
1 , 1 1
0 c r e s ente em  ^ —— dec r e s ente em — — ^  ^ —=  crescen-
v /3 l   3
1
le em x ^ —= ;
s/i
g) crescente em x ^ 0 ; decrescente em x < 0;
1 decrescente em x ^ 1 ;
h) crescente em x ^
y i y4
i) n  par: crescente em x ^ 0 ; decrescente em x ^ 0 ; sc n  é ímpar;
crescente;
 ) crescente em x ^ 0 ;
D crescente;
m) crescente;
1 1
n) crescente em x < - —; crescente em x > — ;
2 2
o) crescente em x < 1; decrescente em x > 1;
P) decrescente em x < - 2; decrescente em -2 < x < 8; decrescente
em x > 8;
71 71 371
q) crescente em 0 < x ^ —
2
; decrescente em — < x ^
2 2
crcsccn-
3tt „
te em y ^ x ^ 2 t t ;
. 7i , 7i n 
r) crescente em 0 ^ x ^ — ; decrescente em —- x < —;
4 4 2
 INTR O DU ÇÃ O A O CÁLCU l O  cálcuo difrnia

s) resente
t) crescente cm 0 <  x ^ ; crescente em x > 1; decrescente em
e

-4
e < * < i;
u) crescente em x < 1; decrescente em v 1:
v) crescente em x ü; decrescente em 0  x < crescente em
2

3.3.3. As funções diferem por uma constante: g(x)-J\x)   = 1.


3.3.5. No máximo uma.
SEÇÃO 3.4.
3.4.1. O lado paralelo ao muro tem comprimento —
3.4.2. 2.
3.4.3. a) O lado do quadrado vale —— ;
71 + 4
b) se você quer cortar de qualquer jeito, não existe solução. Senão,
transforme o arame todo num círculo.
3.4.4. a) o triângulo retângulo isósceles;
b) o triângulo retângulo isósceles.
3.4.5. A base menor é metade da maior.

3.4.6. 2*(l - ^ / y )
3.4.7. a) cilindro equilátero;
b) altura igual a — do raio da esfera;
4
c) altura igual a — do raio da esfera

3.4.8. a =
3.4.9. v///(/i +  H).
n
3.4.1.

respostas dos ríios propostos 221

c) (1,0).

3.4.3. Os p ontos de mínimo local e máximo local serão, respectiva mente,


a) 1, - 1; b) - 1, 1;
c) 1, - 1; d) 0 e 2, 1;
e) -3; f) 5 -j- + kn,  -j- + kn\ 
g) 0, não existe; 1:1 c n Ín U. 0;
i) não existe, não existe;  j) - l ; nào existe;
I) -1/2; -1 e 1/3; m) 1/2, não existe;
n) não existe, não existe.
4 4
3.4.14. a) a = — b > 0; b) a = ~ — b > 0; 3.4.15. c) nào: não.
3.4.17. a) b é ponto de máximo local;
c é ponto de mínimo local;
nada se pode concluir quanto a máximos e mínimos;
b) b  é ponto de mínimo local e ponto de mínimo.

SEÇÃO 3.5.
3.5.1. Para cima. 3.5.2. Para cima.
3.5.3. Para cima se a >  0; para baixo se a < 0.
3.5.4. Para baixo em  x   ^ 0; para cima em x ^ 0. 0 é ponto de inflexão.
3.5.5. Mesma resposta que em 3.5.4.
„ . 1 1 . . 1
3.5.6. Para cima em x < — e em x >  ——; parabaixo em  ------ — <
  ----

 J  J J
1 ^ . 1
^  x   < —— • Pontos de inflexão: ± —= •
 J l J l
3.5.7. Para baixo em x <  0; para cima em x > 0.
3.5.8. Para baixo em x < - 1; para cima em x > -1.
3.5.9. Para cima em x ^ e em x ^ : nara
para baixo em - ^ ^

< x^ Pontos de inflexão: ±


3 ~ 3
3.5.10. Para cima em x ^ -3 e em x ^ -1; para baixo em -3 ^ x < -1.
Pontos de inflexão: -3 e -1.
 INT RO DU ÇÃ O AO CALCU LO cálculo diferencial

 -12 + yJ~6  ^ 12 + 2  / 6


3.5.. Para ima em   - - -  —- - - >pa ra baio em 1 < 
15 " 5
. * -----------
íin
P onto de inf lexão:
-12  +  J ~6 •
----

