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  EPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Módulo de Línguas Moçambicanas


“Construindo competências profssionais para um ensino de qualidade” 

Formação de Professores do Ensino Primário


Elaborado por: David Langa

  INDE
  INSTITUTO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

Testagem 2012

1
 

Índice de Conteúdos
0. Introdução.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
.............................6
..............6
0.
0.1.
1. Comp
Compet etên
êncicias
as a D Desesen
envo
volv lver
er no Mó Módu dulolo.............
...........................
.............................
..............................
.............................
.............................
..................6
...6
0.2.
.2. Objecbjecttivos
vos do Mó Módu dullo..............
............................
.............................
.............................
.............................
..............................
.............................................
.............................. 6
0.
0.3.
3. Resu
Result
ltad
ados
os de apreaprendndizizag
agemem do mó módu dulolo::..............
.............................
.............................
.............................
..............................
...............................7
................7

0.4. Visão Geral dos Conteúdos do Módulo............. ............................


..............................
.............................
.............................
.......................................
........................ 8
Unidade temática 1: Diversidade Linguística e Cultural ............... .............................
.............................
..............................
.............................
...................9
.....9
1.1.Evidências Requeridas da Unidade Temática:............. ...........................
.............................
..............................
.........................................
..........................99
1.2. O que é a língua?.............
............................
..............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.......................................
......................... 9
1.2.1. Língua vs Comunidade Linguística.............................................................................................10
1.2.1. Conceito de Dialecto...............
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
..............................
............................10
.............10
1.3. Importância do estudo das línguas bantu no desenvolvimento do país...........................................10
1.3.1. Qual é a importância do estudo das línguas moçambicanas no desenvolvimento do país?..........11
1.4. Situação linguística do continente africano .............. ............................
.............................
.............................
.............................
............................14
.............14
1.5. Situação linguística de Moçambique ..............................................................................................16
1.6. Características das línguas bantu .............
............................
..............................
.............................
.............................
...........................................
............................ 17
1.6.1. Quais são as Características das línguas bantu? ............... .............................
.............................
..............................
...............................
................17
17
1.6.1.1. Demonstração da característica (1a): veja-se a seguinte tabela: ................................................18
1.6.2Actividades..............
............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
...............................
................ 19
1.6.3. Distribuição das Línguas bantu de Moçambique por zonas.........................................................20
1.6.4Autoavaliação..............
............................
.............................
..............................
.............................
.............................
..............................
.........................................
..........................2222
1.6.5Chave de Correcção.............
............................
.............................
.............................
.............................
.............................
..............................
.................................
..................2323
1.6.6Bibliografia Complementar .............................
............................................
.............................
.............................
.................................................
.................................. 25
Unidade Temática 2: Estrutura das línguas bantu faladas em Moçambique ..............................................26
2.1. Competencia da unidade...............
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
........................................26
.........................26
2.2. Sistema Ortográfico das Línguas Bantu.............. ............................
.............................
..............................
.............................
................................27
..................27
2.2.1. Língua Citshwa.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.......................
......... 28
2.2.1.1. O sistema de vogais do Citswha...............................................................................................29
2.2.1.2. Consoantes do Citswha..............
.............................
..............................
.............................
.............................
..............................
....................................29
.....................29
2.2.1.3. Modificação de Consoantes...............
..............................
.............................
.............................
..............................
...........................................
............................3131
2.2.2. Xichangana...............
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
..............................
..........................................31
...........................31
2.2.2.1. Vogais do Xichangana...............
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.....................................
......................32
32
2.2.2.2. Consoantes do Xichangana..............
.............................
.............................
.............................
..............................
.............................
..............................
................ 32
2.2.2.2. Modificação de Consoantes...............
..............................
.............................
.............................
..............................
...........................................
............................3434
2.2.3. Cinyungwe...............
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
..............................
.............................
............................34
..............34
2.2.3.1. Vogais do Cinyungwe..............
.............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
........................34
.........34
2.2.3.2. Consoantes do Cinyungwe.........................................
..............................
.............................
.............................
..............................
................................35
.................35
2.2.3.3. Modificação de Consoantes...............
..............................
.............................
.............................
..............................
...........................................
............................3636
2.2.4. Emakhuwa.............
............................
.............................
.............................
.............................
.............................
..............................
.............................................
..............................3636

2.2.4. 1. Vogais do Emakhuwa..............


.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.....................................
....................... 37
2.2.4. 2. Consoantes do Emakhuwa..............
............................
.............................
.............................
.............................
..............................................
...............................38
38

2
 

2.2.4. Modificação de Consoantes...............


.............................
.............................
..............................
.............................
..............................................39
................................39
2.2.5. Cisena..............
............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
.....................................
...................... 39
2.2.5.1.Vogais do Cisena..............
.............................
..............................
.............................
.............................
..............................
.............................
...............................
................. 40
2.2.5.2.Consoantes do Cisena.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
........................................
..........................40
40
2.2.5.3. Modificação de Consoantes.............................................
.............................
.............................
..............................
...........................................
............................41
41
2.2.6. Ciyaawo..............
............................
.............................
..............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.................................42
...................42

2.2.6.1. Vogais do Ciyaawo..............


............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
............................
..............42
42
2.2.6.2. Consoantes do Ciyaawo...............
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
...................................43
....................43
2.2.6.3. Modificação de Consoantes............... ..............................
.............................
.............................
..............................
...........................................
............................44
44
2.3Recursos de Aprendizagem:............. ............................
.............................
.............................
..............................
....................................................
..................................... 44
2.4Actividades.............
............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
..............................
..................................
...................46
46
2.5Autoavaliação:.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
............... 47
2.6Chave de Correcção..............
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
...................................48
....................48
2.7. Bibliografia Complementar .............................
............................................
.............................
.............................
..................................................
................................... 48
3. Morfologia Nominal.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
........................................49
.........................49
3.1. Estrutura do nome nas línguas bantu..............................................................................................49
3.1.1. Morfologia do Nome de Citswha .............. .............................
.............................
.............................
.............................
.............................
.........................
..........49
49
3.1.1.1. Prefixos primários vs secundários............. ...........................
.............................
..............................
.............................
.............................
......................51
.......51
3.1.1.2. Aumentativos e diminutivos.............. ............................
.............................
..............................
.............................
...........................................
............................. 52
3.1.1.3. Locativização.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.......................
......... 52
3.1.1.4. Integração de empréstimos em classes nominais ......................................................................53
3.1.2. Morfologia do Nome de Xichangana.............. ............................
.............................
..............................
.............................
.................................
...................53
53
3.1.2.1. Prefixos primários vs secundários............. ............................
.............................
.............................
.............................
................................55
..................55
3.1.2.2. Aumentativos e diminutivos.............. ............................
.............................
..............................
.............................
...........................................
............................. 56
3.1.2.3. Locativização.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.......................
......... 56
3.1.2.4. Integração de empréstimos em classes nominais ......................................................................57
3.1.3. Morfologia do Nome de Cinyungwe...............................................................................................58
3.1.3.1. Prefixos primários vs secundários: Aumentativo Aumentativoss e diminutivos..............................................59
3.1.3.2. Locativização.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.......................
......... 59
3.1.3.2.1. Locativização Situacional...............
..............................
.............................
.............................
..............................
...........................................
............................6060
3.1.3.2.2. Locativização Direccional.............
............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
................60
.60
3.1.3.2.3. Locativização de Interioridade.............
............................
..............................
.............................
.............................
......................................60
.......................60
3.1.3.3. Integração de empréstimos em classes nominais ......................................................................60
3.1.4. Morfologia Nominal do Cisena...............
.............................
.............................
.............................
.............................
..............................
...........................62
............62
3.1.4.1. Prefixos primários vs secundários: Aumentativo Aumentativoss e diminutivos..............................................63
3.1.4.2. Locativização.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.......................
......... 63
3.1.4.2.1. Locativização Situacional...............
..............................
.............................
.............................
..............................
...........................................
............................6464
3.1.4.2.2. Locativização Direccional.............
............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
................64
.64
3.1.4.2.3. Locativização de Interioridade.............
............................
..............................
.............................
.............................
......................................64
.......................64
3.1.4.3. Integração de empréstimos em classes nominais ......................................................................65

3.1.5. Morfologia Nominal do Emakhuwa.............


............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.....................66
.......66
3.1.5. 1. Classes nominais do Makhuwa .............
...........................
.............................
..............................
.............................
.......................................
.........................66
66

3
 

3.1.5. 2. Prefixos primários vs secundários..............


.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
...................
.....67
67
3.1.5. 3. Aumentativos e diminutivos.............
............................
..............................
.............................
.............................
...........................................
............................ 67
3.1.5. 6. Locativização.............
...........................
.............................
..............................
.............................
.............................
..............................
.....................................68
......................68
3.1.5. 6.1.Locativização Situacional...............
..............................
.............................
.............................
..............................
...........................................
............................68
68
3.1.5. 6.2. Locativização Direccional.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................68
...............68
3.1.5. 6.3. Locativização de Interioridade...............
..............................
.............................
.............................
..............................
...................................68
....................68

3.1.5. 7. Integração de empréstimos em classes nominais.....................................................................69


3.1.6. Morfologia Nominal de Ciyaawo................................................................................................70
3.1.6.1. Classes nominais do Yao.............. .............................
..............................
.............................
.............................
................................................
.................................70 70
3.1.6.2. Locativização.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.......................
......... 71
3.1.6.2.1. Locativização Situacional............... ..............................
.............................
.............................
..............................
...........................................
............................71 71
3.1.6.2.2. Locativização Direccional............. ............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
................71
.71
3.1.6.2.3. Locativização de Interioridade............. ............................
..............................
.............................
.............................
......................................71
.......................71
3.1.6.7. Integração de empréstimos em classes nominais ......................................................................72
3.2. Morfologia verbal..............
.............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
....................................
..................... 74
3.2.1. Estrutura do verbo das línguas bantu.............. .............................
.............................
.............................
................................................
.................................74 74
3.2.1. Extensões verbais das línguas bantu............... .............................
.............................
..............................
................................................
.................................74 74
3.2.2. Conjugação do verbo nas línguas bantu.............. ............................
.............................
..............................
.............................
.............................
...............76
76
3.2.2. 1. Língua Xichangana...............
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.........................................77
..........................77
3.2.2.1.1. Tempo passado...............
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
.............................................
.............................. 77
3.2.2.1.2. Tempo presente.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
................................77
.................77
3.2.2.1.3. Tempo presente simples.............. ............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.................................77
..................77
3.2.2.1.4. Tempo presente habitual.............. .............................
..............................
.............................
.............................
.............................
...............................
................. 78
3.2.2.1.5. Tempo futuro...............
..............................
.............................
.............................
..............................
.............................
...............................................
.................................78 78
3.2.2.2. Língua Cinyungwe...............
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
..............................
............................79
.............79
3.2.2.2.1.Passado...............
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
..............................
...........................................
............................ 79
3.2.2.3. Língua Emakhuwa............. ...........................
.............................
..............................
.............................
.............................
..............................
..............................
............... 80
3.2.2.4. Língua Cisena..............
.............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
....................................
..................... 81
 Pontual ..............................
............................................
.............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.......................................
......................... 82
2.2.3. Reduplicação..............
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
............................................
............................. 83
2.2.4. Frase verbal e frase não verbal...............
..............................
.............................
.............................
..............................
.............................
...........................84
.............84
2.2.5. Sistema de Concordância.........................................
.............................
.............................
..............................
.............................
.....................................85
.......................85
2.2.6. Discurso directo vs indirecto..............
.............................
..............................
.............................
.............................
....................................
..............................
.........86
86
2.2.7. Frase activa vs passiva ..............
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
..........................
........... 86
2.3Actividades.............
............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
..............................
..................................
...................88
88
2.4Autoavaliação:.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
............... 89
2.5Chave de Correcção:...............
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.................................90
...................90
2.8. Bibliografia Complementar:...............
.............................
.............................
..............................
.............................
................................................
.................................. 91
Unidade III. Produção Oral...............
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.................93
...93
4.1 Introdução...............
.............................
.............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
..................................93
...................93

4.2. Evidências Requeridas da Unidade Temática.................................................................................93


4.3. Orientação metodológica.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
........................................
..........................93
93

4
 

4.4. Formas de tratamento..............


.............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.....................................
..............................
.......94
94
4.4.1.Debates.............
............................
..............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
....................................
..................... 94
4.4.1.1. Aspectos a considerar na organização e realização de um debate.............................................94
4.4.1.2. Preparação.............
............................
.............................
.............................
.............................
.............................
..............................
.....................................
...........................
.....95
95
4.4.1.3. Papel do animador ............................
...........................................
..............................
.............................
.............................
...........................................
.............................95
.95
4.4.1.4. Expressões a usar na introdução das opiniões ............. ...........................
.............................
..............................
.................................95
..................95

4.5. Autoavaliação...............
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.........................................
...........................96
96
4.6. Chave de Correcção.............
............................
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
..................................96
...................96
4.6. Bibliografia Complementar .............................
............................................
.............................
.............................
..................................................
................................... 96
Unidade IV: Tipologia Textual .............
............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
............................98
.............98
5.1. Introdução..............
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
..............................
.................................98
..................98
5.2. Evidências Requeridas da Unidade Temática.................................................................................98
5.3. Metodologia.............
...........................
.............................
..............................
.............................
.............................
..............................
.............................
...............................99
.................99
5.4. Autoavaliação...............
.............................
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.......................................
.........................100
100
5.5Chave de Correcção..............
.............................
..............................
.............................
.............................
.............................
.............................
.................................100
..................100
5.6Bibliografia Complementar:..............
............................
.............................
.............................
.............................
..................................................
...................................100
100

5
 

0. Introdução
O presente módulo de disciplina de Línguas Bantu de Moçambique visa orientar o
formador e os formandos em aspectos ligados à filosofia do ensino bilingue (ensino em duas
línguas), aspectos estruturais das línguas bantu de Moçambique, bem como sobre os aspectos
metodológic
metod ológicos
os e composi
composição
ção de texto
textoss formais
formais nos Institutos
Institutos de Formação
Formação de Professores
Professores (IFP)
de Moçambique.

Devido a diversidade linguística do nosso país e não só, encontramos num IFP alunos
falantes das mais diversas línguas moçambicanas tal que não é possível conceber um módulo
 para uma única língua bantu. Deste modo, o presente modo possibilita que o professor formador 
trabalhe numa sala multilingue.

Competências a Desenvolver no Módulo

Após a conclu
conclusão
são deste módulo, o formando
formando deverá ser capaz conhecer a filosofia por detrás do
ensino bilingue, bem como o contributo desta modalidade de ensino para o desenvolvimento do
 país; dominar os aspectos estruturais das línguas bantu, designadamente, o seu sistema
ortográfico,
ortográfico, morfoló
morfológico
gico e sintáctico e ser capaz de se expressa
expressarr oral e por escrit
escritoo na sua língua
 bantu.

0.1. Objectivos do Módulo


Constituem os objectivos do presente módulo os seguintes:

 Conheçe
Conheçerr e rec
reconhe
onheçer
çer as dif
diferen
erenças
ças socioli
sociolinguí
nguísti
sticas
cas e antropo
antropológ
lógica
icass das Língua
Línguass
Moçambicanas;
 Explicar a importância das Línguas Moçambicanas no ensino e no desevolvimento do
 país;
 Usar correctamente a ortografia das línguas bantu, no geral, e especialmente a sua língua
materna
 Distinguir a estrutura do nome, do verbo e a construção frásicas da sua materna vs do
 português;
 Produzir e interpretar diferentes tipos de textos na sua língua materna;

6
 

 Respeitar as diferenças culturais entre as difentes línguas bantu faladas em Moçambique.

0.2. Resultados de aprendizagem do módulo:


Concluído o módulo, o aluno deve ser capaz de:

Conheça
Conheça e rec
reconhe
onheça
ça as diferen
diferenças
ças soci
socioli
olinguí
nguísti
sticas
cas e antropo
antropológ
lógica
icass das Línguas
Línguas
Moçambicanas;
 O formando sabe e dissemina a importância das Línguas Moçambicanas no ensino e no
desevolvimento do país;
 Domina a ortografia das línguas bantu, no geral, e especialmente a sua língua materna
 Distin
Distinga
ga a est
estrut
rutura
ura do nome,
nome, do verb
verboo e a con
constru
strução
ção frásicas materna vs do
frásicas da sua materna
 português;
 Produza e interpreta diferentes tipos de textos na sua língua materna;
 Respeita as diferenças culturais entre as difentes línguas bantu faladas em Moçambique.