15
3.5.12. Para baixo em x ^ 0; para baixo em x > 0.
3.5.13. Para baixo em 0 $ x < n;  para cima em n  ^ x ^ n.  Ponto de
inflexão: n.
3.5.14. Para cima em 0 < x < 1: para baixo em v > 1.
SEÇÃO 3.6*.
3.6.1. a) + oc; + oc; b) -oo; -oo;
c) + oo; -oo; d) + oo; + oo:
e) -oo; + oo; f) -oo; + oc;
g) + oo; +co; h) 0; 0;
3 3
0 0;0; i) 7 ; T i

1) - 2; - 2; . -7 -7
m)  T ; T ;
n) + oo; -o o;

3.6.2. a) + oo; b) + oo;


c) -oo; d) + co;
e) -oo; f) + oo;
g) + *>; h) 4-oo;
i) +oo ; .  j) -oo;

*Agradeço aos estagiários Augusto Ferreira Brandão Júnior e Jorge Stolfi a


gentileza de construírem os gráficos a seguir no  plotter   do Instituto dc Matemática
e Estatística da USP.
respostas dos ríios propostos 223

363 a)

b)

      ¥
       *
) 3


3 3
JC
respostas dos ríios piupostos 227
b '(d ‘(° ‘(u

irOT
s)  
osh x
3 INT RO DU ÇÃ O AO CÁLCU
CÁLCULO
LO cálculo
cálculo difer
diferenc
encial
ial

sn .. sen x
 Noi
 Noia.
a. e lilim
m ------------
----- ------=
= 4* co,
co,
 h os 
J+
 x  x* n“ 1  COS X
T
f. sen
um -----------------  00.
x —n + 1  “ COS X
respostas dos ríios propostos 233

SEÇÃ O .1.
.1.1. (c),
(c), (e), (f).
(f).
b) v G ( Js 0);
c)  f x ( ^ 0)
0) d) ^  ;
e) */~x + 1 f) ^    ;
3  4
g) * D h) (X ft );
1  X  

i) nã o eiste <  ^ 1
+ y  +  
D ( ^^ 0)
------- -------------- ----- I X
- m) ln(   y j x    );
n) ln (   y j x  —),  ^ ; o) ex   3
. -dx + b a
P) log
og33   1   1, q ) ---------- »   / —
cxx - a c
34 INTRO
INT RO DU ÇÃ O AO CÁLCU
CÁLCULO
LO cálculo
cálculo difer
diferenc
encial
ial

SEÇÃ O .2.

.2.5. a) b )  = = 
1 + 2 

1 1 co s
c) d) V # í/
í/  y k ;
1 + * yJ~x | o s|
1 __ _
e) 0
1 + 2
g) (a r  s en)2 h )
 y j    2 (ar sen x)2
. 1 1 1
ar tg ln  x   (In  )2 
71
.2.8
.2.8.. a)
a) y  b) 0;
v 3tt
C 4 ’ «f
4.2.9. a) b) É o gráfico
gráfico de / (x)
(x) = arc tg x.
>'1
 ___ ____  2 __
 _______  ________ 
c)

l\/\  4
71

4 - y
respostas dos ríios propostos 235

 AP
 A P Ê N D I C E F 
F.l.  y = 2 é a ssíntota pa ra  tendendo a menos infinito
 = ~x é  a ssíntota pa ra  x tendendo a mais infinito.
F.2.  = 1 é a ssíntota vertial;
 —5 . . .
' y   —  é assín
as sínttota inclinada para  t endendo a mais infinito e pa ra
 tendendo a meno s infinito.
F.3. A ssíntota s vertiais:  = 5 e  =  l ; y  2 é a ssíntota inclinada para
 tendendo a mai s infinito e pa ra  tendendo a meno s infinito.
F..  y =  + 1 é a ssíntota inclinada para  t endendo a mai s infinito.
F.5.  = 0 é a ssíntota vertial;
 y     é assínt ota inclinada para  tendendo a mai s infinito e pa ra 
tendendo a meno s infinito.
F.6.  = 0 é a ssíntota vertial;
 y     é assínt ota inclinada para  tendendo a mai s infinito e pa ra 
tendendo a meno s infinito.
F.7. N ão eistem a ssíntota s.
F.8. Nã o eistem a ssíntota s.

 AP
 A P Ê N D I C E G
Temo
em os  \ A f - d f \ <
 _ \ 2 3 . iQ-2


— J  0,000
003304
045;
5; ) ; d) 0
0"4
"4..
EXERCÍCIOS SUPLEMENTARES

CAPÍTULO 1
.. NÚME ROS
1. Achar um número irraional entre os nú meros a   ,3458... e b =
= 1,36. Supo r a rep resentaç ão decimal de a  infinita e nàope riódia.
2. Mostre que  J~ +  y f l é irraional.
3. a) O cubo de um núme ro pa r (í mpar) é par (í mpar),
b) Mostre que x3/"4 é irracional.
b
4 Sc a ¥> 0 é raciona) e b é irracional então a + b, a-b, ab,  — são
a
irracionais.

1.2. FUNÇÕES

1. Achar o domínio de /(x) =  \!yj x - .


2. O domínio de uma função f è   o conjunto dos números  x  tais que -2 ^
< x < 2. O conjunto dos elementos associados é constituído apenas
pelo número 3. Dê o gráfico d t f    Tem sentido /(41)?
3. Sendo  f(x) — ax ^ ^ ,  m0stre que /(/(x)) = x ( c x - a ^ 0).
cx - a
4. Achar a e b de modo que /(/(x)), sendo
 /(x ) = a.\ + 1,
g(x)  = x + b.
5. Uma função / é simultaneamente par e ímpar. Mostre que /(x) = 0
para todo x do seu domínio.
6. Sejam / e g  funções de mesmo domínio. Definem-se as funções
( / v 0X*) = máximo entre /(x ) e g{x),
( f  a 0)(x) = mínimo entre /(x) c #(x).
ambas de domínio  A.
38 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Esb oce o gráfico dessas funções no caso  f(x) - x , g(x) =


x
(x > 0).
Dados os gráficos de / e g,  achar os gráficos de / v g e/ a g.
c) Prove que
 \f(x)-g(x)\ + f ( x ) + g(x)
( f   v 0)(x) =

 a gtx)   = ~ l^ (x) " g(x)l + ^ (x) + g(x)

1.3. DISTÂNCIA ENTRE NÚMEROS


1. Prove que
a) |x +  y +  z\   ^ |x| +  \y\ +  |z|;
b)  \ x - y \   < | x - z | + | z - y | .
2. Prove que
 \ x \ - \ y \ ^   |x +  y\.
3. A distância entre um número x > 0 e um número  y   vale 10. A dis
tância entre  y  e 0 vale 2. Quais são esses números?
4. Descreva através de desigualdades
a) o conjunto dos números cujas distâncias a -1 são maiores do que7
as distâncias a 2;
b) o conjunto dos números cujas distâncias a 3 estão entre 2 e 4 ;
c) dê os conjuntos referidos em (a) e (b).
5. Achar os números x tais que
a) < 2; b) c) ^ 1.

CAPÍTULO 2
2.1. O PROBLEMA DA TANGENTE
1. Achar a equação da reta tangente ao gráfico da função no ponto de
abscissa dada:
a) /(x ) = 8 - 2x, x = - 2:
b) /(* ) = » x = 5.
1+ x
ríios supmntars 239

2. Mostr e que, se b > 0, n ã o e istem tangente s ao gráfio de /( )  3 


 bx  c que são pa ralelas a o eio do s .
3. T ome um ponto  A do gráfio de  f(x) = 2^ /. Sea  B  a interseç ão
com o eio do s  da reta po r  A e no rmal a esse eio seja C a interseção
com o eixo dos x da normal ao gráfico de/ em  A. Calcule a medida do
-segmento  BC.
4. Dê o ângulo formado pelos gráficos de  f(x)   = x3 + 3x2 + 4x + 2 e
g(x)  = x 2 + 2x + 1 no ponto ( - 1. 0). isto é, dê o ângulo entre as tan
gentes aos gráficos dessas funções no ponto ( - 1, 0).
5. Como devem ser os números a, b, c, d, e para que os gráficos de / (x) =
= ax + b e g{x) = cx1 + dx + e  sejam tangentes em (0, 0)? (isto é,
admitam tangente comum nesse ponto).

2.2. DERIVADA
1. Quais das seguintes afirmações são verdadeiras?
a) Toda função é derivável.
b) Existem funções deriváveis.
 /( x ) - / ( x 0) ,
c) é a derivada de / no ponto x0 .
X-XA
d) A função / dada por /( x ) = —j- se x ^   0 e /(0) = 0 é derivável.
 f [ x + h ) -f(x )
c) Uma função / é derivável se existe lim para todo
h-*0
x do seu dominio.
0 A razão incrementai de / no ponto x 0 , relativamente a x - x 0 , é
o coeficiente angular da reta por (x0 . / (x0)) e (x, /(x)).
g) Existe uma fu nçã o/ tal que a razão incrementai de/ relativamente
a x - x 0 é a derivada d e/ em x0 , para todo x0 do seu domínio.
h) / é derivável cm x0 se, e somente se, a derivada à esquerda de / em
x0 é igual à derivada à direita em x0 .
2. Dos gráficos a seguir, quais são os que representam funções deriváveis?
4 INT RO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