7
 

0.4. Visão Geral dos Conteúdos do Módulo

Unidade Temática Temas Carga Horária


1. Diversidade Linguística e Cultural 04
2. Estrutura das línguas bantu de Moçambique 29
3. Produção ddee en
enunciados oorrais ad
adequados a 03
diferentes contextos
4. Interpretação de textos de carácter   18
in
info
form
rmat
ativ
ivo,
o, re
refl
flex
exiv
ivo,
o, ar
argu
gume
ment
ntat
ativ
ivoo e
li
lite
terár
rário
io ut
util
iliz
izan
ando
do té
técn
cnic
icas
as e fi
fina
nali
lida
dade
dess
específicas em diferentes contextos
Total 54

8
 

Unidade temática 1: Diversidade Linguística e Cultural

Duração da Unidade: 04 horas

intitulada Diversidade Linguística e Cultural  visa


A presente unidade temática intitulada Diversidade  visa introduzir 
o formando nos conceitos operatórios básicos do que é uma língua no geral e uma língua bantu
em particular. O conceito de língua, que é abstracto, não se desassocia da comunidade que a fala
 – a comunidade linguística ou de fala – conjunto de pessoas situadas num espaço ou zona
 particular. É a língua falada, no concreto, nu
numa
ma comunidade linguística ou de fala que se designa
des igna
de dialecto.
 Para além dos conceitos acima apresentados, nesta unidade, o aluno passará a saber da
importância do estudo das línguas bantu no desenvolvimento do país. Para desenvolver esta
subunidade,
subunidade, recorre-se aos objec
objectivos
tivos do desenvolvim
desenvolvimento
ento do milénio
milénio que é uma agenda global
de todos os países do mundo.
A unidade termina com a apresentação, de forma breve, da situação linguística da África
e de Moçambique em particular.
Caro formando, tenha uma boa leitura!

1.1.Evidências Requeridas da Unidade Temática:


 No fim desta unidade temática o formando deve ser capaz
cap az de:
 Conhecer os principais conceitos operatórios (língua, dialecto…);
 Conhecer as diferentes línguas faladas no país;
  Respeitar as diferentes línguas faladas no país

1.2. O que é a língua?


A língua é definida de várias formas por diferentes autores. Contudo, de uma forma geral, a
línguaa é defini
língu definida
da como um código pelo qual um povo realiza a comunicação oral e/ou escrita .
Hoje em dia, com o desenvolvimento das ciências de linguagem, o conceito de língua abarca o
código de sinais usado por pessoas incapazes de produzir sons de fala – os mudos. Assim, as
 pessoas comunicam-se entre elas através de uma língua seja ela oral ou escrita ou de sinais.

9
 

Comentário:

Como se pode depreender do parágrafo anterior, não existem línguas superiores nem línguas
inferiores embora algumas políticas europeias no tempo colonial tenham usado erradamente o
termo língua para distanciar a língua Portuguesa, no caso de Portugal, das línguas faladas na

coló
colóni
niaa (M
(Moç
oçam
ambi
bique
que,, ne
nest
stee ca
caso)
so).. El
Eles
es usa
usava
vam
m o termoo língua  para se referir à língua
term
 portuguesa e dialecto para se referir as línguas moçambicanas. Essa distinção é errada porque
como acima se viu, o termo língua designa um código pelo qual um povo realiza a comunicação
oral ou escrita ou de sinais.

1.2.1. Língua vs Comunidade Linguísti


Linguística
ca
A língua é um património comum a uma dada comunidade linguística. Para Saussure (1916:
25-30) citado por Duarte (2000: 44):

“língua é simultaneamente um  produto social da faculdade da linguagem e um


conjunto de convenções necessárias, adoptadas pelo corpo social para permitir o
exercício desta faculdade pelos indivíduos (…) É um sistema de signos distintos
que correspondem a ideias distintas.” (…) É um tesouro depositado, pela prática
da fala, nos indivíduos que pertencem a uma mesma comunidade, um sistema
gramatical  que exi
existe
ste virtualm
virtualment
entee no cér
cérebr
ebro,
o, ou mais
mais exacta
exactamen
mente
te nos
cérebros de indivíduos;”

Portanto, pode-se dizer que a língua é fundamentalmente “um fenómeno social” (Baylon &
Fabre, 1979: 59) e como tal não pode ser dissociada da comunidade que a fala.

1.2.1. Conceito de Dialecto


A noção
noção de líng
língua
ua não se dev
devee co
confu
nfund
ndir
ir com a de dialecto. A diferença entre estas duas
realidades reside a nível de estatutos: o dialecto é sempre uma variedade de um determinado
sistema linguístico reconhecido oficialmente como língua. Geralmente se considera variedade de
uma língua a variante linguística que caracteriza uma determinada zona.

1.3. Importância do estudo das línguas bantu no desenvolvimento do país


As principais razões que justificaram a utilização de LB no ensino básico são de natureza
Linguístico-pedagógicas; (ii) Cultura e identidade e (iii) Direitos humanos do indivíduo.

10
 

Estando-se
Estando-se a viver numa “aldeia global”, é sempre importante
importante que os moçambicanos
moçambicanos conheçam
as suas línguas maternas, não só devido a factores ligados à identidade dos mesmos mas
sobretudo porque aprender na sua língua materna é um direito humano. No fim desta lição o
aluno será capaz de responder a seguinte pergunta:
1.3.1. Qual é a importância do estudo das línguas moçambicanas no desenvolvimento do país?

Veja se a seguinte citação do Director da UNESCO:


“As línguas certamente são essenciais para a identidade de grupos e indivíduos
e para sua coexistência pacífica. São um factor estratégico de progresso para o
desenvolvimento sustentável e para uma relação harmoniosa entre o contexto
global e o local. São de extrema importância para o alcance dos seis objectivos
do programa “Educação para Todos” e das Metas de Desenvolvimento do
Milénio, estabelecidas pelas Nações Unidas em 2000”. (Koïchiro Matsuura,
Director General, UNESCO)
Este tema é aqui abordado tendo como referência uma brochura elaborada pela Sociedade
Internacional de Linguísticas (SIL), em 2008. Esta brochura foi desenvolvida para responder à
 pergunta sugerida pelo próprio tema desta unidade – Afinal para que serve o estudo das
línguas bantu no desenvolvimento do país?

A resposta a esta pergunta é dada tendo como referência as Metas de Desenvolvimento


do Mil
Milénio. Esta
énio Estass fo
foram
ram es
esta
tabe
bele
leci
cidas
das pel
pelos
os 189 estad
estados
os me
memb
mbros
ros das Naçõe
Naçõess Unid
Unidas
as e
oficialmente e estabeleceram um acordo para alcançá-las até 2015. Essas metas são as seguintes:
(i) Erradicar a pobreza extrema e a fome, (ii) Atingir o ensino básico universal, (iii) Promover a
igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres, (iv) Reduzir a mortalidade infantil, (v)
Melhorar   a saúde materna, (vi) Combater o HIV & SIDA, a malária e outras doenças, (vii)
Gara
Garant
ntir
ir a su
sust
stent
entab
abil
ilid
idad
adee am
ambi
bient
ental
al e (v
(vii
iii)
i) Estab
stabel
elec
ecer
er um
umaa pa
parce
rceri
riaa mu
mund
ndia
iall pa
para
ra o
desenvolvimento.
 Nas linhas que se seguem,
s eguem, apresenta-se como cada uma das metas pode ser alcançada tendo como
 ponto de partida a importância das línguas bantu no desenvolvimento
desen volvimento do nosso país.

Meta 1: Erradicar a pobreza extrema e a fome

O acesso à alfabetização em línguas maternas permite com que a maior parte da população
moçambicana não falante do Português (língua oficial) participe na vida económica do país. Por 
exemplo, pode se produzir materiais educativos em línguas maternas educando as pessoas sobre

11
 

os valores nutritivos dos alimentos que produzem nas suas machambas e que consomem. As
 pessoas podem ser educadas a manejar as suas finanças e seus recursos como se pode ver no
seguinte texto extraído de SIL (2008: 1).

O aumento da renda e o alívio da fome dentro das comunidades etnolinguísticas ocorrem quando

informações que promovem uma mudança de vida são transmitidas em uma língua que as
 pessoas entendem bem. Maiores taxas de alfabetização frequentemente resultam em uma maior 
renda per capita.
capita.

Meta 2: Atingir o ensino básico universal


Os programas de ensino fundamental que começam na língua materna ajudam os alunos a
desenvolverem habilidades de alfabetização e habilidades numéricas mais rapidamente. Quando
ensinado
ensinadoss em sua lín
língua
gua loc
local,
al, os alunos
alunos tra
transfe
nsferem
rem as habili
habilidade
dadess de alf
alfabet
abetiza
ização
ção com
facilidade para as línguas oficiais utilizadas no sistema de educação, adquirindo ferramentas
essenciais
essenciais para a aprendizagem por toda a vida. Os resultados são um aumento da auto-estima e
aprendizagem
uma comunidade melhor equipada para ser alfabetizada nas línguas de comunicação mais ampla.
“Cin
“Cinque
quent
ntaa po
porr ce
cent
ntoo da
dass cr
cria
ianç
nças
as do mu
mund
ndo,
o, que
que   nã
nãoo frequ
frequent
entam
am a escol
escola,
a, vi
vive
vem
m em
comunidades onde a língua usada para a alfabetização é raramente usada em casa. Esse é o
maior desafio em alcançar a Educação para Todos (EPT): um legado de práticas improdutiv
improdutivas
as
que leva a baixos níveis de aprendizagem e altos níveis de reprovações."
reprovações ."

Meta 3: Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres

Quase dois terços dos 875 milhões de analfabetos do mundo são mulheres. Nas comunidades

etnolinguísticas, os rapazes frequentemente são encorajados a interagir com outros nas línguas
de comunicação mais ampla. No entanto, espera-se tipicamente que as moças fiquem perto de
casa, onde a língua local frequentemente é a única utilizada. Pesquisas mostram que as meninas
e mulheres que são educadas nas línguas que conhecem melhor permanecem por mais tempo na
escola e obtêm melhores resultados do que aquelas que não são instruídas na sua língua materna.

“A língua materna do aluno é a chave para tornar a educação mais inclusiva para todos os grupos
que se encontram em desvantagem, especialmente para as meninas e as mulheres.”
 (Meninas: equidade educativa e língua materna), p.1, 2005, UNESCO-Bangkok)

12
 

Meta 4: Reduzir a mortalidade infantil

O índice de mortalidade de crianças com menos de cinco anos diminui quando informações a
respeito da prevenção e do tratamento de doenças são disponibilizadas em línguas locais.
Por outro lado, a má compreensão pode levar a mal-entendidos perigosos e até fatais. As
comunidades etnolinguísticas podem combater a diarreia, a malária e outras doenças comuns
quando têm os recursos e a capacidade de obter informações essenciais sobre saúde.

Meta 5: Melhorar a saúde materna

Uma mãe pode cuidar melhor de si mesma e de sua família quando sabe ler e escrever em sua
língua materna e tem acesso a informações sobre saúde em uma língua que entende bem. O
desenvolvimento baseado na linguagem facilita a introdução de novos conceitos e a tradução
apropriada de nova terminologia.

Meta 6: Combater o HIV & SIDA, a malária e outras doenças

As pessoas de comunidades etnolinguísticas são vulneráveis ao HIV& SIDA, à malária e a outras


doenças em parte por causa da falta de informações essenciais na sua língua materna. A leitura
de materiais sobre higiene, nutrição, prevenção e tratamento de doenças em línguas locais
demonstrou ser efectiva para melhorar a saúde geral e a expectativa de vida da população. A
disponibilidade de informação culturalmente relevante desfaz os conceitos errados que cercam o
HIV& SIDA.

Meta 7: Garantir a sustentabilidade ambiental

Os princípios de preservação
preservação ambiental são comuni
comunicados
cados entre as línguas
línguas através de programas
de desenvolvimento baseados na linguagem e na produção de literatura. O desmatamento é um
 problema crítico em todo o mundo. Conforme as populações locais aprendem a tecnologia
apropri
apropriada
ada,, som
somada
ada ao conh
conheci
ecimen
mento
to tra
tradic
dicion
ional
al sobre
sobre a flora
flora e fauna,
fauna, suas
suas necessi
necessidade
dadess
económicas são supridas e, ao mesmo tempo, o meio-ambiente é protegido.

Meta 8: Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento

As parcerias globais entre comunidades etnolinguísticas e sociedades nacionais e internacionais


requerem comunicação e compreensão mútua. A revitalização da língua materna assegura que

uma língua continue a servir aos diferentes objectivos de seus falantes e age, também, como uma

13
 

 ponte para que uma comunidade atinja seus propósitos multilingues mais amplos ao aprender 
uma língua de comunicação mais abrangente. O desenvolvimento baseado na linguagem facilita
o inter
intercâmbio
câmbio mais amplo de conheciment
conhecimentoo tradic
tradicional
ional,, além de disponibili
disponibilizar
zar os benefícios
benefícios da
informação global e da tecnologia de comunicação.

1.4. Situação linguística do continente africano


Sabida a importância do estudo das línguas bantu para o desenvolvimento do país, nesta lição,
você conhecerá a situação linguística do continente africano no geral. Como deve imaginar, nem
todos os povos africanos falam línguas bantu. Estas são faladas com a maior proeminência na
África subsaariana. O texto que a seguir se apresenta foi extraído da internet. Para uma melhor 
compreensão desta lição, a sua leitura deve ser acompanhada de um mapa do continente africano.

Qual é a situação linguística do continente africano?

A África é
África é provave
provavelment
lmentee a região do mundo onde a situa
situação
ção linguística
linguística é a mais diversificada
diversificada
(com 1000 línguas) e a menos conhecida (http://pt.wikipedia.org
( http://pt.wikipedia.org).
). Um dos vários estudos sobre a
situaç
situação
ão lin
linguí
guísti
stica
ca do contine
continente
nte afri
african
canoo foi fei to Joseph Harold Greenberg,
feito Greenberg, um famoso
linguista 
linguista norte-americano
norte-americano,, em 1955
1955.. Este estudioso distingue quatro grandes conjuntos:
 A família khoisan ao sul
sul,, constituída essencialmente pelas línguas de cliques dos
cliques dos
 bosquímanos;
 bosquímanos;
 A família camito-semítica  (d
(dit
itaa ta
tamb
mbém
ém af
afro-
ro-asi
asiát
átic
ica)
a) ao norte,
norte, constit
constituíd
uídaa pelo
pelo
semítico (
semítico (árabe
árabe,, hebraico,
hebraico, etíope
etíope e
 e outras), o berbere
o berbere,, o egípcio,
egípcio, o cuchítico e
cuchítico e o chadiano
(haúça);
haúça);

 A família nilo-saariana, que se estende sobre uma zona descontínua do Chade ao


Chade ao Sudão
e ao
ao Zaire,
Zaire, e co
comp
mpre
reen
ende
de o songai
songai,, o maban
maban,, o koma,
koma, o fur   e o nilo-chadiano,
nilo-chadiano, este
dividido em sudanês central
central (
 (sara
sara,, mangbetu
mangbetu)) e sudanês oriental (
oriental (línguas
línguas núbias
núbias);
);

  A família nígero-congolesa, que ocupa a maior parte da África Negra, é dividida em seis
oeste-atlântico (
grupos: o oeste-atlântico  ( peul
 peul,, uolof , diola
diola),
), o mandé
mandé ou
 ou mandinga (
mandinga ( bambara
 bambara,, malinque
malinque,,
mende),
mende ), o voltaico
voltaico   ou gur   (mossi
(mossi),
), o kwa
kwa   (iorubá,
iorubá, iba
iba,, akan,
akan, ewe
ewe,, kru
kru),
), o grupo de
oriental e o grupo benuê-congolês
Adamawa oriental e benuê-congolês,, essencialmente constituído pelas bantu, que
ocupam todo o sul do
sul do continente. Para fazer face a essa diversidade lingüística, foram
desen
desenvol
volvi
vida
dass líng
línguas
uas de re
rela
lação
ção,, fal
falad
adas
as co
como
mo se
segun
gunda
dass lí
líng
ngua
uass no
noss co
conj
njun
unto
toss

14
 

geográficos
geográficos mais vastos: o árabe,
árabe, a língua mais falada do continente; o suaíle (
suaíle (aa leste 
leste  da
África),
África), prime
primeira
ira língu
línguaa banta
banta a utili
utilizar
zar a form escrita;; o lingala
formaa escrita lingala   (oeste 
oeste  do Zaire
Zaire);
); o
bambara   (Mali
bambara Mali,, Guiné,
Guiné, Cost
Costaa do Ma
Marfi
rfim
m); o haúça
haúça   (norte da  Nigéria)
 Nigéria) e ou
outr
tras
as..
Finalmente, as línguas européias herdadas da colonização (
colonização (inglês
inglês,, francês,
francês, português)
 português) são
faladass pelas classes cultas e continuam a ser o alice
falada alicerce
rce linguístico
linguístico de numerosos  países..
numerosos países
(in http://pt.wikipedia.org
http://pt.wikipedia.org)) 

15
 

1.5. Situação linguística de Moçambique


Moçambique é um país multilingue multiétnico onde se fala maioritariamente as línguas bantu, a
língua portuguesa e algumas línguas asiáticas (Firmino, 2002). Para efeitos deste módulo,
apresenta-se as línguas faladas por província (c.f. NELIMO 1989, Sitoe e Ngunga 2000, Ngunga
e Faquir 2011).
Tabela 1: Língua por Província

Ordem Língua Província


1. Kimwani Cabo-Delgado
2. Shimakonde Cabo-Delgado
3. Ciyaawo Niassa e Cabo-Delgado
4. Emakhuwa Nampula, Cabo-Delgado, Niassa e Zambézia
5. Echuwabu Zambézia e Sofala
6. Cinyanja Niassa, Zambézia e Tete
7. Cinyungwe Tete
8. Cisena Manica, Sofala, Tete e Zambézia
9. Cibalke Manica
10. Cimanyika Manica
11. Cindau Sofala, Manica e Inhambane
12. Ciwute Manica
13. Gitonga Inhambane
14. Citshwa Inhambane, Gaza, Manica e Sofala
15. Cicopi Gaza e Inhambane
16. Xichangana Maputo, Gaza, Manica e Sofala
17. Xirhonga Maputo, Gaza e Inhambane

A tabela acima mostra as línguas faladas em Moçambique, por província. Algumas destas
línguas são faladas em outros países vizinhos e não só.

1.6. Características das línguas bantu


Depois de ter visto o que é uma língua, nesta ponto aprenderás o que é uma língua bantu, i.e.,
que característica uma língua deve ter para ser classificada de bantu ou não?

16
 

Sugestões Metodológic
Metodológicas
as
Visto que as salas de aula são multilingues, para leccionar esta aula,
sugere-se o seguinte:
 O formador já deve ter a lista dos estudantes por língua materna ou de
formação;
 Para não parecer que está a trabalhar com uma língua apenas, o
formador deve pedir aos alunos falantes de línguas diferentes para
fornecerem exemplos de palavras da lista abaixo apresentada (veja
actividades);
 Depois fique atento, aos diferentes prefixos (parte inicial da palavra).
Assim, ajuda os alunos a perceberem melhor as características.

1.6.1. Quais são as Características das línguas bantu?


 Ngunga (2004:20-52) apresenta as características das línguas bantu de forma mais exaustiva.
Contudo, para efeitos deste módulo, apresenta-se algumas características que podem ajudar o
futuro professor a distinguir uma língua bantu da não bantu. Existem dois grupos de critérios,
nome
nomead
adam
ament
ente,
e, cr
crit
itér
ério
ioss princi
principa
pais
is e crité
critéri
rios
os su
subsi
bsidi
diári
ários
os (c.f.
(c.f. Ng
Ngung
ungaa 20
2004)
04).. Aqui
Aqui,,
apresentam-se um critério e as suas características:
(1) Ter um sistema de géneros gram
gramatica
aticais,
is, em número não inferior a cinco, apres
apresentand
entandoo as
seguintes características:
a. Os indicadores de género devem ser prefixos, através dos quais os nomes podem

ser distribuídos em classes cujo número varia, geralmente, entre 10 e 20;


b. As classes devem associar-se regularmente em pares que opõem o singular do
 plural de cada género (…);
c.  Não há correlação entre género
géner o e a noção sexual ou qualquer ou
outra
tra categoria
semântica claramente definida;
d. Ter um vocabulário comum a outras línguas, a partir do qual se pode formular
uma hipótese sobre a possível existência de uma língua ancestral comum.

1.6.1.1. Demonstração da característica (1a): veja-se a seguinte tabela:


(2)   Tabela exemplifcava de Nyanja e Changana

17
 

Classe Prefixos Nyanja Changana Significados


1 mu- mu-nthu Munhu 'pessoa'
2 a- a-nthu va-nhu 'pessoas'
3 mu- m-tengo n-sinya 'árvore'
4 mi- mi-tengo mi-sinya 'árvores'
5 dzi- dzi-no -tinyo  ‘dente'
6 ma- ma-so ma-tinyo 'olhos'
7 ci- ci-nthu xi-lo ‘coisa'
8 zi- zi-nthu svi-lo 'coisas'
9 N- m-buzi m-buti 'cabrito'
10 dzi- dzi-mbuzi ti-mbuti 'cabrito'

Comentários:
(i)
(i) Os nú
núm
meros de 1-10
1-10,, na pprrimeira ccoolun
unaa são
são cha
chamados classes nominais. Na
tabe
tabela
la ac
acim
imaa ap
apen
enas
as ap
apres
resent
entam
am-se
-se 10 cl
class
asses
es mas
mas podem
podem ser muit
muitoo mais
mais
conforme veremos na unidade sobre “morfologia do nome”, deste módulo. Todas
as palavras que conheces devem estar inseridas em classes.
(ii) A segunda coluna apresenta os prefi
prefixos nominais. Na terceira coluna (em
xos nominais
Cinyanja) e quarta (em Xichangana), cada prefixo está destacado em negrito. Diz-
se prefixo nominal porque a parte em negrito esta antes do que vem à direita
direita não
destaca
destacado.
do. Essa part
partee cha
chama-s
ma-see tema nominal
nominal. i.e., depois de se remover o
 prefixo nominal resta o tema nominal.
(iii
(iii)) Com
Comoo se po
pode
de ve
ver,
r, a cl
clas
asse
se 1 é sin
singul
gular
ar da ccla
lasse
sse 2 e a class
classee 2 é plura
plurall da class
classee
1. Da mesma maneira, a classe 3 é singular da classe 4 e esta plural da classe 3 e
assim sucessivamente até a classe 10 que é plural da classe 9 e esta singular da
classe 10. A esta oposição do singular e do plural chama-se género gramatical. O
conceito de género gramatical nas línguas bantu, não tem nada a ver com o
conceito de sexo feminino ou masculino como acontece na língua portuguesa!
(iv))
(iv Com
Compara
parando
ndo as ppala
alavra
vrass do Cin
Cinyan
yanja
ja e do Xich
Xichang
angana
ana pode
pode-se
-se pensar
pensar que
que as
as duas
duas
línguas usam as mesmas palavras – vocabulário comum.

18
 

1.6.2. Actividades
1. Preencha a seguinte tabela:
Língua Fala Dialecto Comunidade linguística
Conceito
Características
Exemplo

2. Esta lição pode ser dada com o recurso a leitura dos seguintes textos:
 INDE/MINED.
INDE/MINED. 2003.  Plano Curricular
2003. Plano Cur ricular do Ens
Ensino
ino Básico, Programa das disciplinas do
1º Ciclo: Ensino Básico (1ª e 2ª Classes). Maputo: INDE/MINED.

 Visita ao Portal do Governo de Moçambique

Sociedade
Sociedade Interna
Internacio
cional
nal de Linguí
Linguísti
stica
ca (SIL
(SIL). 2008.  Por que as Línguas Importam:
). 2008.
 Alcançando as Metas do Desenvolvimento do Milénio Através das Línguas Locais
Locais.. SIL
Internacional.

19
 

1.6.3. Distribuição das Línguas bantu de Moçambiqu


Moçambiquee por zonas.

3. Para o ponto 1.6.

Exploração da lista de palavras da seguinte maneira:

20
 

 Seleccionar 3 alunos que falem línguas diferentes


  Na ordem das palavras desta lista, pedir aos mesmos para que, à vez, digam a palavra
no singular e no plural;
 O formador vai anotando as palavras num quadro;

 No fim disso, proceder como se fez nesta


n esta lição.
Preencher a seguinte lista de palavras:
Lista de palavras
Singular Plural

1. pessoa ................................... .............................................


2. rap
rapariga .........
............
............
.............
.... .......
............
.............
............
............
....
3. rapaz ..................................... ..............................................
4. cria
riança .........
.............
...........
.............
.... .......
............
.............
............
............
....
5. cabeç
beça .........
............
............
.............
..... .......
............
.............
............
............
....
6. cabel
belo .........
............
............
.............
..... .......
............
.............
............
............
....
7. face ........................................ .............................................
8. boch
bochec
echa
ha ..
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
.. ....
......
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
9. olho ..................................... .............................................
10. boca ..................................... .............................................
11. dente ..................................... .............................................
12.
12. gengi
ngiva .........
............
............
............. .......
............
.............
............
............
....
13. líng
língua
ua (órgão
(órgão)...
)..............
..................
..................
....................... ...........
..................
......................
..................
..................
...
14.
14. sa
salliva .........
.............
...........
.............
.... .......
............
.............
............
............
....
15.
15. orel
relha .........
.............
...........
.............
.... .......
............
.............
............
............
....
16.
16. pesc
pescoç
oçoo ..
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
.. ..
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
17.
17. costa
stas .........
.............
...........
.............
..... .......
............
.............
............
............
....
18.
18. peito .........
............
............
.............
..... .......
............
.............
............
............
....
19.
19. barri
rriga .........
............
............
.............
.... .......
............
.............
............
............
....
20.
20. umbigo .........
.............
...........
.............
.... .......
............
.............
............
............
....
21. pele ...................................... .............................................
22. nádeg
nádegaa (tab
(tabú)
ú) ...............
..................
..................
......................
... ...........
..................
......................
..................
..................
...

21
 

23. pulmão ..................................... .............................................


24.
24. coraç
ração .........
............
............
.............
.... .......
............
.............
............
............
....
25.
25. animal .........
.............
...........
.............
.... .......
............
.............
............
............
....
26.
26. porc
orco .........
............
............
.............
..... .......
............
.............
............
............
....
27.
27. gali
galinh
nhaa ..
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
.... ..
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
28. cão ....................................... .............................................
29.
29. cabri
brito .........
............
............
.............
..... .......
............
.............
............
............
....
30.
30. gato .........
............
............
.............
...... .......
............
.............
............
............
....
31.
31. pato .........
............
............
.............
...... .......
............
.............
............
............
....
32. leão ..................................... .............................................
33.
33. leopa
eopard
rdoo ..
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
.... ..
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
34.
34. elefante .........
............
............
............. .......
............
.............
............
............
....
35.
35. cr
croc
ocod
odil
iloo ..
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
.... ..
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
36.
36. hipo
hipopó
póta
tamo
mo .......................................................................... ..........................................................................................
37. boi ..................................... .............................................
38. pássa
pássaro
ro .....
........
..........
......
..........
......
......
......
..........
....... ...
... ......
.................
......
..........
......
..............
..............
..........
.......

1.6.4. Autoavaliação
Agora resolva no seu caderno as actividades que lhe propomos para que possa avaliar o seu
 progresso.
o produto e o instrumento da comunicação”…
1. “A língua é simultaneamente o produto comunicação ”…
a) Justifica.
 b) O que é a fala.

2. Em que reside a diferença entre língua e dialecto? Apoie a sua resposta com exemplos.
3. Caro formando, tu pertences a uma comunidade linguística? Se sim, diga qual?
. Quais são os dialectos das sua língua?
4. Alg
Alguma
umass lín
língua
guass ban
bantu
tu moç
moçamb
ambica
icanas
nas tra
transfr
nsfront
onteir
eiriça
içass (falada
(faladass em outros
outros países,
países,
sobretudos vizinhos).

22
 

a) Indica duas de
dessas
ssas lí
línguas
nguas e diga em que paí
países
ses elas
elas são faladas?
faladas?

5. Qual é a LB moçambicana com maior número de falantes e em que províncias elas é


falada?
 Localiza as LB no continente africano.
6. Identifica as razões que justificaram a introdução das LB no ensino básico moçambicano.
a) Expl
Explica
ica as rrazõ
azões
es cul
cultur
turais
ais e de iident
dentida
idade.
de.
 b) Como é que as LB podem contribuir para a erradicação do HIV & SIDA.
Para o ponto 1.6.

1. Pass
Passee para o seu cad
caderno
erno a lista
lista de palavr
palavras
as acima
acima e preencha-a
preencha-a na sua língu
línguaa
materna.
2. Co
Com
m ba
base
se no
noss dado
dadoss da li
list
staa po
porr si pr
pree
eenc
nchi
hida
da,, re
resp
spon
onda
da às se
segu
guin
inte
tess
questões:
a. Prov
Provee que na sua llíng
íngua,
ua, a noç
noção
ão de género
género gramat
gramatica
icall não tem a ver 
ver 
com a noção de sexo.
 b. Faça a listagem dos prefixos nominais da sua língua.
c. Mencio
Mencione
ne os géneros gramaticais
gramaticais que encontro
encontrouu na sua língua.
língua.
3. Com base eem
m evid
evidências,
ências, prove
prove que a sua língua
língua materna
materna é uma língua
língua bantu.
bantu.

1.6.5. Chave de Correcção


1.
  a) É  produto
 produto porque
 porque é ela que faz evoluir a língua e é o somatório das marcas individuais de
cada falante; instrumento
instrumento porque
 porque todos a utilizam na comunicação.
  b) A fala é um acto iindividual
ndividual de selecção e de actualização da língua (estas particularidades
particularidades
estão relacionadas com o sotaque, escolha de vocabulário, ordem pouco usual das palavras…)
2. Ao crité
critério
rio de cada formando
formando.. É necessário “enquanto produto
necessário realçar que enquanto Língua éé“enquanto
 social da faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adoptadas pelo
corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos” (Genouvrier
indivíduos”  (Genouvrier e Peytard,

1974:151) o dialecto é variante de uma língua, distinta em termos sociais ou regionais e


identificada por um conjunto de traços locais.

23
 

 3. Ao critério do formando.


4.
a) Ao critério do formando. O formando poderá, por exemplo, indicar o  Xirhonga (falada na
RSA e no Zimbabwe) e o Ciyaawo (falado em Malawi e na Tanzania, por exemplo).
Segundo Ngunga e Faquir (2011), em Moçambique a LB com maior número de falantes é
5. Segundo Ngunga
Emakhuwa, com 5 307 378 falantes. Ela é falada com maior proeminência, no território
Moçambicano, nas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula e Zambézia.
6. Segundo Ngunga (2004), no continente africano as LB abrangem uma vasta região que se
estende a sul de uma linha que vai desde os Montes Camarões (a sul da Nigéria), junto à costa
atlântica, até à foz do rio Tana (no Quénia).
7. As principais razões que justificaram a utilização de LB no ensino básico são de natureza
Linguístico-pedagógicas; (ii) Cultura e identidade e (iii) Direitos humanos do indivíduo.
a) A língu
línguaa não é soment
somentee um ins
instru
trumen
mento
to de transmiss
transmissão
ão de mensage
mensagens
ns (comunic
(comunicação
ação).
).
Também é um veículo de transmissão de valores culturais. Assim, para que o processo
alcancee os seus propósitos é necessário
alcanc necessário que se conside
considere
re a complexidade
complexidade etnoli
etnolinguísti
nguística
ca
dos aprendentes, das comunidades e da sociedade.
 b) Segundo SIL as
a s pessoas de comunidades etnolinguísticas são vu
vulneráveis
lneráveis ao HIV& SIDA,
 por causa da falta de informações essenciais na sua língua materna. Assim, acredita-se que se os
mate
materi
riai
aiss sobre
sobre HI
HIV&
V& SI
SIDA
DA fo
fosse
ssem
m es
escri
crito
toss na
nass LB moçam
moçambi
bican
canas
as,, facil
facilit
itar-
ar-se
se-i
-iaa a
comunicação.
8. Ao critério do formador e do formando, tendo em conta a sua língua.

24
 

1.6.6. Bibliografia C
Co
omplementar
1979. Iniciação à Linguística
Baylon, C & Fabre, P. 1979. Linguística.. Coimbra: Livraria Almedina.
1996. Introdução à Linguística Geral . Lisboa: Caminho.
Faria et al. 1996. Introdução

1989. Relatório Sobre a padronização das Línguas


 NELIMO. 1989. Relatório L ínguas Moçambicanas
Moçambicanas.. Maputo: DLL

2011.  Padronização da Ortografia das Línguas


 Ngunga, Armindo e Osvaldo Faquir. 2011. Padronização
 Moçambicanas: Relatório do III Seminário.
Seminário . Maputo: CEA.

2000. Introdução à Linguística Bantu. Maputo:


 Ngunga, Armindo. 2000. Introdução Bantu. Maputo: Imprensa Universitária.

2004. Introdução à Linguística Bantu.


 Ngunga, Armindo. 2004. Introdução Bantu. Maputo: Imprensa Universitária.
Saussure, Ferdinand. 1986. Curso de Linguística Geral . Lisboa: Publicações Dom Quixote.

Sitoe, Bento e Armindo Ngunga. 2000. Relatório do II Seminário de Padronização da Ortografia


de línguas moçambicanas. Maputo: NELIMO, Universidade Eduardo Mondlane.

2008. Por que as Línguas Importam: Alcançando


Sociedade Internacional de Linguística (SIL). 2008. Por
as Metas do Desenvolvimento do Milénio Através das Línguas Locais.
Locais . SIL Internacional.

25
 

Unidade Temática 2: Estrutura das línguas bantu faladas em Moçambique


Esti
Estima
mado
do fo
form
rman
ando
do,, na un
unid
idad
adee an
ante
teri
rior
or ab
abor
ordámoss a  Diversidade Linguística
dámo Linguística   e
Cultural. Revímos diversos conceitos sobre a comunicação a discutimos a situação linguística do
cont
contin
inen
ente
te afr
afric
ican
anoo no ge
gera
rall e pa
part
rtic
icul
ularm
arment
ente,
e, do nos
nosso
so paí
país.
s. Id
Ident
entif
ific
icám
ámos
os ta
tamb
mbém
ém as
características específicas das LB.
 Nesta unidade, vamos mergulhar um pouco na estrutura das das LB de Moçambique.
Vamos estudar a Ortografia das LB de Moçambique, a Morfologia (ramo da Linguistica que se
dedica ao da estrut
estrutura
ura ou as formas de palavr
palavras)
as) e a Sintaxe (ramo da Linguística
Linguística que se dedica
estudo “das regras que regem a maneira como as palavras se combinam para formar as
ao estudo
 sentenças de uma língua”
língua ” Crystal (1988). Portanto, vamos analisar a forma como os “bantuístas”
formam as palavras e como ‘e que estruturam as palavras para formar frases, de modo a realizar 
a faculdade universal de comunicar pensamentos, sentimentos e volições.