3. Diga p o r que as f unções g e h nã o podem ser /'. nos casos dados a


seguir:

4. Dada /, seja / ' + (/'_) a função que, a cada x» associa a derivada à direita
(esquerda) d e / em x. Desenhar os gráficos de/'* e /'_ para as quairo
primeiras funções do Exer. 2.2.5. ^

2.3. LIMITE
1. Dê exemplos de funções f e g tais que
a) não existe lim /(x), não existe lim ^(x), e existe lim (/(x ) + g(x));
      o   X~*Xo    o

b) não existe lim /(x), não existe lim g(x) e existe lim f(x)g(x);
  —  Q  —  o      O

 f  (*)
c) não existe lim f { x \   não existe lim ^(x) e existe lim —— •
   +  O g(x)      o

2. Se existe lim / (x) e não existe lim g(x),  pode existir lim ( / (x) + gfx))?
  —  O   JK-*JCO     +  0

3. Se /(x ) não é limitada e lim g(x) = 0, pode-se concluir que lim


X -*.to J C- *.V o

 /(x)g(x) = 0?
eercíios supmntars 241

4. En uncia r pr op ri edade s análogas às prop ri edade s L l L S pa ra limites


laterais.
5. Achar a e b  de modo que / seja derivável no ponto 1. sendo
(x3 + as se  x < I,
 /U ) - W se x > 1.

2.4. CONTINUIDADE
1. S e /é uma função tal que |/(x )| ^ |x| para todo x, então / é continua
em 0.
*.  Mostre que a função
0 se x é irracional
 /(*) = se x é racional
não é continua em nenhum x.
3. Seja / uma função de domínio (a,ò) tal que, para quaisquer x t , x2 de
(a,b), tenhamos |/ ( x ,) - /( x 2)| ^ | x , - x 2|. Mostre que  f é    contínua
em todo x de (a,ò).
*4. Mostre que a função
se x é irracional
 /(* ) = se x é racional
é contínua apenas em 0.
5. Dê um exemplo de uma função /q u e não seja contínua em nenhum
número, mas tal que | / | seja contínua em todo número.
*6. Seja / uma função tal que para quaisquer x t , x 2 reais, verifique-se
 f ( x , + x2) = /( x ,) + /( x 2).
a)
Mostre que /(O) = 0.
b)
Mostre que / é ímpar.
c)
Mostre q u e /(x )- /(x 0) = / ( x - x 0).
d)
Supondo / contínua em 0, mostre que / é coi. aua em qualquer
número.
7. a) Prove que ( f ° g ) ° h =  f ° (g ©h).
b) Prove que, se e  são ímpares e g c  par, então /j °/2 é ímpar, e

g <>/j é par; se h  é uma função qualquer, h ° g   é par.


c) Sendo /(x) = ax + b e g(x) = cx + d,  achar uma condição para
que =
f o g  g o f 
4 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

8. Achar um número inteiro  p tal q ue eista uma raiz de 3 + 2 1


entre  p e  p  + 1. Tdem pa ra 2.7  2 + 2.
**9. Se / uma função continua de domínio [1,1] tal que, para todo  desse
intervalo se verifica x2 + [/(x )]2 = 1. mostre que ou/(.x) =  y f  l - x 2 ou
 /(x) = -  y /  1 - x 2.
**10. Seja 0(x) = x, 0 ^ x < 1, e /u m a função contínua, de domínio [0,1],
tal que 0 < /( x ) < 1. Mostre que o gráfico de / corta o gráfico de g.
Sugestão.   Faça uma figura e considere /(x)-x.
*11. Seja/ continua em [a,6]. Então o conjunto dos números/(x) associados
pela /quando x percorre [a,b] constitui um intervalo da forma [a,/?].
Sugestão.   Aplique a Proposição 2.4.4 e o teorema do valor in
termediário (Cap. 2).

2.5. REGRAS DE DERIVAÇÃO


Calcular /'( x) nos Exers. de 1 a 11. sendo /( x ) =

1. (a + bx T - 2.   -------------

(1 + x)" _______
3. (3x - )y/ (1 + xj3. 4. (3x-4)^(x + l)3.
e“x(a cos bx + b sen bx)
5. 6 C° S X 
+ b sen2x
7. (tgx),nx.__ _____ 8. elJC.
~ ,  \ Í X  + O + y / x + b
9- ln v . _ - v.   ----- 10. In (x +  y /  1 + x 2).
 y /X + a - y / X + b
11. logí(a)/(x); aqui / e g  têm por domínio um mesmo intervalo aberto /,
no qual são deriváveis, c /(x) >  , g{x) >  , g{x) # 1, para todo x
de /.
12. S e /é par (ímpar), então / ' é ímpar(par), supondo existir/ '.
13. Um cubo se expande (mantendo-se cubo) de modo que seus lados
aumentam à razão constante de a  metros por segundo. Quão rápido
varia seu volume quando seus lados medem x metros?
14. Um triângulo eqüilàtero se expande (mantendo-se triângulo eqüi-
látero). Sua área varia à razão de a  metros quadrados por segundo.
Achar a razão de aumento de seus lados quando sua área for S metros
quadrados.
eercidos supmntars 243

5. a) Prove que {fg)" = f 'g + f'g'  + fg".


b) Prove que {fg)’" =f'"g + 3f"g'  + 3 f g " + f g ”.
c) Prove a regra de Leibniz:
UO?"   + C n , / <  V  
+ CnJ {' - 'ga '     + f 9 in)(n  . 2,3— )
Simboliamente se escreve:

{f g t' = t c nJ in~p,g ip\  


P - 0

onde  f i0i = /.
d) Achar /*"\ sendo  f{x) = xex, f (x) = x3 ln x.

2.6. DERIVAÇÃO IMPLÍCITA


Admita nos exercícios a seguir que a relação dada define uma função
derivável  y   —/(x). Ache  f \ x )   nos exercícios de 1 a 5

1. x3 +  x y + >'3- 14 = 0 2. exy-xy = 0


3. x sen xy + cos  xy - 3 = 0 4.  x  +  y -  lOx + 4y -   19 = 0
5. x7y8 = (x + y)15

2.7. DIFERENCIAL

1. Calcular, usando diferenciais, o valor aproximado de


a) cos61°; b) ln(e + 0,001), sendo e = 2,7182; c) e11.

.  Calcule df(0,h), sendo / dada implicitamente por  y - e ~ xiy = 0 {y =  f(x)).


3. De a melhor aproximação linear de
a) f(x) =  x ò  no ponto x = 1;
b) /(x) = (sen x)* no ponto x = -y- •

4. Calcule df(x,h),  sendo


a)  f(x) = x ln x - x ; b) /(x) = e x cos 3x.
44 INT RO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

CAPÍTULO 3
3.. O TEOREMA DE ROLLE
*1. Prove que, s e / é derivável em (a,b) e f'(x) > 0 pa ra todo  x desse inter
valo, então / tem no máximo uma raiz em (a,6).

Sugestão.  Suponha o contrário e use o teorema de Rolle.


*. Suponha / / ' , / " contínuas em [a,ó] c que / tenha três raízes (distintas)
pelo menos em Mostre que / " tem pelo menos uma raiz em [a.6].

3.2. O TEOREMA DO VALOR MÉDIO


1. a) Prove o teorema do valor médio aplicando o teorema de Rolle à
função
a J(a) 1
= b m 1 a <  x < b.
 x f(x) 1
*b) Dê uma interpretação geométrica da prova.
2. Mostre que a fórmula do teorema do valor médio pode ser posta na
forma
 f{ x + h) = f(x)   -I- hf'(x + 9h), onde 0 < 6  < 1.
Em certos casos, 6   é uma função de h.  Calcule lim 9{h) (x fixo) nos casos
*- 0

a)  f(x) =  x 2; b) /( x ) = x3; *c) /(x) = — •


x
Dê um exemplo em que, para um certo h,  exista mais do que um
valor 6.
3. Suponha que |/'( x )| <  M   para todo x de (a.6) e que  f è  contínua em
[a,6]. Mostre que

-M(b - à) <  J\b) - f(a ) ^  M(b - a).

*4. Seja / uma função tal que  f'(x) — k   para todo x. Mostre que existem
números a e b  tais que /(x) = nx   -I- b  para todo x.
eeríios supmntars 245

3 3. APLICAÇÃO DO TEOREMA DO VALOR MÉDIO:


INTERV ALOS ONDE UMA FUNÇÃO CRESCE OU
DECRESCE
1 Pa ra ada f unç ão dada a seguir, dê os intervalos nos quais a função
é crescente e aqueles nos quais a função é decrescente, nos casos/(x) =

a) - - (x # - 1); b) x +  — f f x 1  + 10;
x + 1 2
c) ——- (x > 0); d) x*(x > 0);
x
e) ,y x3- 3 x + 2; f) x + ln cos x, 0^ x< •

2. Das afirmações a seguir, di/er quais as verdadeiras e quais as falsas,


 justificando.
a) Soma de funções crescentes é uma função crescente.
b) Diferença de funções crescentes é uma função crescente.
*c) Produto dc funções crescentes pode ser decrescente.
d) Quociente de funções crescentes pode ser uma função nem crescente
nem decrescente.
e) Produto de funções crescentes pode ser uma função nem crescente
nem decrescente.
0 Composta de funções crescentes é uma função crescente.
3. Sejam f t g  deriváveis em todos os pontos de um intervalo aberto /;
suponha que f(a) = g(a)  para um certo a  de / c que /'(x) > g'(x)  para
todo x de /. Mostre que /(x ) > g(x)  se x > a  e /(x) < g(x)  se x < a.