 No PEA da língua “enquanto produto social da faculdade de linguagem e um conjunto


de con
convenç
venções
ões nece
necessár
ssárias
ias,, ado
adopta
ptadas
das pel
peloo corp
corpoo soci
social
al par
paraa perm
permiti
itirr o exer
exercíc
cício
io dess
dessaa
 faculdade nos indivíduos” (Genouvrier
indivíduos”  (Genouvrier e Peytard, 1974:151), o formador (de língua) deve ter em
mente que uma verdadeira aula de língua éé   aquela que está virada ao desenvolvimento das
habilidades linguísticas, que acomoda a vivência cultural e, no caso específico, a experiência
linguí
linguísti
stica
ca do form
formand
ando,
o, de mod
modoo que ele possa
possa adqu
adquiri
irirr as ferrame
ferramenta
ntass necessár
necessárias
ias para
para
comunicativas . Isto só é possível se,
manipular a língua, de acordo com as suas necessidades comunicativas.
segundo Nunan (1995), as estratégias de ensino estiverem ancoradas a metodologias que tornem

o ensino divertido e frutífero, dando maior relevo às interacções entre os actores do processo
educativo.  Assim, sugerimos que o senhor formador procure sempre trabalhar toda a diversidade
educativo.
linguística da turma, através de grupos linguísticos.

2.1. Competencia da unidade


 Usar correctamente a ortografia das línguas bantu, no geral, e especialmente a sua língua
materna;
 Distin
Distinga
ga a est
estrut
rutura
ura do nome,
nome, do verb
verboo e a con
constru
strução
ção frásicas materna vs do
frásicas da sua materna
 português;

26
 

2.2. Sistema Ortográfico das Línguas Bantu


O si
sist
stem
emaa or
orto
togr
gráf
áfic
icoo ad
adop
opta
tado
do para
para a es
escr
crit
itaa da
dass lí
líng
ngua
uass moça
moçamb
mbic
ican
anas
as fo
foii
convenc
convencion
ionado
ado no Pri
Primei
meiro
ro Rel
Relató
atório
rio Sob
Sobre
re a Pad
Padroni
ronizaçã
zaçãoo das Línguas
Línguas Moçamb
Moçambica
icanas,
nas,
compilado e, 1989 pelo Centro de Investigação das Línguas Moçambicanas (NELIMO) e revisto
 por Sitoe e Ngunga (2000) no Relatório do Segundo Seminário Sobre a Padronização das
Línguas Moçambicanas e, mas recentemente por Ngunga e Faquir (2011) no Relatório do III
Seminário das Línguas Moçambicanas.

Até ao fim desta aula, o aluno deve ser capaz de conhecer e dominar a ortografia das
línguas bantu em geral e da sua língua em particular. Tendo em consideração a diversidade
linguística do país, para efeitos elucidativos, usar-se-ão as seguintes 6 línguas bantu faladas em:
Línguas Changana, Citswha, Nyungwe, Sena, Makhuwa e Yaawo.

Para consolidar a situação linguística de Moçambique vista na unidade anterior, bem


como para permitir um melhor contacto das referências básicas sobre a ortografia das línguas
 bantu faladas em Moçambique, nomeadamente, Sitoe e Ngunga (2000) e Ngunga e Faquir 
(2011), cada língua é introduzida pela apresentação das zonas onde ela é falada, as suas
variantes. Depois apresentam-se as vogais e por fim as consoantes.

Di
Difer
ferent
entem
ement
entee da or
orto
togra
grafi
fiaa da lí
língu
nguaa po
port
rtug
ugue
uesa,
sa, po
porr ex
exem
empl
plo,
o, as vogai
vogaiss e as
consoantes
consoantes das língu
línguas
as bantu, não mudam os seus valores
valores independentem
independentemente
ente dos contextos
contextos em
que ocorrem. Por isso aconselha-se que a primeira leitura fosse acompanhada por um falante
nativo ou por alguém que a domine de modo que o grafema seja melhor associado ao som de um
falante nativo da língua.

27
 

Metodologia
  O formador deve ter como ferramenta básica a lista de palavras do vocabulário básico
(a
(aci
cima
ma).
). Há me
medi
dida
da qu
quee os alun
alunos
os vã
vãoo di
dita
tand
ndoo a pala
palavr
vra,
a, o prof
profes
esso
sorr deve
deve escr
escrev
ever 
er 
correctamente essa palavra seguindo o relatório ii ou iii sobre a padronização das línguas
moçambicanas.
Ao ensinar a ortografia de uma dada língua, o formador deve também ler e confrontar os
formandos a respeito das variantes das mesmas.
O formador deve ter já feito o levantamento das línguas faladas na sala de aulas e
explorá-las para dar a ortografia das línguas bantu.
Metodologicamente, para uma melhor assimilação dos conteúdos, primeiro apresenta-se
o sistema vocálico e depois o consonântico. Para cada grafema, apresenta-se, destacado em
negrito, um exemplo de uma palavra que o contenha.
Para o ensino da ortografia, deve-se usar palavras simples (com duas ou 3 sílabas),
usando consoantes simples (i.e. não combinadas) e se deve destacar (sublinhar) o grafema em

causa.
2.2.1. Língua Citshwa
Segundo Sitoe e Ngunga (2000: 191), o Citshwa faz parte do grupo Tsonga que abrange três
línguas, a saber: Xirhonga, Xichangana e Citshwa. Estas três línguas são mutuamente inteligíveis
e são faladas nas províncias
províncias de Maputo, Gaza e Inhamba
Inhambane
ne e na zona meridional das províncias
províncias
de Manica e Sofala. O Citswha é falado por cerca de 10 000 falantes distribuídos pelas 3
 províncias (Firmino, 2000). Esta língua apresenta as seguintes variantes:

(i
(i)) Xi
Xikh
kham
amba
bani
ni,, ffal
alad
adaa nnoo dis
disttri
rito
to de Pa
Pand
nda;
a;
(ii)
(ii) Xi
Xirho
rhong
nga,
a, ffal
alad
adaa na zo
zona
na ocide
ocidentntal
al do
do ddis
istr
trit
itoo de Massi
Massinga
nga;;
(iii)
(iii) Xih
Xihlen
lengwe
gwe,, fal
falada
ada nos
nos di
distr
strito
itoss de Morrum
Morrumben benee e Massin
Massinga,
ga, na
na zona
zona de Funha
Funhalou
louro;
ro;
(iv)
(iv) Xi
Ximh
mhan
andl
dla,
a, fa
fala
lada
da no di
dist
stri
rito
to de Vi
Vila
lancu
nculo
lo;;
(v) Xi
Xidz
dzhon
honge
ge (o
(ouu Xidon
Xidonge
ge),
), fala
falada
da na par
parte
te m
mer
erid
idio
ional
nal do
do di
dist
stri
rito
to de Inha
Inhari
rime
me e
(vi))
(vi Xi
Xidz
dziv
ivi,
i, ffal
alad
adaa no
noss dist
distri
rito
toss de Mor
Morrum
rumben
benee e Homo
Homoín
íne.
e.

28
 

2.2.1.1. O sistema de vogais do Citswha

O Citshwa apresenta um sistema vocálico constituído por cinco vogais, conforme se pode ver a
 baixo.

Grafema Exemplo Significado


a malevhu barba
e vele mama
i din’wa laranja
o nomu boca
u k u bola apodrecer 

2.2.1.2. Consoantes do Citswha


Para além das vogais, a língua apresenta um sistema de consoantes que se seguem. Os grafemas

 bem como os exemplos foram extraídos de Sitoe e Ngunga (2000: 109-111):


Grafema Exemplo Significado
 b kubeleka dar à luz
c comelo  fermento
d din’wa laranja
f  f ole
ole tabaco
g gambu  sol 
h humba caracol 
 j  jaha rapaz
k  k aya
aya em casa
l kululama  ser direito
m manu esperteza
n nala inimigo
 p papilo carta
q mukhoqo beco
r  ribze  pedra
s sangu esteira
t tihlo olho

29
 

v vele  seio/mama
w woko mão
x xaka  parente
y yingwe leopardo
z zukulu  sobrinho
 bh kubhika cozinhar 
 bv kubvun’wala mergulhar 
 bz kubzala  semear 
dh dhadhani  pai
dl kudlaladlaleka  galopar 
dz kudzaha  fumar 
qg qgeke  pátio
hl hloko cabeça
lh lhulamethi eucalipto
n’ n’anga curandeiro
n’q n’qolo carroça
ny nyeleti estrela
 pf mupf umba
umba hóspede
 ps kupsopsa chupar 
sv wusva  papa de farinha de milho
tl kutlakusa erguer 
ts tsetselelo  perdão
vh vholo manta
xj xjelera  geleira
zv zvin’we  juntos

30
 

2.2.1.3. Modificação de Consoantes

As consoantes acima vistas não são modificadas. Contudo, todas elas podem ser produzidas com
modificação da seguinte maneira:

a. labialização/velarização: pw, bw
bw, ttw
w, dw, kw
kw, gw
gw, sw, zw
zw, et
etc.
 b. palatalização: py, by, ty, dy, etc.
c. pré-nasalização: mph, mb, nth, nd, nkh, ng, etc.
d. aspiração: ph, th, ch, kh, etc.

Nota: Cada formando, com a ajuda do seu formador, deve procurar exemplos de palavras em
que as consoantes são produzidas com modificação.

2.2.2. Xichangana
Segundo Sitoe e Ngunga (2000: 191), o Changana é também conhecido por Tsonga (na África do
sul) e Changana (em Moçambique). Ela é uma das línguas faladas com a maior proeminência na
zona sul de Moçambique
Moçambique,, nomeadamente nas províncias de Maputo, Gaza, parte das províncias
de Inhambane e Manica (Sitoe 1996). A língua changana é também falada nos países vizinhos
como a República da África do sul, na província de Transval, e na República de Zimbabwe
(Sitoee and Ngunga 2000). Ela pertence
(Sito pertence ao grupo Tshwa-Rhonga,
Tshwa-Rhonga, grupo S.50 na classificação
classificação de
Guthrie (1967-71). Este grupo é composto por três línguas mutuamente inteligíveis, a saber,
Changana (S.53), Tshwa (S. 51) e Ronga (S.54).

De acordo com o relatório do Censo Geral da População citado por Sitoe e Ngunga (2000), a
língua Changana é falada por aproximadamente 1.500.000 falantes. Esta língua apresenta as
seguintes variantes:

a) Hlanganu (falada nos distritos de Namahaacha, Moamba e Magude)

 b) Dzonga (falada nos distritos de Magude, Bilene e parte de Massingir)

c) N’w
N’walu
alungu
ngu (f
(fala
alada
da no distri
distritos
tos Massi
Massingi
ngir)
r)
d) Bila (f
(falada
alada no vale do limpom
limpompo
po e parte do dist
distrito
rito de Chibut
Chibuto)
o)
e) Hle
Hlengwe
ngwe (fal
(falada
ada nos dis
distri
tritos
tos de Xai
Xai-xai
-xai,, Manjac
Manjacaze,
aze, Chibuto,
Chibuto, Guija,
Guija, Chicua
Chicualac
lacual
uala,
a,

Panda, Morrumbene, Massinga, Vilanculos e Guvuro).

31
 

2.2.2.1. Vogais do Xichangana

O Changana apresenta um sistema vocálico constituído por cinco vogais, conforme se


 pode ver a baixo.

Grafema Exemplo Significado


a malepfu barba
e vele mama/seio
i din’wa laranja
o nomu boca
u k u bola apodrecer 

Para além das vogais, a língua


língua apresenta um sistema de consoantes que se seguem. Os grafemas
 bem como os exemplos foram extraídos de Sitoe e Ngunga (2000: 109-111).

2.2.2.2. Consoantes do Xichangana


Grafema Exemplo Significado

 b kuba bater 
c covelo caril 
d din’wa laranja
f  f ole
ole tabaco/rapé
g gamba tipo de abóbora
h humba caracol 
 j  jaha rapaz
k  k aya
aya em casa
l kululama  ser direito
m manu esperteza
n nala inimigo
 p papilo carta
q mukhoqo beco
r  ribze  pedra

s sangu esteira

32
 

t tihlo olho
v vele  seio/mama
w woko mão
x xaka  parente
y yingwe leopardo
z zinku  zinco
 bh kubhika anunciar 
 bv kubvun’wala mergulhar 
 bz kubzala  semear 
dl mudlyi assassino
dz kudzaha  fumar 
qg qgeke  pátio
hl hloko cabeça
lh lhulamethi eucalipto
ny nyanga curandeiro
n’q n’qolo carroça
ny nyeleti estrela
 pf mupf umba
umba hóspede
 ps kupsopsa chupar 
sv wusva  papa de farinha de milho
tl kutlakusa erguer 
ts tsetselelo  perdão
vh vholo manta
xj xjelera  geleira
zv zvin’we  juntos

33
 

2.2.2.2. Modificação de Consoantes


As consoantes acima vistas não são modificadas. Contudo, todas elas podem ser produzidas com
modificação da seguinte maneira:

a. labialização/velarização: pw, bw
bw, ttw
w, dw, kw
kw, gw
gw, sw, zw
zw, et
etc.
 b. palatalização: py, by, ty, dy, etc.
c. pré-nasalização: mph, mb, nth, nd, nkh, ng, etc.
d. aspiração: ph, th, ch, kh, etc.
Nota: Cada formando, com a ajuda do seu formador, deve procurar exemplos de palavras em
que as consoantes são produzidas com modificação.

2.2.3. Cinyungwe
Segun
Segundo
do o II Re
Recen
cense
seam
ament
entoo Geral
Geral da Pop
Popul
ulaçã
açãoo e Habi
Habita
taçã
ção,
o, Fi
Firm
rmin
inoo (2
(2000
000),
), a lí
líng
ngua
ua
 Nyungwe é falada com maior proeminência na província de Tete por cerca de 30% da população
pop ulação
da província. O Nyungwe é a língua da capital provincial de Tete, falada também ao longo do
Rio Zambeze com maior predominância nos distritos de Changara, Moatize, Chiúta, Cahora
Bassa, Zumbo e, parcialmente, no distrito de Macanga.

2.2.3.1. Vogais do Cinyungwe

O Nyungwe apresenta um sistema vocálico constituído por cinco vogais, conforme se pode ver a
 baixo.

Grafema exemplo Significado


a kuf amba andar, caminhar 
e kulewa dizer 
i kulima cultivar, capinar 
o kugona dormir 
u k utenda agradecer 

Para além das vogais, a língua


língua apresenta um sistema de consoantes que se seguem. Os grafemas

 bem como os exemplos foram extraídos de Sitoe e Ngunga (2000: 109-111).

34
 

2.2.3.2. Consoantes do Cinyungwe


Grafema Exemplo Significado

 p piri dois

 bh bhatha  pato


t tola levar 
dh dhinda horta
c combo umbigo
 j ku jayira habituar-se/acustumar-se
k  k uwona
uwona ver 
g gombe  praia fluvial 
 b baba  pai
d yadidi bom, verdade
f  f amba
amba andar, caminhar 
v vima adivinhar 
s masamba  folhas, vegetais, verduras
sv kusvipa escurecer 
z misozi lágrimas
zv kuzvenga rodopiar 
x xanu cinco
h haci cavalo

 ps kupsipa cuspir 


 pf  pf upa
upa osso
 bz bzombo bagagem, utensílios
 bv kubva ouvir 
ts tsenga cortar lenha
dz dzino dente
m mulopa  sangue
n nolo tipo de pedra para afiar facas ou instrumentos pontiagudos
ny nyama carne
  ng
ng´ ng´ombe boi

35
 

l lero hoje
r ciropa  fígado
w wana crianças
y yekha  sozinho

2.2.3.3. Modificação de Consoantes


As consoantes acima vistas não são modificadas. Contudo, todas elas podem ser produzidas com
modificação da seguinte maneira:

a. labialização/velarização: pw, bw
bw, ttw
w, dw, kw
kw, gw
gw, sw, zw
zw, et
etc.
 b. palatalização: py, by, ty, dy, etc.
c. pré-nasalização: mph, mb, nth, nd, nkh, ng, etc.
d. aspiração: ph, th, ch, kh, etc.

Nota: Cada formando, com a ajuda do seu formador, deve procurar exemplos de palavras em
que as consoantes são produzidas com modificação.

2.2.4. Emakhuwa
Segundo Katupha (1983) para além da língua portuguesa, a língua Makhuwa constitui a língua
mais falada em Moçambique com cerca de 20% da população total do país (Sitoe e Ngunga
2000). Ela é falada com maior proeminência, no território Moçambicano, nas províncias de Cabo
Delgado, Niassa, Nampula e Zambézia. O Makhuwa, codificado P30 na classificação de Guthrie
(1967-71), apresenta várias variantes de acordo com a província em que é falado (c.f. Sitoe e
 Ngunga 2000:67).
(i)
(i) Na prov
provín
ínci
ciaa ddee Nam
Nampu
pula
la te
tem
m aass sseg
egui
uint
ntes
es va
vari
rian
ante
tess
a. Em
Emak
akhu
huwa,
wa, fa
fala
lada
da na ci
cida
dade
de capi
capita
tall e arred
arredore
ores,
s, no
nome
mead
adam
amen
ente
te,, Mecu
Mecubur
buri,
i,
Muecate, Meconta, parte de Murrupula, Maogovolas, Parte de Robáwe e Lalawa;
 b. Enahara, nos distritos de Mossuril, Ilha de Moçambique, Nacala-Porto, Nacala
velha e parte de Memba;
c. Esaa
Esaaka,
ka, no
noss distrit
distritos
os de Eráti,
Eráti, N
Nacar
acarôa
ôa e part
partee de Memba;
Memba;
d. Esa
Esank
nkac
aci,
i, ppar
arte
te de
de An
Angoc
goche
he;;
e. Ema
Emarevo
revoni,
ni, parte
parte de Mom
Momaa e Mon
Mongin
gincual
cual;;

36
 

f. Elomw
Elomwe,
e, nos di
distrit
stritos
os de Malema,
Malema, parte de Ribawe,
Ribawe, part
partee de Murrupula
Murrupula e parte de
de
Moma

(ii)
(ii) Na pprov
rovín
ínci
ciaa de Cabo
Cabo-de
-delg
lgad
adoo as va
vari
rian
ante
tess do Em
Emak
akhu
huwa
wa são
são as segu
seguin
inte
tes:
s:
a. Eme
Emeett
etto,
o, falada nos distrit
distritos
os de Montep
Montepuez
uez,, Balama
Balama,, Namuno,
Namuno, Pemba,
Pemba, Ancuabe,
Ancuabe,
Quissanga, parte do distrito de Meluco, Macomia e Mocímboa da praia
 b. Esaaka, nos distritos de Chiúre e Mecúfi
(iii
(iii)) Na pprov
rovín
ínci
ciaa da Zamb
Zambézi
ézia,
a, as var
varia
iant
ntes
es sã
sãoo as se
segui
guint
ntes
es::
a. Ech
Echiri
irima,
ma, fal
falado
ado eem
mMMata
ataric
ricaa e Cuam
Cuamba
ba
 b. Emakhuwa, falado em Mecanhelas, Cuamba, Maúa, Nipepe e Metarica
c. Em
Emee
eett
tto,
o, em Ma
Marup
rupaa e Ma
Maúa
úa
(iv)
(iv) Na ppro
roví
vínc
ncia
ia ddaa Zamb
Zambéz
ézia
ia,, as vvar
aria
iant
ntes
es são
são::
a. Em
Emak
akhu
huwa,
wa, falado
falado em Pe
Peba
bane
ne
 b. Elomwe, falado em Gurue, Gilé, Alto Molócue e Ile
c. Ema
Emarevo
revoni,
ni, fal
falado
ado numa
numa pa
parte
rte de Peba
Pebane
ne
Para uma melhor assimilação dos conteúdos do presente Módulo, apresenta-se, em seguida, o
sistema de consoantes e o sistema de vogais da língua
língua Makhuwa. Para cada grafema, apresenta-
se, destacado em negrito, um exemplo de uma palavra que o contenha.

2.2.4. 1. Vogais do Emakhuwa

O Makhuwa apresenta um sistema vocálico constituído por dez vogais, das quais 5 são breves

(as representadas por uma vogal) e outras 5 são longas (as representadas por duas vogais).
1.a. Vogais breves

Grafema exemplo
1.a. a omala ‘acabar’
e omela ‘germinar’
i omila ‘assoar’
o olola ‘trabalho em troca de bens’
u or ula ‘despir’

37
 

1.b. Vogais longas do Emakhuwa

aa omaala ‘calar-se’
ee omeela ‘repartir’
ii omiila ‘entornar’
oo oloola ‘curar’
uu oruula   ‘fazer emergir’

Como se pode depreender, as palavras em (1a) e (1b) diferem por uma ter uma vogal breve e a
outra vogal longa. A distinção destas duas vogais na ortografia (breves e longas) é obrigatória
 porque distingue significados de palavras. Por fazer distinção entre palavras, estas vogais dizem-
se vogais contrastivas.

2.2.4. 2. Consoantes do Emakhuwa

Para além das vogais, a língua


língua apresenta um sistema de consoantes que se seguem. Os grafemas
 bem como os exemplos foram extraídos de Sitoe e Ngunga (2000: 109-111).

Grafema Exemplo Significado


c ocaca  zangar 
f of ya
ya queimar 
h ohela meter ou pôr 
k waak ela
ela rachar para alguém
kh waakhela receber 
l olelo hoje
m maama mãe
n niino dente
ny onyoonya aborrecido
ng ongonga ressonar 
 p epula chuva
 ph ephula nariz

38
 

r orupa dormir 
s osoma ler 
sh eshma massa
t oteka construir 
th otheka descascar/bebida
tt otteka abrir 
tth ottheka ofensa
v ovava voar 

2.2.4. Modificação de Consoantes


As consoantes acima vistas não são modificadas. Contudo, todas elas podem ser produzidas com
modificação da seguinte maneira:

a. labialização/velarização: pw, bw
bw, ttw
w, dw, kw
kw, gw
gw, sw, zw
zw, et
etc.
 b. palatalização: py, by, ty, dy, etc.
c. pré-nasalização: mph, mb, nth, nd, nkh, ng, etc.
d. aspiração: ph, th, ch, kh, etc.

Nota: Cada formando, com a ajuda do seu formador, deve procurar exemplos de palavras em
que as consoantes são produzidas com modificação.

2.2.5. Cisena
Segundo Sitoe e Ngunga (2000: 105), o Cisena é falado em quatro província, a saber: Sofala,
Manica, Zambézia e Tete por cerca de 900 falantes segundo o II Recenseamento Geral da
População e Habitação de 1997.

A língua Sena apresenta as seguintes variantes:

a) Sena Tong
Tonga,
a, fala
falada
da no norte
norte e no cent
centro
ro de Sofal
Sofala,
a, e nas fronteira
fronteirass de Tete e Zambézia
Zambézia

 b) Sena Caia (“Sena do Norte”), falada nas províncias de Tete e provavelmente em
Zambézia

c) Sena Bang
Bangwe
we (“Sena
(“Sena ddoo Sul
Sul”),
”), fala
falada
da na B
Beir
eiraa

39
 

  d) Sena Phondzo, falada entre Sofala e Zambé


Zambézia
zia (de Marromeu,
Marromeu, até Chinde)
Chinde) e Mopeia
Mopeia
(Zambézia)

  e) Sena Gombe, falada em Caia, Mutarara, Chemba (litoral), Chiringoma e a parte do litoral
da Zambézia

  f) Sena Gorongodzi, falado na área do Monte Gorongoza

A Variante que foi tomada como sendo de referência é o Cisena de Caia

2.2.5.1.Vogais do Cisena
Grafema Exemplo Significado
a mbati dizendo
e kule no chão
i ine eu
o nyoka cobra
u k utuma enviar 

Para além das vogais, a língua apresenta um sistema de consoantes que se seguem. os grafemas
 bem como os exemplos foram extraídos de Sitoe e Ngunga (2000: 109-111)

2.2.5.2.Consoantes
2.2.5.2.Consoantes do Cisena
Grafema Exemplo Significado

 b kubala dar à luz


c cala dedo
d dimba horta
f kuf amba
amba andar, caminhar 
g kugeya arrotar
h hadadya não comeu
 j  janela  janela
k nkak a leite
l kulura chorar 

40
 

m manja mãos
n nana irmã mais velha
 p pano aqui
r kuririma afogar-se
s tsisi cabelo
t kutowera  perseguir 
v kuvala vestir-se
w kutowera  perseguir 
x xamwali amigo
y yanga meu/minha
z kuzungunuka voltar-se
 bh ubhudhu espécie de bebida
 bv bvumbe rato
 bz kubzala  semear 
ch chiru ratinho de casa
dh ubhudhu espécie de bebida
dj djanja  palma da mão
dz dzai ovo
ng’ ng’ombe boi
ny nyanga corno
 pf kupf uma
uma  ser rico

 ps psiru maluco


ts tsamira encostar 

2.2.5.3. Modificação de Consoantes


As consoantes acima vistas não são modificadas. Contudo, todas elas podem ser produzidas com
modificação da seguinte maneira:

a. labialização/velarização: pw, bw
bw, ttw
w, dw, kw
kw, gw
gw, sw, zw
zw, et
etc.
 b. palatalização: py, by, ty, dy, etc.
c. pré-nasalização: mph, mb, nth, nd, nkh, ng, etc.
d. aspiração: ph, th, ch, kh, etc.

41
 

Nota: Cada formando, com a ajuda do seu formador, deve procurar exemplos de palavras em
que as consoantes são produzidas com modificação.

2.2.6. Ciyaawo
CIYAO é uma língua do grupo P.20 (na classificação de Guthrie 1967-71) onde tem o código
P.21. para além do Yao, o grupo P.20 inclui as línguas Shimakonde, Cimwela, Cimakwe dentre
outras. Ciyao é falada principalmente em três países, a saber: Malawi, Moçambique e Tanzania.
O total de falantes nos três países é estimada em cerca de um milhão e meio (Sitoe e Ngunga
2000, Ngunga 2004).

2.2.6.1. Vogais do Ciyaawo

O Yao apresenta um sistema vocálico constituído por dez vogais sendo cinco vogais breves e
cinco
cinco voga
vogais
is lon
longas
gas.. Con
Conside
sidera-s
ra-see que a lí
língua
ngua tem 10 vogais porque a duração da vogal (o

tempo que se leva a se produzir a vogal) distingue significados nesta língua. Veja-se os seguintes
exemplos extraídos de Sitoe e Ngunga (2000):

1.a. Vogais breves

Grafema exemplo
a kupata ‘obter, adquirir’
e kupeta ‘ornamentar’
i kucima ‘odiar’
o kusoma ‘picar’
u k u puta ‘apagar’
As vogais apresentadas acima são breves. Em 1.b., apresenta-se as vogais vogais longas da
língua
1.b. Vogais longas
a kupaata ‘sacudir/limpar (com a mão)’
e kupeeta ‘peneirar’
i kuciima ‘ofegar’
o kusooma ‘estudar, ler’
u kupuuta ‘bater’

42
 

As palavras, nos exemplos 1a e 1b, diferem uma da outra pelo facto de a penúltima vogal delas
ser breve em 1a e longa em 1b. Por isso se diga que a língua tenha um sistema com 10 vogais.

2.2.6.2. Consoantes do Ciyaawo

Para além das vogais, a língua apresenta um sistema de consoantes. Os grafemas bem como os
exemplos foram extraídos de Sitoe e Ngunga (2000)

Grafema Exemplo Significado


 b baaba pai
c cici? o quê?
d kudila chorar  
g kugava dividir  
 j ku ja javala furar  

k  k uk aana negar  
l lilasi calvície
m maama mãe
n kunonopa ser duro ou caro
ny kunyana fazer comichão
ng’ ng’ombe boi, vaca
 p peete anel
r ndri!... ideofone de campainha
s kuseka rir  
t kutiila fugir  
v kuvava amargar  
w kuwa morrer  
y yaala dedos

43
 

2.2.6.3. Modificação de Consoantes


As consoantes acima vistas não são modificadas. Contudo, todas elas podem ser produzidas com
modificação da seguinte maneira:

a. labialização/velarização: pw, bw
bw, ttw
w, dw, kw
kw, gw
gw, sw, zw
zw, et
etc.
 b. palatalização: py, by, ty, dy, etc.
c. pré-nasalização: mph, mb, nth, nd, nkh, ng, etc.
d. aspiração: ph, th, ch, kh, etc.

Nota: Cada formando, com a ajuda do seu formador, deve procurar exemplos de palavras em
que as consoantes são produzidas com modificação.

2.3. Recursos de Aprendizagem:


Exploração da lista de palavras da seguinte maneira:
 Seleccionar 3 formandos que falem línguas diferentes
  Na ordem das palavras desta lista, pedir aos mesmos para que, à vez, digam a
 palavra no singular e no plural;
 O formador vai anotando as palavras num quadro;
  No fim disso, proceder como se fez
fe z nesta lição.

Lista de palavras
Singular Plural

39. pe
pess
ssoa
oa ....
......
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
.... ....
......
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
40. rapari
rapariga
ga ......
........
.....
......
.....
.....
......
.....
.....
......
......
......
.....
.. ......
........
.....
......
.....
.....
......
......
......
......
......
......
......
......
.....
..
41. rapa
rapazz ....
......
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
.... . ....
......
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
42. crianç
criançaa ......
........
.....
......
.....
.....
......
.....
.....
......
......
......
.....
.. .. ......
........
.....
......
.....
.....
......
......
......
......
......
......
......
......
...
43. cabeç
cabeçaa ......
........
.....
......
.....
.....
......
.....
.....
......
......
......
......
... ......
........
.....
......
.....
.....
......
......
......
......
......
......
......
......
.....
..

44. cabel
cabelo
o ......
........
.....
......
.....
.....
......
.....
.....
......
......
......
......
... ......
........
.....
......
.....
.....
......
......
......
......
......
......
......
......
.....
..
45. face ........................................ .............................................

44
 

46. bochecha .........................
........................................
............... .........................
.............................................
....................
47. olho ..................................... . ............................................
48. boca .........................
.....................................
............ . .........................
............................................
...................
49. dente ..................................... . ............................................

50. gengiva ..................................... . ............................................


51. líng
língua
ua (ó
(órg
rgão
ão).
). ....
...................................................................... . ....
....................................................................................
52. saliva ...................................... . ............................................
53. orelha ...................................... . ............................................
54. pescoço .........................
......................................
............. ... .........................
..........................................
.................
55. costas .....
.......
........
..........
.......
.......
........
..........
........
.... ....
........
.......
........
......
....
........
......
........
........
.......
56. peito .........................
.......................................
.............. ... .........................
..........................................
.................
57. barriga .........................
......................................
............. .... .........................
.........................................
................
58. umbigo .....
.......
........
..........
.......
.......
........
..........
.... .... ....
........
.......
........
......
....
........
......
........
........
......
59. pele .........................
......................................
............. ..... .........................
........................................
...............
60. ná
náde
dega
ga (t
(tab
abú)
ú) .....
........
..............
......
..........
......
..............
......
....... ....
...... .......
......
..........
......
......
..............
..........
......
...............
61. pulmão .........................
.....................................
............ .... .........................
.........................................
................
62. cora
coraçã
çãoo ....
......
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
.. ....
...... ..
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
..

63. animal ...................................... .............................................


64. porco .........................
.......................................
.............. .. .........................
...........................................
..................
65. galinha .....
.......
........
..........
.......
.......
........
..........
........
.... .....
.......
.......
........
......
....
........
.......
.......
........
.......
66. cão .........................................
.... ..........................................
67. cabr
cabrit
itoo ....
......
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
.....
.....
.... ....
......
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
..
68. gato ........................................ .............................................
69. pato .........................
........................................
............... .........................
.............................................
....................
70. leão ..................................... ..... ........................................
71. leopardo .....
.......
........
..........
.......
.......
........
..........
... .... .....
.......
.......
........
......
....
........
.......
.......
........
......
72. elefante .....
.......
........
..........
.......
.......
........
..........
... .... .....
.......
.......
........
......
....
........
.......
.......
........
......
73. cr
croc
ocoodil
iloo ....
......
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
.... ....
.... ..
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
....
74. hipo
hipopó
póta
tamo
mo ....
...................................................................... ....
.... ....
..............................................................................
75. boi .........................
.....................................
............ .... .........................
.........................................
................

45
 

76. pássaro .........................
.....................................
............ ... .........................
..........................................
.................

2.4. Actividades
O aluno deve preencher a tabela comparativa que se segue usando a sua língua materna. Depois
confronta-a na sala de aulas em grupos linguísticos (grupo de falantes da mesma língua). Feito
isso, vão confrontar os resultados com as tabelas das outras línguas existentes na sala de aulas. A
tabelaa comparativa ajuda o aluno a distinguir
tabel distinguir a ortografia que já conhece e esta familiarizado,
familiarizado, a
ortografia do Português, da ortografia das línguas bantu.

Tabela Comparativa dos Grafemas do Português com a Língua primeira (L1) 1

Ordem Grafemas
mas Grafemas de Grafemas de (L1) Grafemas que só Listagem de todos
do (L1)  ________ com a existem em (L1) os grafemas de
Português  ____________ mesma escrita em ______________  (L1)
 ______________ 
(L2) com mesma Português (L2)  ______________ 
 ______________ 
escrita em mas com som
Português (L2) diferente
1. a
2. b
3. c
4. d
5. e
6. f 
7. g
8. h
9. i
10. j
11. k 
12. l
13. m
14. n
15. o
16. p
17. q
18. r 
1
 INDE-UEM

46
 

19. s
20. t
21. u
22. v
23. x
24. w
25. y
26. z
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.