*4. Prove que, se 1 < a < b,  então a  + — < b +  -j-*


a b

3.4. MÁXIMOS E MÍNIMOS


1. Achar o cilindro de área lateral máxima, inscrito num dado cone.
2. Circunscrever a uma esfera
a) o cone de volume máximo;
b) o cone de área lateral mínima;
c) o cone de área total mínima.
46 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

3. É dad o um número a. Esrever esse número como soma de dois números


a
 x   e v, sendo -a <  x   < — * de modo que  xy   seja
' 4
a) máximo; b) mínimo.
4. Achar o retângulo de maior perímetro que pode ser inscrito na elipse
x2 v2
T
a1 + b* 1T = 1 {ü'b > 0)'
5. Uma folha de papel para um cartaz tem 1 m2 de área. As margens su
perior e inferior valem 10 cm e as margens laterais 5 cm. Achar as di
mensões da folha, sabendo que a área impressa é máxima.
6. Inscrever um retângulo de área máxima na parte da parábola  y  — 4 px,
limitada pela reta  x = a ( p,a  > 0).
7. Mostre que a função/(x) = x* - ax, a ^ 1, tem 1 como ponto de máximo
relativo se 0 < a < 1 e 1 como ponto de mínimo relativo se a > 1.
*8. Seja / uma função contínua em [ai>] e derivável em (a,b). Suponha que
existe apenas um c de (a,b) tal que f ( c )  = 0, e que/(a) <  f(c),f(b) < f(c).
Mostre que c  é ponto de máximo de /.

3.5. APLICAÇÃO DO TEOREMA DO VALOR MÉDIO .


CONCAVIDADE
1. Estudar a concavidade e os pontos de inflexão de / nos casos /( x ) =

a) x 3(3x-4); b) —^ _
V nx-e
c) xe-ajt (a > 0); d)  x e~ax (a > 0);
ex-e~x 3
e) s e n h x = — ; f) 2 - x - — e 2/3;
 x
g) n - x ln — •
6' 10
2. Considere a seguinte definição de concavidade:
Uma função  f    tem concavidade para cima num intervalo se,
para todo a, x, b  do intervalo com a < x < b,  temos
 /(x )-/(fl) ^  f( b )-f(a )
 x - a - b-a
eeríios supmntars 247

a) Convençase de que, geomet riamente, a condiç ão acima impõe


que o segmento de etremidades (a,/(a)) e (b,f(b))   deia abaio
o gráfio de  / entre esses pontos.
*b) Prove que, se / tem concavidade para cima num intervalo / e /
é derivável em a, então o gráfico de / fica acima da tangente ao
mesmo em (a,/(a)), exceto tal ponto.
***c) Se / é derivável e o gráfico de / fica acima de cada reta tangente
ao mesmo, exceto o ponto de tangência, então / tem concavidade
para cima (segundo a definição dada neste exercício).
*d) Seja /contín ua num intervalo no interior do qual/"(x) > 0. Então
 / tem concavidade para cima (segundo a definição dada neste
exercício).
e) Se / tem concavidade para cima em [ai>] (segundo a definição
dada neste exercício), então, para todo t   de [0,1]. verifica-se
 f(ta + ( l - t ) b ) ^   í/(a) + (l-/)/(í>).

3.6. ESBOÇO DE GRÁFICOS DE FUNÇÕES


1. Calcule

Sugestão.  Multiplique e divida

2. Sendo  p(x) = anx H + • • ■ + fl0 , a„* 0,


<l(x) = bmxm  + •'' + bo .
mostre que
'0 se n<m

+ oo se n m> 0
anbm
—co se a„bm < 0.
91 IR
48 INT RO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

3. Esboce o gráfio da s seguintes f unções /() 

 x(xJ + 9 M * ' X _I
a 2(J + 1) ’  x  3 - 2 ’ C)  3  x 2  2  2  x  5  y

e) cos      sen x (0 < x < 2n).


d’ (x 5 + 5;
(Neste exercício o estudo da concavidade
é difícil, e você pode deixá-lo de lado.)