2.5. Autoavaliação:
Responda a seguintes perguntas com base no quadro comparativo.
1. Qua
Quais
is as pri
princi
ncipai
paiss dif
diferen
erenças
ças entr
entree a ort
ortogra
ografia
fia do Português
Português e da sua língua
língua materna
materna
quando a:
a. Vogais
 b. Consoantes
2. Pa
Passe
sse par
paraa o te
teuu cade
caderno
rno e dê
dê,, pe
pelo
lo meno
menos,
s, 4 ex
exem
empl
plos
os de pa
pala
lavra
vrass co
cont
ntend
endoo es
esse
sess
grafemas:
a. 5 con
consoan
soantes
tes modi
modific
ficadas
adas por aaspi
spiraçã
raçãoo [h]
 b. 5 consoantes modificadas por labialização [[w]
w]
c. 5 con
consoan
soantes
tes modi
modific
ficadas
adas por
por pré
pré-nas
-nasalizaçãoo [ NC]
alizaçã
d. 5 con
consoan
soantes
tes modi
modific
ficadas
adas mai
maiss de uuma
ma vez
vez
3. Elabor
Elaboree um te
texto
xto de, pelo menos,
menos, 1100
00 palavras,
palavras, so
sobre
bre a sua
sua infância.
infância.

47
 

2.6. Chave de Correcção

A chave de correcção depende da língua.

2.7. Bibliografia Complement


Complementar
ar
2004. Introdução à Linguística Bantu.
 Ngunga, Armindo. 2004. Introdução Bantu. Maputo: Imprensa Universitária.
 Ngunga, Armindo e Osvaldo Faquir. 2011.  Padronização da Ortografia de Línguas
 Moçambicanas: Relatório do III Seminário.
Seminário . Maputo: CEA.

Sito
Sitoe,
e, Be
Bent
ntoo e Ar
Armi
mind
ndoo Ngun
Ngunga
ga.. 2000..  Relatório do II Seminário de Padronização da
2000
Ortografia de línguas moçambicanas.
moçambicanas. Maputo: NELIMO, Universidade Eduardo
Mondlane.

1996. Dicionário Changana – Português.


Sitoe, Bento. 1996. Dicionário Português . Maputo: INDE

48
 

3. Morfologia Nominal

Com a ortografia das línguas bantu e tendo praticado a sua escrita na unidade anterior, o
aluno sabe escrever a sua língua materna e tem bons conhecimentos da ortografia das outras

línguas existentes na sala de aulas. Nesta unidade, o aluno aprenderá como é que o nome é
organizado nas línguas bantu. Por exemplo, tendo como referência a língua portuguesa, que é a
língua em que mais está familiarizado, o plural nas línguas bantu é formado por prefixação e não
 por sufixação (munhu ‘pessoa’ vs vanhu ‘pessoas’). Como se pode ver, para formar o plural em
 português basta acrescentar a letra s enquanto para as línguas bantu o prefixo mu- é substituído
 pelo prefixo va-. Esta e outras diferenças devem ser do domínio do formando.

O desenvolvimento desta unidade terá em conta as seis línguas acima mencionadas,


nomeadamente, Citswha, Xichangana, Cinyungwe, Cisena, Emakhuwa e Ciyaawo.

3.1. Estrutura do nome nas línguas bantu


O nome
nome nas líng
línguas
uas bantu apres
apresent
entaa a est
estrut
rutura
ura do tip
tipo:
o: Prefixo nominal + tema nominal
(Ngunga 2004, Sitoe 1996, Katupha 1985)

3.1.1. Morfologia do Nome de Citswha


As palavras da língua Citswa, como da maior parte das línguas bantu, estão organizadas em
gr
grupo
uposs com
com pre
prefi
fixo
xo esp
espec
ecíf
ífic
icos
os e co
com
m ba
base
se nesse
nesse grupo
grupo se de
desen
senca
cadei
deiaa o proce
processo
sso de
concordância. A esse grupo de palavras que obedecem ao mesmo padrão de concordância
designam-se Classes nominais (Ngunga 2000, Sitoe 1996, Guthrie 1974-91). Assim, a tabela
que se segue apresenta o sistema de classes nominais em Citshwa.

49
 

Tabela 1: Classes e prefxos nominais da Língua Citswha

Classes Prefixos E
Exxemplos Significado

1 mu- mu-nhu ‘pessoa’

2 va- va-nhu ‘pessoas’

3 mu- N-sinya ‘árvore’

4 mi- mi-sinya ‘árvores’

5 di- di-n’wa ‘laranja’

6 ma- ma-din’wa ‘laranjas’

7 ci- ci-manga ‘gato’

8 zvi- zvi-manga ‘gatos’

9 N- ngonyama ‘crocodilo’

10 Ti(n)- tingonyama ‘crocodilos’

14 (w)u- (w)u-sva ‘farinha de milho’

15 ku- ku-peta ‘meter, introduzir’

Como se pode observar, em Citshwa, os nomes são agrupados em 14 classes nominais de acordo
com a sua concordância inicial ou prefixo.

50
 

3.1.1.1. Prefixos primários vs secundários


A noção de prefixo primário e de prefixo secundário é associada à função dos prefixos. Os
 prefixos acima vistos podem ser considerados primários. Segundo Ngunga (2004:118) “de uma
forma geral, os prefixos com função basicamente secundária são aqueles que se podem afixar 

tanto em nomes completos como em temas nominais e alteram a semântica nuclear do tema”
como se pode ver nos seguintes exemplos:
1.a. n’wana ‘criança’
vana ‘crianças’
 b. tafula ‘mesa’
matafula ‘mesas’
c. Nhloko ‘cabeça’
tinhloko ‘cabeças’
Em (1) estão apresentados nomes distribuídos em classes nominais. Assim, o nome em (1a) está
nas classes 1 e 2 onde o singul
singular expresso pelo morfema mu-
ar é expresso mu- e pelo morfema va-
 e o plural pelo va-.. Em
(1b), classes 5 e 6, em que zero marca o prefixo da classe 5 e ma-
ma-aa classe 6. Em (1c), a classe 9 e
por  N- e
classe 1º é expressa por N-  e a classe 10 por tin-
tin-.. Estes prefixos por serem aqueles em que o
nome é naturalmente inserido, chamam-se prefixos primários pela função que desempenham.
Todos os nomes em (1), podem ser alterados a sua semântica para, por exemplo, expressar a
ideia de pequenez:
2.a. cimunhwana ‘pessoa pequena’
zvivanhwana ‘‘pessoas pequenas’

 b. cinhlokwana ‘cabeça pequena’


zvinhlok o ‘cabeças pequenas’
c. citinywana ‘dente pequeno’
zvitinywana ‘dentes pequenos’
Em (2) mostra os nomes vistos em (1) mas, desta vez, adicionados prefixos secundários, pois,
semanticamente, através dos morfemas ci- e -ana, exprime-se a ideia de pequenez. Assim, o
 prefixo da classe 7 desempenha, nesta palavra, uma função secundária que é a de modificar a
 palavra do seu sentido normal para o de pequenez.

51
 

3.1.1.2. Aumentativos e diminutivos


diminutivos
Os graus aumentativos e diminutivos dos nomes têm também a ver com a função secundária dos
de  xi- combinado
 prefixos nominais. Em (2), acima, a função secundária de xi-  combinado com -ana
-ana visa
 visa expressar 
o diminutivo (pequenez) ao passo que, em Citswha, o aumentativo é expresso através da

adjunção à palavra inicial da palavra -nkulu


-nkulu ‘grande’
 ‘grande’ como se pode ver em 3:
3.a. munhu munkulu ‘pessoa grande’
vanhu vakulu ‘pessoas grandes’
 b. nhloko y
yiikulu ‘cabeça grande’
tinhloko tikulu ‘cabeças grandes’
c. tinyo rikulu ‘dente grande’
matinyo makulu ‘dentes grandes’

3.1.1.3. Locativização

Locativização é o nome que se dá à localização de coisas no tempo e/ou no espaço. Este processo
é feit
feitoo mo
morfo
rfolo
logi
gicam
camen
ente
te at
atra
ravé
véss de prprefi
efixos
xos com fu funçã
nçãoo secun
secundár
dária
ia.. Em Ci
Cits
tswh
wha,
a, a
locativização é morfologicamente expressa pelo sufixo -eni
-eni,, como se pode ver nos exemplos que
se seguem:

4.a. nhlaneni < nhlana + eni ‘nas costas’


nhloko < nhloko + eni ‘na cabeça’
Em (4), apresenta-se a locativização expressa por sufixação do -ini
-ini em
 em (4a) e -eni
-eni,, em (4b). Para
além do uso do sufixo -ini
-ini ou
 ou -eni
-eni,, a locativização pode ser feita usando o partícula ka-:
ka-:

5. kanhloko ‘na cabeça’


kanhlana ‘nas costas’

Como se pode ver, os exemplos


exemplos (5) mostra
mostram
m que o prefixo ka- também expressa a locativização
nesta língua.

52
 

3.1.1.4. Integração de empréstimos em classes nominais


O empréstimo é um processo de formação de neologismos que “todas as línguas modernas
utilizam no seu dia-a-dia”. Os empréstimos podem entrar directamente na língua acolhedora, sem
qualquer transformação, ou podem sofrer alguma transformação de modo a acomodar-se à

estrutura morfo-sintáctica da nova língua” (Mendes, 2010:144). A importação de novas unidades


lexicais numa língua alvo obedece basicamente a dois processos, a saber: (i) o processo de
importação do item lexical e (ii) o processo de acomodação do mesmo na nova língua. O
 primeiro processo é extra linguístico e é basicamente movido pelo contacto de povos e pela
necessidade
necessidade denominat
denominativa
iva das novas realidad
realidades
es (Correia e Lemos 2005) ao passo que o segundo
tem
tem a ver
ver excl
exclusi
usiva
vame
ment
ntee co
com
m os fac
facto
tore
ress li
lingu
nguís
ísti
tico
coss e se preocu
preocupa
pa pe
pela
la ac
acom
omod
odaçã
açãoo
fonológica, morfológica e sintáctica do termo importado.
6. komputadhori ‘computador’
 bhuku ‘livro’
cikola ‘escola’

Em (6) est
estão
ão apr
apresen
esentad
tadas
as pal
palavra
avrass que não exi
existi
stindo
ndo origin
originari
ariame
amente
nte no Citswh
Citswha,
a, foram
foram
empre
emprest
stad
adas
as de ou
outr
tras
as lí
líng
nguas
uas.. As pa
pala
lavr
vras
as que de
desi
signa
gnam
m comput
computad
ador
or e es
escol
colaa vêm do
Português, mas a palavra que designa livro vem do Inglês book .

3.1.2. Morfologia do Nome de Xichangana


As palavras da língua Changana, como da maior parte das línguas bantu, estão organizadas em
gr
grup
upos
os que
que pref
prefix
ixoo es
espe
pecí
cífi
fico
coss e co
com
m base
base ness
nessee gr
grup
upoo se de
dese
senc
ncad
adei
eiaa o pr
proc
oces
esso
so de

concordância. A esse grupo de palavras que obedecem ao mesmo padrão de concordância


designam-se Classes nominais (Ngunga 2000, Sitoe 1996, Guthrie 1974-91). Assim, a tabela que
se segue apresenta o sistema de classes nominais em Changana.

53
53

Tabela 1: Classes e prefixos nominais da Língua Changana

Classes Prefixos E
Exxemplos Significado
1 mu- Mu-nhu ‘pessoa’
2 va- Va-nhu ‘pessoas’
3 mu- N-sinya ‘árvore’
4 mi- mi-sinya ‘árvores’
5 di- di-n’wa ‘laranja’
6 ma- Ma-din’wa ‘laranjas’
7 ci- ci-manga ‘gato’
8 zvi- Zvi-manga ‘gatos’
9 N- Ngonyama ‘crocodilo’
10 Ti(n)- tingonyama ‘crocodilos’
14 (w)u- (w)u-sva ‘farinha de milho’
15 ku- Ku-peta ‘meter, introduzir’

Como se pode observar, em Changana, os nomes são agrupados em 14 classes nominais de


acordo com a sua concordância inicial ou prefixo.

3.1.2.1. Prefixos primários vs secundários


A noção de prefixo primário e de prefixo secundário é associada à função dos prefixos. Os
 prefixos acima vistos podem ser considerados primários. Segundo Ngunga (2004:118) “de uma
forma geral, os prefixos com função basicamente secundária são aqueles que se podem afixar 
tanto em nomes completos como em temas nominais e alteram a semântica nuclear do tema”
como se pode ver nos seguintes exemplos:
54

1.a. munhu ‘pessoa’


vanhu ‘pessoas’
 b. nhloko ‘cabeça’
tinhloko ‘cabeça’

c. tinyo ‘dente’
matinyo ‘dentes’
Em (1) estão apresentados nomes distribuídos em classes nominais. Assim, o nome em (1a) esta
na classe 1 e 2 onde o singular é expresso pelo morfema mu-
mu- e
 e o plural pelo morfema va-
va-.. Em
(1b), classes 9 e 10, em que a classe 9 é expressa por  N-
 N- e
 e a classe 10 por tin-
tin-.. Em (1c), as classes
5 e 6 em que, zero marca o prefixo da classe 5 e ma-
ma- o
 o da classe 10. Estes prefixos por serem
aqueles em que o nome é naturalmente inserido, chamam-se prefixos primários pela função que
desempenham. Todos os nomes em (1), podem ser alterados a sua semântica para, por exemplo,
expressar a ideia de pequenez:
2.a. ximunhwana ‘pessoa pequena’
svivanhwana ‘‘pessoas pequenas’
 b. xinhlokwana ‘cabeça pequena’
svinhlok o ‘cabeças pequenas’
c. xitinywana ‘dente pequeno’
svitinywana ‘dentes pequenos’
Em (2) mostra os nomes vistos em (1) mas, desta vez, adicionados prefixos secundários, pois,
semanticame
semanticamente,
nte, através dos morfemas
morfemas xi-  e -ana, exprime-se a ideia de pequenez. Assim, o

 prefixo da classe 7 desempenha, nesta palavra, uma função secundária que é a de modificar a


 palavra do seu sentido normal para o de pequenez.

3.1.2.2. Aumentativos e diminutivos


diminutivos
Os graus aumentativos e diminutivos dos nomes têm também a ver com a função secundária dos
de  xi- combinado
 prefixos nominais. Em (2), acima, a função secundária de xi-  combinado com -ana
-ana visa
 visa expressar 
o diminutivo (pequenez) ao passo que, em Changana, o aumentativo é expresso através da
adjunção à palavra inicial da palavra -nkulu
-nkulu ‘grande’
 ‘grande’ como se pode ver em 3:

3.a. munhu munkulu ‘pessoa grande’


vanhu vakulu ‘pessoas grandes’
55

 b. nhloko y
yiikulu ‘cabeça grande’
tinhloko tikulu ‘cabeças grandes’
c. tinyo rikulu ‘dente grande’
matinyo makulu ‘dentes grandes’

3.1.2.3. Locativização
Locativização é o nome que se dá à localização de coisas no tempo e/ou no espaço. Este processo
é feit
feitoo mo
morfo
rfolo
logi
gica
came
ment
ntee at
atrav
ravés
és de pre
prefi
fixo
xoss co
com
m fufunçã
nçãoo se
secun
cundá
dári
ria.
a. Em Chan
Changa
gana,
na, a
locativização é morfologicamente expressa pelo sufixo – ini i ni ou -eni,
-eni, como se pode ver nos
exemplos que se seguem:
4.a. nsimwini < nsimu+ini ‘na machamba cultivada’
ndlopfhwini < ndlopfhu + ini ‘no elefante’
nomwini < nomu + ini ‘na boca’
 b. misaveni < misava + ini ‘na terra’
khaleni < khala + ini ‘no carvão’
mangeni < manga + ini ‘na manga’
xikhambeni < xikhamba + ini ‘no cafuro’
Em (4), apresenta-se a locativização expressa por sufixação do -ini
-ini em
 em (4a) e -eni
-eni,, em (4b). Para
além do uso do sufixo -ini
-ini ou
 ou -eni
-eni,, a locativização pode ser feita usando o partícula ka-:
ka-:

5. kamunhu ‘na pessoa’


kavanhu ‘nas pessoas’
kanhloko ‘na cabeça’
katinhloko ‘nas cabeça’
katinyo ‘no dente’
kamatinyo ‘nos dentes’

Como se pode ver, os exemplos


exemplos (5) mostra
mostram
m que o prefixo ka- também expressa a locativização
nesta língua.

3.1.2.4. Integração de empréstimos em classes nominais


O empréstimo é um processo de formação de neologismos que “todas as línguas modernas
utilizam no seu dia-a-dia. Os empréstimos podem entrar directamente na língua acolhedora, sem
56

qualquer transformação, ou podem sofrer alguma transformação de modo a acomodar-se à


estrutura morfo-sintáctica da nova língua” (Mendes, 2010:144). A importação de novas unidades
lexicais numa língua alvo obedece basicamente a dois processos, a saber: (i) o processo de
importação do item lexical e (ii) o processo de acomodação do mesmo na nova língua. O

 primeiro processo é extra linguístico e é basicamente movido pelo contacto de povos e pela
necessidade
necessidade denominat
denominativa
iva das novas realidad
realidades
es (Correia e Lemos 2005) ao passo que o segundo
tem
tem a ver
ver excl
exclusi
usiva
vame
ment
ntee co
com
m os fac
facto
tore
ress li
lingu
nguís
ísti
tico
coss e se preocu
preocupa
pa pe
pela
la ac
acom
omod
odaçã
açãoo
fonológica, morfológica e sintáctica do termo importado.

5.a. prisori ‘professor’


 prisora ‘professora’
gove
govern
rnad
ador
orii ‘g
‘gov
over
erna
nado
dor’
r’
gove
govern
rnad
ador
oraa ‘g
‘gov
over
erna
nado
dora
ra’’

 b. apagadori ‘apagador’


kwadru ‘quadro’
xjixji ‘giz’
Em (5) estão apresentadas palavras que não são originariamente do Changana. Para efeitos de
nomear estas realidades, a língua Changana pediu emprestado as palavras ao português. Para
além desta língua, as palavras podem ser emprestadas de outras línguas (Inglês, Francês, etc)
deste que tenha havido contacto entre os povos falantes dessas línguas com o Changana. Em
ficado  prisori.. Alguns
(5a), a palavra professor foi transformada ao entrar para o Changana tendo ficado prisori
changan
changanas
as usam a palavrass thica
palavra thica que
 que vem do inglês teacher. As palavras em (b) são do uso
comum na sala de aulas. Também forma emprestadas de outras línguas.

3.1.3. Morfologia do Nome de Cinyungwe


As palavras da língua Nyungwe, como da maior parte das línguas bantu, estão organizadas em
gr
grup
upos
os que
que pref
prefix
ixoo es
espe
pecí
cífi
fico
coss e co
com
m base
base ness
nessee gr
grup
upoo se de
dese
senc
ncad
adei
eiaa o pr
proc
oces
esso
so de
concordância. A esse grupo de palavras que obedecem ao mesmo padrão de concordância
designam-se Classes Nominais (Ngunga 2000, Sitoe 1996, Guthrie 1974-91). Assim, a tabela que

se segue apresenta o sistema de classes nominais em Nyungwe.


57

Classes nominais de Nyungwe

Classes Pref.ixos Exemplos Significado


1 mu- mu-nthu 'pessoa'

2 wa- wa-nthu 'pessoas'


3 mu- mu-lomo 'boca'
4 m i-
mi mi-lomo 'bocas'
5 di- di-so 'olho'
6 ma- ma-so 'olhos’
7 ci- ci-pfu 'estômago'
8 bzi- bzi-pfu 'estômagos'
9 N- n-khalamba 'velho'
10 N- n-khalamba 'velho'
12 ka- ka-mwana 'criancinha'
13 tu- tu-ana 'criancinhas'
14 u- u-tsi 'fumo'
15 ku- ku-lira 'chorar'
16 pa- pa-nyumba 'em casa'
17 ku- ku-nyumba 'para casa'
18 mu- mu-nyumba 'dentro da casa'

Como se pode observar, em Nyungwe, os nomes são agrupados em 18 classes nominais de


acordo com a sua concordância inicial ou prefixo.

3.1.3.1. Prefixos primários vs secundários: Aumentativos


Aumentativos e diminutivo
diminutivoss
Os graus aumentativos e diminutivos dos nomes têm também a ver com a função secundária dos
de  xi- combinado
 prefixos nominais. Em (2), acima, a função secundária de xi-  combinado com -ana
-ana visa
 visa expressar 
o diminutivo (pequenez) ao passo que, em Changana, o aumentativo é expresso através da
adjunção à palavra inicial da palavra -nkulu
-nkulu ‘grande’
 ‘grande’ como se pode ver em 2:
58

2a. kadiso ‘olhinho’


kacala ‘dedinho’
 b. tumaso ‘olhinhos’
tucala ‘dedinhos’

Como se pode ver, os exemplos (2) mostram a função secundária dos prefixos nominais. Ao
cont
contrá
rári
rioo do que se viu em Cit
Citswh
swhaa e Ch
Chan
angan
ganaa em que a diminutivização  ou pequenez é
expressa pelo morfema da classe 7 combi
combinada
nada com –ana, em Cinyungwe, esta noção é expressa
através de prefixos nominais da classe 12 (ka-) e da classe
classe 13 (tu-). O aumentantivo por sua vez,
é expr
expresso
esso atra
através
vés da adjunçã palavraa  –nkulu
adjunçãoo da palavr  –nkulu   ‘grande’ à palavra que se pretende avaliar 
como se pode ver nos seguintes exemplos:
3. diso dikulu ‘olho grande’
cala cikulu ‘dedo grande’
mwana mukulu ‘criança grande’
Em 3 mostra o aumentativo em Cinyungwe expresso pela palavra - nkulu
nkulu ‘grande’
 ‘grande’ que tem o
 prefixo di-
di- se
 se o nome dor da classe 5, ci-
ci- se
 se o nome for da classe 7 e mu-
mu- se
 se o nome for da classe
1, respectivamente.

3.1.3.2. Locativização
 Nesta língua, a locativização é feita por prefixação, i.e., através de um prefixo nominal para
exprimir, nomeadamente: a situação, a direcção e a interioridade.

3.1.3.2.1. Locativização Situacional


Este locativo é expressa, normalmente, a ideia de “em/por cima, em/por baixo, área aberta, etc”
(c.f. Ngunga 2004:125), como mostram os seguintes exemplos

4. panyumba 'em casa'


pamunda 'na machamba'
pathupi 'no corpo'

3.1.3.2.2. Locativização Direccional

Este locativo expressa a ideia de movimento (para, rumo a) e aproximação ou afastamento de


algo (lá, ali ou cá) (c.f. Ngunga 2004). Vejam-se os seguintes exemplos:
59

5.  kunyumba ‘para casa’


kumunda ‘para a machamba’
kuthupi ‘para o corpo’
Como se pode ver, os exemplos acima indicam a direcção para a qual alguém ou algo se desloca.

3.1.3.2.3. Locativização de Interioridade


Esta locativização expressa o local ou estado de uma dada acção numa determinada unidade de
tempo (c.f. Ngunga 2004). Vejam-se os seguintes exemplos:

6.  munyumba ‘em casa’


mumunda ‘na machamba’
muthupi ‘no corpo’
Em (6) mostram-se exemplos em que o prefixo mu- é prefixado a nomes para expressar a ideia
de interioridade.

3.1.3.3. Integração de empréstimos em classes nominais


O empréstimo é um processo de formação de neologismos que “todas as línguas modernas
utilizam no seu dia-a-dia. Os empréstimos podem entrar directamente na língua acolhedora, sem
qualquer transformação, ou podem sofrer alguma transformação de modo a acomodar-se à
estrutura morfo-sintáctica da nova língua” (Mendes, 2010:144). A importação de novas unidades
lexicais numa língua alvo obedece basicamente a dois processos, a saber: (i) o processo de
importação do item lexical e (ii) o processo de acomodação do mesmo na nova língua. O
 primeiro processo é extra linguístico e é basicamente movido pelo contacto de povos e pela
necessidade
necessidade denominat
denominativa
iva das novas realidad
realidades
es (Correia e Lemos 2005) ao passo que o segundo
tem
tem a ver
ver excl
exclusi
usiva
vame
ment
ntee co
com
m os fac
facto
tore
ress li
lingu
nguís
ísti
tico
coss e se preocu
preocupa
pa pe
pela
la ac
acom
omod
odaçã
açãoo
fonológica, morfológica e sintáctica do termo importado.
7. komputadol ‘computador’
  makomputadol
ma ‘computadores’
 pirisoli ‘professor’
mapirisoli ‘professores’

Em (7) estão apresentadas palavras que não são originariamente de Cinyungwe por isso forma
emprestadas de outras línguas, neste caso do Português. Para as palavras serem bem acomodadas
60

em Nyungwe
Nyungwe per
perdera
deram
m a sua estrut
estrutura
ura inicial
inicial chegad
chegadas
as a esta
esta lí
língua exemplo, o r   de
ngua.. Por exemplo,
computador passou para l   em
em Cinyungwe e a mesma palavra foi integrada na classe 5 e 6. Para o
palavra professor  em
caso da palavra professor  em Português, também foi integrada na classe 5 e 6 e a sílaba  pro
 pro foi
 foi
designadamente,  pi… e ri
transformada para duas sílabas, designadamente, pi… ri....
61

3.1.4. Morfologia Nominal do Cisena


As palavras da língua Sena, como da maior parte das línguas bantu, estão organizadas em grupos
que prefixo específicos e com base nesse grupo se desencadeia o processo de concordância. A
esse grupo de palavras que odedecem ao mesmo padrão de concordância designam-se Classes
nominais (Ngunga 2000, Sitoe 1996, Guthrie 1974-91). Assim, a tabela que se segue apresenta o
sistema de classes nominais em Sena.

Classes e prefixos nominais do Cisena

Classes Prefixos Exemplos Significado

1 mu- mu-nthu 'pessoa'


2 wa- wa-nthu 'pessoas'
3 mu- mu-lomo 'boca'
4 mi- mi-lomo 'bocas'
5 di- di-so 'olho'
6 ma- ma-so 'olhos'
7 ci- ci-pfu 'estômago'
8 bzi- bzi-pfu 'estômagos’
9 N- N-khalamba 'velho’
10 N- N-khalamba 'velho'
12 ka- ka-mwana 'criancinha'
13 tu- tu-ana 'criancinhas'
14 u- u-tsi 'fumo'
15 ku- ku-lira 'chorar'
16 pa- -nyumba 'em casa'
17 ku- -nyumba 'para casa'
18 mu- -nyumba 'dentro da casa'
62

Como se pode observar, no Sena, os nomes são agrupados em 18 classes nominais de acordo
com a sua concordância inicial ou prefixo.

3.1.4.1. Prefixos primários vs secundários: Aumentativos


Aumentativos e diminutivo
diminutivoss
Os graus aumentativos e diminutivos dos nomes têm também a ver com a função secundária dos
de  xi- combinado
 prefixos nominais. Em (2), acima, a função secundária de xi-  combinado com -ana
-ana visa
 visa expressar 
o diminutivo (pequenez) ao passo que, em Cisena, o aumentativo é expresso através da adjunção
à palavra inicial da palavra -nkulu
-nkulu ‘grande’
 ‘grande’ como se pode ver em 2:
2a. kadiso ‘olhinho’
kacala ‘dedinho’
 b. tumaso ‘olhinhos’
tucala ‘dedinhos’

Como se pode ver, os exemplos (2) mostram a função secundária dos prefixos nominais. Ao
cont
contrá
rári
rioo do que se viu em Cit
Citswh
swhaa e Ch
Chan
angan
ganaa em que a diminutivização  ou pequenez é
express
expressaa pel
peloo mor
morfema
fema da cla
classe
sse 7 combinada com  –ana
combinada  –ana,, em Cisena, esta noção é expressa
( ka-)) e da classe 13 (tu-
através de prefixos nominais da classe 12 (ka- (tu-).
). O aumentantivo
aumentantivo por sua vez,
é expr
expresso
esso atra
através
vés da adjunçã palavraa  –nkulu
adjunçãoo da palavr  –nkulu   ‘grande’ à palavra que se pretende avaliar 
como se pode ver nos seguintes exemplos:
3. diso dikulu ‘olho grande’
cala cikulu ‘dedo grande’
mwana mukulu ‘criança grande’
Em 3 mostra o aumentati
aumentativo -nkulu ‘grande’
vo em Cisena expresso pela palavra -nkulu  ‘grande’ que tem o prefixo
di- se
di-  se o nome dor da classe 5, ci-
ci- se
 se o nome for da classe 7 e mu-
mu- se
 se o nome for da classe 1,
respectivamente.

3.1.4.2. Locativização
 Nesta língua, a locativização é feita por prefixação, i.e., através de um prefixo nominal para
exprimir, nomeadamente: a situação, a direcção e a interioridade.
63

3.1.4.2.1. Locativização Situacional


Este locativo expressa, normalmente, a ideia de “em/por cima, em/por baixo, área aberta, etc”
(c.f. Ngunga 2004:125), como mostram os seguintes exemplos

4. panyumba 'em casa'


pamunda 'na machamba'
pathupi 'no corpo'

3.1.4.2.2. Locativização Direccional


Este locativo expressa a ideia de movimento (para, rumo a…) e aproximação ou afastamento de
algo (lá, ali ou cá) (c.f. Ngunga 2004). Vejam-se os seguintes exemplos:

5.  kunyumba ‘para casa’

kumunda ‘para a machamba’

kuthupi ‘para o corpo’


Como se pode ver, os exemplos acima em (5) indicam a direcção para a qual alguém ou algo se
desloca.

3.1.4.2.3. Locativização de Interioridade


Esta locativização expressa o local ou estado de uma dada acção numa determinada unidade de
tempo (c.f. Ngunga 2004). Vejam-se os seguintes exemplos:

6.  munyumba ‘em casa’

mumunda ‘na machamba’

muthupi ‘no corpo’


Em (6) mostram-se exemplos em que o prefixo mu- é prefixado a nomes para expressar a ideia
de interioridade.
64

3.1.4.3. Integração de empréstimos em classes nominais


O empréstimo é um processo de formação de neologismos que “todas as línguas modernas
utilizam no seu dia-a-dia. Os empréstimos podem entrar directamente na língua acolhedora, sem
qualquer transformação, ou podem sofrer alguma transformação de modo a acomodar-se à

estrutura morfo-sintáctica da nova língua” (Mendes, 2010:144). A importação de novas unidades


lexicais numa língua alvo obedece basicamente a dois processos, a saber: (i) o processo de
importação do item lexical e (ii) o processo de acomodação do mesmo na nova língua. O
 primeiro processo é extra linguístico e é basicamente movido pelo contacto de povos e pela
necessidade
necessidade denominat
denominativa
iva das novas realidad
realidades
es (Correia e Lemos 2005) ao passo que o segundo
tem
tem a ver
ver excl
exclusi
usiva
vame
ment
ntee co
com
m os fac
facto
tore
ress li
lingu
nguís
ísti
tico
coss e se preocu
preocupa
pa pe
pela
la ac
acom
omod
odaçã
açãoo
fonológica, morfológica e sintáctica do termo importado.
7. komputadol ‘computador’
  makomputadol
ma ‘computadores’
 pirisoli ‘professor’
mapirisoli ‘professores’

Em (7) estão apresentadas palavras que não são originariamente de Cisena por isso forma
emprestadas de outras línguas, neste caso do Português. Para as palavras serem bem acomodadas
em Ci
Cisen
senaa perde
perdera
ram
m a su
suaa es
estr
trut
utur
uraa in
inic
icia
iall ch
cheg
egada
adass a es
esta
ta lí
líng
ngua.
ua. Po
Porr exemplo,, o r   de
exemplo
computador passou para l   em
em Cisena e a mesma palavra foi integrada na classe 5 e 6. Para o caso
da palavra
palavra profes
professor
sor em Port
Portuguê
uguês,
s, também
também foi int
integra
egrada
da na classe 5 e 6 e a sílaba  pro
classe  pro   foi

transformada para duas sílabas, designadamente,


 pi.ri..
 pi.ri..
65

3.1.5. Morfologia Nominal do Emakhuwa


As palavras da língua Makhuwa, como da maior parte das línguas bantu, estão organizadas em
gr
grup
upos
os que
que pref
prefix
ixoo es
espe
pecí
cífi
fico
coss e co
com
m base
base ness
nessee gr
grup
upoo se de
dese
senc
ncad
adei
eiaa o pr
proc
oces
esso
so de
concordância. A esse grupo de palavras que obedecem ao mesmo padrão de concordância
designam-se Classes nominais (Ngunga 2000, Sitoe 1996, Guthrie 1974-91). Assim, a tabela que
se segue apresenta o sistema de classes nominais em Makhuwa extraídas de Katupha (1983).

3.1.5. 1. Classes nominais do Makhuwa


Classes Prefixos Exemplos Significado
1 mu- mu-tthu 'pessoa'
2 a- a-tthu 'pessoas'
3 mu- mu- nku 'focinho de animal'
4 mi- mi-nku 'focinhos de animais'
5 ni- ni-kutha 'joelho'
6 ma- ma-kutha 'joelhos'
7 e- e-puri 'cabrito’
8 i- i-puri 'cabritos'
15 o- o-lima ‘cultivar’
16 va- va-culu ‘no topo’
17 o- o-culu ‘em volta/perto to topo’
18 mu- mu-hina mwa ora ‘dentro de uma hora’

Como se pode observar, em Makhuwa, os nomes são agrupados em 12 classes nominais de


acordo com a sua concordânci
concordânciaa inicial ou prefixo.
prefixo. Diferentemen
Diferentemente
te das línguas
línguas vistas até aqui, o
Emakhuwa
Emakhuwa não apresent
apresentaa as classes 9 e 10. Este sistema simplificado
simplificado de classes nominais desta
língua, assemelha-se ao das línguas a ela próximas, a saber: o Echuwabo, Elomwe e suas

variantes.
66

3.1.5. 2. Prefixos primários vs secundários


Os prefixos nominais acima apresentados, excepto os prefixos das classes 16, 17 e 18, todos
desempenham
desempenham uma função primá
primária
ria que é aquela classe ou grupo que as palavras
palavras originalmente
originalmente
 pertencem. Contudo, ocorrem na língua alguns prefixos que se juntam a palavras já formadas

 para os modificar o seu sentido primário. Esses prefixos diz-se que desempenham uma função
secundária. Vejam-se os seguintes exemplos:
1. muxikola ‘no interior da escola’
m’muro ‘no interior do rio’
mwaliteya ‘no interior da adeia’
Os exemplos (1) mostram palavras  xi kola 
kola  ‘escola’, muro ‘rio’’ e eliteya
‘rio liteya   ‘aldeia’ com os seus
 prefixos primários destacados em negrito,'prefixadas por mu
mu-,
-, prefixo locativo
locativo de interiorid
interioridade.
ade.
Este último desempenha uma função secundária porque junta-se a palavras que já têm um
 prefixo primário.