CAPÍTULO 4

4.1. O CONCEITO DE FUNÇÃO INVERSA

1. Achar a função inversa (se existir) da função / nos casos /(x ) =


a) x2 -2 x + 1 (x ^ I); b) x 2- 2 x + 1 (x < 1);
c) x2 - 5x + 6 (x > 3); d) x2 - 5x -I- 6 (x < 2);
e) x 2 - 5x + 6 (2 < x ^ 3); 0 2*;
se x <0,
 2 2 ~  
g) v2-x se 0 < x < —*
2 h) 2

se x > y ;
 B H
senhx
i) tghx = cosh x

2. Mostre que as funções dadas a seguir são inversiveis:


a)  \J  1—x 2 (0 x < 1); b) 2 y f x - x (0 ^ x 1);
c)  y / x - x (x ^ 1); d) 3x4 - 4 x 3 + 1 (x < 1);
e) 3x4 - 4x3 + 1 (x > 1); 0 — U < é).
 x

3. Se / é uma função cujo domínio é o conjunto dc todos os números tal


que  f{ab ) = af(b),  mostre que /(x) = kx. Se /(1 ) # 0, mostre que / é
inversível.
eercí ios supmntars 249

4.2. PROPRIEDADE S DE UMA FUNÇÃO TRANSMITIDAS


À SUA IN VE RSA
1. a) A funç ão f(x ) = senh x é invcrsível. Sua inversa é   indicada argsen h.
Prove que
1
(argsenhx)' =
y p T T ’
b) O mesmo sucede com /(x) = tghx: sua inversa é indicada argtgh,
e tem por domínio (-1,1). Prove que
1
(arg tgh x)' = (-1 < x < 1).
 \ ^ T 
2. Prove que
_____ I 2 - x 
a) (are sen (1 - x) -  y j x -  x2)' = ~ yj 'x ~ i

i- * 2V
( arc cos ------- 2
b)  \( arc cos 1 + x 2=J1  =   ----
1 +
( x > ) :

„ J  arc sen x ln x \ 


c) (X,rcsenx)' = x
v +
d)

^ a rc tg   l
_ _ _ y , / ,
I n (x + I4 V
) j = a r c tg x 
— l

 / J CO S V  X 
3. As funções /(x ) = arc tg . ----------— e g(x) =  — possuem mesma de-
v 1 + cos x 2
rivada no intervalo kit < x < kn + n, k   inteiro. Interprete.
**4. Mostre que existe uma funçào / derivávcl cm todo número tal que
(/(x))3 + 3/ (x) - x = 0.
Sugestão.  Considere a função g{x)  = x3 + 3x, que é inversível. e
mostre que g  = / -1.
RESPOSTAS E SUGESTÕES AOS EXERCÍCIOS
SUPLEMENTARES

CAPÍTULO 1
.. NÚME ROS
a+b
1. —  po r eemplo.
2. Se fosse racional, seu quadrado 5 + 2V^6 também seria.

1.2. FUNÇÕES
5 INT RO DU ÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

.3. D ISTÂNCIA ENTRE NÚMEROS


3.  = 12,  y   = 2 ou  x   = 8,  = 2.
. a) | + 1|  |2|,
b) 2 < |  31< 
c) a) : conunto dos  tais q ue   — 
b) : conunto do s  tais q ue
—1 <  < 1 ou 5<<7

5. a)   — 
 C) 6 < X < T '

CAPÍTULO 2
2.1. O PROBLEMA DA TANGENTE

1. a)  y  = 8  2
3. 2.
. 5°.
5. h = d = e = 0, a e c   quaisq ue r.

2.2. DERIV ADA


1. b, e,  /, g, h.
2 d)
3. a) /'() > 0 s c a < x < b , e h assume valores negativos nesse intervalo.
Por outro lado, /'(* ) < 0 s e ò < x < c , e g(x) >  0 nesse intervalo,
b) Claramente / ' não é constante, c h  é constante. Por outro lado, se
x, < x2, vê-se que/Txj) >f'{x),  mas g i x j <  0(x2)-(x, e x2 estão
no domínio de /.)
respostas  sugstõs aos ríios supmntars 253

2.3. LIMITE

1. a) /(  )  ■»  X  0; g(x)  -f(x);


se  < 0 se  < 0,
b) /() 
c se   0
«w = {‘
se   0
1 se  < 0
) m  <7() = /( ).
{ se   0
2. Não.
3. N ã o:  /( )  , g{x)  — > 0  0.

5. a  I, b = 2.

2.. CONTINUIDADE
se  é i rraional
5 /()
-u se  é raional.
7. ) ad  b  cb  d.
8.  p   0;  p   .
54 INTRO DU ÇÃ O AO CÁLCU LO cálculo diferencial

2.5. REGRAS DE DERI V AÇÃO


nx,w 1
1. ninbxm~1(a + bx m)a~1. 2.
(1 + )"+1
ISX y   x + 1 21
.
4 ^ 'x + l"

2
5. eaxcosbx 6. -
sen3 
7 (gx)1 , ln J ln * _ + ln *1
8. e** • (l  ln ).
|_sen  cos   J
1 
9 0
 y /J z + ã )(  W  y / T + l ?
(ln g(x))f'(x)g(x)  (ln f(x))g'(x)f(x)
11. 3. 3a 2
 /()0(Xln g(x))
( l)"6(n4)
4.      5. d) e* + ne*  , pa ra n ^ 4.
" 3

2.6. DERIVAÇÃO IMPLÍCITA


32 + 2y2 (1 —y) sen xy + xy cos xy
1. 
22y + 3y2
 z-- 3.
x sen xy - x2 cos xy
 . 
 A 5 ~  
i i .
^+ 2

2.7. DIFERENCIAL
1. a) 0,4849 b) 1,000367 c) 2,99
2. -fc.
3. a) g(x) = 3x - 2. b) g{x) = 1.
4. a) (ln x)/i b) -e~x (3 sen 3x + cos 3x)/i

CAPÍTULO 3
3.2. O TEOREMA DO VALOR MÉDIO3

3. a), b), c ) : y -  / (*) = x.


respostas  sugstõs aos ríios supmntars 255

3.3. APLICAÇÃO DO TEOREMA DO VALOR MÉDIO:


INTERV ALOS ONDE UMA FUNÇÃO CRESCE OU
DECRESCE
1. a) cres ente em  ^ 2 e  ^ 0
decres ente em 2 <  x < 1 e 1 <  < 0.
b) cresente em  < 1 e  x > 0
dec resente em 1 <  ^ 0.
c) cresente em  < e
dec res ente em  ^ c.
d) cres ente em  x > — '•>
e
dec res ente em  < — •
e
e) cres ente cm  $ 1 e em  ^ l;
dec res ente em 1 <  < 1.
f) cres ente em 0 ^  x < —

, n n
decres ente em — <  < — •
 2
2. a) V erdadei ra : se  < ' imp lia/() < f{x') e g{x) < g(x') então  < '
implia  f(x)  g(x)  </(')  g(x).
b) Falsa :  /()  , ^()  . .
) V erdad ei ra :  /()  ,  < <y()    ,  < y 
d) V erdadei ra :  /()  ,  > 0; g(x)   ,  > 0.
e) V erdadei ra :  /( )  , g(x)  .
0 V erdad ei ra :  / sendo crescente, x <  x'   implica /(x) < f(x' ),   e sendo
g  crescente, tem-se g(f(x)) < g{f  (x')).

3.4. MÁXIMOS E MÍNIMOS


1. A altura do cilindro é a metade da do cone.
2. a) altura do cone é o dobro do diâmetro da esfera.
b) altura do cone igual a (2 +  y/~)  vezes o raio da esfera.
c) raio da base do cone igual a v/ _2 vezes o raio da esfera.
56 INT RO DUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

3. a)\    . > 3 a. b)  x = a,  y   = 2a.


2a3
4. lados — * 2b%
 y j a1 + b7  6  y / S T T  ' 
5. m e  y í l m. 6. y  / l â p  y 
 / 2

3.5. APLICAÇÃO DO TEOREMA DO VALOR MÉDIO:


CONCA V IDADE

1. a) pa ra ima em  < 0 pa ra baio em 0 <  x   < y  pa ra ima em


2 2
^ • Ponto s de inf le ão: 0 e — •
3 3
e e
b) pa ra ima em    —f=\  pa ra baio em  <  —=
V n V n
2 2 2
) para baio em \ ^ —  pa ra ima em  ^ — Ponto de inf le ão: — •
a a a
 2  y í l 2- y f l 2 +  ypl 
d) para cima em  < — ——  pa ra baio em — —— ^  <  ----- —— :
a a a
 2 -J ~ 2 2 +  yÍ2
para cima em x Ponto s de inf lexão: — —— e • j   -----
a a a
e) para baixo em x < 0; para cima em x ^ 0.
f) para cima em x < 0; para cima em x > 0.
g) para baixo em x > ~^=; para cima em 0 < x < —^ • Ponto de in

1
flexão :

3.6. ESBOÇO DE GRÁFICOS DE FUN ÇÕES


1. a) 1. b) -1. c) 3 d) -oo.
respostas  sugstõs aos ríios supmntars 257

ay
b)



V 4
58 INT RO DUÇÃ O AO CÁLCULO cálculo diferencial

Você também pode gostar