3.1.5. 3. Aumentativos e diminutivos


diminutivos
Em Emakhuwa, os graus aumentativos e diminutivos dos nomes têm também a ver com a função
secundária dos prefixos nominais. Nesta língua, estes graus são expressos através da adjunção da
 palavra -khaani
-khaani ‘pequeno’
 ‘pequeno’ ou -lupale
-lupale ‘grande’
 ‘grande’ à palavra que se pretende qualificar. Vejam-se os
seguintes exemplos:
2. Muru mwakhaani ‘cabeça pequena’
Ekarro ekhaani ‘carro pequeno
Ekaaro ikhaani ‘carros pequenos’
 Nivaka nikhaani ‘zagaia pequena’
Mavaka makhaani ‘zagaias pequenas’
Em (2) estão apresentadas palavras que expressam pequenez através da adjunção da palavra – 
khaani à
khaani  à palavra que se pretende qualific
qualificar.
ar. Em (3), para expressar
expressar o aumentativo,
aumentativo, a palavra
usada é –lupale ‘grande’ conforme se pode ver nos seguintes exemplos:
3. muru milupale ‘cabeça grande’
ekarro elupale ‘carro grande’
ekaaro ilupale ‘carros grandes’
nivaka nniilupale ‘zagaia grande’
67

mavaka malupale ‘zagaias grandes’

3.1.5. 6. Locativização
 Nesta língua, a locativização é feita por prefixação, i.e., através de um prefixo nominal para
exprimir, nomeadamente: a situação, a direcção e a interioridade.

3.1.5. 6.1.Locativização Situacional


Este locativo expressa, normalmente, a ideia de “em/por cima, em/por baixo, área aberta, etc”
(c.f. Ngunga 2004:125), como mostram os seguintes exemplos:

4. va-culu ‘no topo’

va-thi ‘no chão’

3.1.5. 6.2. Locativização Direccional


Este locativo expressa a ideia de movimento (para, rumo a…) e aproximação ou afastamento de
algo (lá, ali ou cá) (c.f. Ngunga 2004). Vejam-se os seguintes exemplos:

5. o-culu ‘em volta/perto to topo’

o-kaari ‘em direcção ao carro’


Como se pode ver, os exemplos acima indicam a direcção para a qual alguém ou algo se desloca.

3.1.5. 6.3. Locativização de Interioridade


Esta locativização expressa o local ou estado de uma dada acção numa determinada unidade de
tempo (c.f. Ngunga 2004). Vejam-se os seguintes exemplos:

6. m-hina ‘dentro’

m-culu ‘em cima do topo’

mu-kaari ‘dentro do carro’

Em (6) mostram-se exemplos em que o prefixo mu- é prefixado a nomes para expressar a ideia
de interioridade.
68

3.1.5. 7. Integração de empréstimos em classes nominais


O empréstimo é um processo de formação de neologismos que “todas as línguas modernas
utilizam no seu dia-a-dia. Os empréstimos podem entrar directamente na língua acolhedora, sem
qualquer transformação, ou podem sofrer alguma transformação de modo a acomodar-se à

estrutura morfo-sintáctica da nova língua” (Mendes, 2010:144). A importação de novas unidades


lexicais numa língua alvo obedece basicamente a dois processos, a saber: (i) o processo de
importação do item lexical e (ii) o processo de acomodação do mesmo na nova língua. O
 primeiro processo é extra linguístico e é basicamente movido pelo contacto de povos e pela
necessidade
necessidade denominat
denominativa
iva das novas realidad
realidades
es (Correia e Lemos 2005) ao passo que o segundo
tem
tem a ver
ver excl
exclusi
usiva
vame
ment
ntee co
com
m os fac
facto
tore
ress li
lingu
nguís
ísti
tico
coss e se preocu
preocupa
pa pe
pela
la ac
acom
omod
odaçã
açãoo
fonológica, morfológica e sintáctica do termo importado.
7. ekaaro ‘carro’
ekomputatori ‘computador’
etaratori ‘tractor’
elivuru ‘livro’
ekaderunu ‘caderno’

As palavras acima (7), não são originais de Emakhuwa por isso foram emprestadas de outras
línguas, neste caso Português. Como se pode ver, as mesmas tiveram que sofrer modificações
nos seus sons para se integrarem melhor ao sistema dos sons desta língua.
69

3.1.6. Morfologia Nominal de Ciyaawo


As palavras da língua Yao, como da maior parte das línguas bantu, estão organizadas em grupos
que prefixo específicos e com base nesse grupo se desencadeia o processo de concordância. A
esse grupo de palavras que obedecem ao mesmo padrão de concordância designam-se Classes
nominais (Ngunga 2000, Sitoe 1996, Guthrie 1974-91). Assim, a tabela que se segue apresenta o
sistema de classes nominais em Yao (Adaptado de Ngunga 2002: 68-69).

3.1.6.1. Classes nominais do Yao


Classes Prefixos Exemplos Significado
1 mu- muundu Pessoa
2 a- vaandu Pessoas
3 mu- musi Aldeia
4 mi- misi Aldeias
5 di- digóómbo Banana
6 ma- magóómbo Bananas
7 ci- cikuse Saco
8 yi- yikuse Sacos
9 N- Mbúsi Cabrito
10 N- mbúsi Cabritos
11 lu- lusúló Rio
12 ka- kasúló Riacho
13 tu- tusúló Riachos
14 wu- wugadi Massa
15 ku- kudila Chorar  
16 pa- panyumba Em casa
17 ku- kunyumba Para casa
18 mu- munyumba Dentro da casa
70

Como se pode observar, em Yao, os nomes são agrupados em 18 classes nominais de acordo
com a sua concordância inicial ou prefixo.

3.1.6.2. Locativização
 Nesta língua, a locativização é feita por prefixação, i.e., através de um prefixo nominal para
exprimir, nomeadamente: a situação, a direcção e a interioridade.

3.1.6.2.1. Locativização Situacional


Este locativo
locativo é express
expressa,
a, normalment
normalmente,
e, a ideia de “em/por cima, em/por
em/por baixo, área aberta, etc”
(c.f. Ngunga 2004:125), como mostram os seguintes exemplos:
1. pamusi ‘na aldeia’
pacikoola ‘na escola’
palusulo ‘a beira do rio’
prefixo   pa-
Os exemplos acima mostram o prefixo pa-   prefixado aos nomes para expressar a ideia de
situação.

3.1.6.2.2. Locativização Direccional


Este locativo expressa a ideia de movimento (para, rumo a) e aproximação ou afastamento de
algo (lá, ali ou cá) (c.f. Ngunga 2004). Vejam-se os seguintes exemplos:

2.  kumusi ‘(lá) na aldeia’


kucikola ‘lá) na escola’
kulusolo ‘(lá) no rio’

Como se pode ver, os exemplos acima indicam a direcção para a qual alguém ou algo se desloca.

3.1.6.2.3. Locativização de Interioridade


Esta locativização expressa o local ou estado de uma dada acção numa determinada unidade de
tempo (c.f. Ngunga 2004). Vejam-se os seguintes exemplos:

3.  Muungokwe ‘no interior do celeiro’


Muundaavi ‘dentro do tempo’

Mwiicinga ‘dentro do carro’


71

Em 3 mostram-se exemplos em que o prefixo mu-


mu- é
 é prefixado a nomes para expressar a ideia de
interioridade.

3.1.6.7. Integração de empréstimos em classes nominais


O empréstimo é um processo de formação de neologismos que “todas as línguas modernas
utilizam no seu dia-a-dia. Os empréstimos podem entrar directamente na língua acolhedora, sem
qualquer transformação, ou podem sofrer alguma transformação de modo a acomodar-se à
estrutura morfo-sintáctica da nova língua” (Mendes, 2010:144). A importação de novas unidades
lexicais numa língua alvo obedece basicamente a dois processos, a saber: (i) o processo de
importação do item lexical e (ii) o processo de acomodação do mesmo na nova língua. O
 primeiro processo é extra linguístico e é basicamente movido pelo contacto de povos e pela
necessidade
necessidade denominat
denominativa
iva das novas realidad
realidades
es (Correia e Lemos 2005) ao passo que o segundo
tem
tem a ver
ver excl
exclusi
usiva
vame
ment
ntee co
com
m os fac
facto
tore
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lingu
nguís
ísti
tico
coss e se preocu
preocupa
pa pe
pela
la ac
acom
omod
odaçã
açãoo
fonológica, morfológica e sintáctica do termo importado.

4. tiica ‘professor’
 pelesidente ‘presidente’
cibuuku ‘livro’
Em (4) mostram-se palavras que não são do Ciyaawu integradas nesta língua. A palavra
 professor vem do Inglês teacher , a palavra presidente vem do Português presidente e a palavra
cibuuku vem
cibuuku  vem do Inglês book .
72

Bibliografia

2005.  Inovação Lexical em Português: Cadernos


Correia, Margarita e Lúcia Lemos. 2005. Inovação Caderno s de Língua
 Portuguesa N o4. Lisboa: Edições Colibri.
Firmino, Gregório. Situação Linguística de Moçambique.
Moçambique. Maputo: INE.

Guthrie, Malcolm, 1967-71. Comparative Bantu. London:


Bantu. London: Gregg International Publishers.

Katupha, Mateus. A Preliminary Description of Setence Structure in The e-Saaka Dialect of e-


Mákhuwa. Thesis Submitted for the Degree of Master of Philosophy, School of 
Oriental and African Studies, University of London. London: University of London.

2010. Da Neologia ao Dicionário: O Caso do Português de Moçambique.


Mendes, Irene. 2010. Da Moçambique .
Maputo: Texto Editores.
1989. Relatório do I Seminário sobre a Padronização da
 NELIMO, 1989. Relatório d a Ortografia de Línguas
 Moçambicanas.. Maputo: NELIMO, UEM/INDE.
 Moçambicanas

2004. Introdução à Linguística Bantu.


 Ngunga Armindo. 2004. Introdução Bantu. Maputo: Imprensa Universitária.

 Ngunga, Armindo e David Langa. (Ms). 2000. Situação Linguística da Província


P rovíncia de Tete.
Maputo: Faculdade de Letras e Ciências Sociais.

 Ngunga, Armindo. 2002.  Elementos da Gramática da Língua Yao


Yao.. Ma
Mapu
puto
to:: Impr
Imprens
ensaa
Universitária.

1996. Dicionário da Língua Changana.


Sitoe, Bento. 1996. Changana. Maputo: INDE.

2000. Relatório do I Seminário sobre a Padronização da


Sitoe, Bento e Armindo Ngunga. 2000. Relatório
Ortografia de Línguas Moçambicanas.
Moçambicanas. Maputo: Faculdade de Letras da
Universidade Eduardo Mondlane.
73

3.2. Morfologia verbal


Depois que na secção anterior estudou
estudou a morfologia
morfologia do nome, o aluno já sabe que os nomes nas
línguas bantu estão organizados em grupos ou classes nominais cujo seu número varia em função
da língua, i.e., a língu
línguaa Makhuwa tem classes e prefixos nominais diferent
diferentes
es do Ciyaawo
Ciyaawo e esta
do Cisena, etc. Na Presente secção, o formando vai estudar a morfologia do verbo. Tal como
aconteceu com o nome, o estudo do verbo será feito tendo em consideração algumas línguas
 bantu.

3.2.1. Estrutura do verbo das línguas bantu


A estrutura básica do verbo nas línguas bantu, é ku –   Radical - (ext) -a onde ku- é o prefixo da
classe 15, radical é parte que transporta o significado básico da palavra, -ext- (extensão verbal) e a-
vogal final. Excepto nos casos de Emakhuwa, Elomwe, Echuwabo e outras línguas deste grupo, ao
invés do uso do prefixo ku-, as línguas têm o prefixo o- (i.e.  o- Radical- (ext) - a).

3.2.1. Extensões verbais das línguas bantu


Por extensão verbal designa-se um grupo de morfemas normalmente derivacionais que ao serem
sufixados a um radical verbal modificam a semântica deste passando a ser um novo verbo (ex:
- som-
 som- ‘estudar’ vs - som
 somel - ‘estudar para’ em Emakhuwa). Neste exemplo a parte -el-
-el- altera
 altera o
verbo de estudar passando a ser estudar para. O número das extensões verbais varia de língua
 para língua. Na sua diversidade, as extensões
extens ões verbais podem ser as seg
seguintes:
uintes:

1. -el - aplicativa

2. -is –  causativa

3. -isis – intensiva

4. -ek-  pseudo-passiva

5. -ul- reversiva

6. -iw-  passiva

7. -an – reciprocal

8. -elel - persistiva
74

9. -etel - iterativa

Como anteriormente se referiu, estas extensões verbais podem não ocorrer todas na mesma

língua ou mesmos existir línguas quem mais extensões que as acima listadas.veja-se os seguintes

exemplos extraídos de Ngunga (2002, 2004; Sitoe 1986 e Langa 2007).

(1
(1)) Ch
Chan
anga
gana
na:: -v
-von
on-- ‘v
‘ver
er’’

von-el- ‘olhar por alguém’ (kuvona vs kuvonela)

-von-is- ‘fazer ver’ (kuvonisa)

-von-iw- ‘ser visto’ (kunoniwa)

-von-ek- ‘ser visivel’ (kunonek aa))

(2) Ndau: -suk- ‘lavar’

-suk-il- ‘lavar para alguém’ (kusukil  a)

-suk-is- ‘fazer lavar’ (kusukis a)

-suk-iw- ‘ser lavado’ (kusukiw


  a)

-suk-an- ‘lavar-se mutuamente’ (kusukan


  a)
75

Sugestões Metodológicas
Como ensinar as extensões verbais?
Para se ensinar as extensões verbais numa turma multilingue é necessário
obedecer aos seguintes passos:
(i)
(i) Organ
rganiiza
zarr a ttur
urm
ma em
em ggru
rupo
poss lliing
nguí
uíst
stiico
cos;
s;
(ii
(ii) M an
ande
de maternas:
línguas os al
alun
unos
osver,
trad
traduz
uziirem
remestudar,
comer, um do
dossolhar,
se
segu
guidançar,
int
ntes
es verb
vedormir,
rbos
os para
paetc.;
ra as suas
suas
(iii
(iii)) Inst
Instru
ruaa os al
alun
unos
os para
para qu
quee escre
escreva
vamm no quaquadrdroo ou na sua folh
folhaa de
exercícios os radicais dos verbos traduzidos;
(iv)
(iv) Us Usan
ando
do da llis
ista
ta ddas
as exte
extensõ
nsõeses ve
verb
rbai
aiss aci
acima
ma (pod
(podee usa
usarr apena
apenass 4 ou 5
das 9 extensões verbais acima), sufixe a cada extensão verbal ao radical
e mande os alunos dizerem o significado da combinação entre o radical
e a extensão verbal.
Nota: Quanto mais línguas usar na exercitação, melhor será a compreensão dos
alunos.

3.2.2. Conjugação do verbo nas línguas bantu


 Nas línguas bantu os verbos podem ser conjugados em 3 tempos, a saber: o pass
passado,
ado, o presente e
o futuro. Contudo, as línguas como Sena, Ndau, Yaawo, têm para além dos habit
habituais
uais 3 tempos,
tempos,
outras divisões de tempo. Por exemplo, estas línguas distingue o passado recente (passado de
ontem) e o passado remoto (passado do mês ou ano passado), disignam também o futuro
 próximo (futuro de amanha) do futuro distante (futuro do próximo mês ou ano ao passo que as
línguas
línguas Rhonga, Changana, Citswha já não a fazem, limitando
limitando-se
-se um passado e um futuro. Para
se acautelar destas nuances por língua recomenda-se que use as seguintes frases acompanhadas
dos advérbios de tempo.

Sugestões metodológicas

Para acautelar as diferenças das marcas dos tempos verbais, explore as seguintes frases extraídas
da Lista de palavras do Vocabulário Básico.

1. Traduza as seguintes palavras

(i) (ho
(hoje)
je) nó
nóss lav
lavamo
amoss o prat
pratoo .....
.........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
......
(ii
(ii)) (ho
(hoje
je de ma
manhã
nhã)) nós la
lavám
vámos
os o pra
prato.
to.....
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
......
76

(ii
(iii)
i) (am
(amanh
anhã)
ã) nós lavar
lavaremo
emoss o pra
prato.
to.....
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
....

(i
(iv)
v) (n
(noo pró
próxi
ximo
mo an
ano)
o) nó
nóss lav
lavar
aremo
emoss o pr
prat
ato.
o....... .....
........
......
..............
......
..........
......
..............
..............
..........
...

(v) (on
(ontem
tem)) nó
nóss lav
lavámo
ámoss o pra
prato
to .......
...........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
......

(vi
(vi)) (no ano pas
passad
sado)
o) nós lav
lavámo
ámoss o pra
prato
to....
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
........
......

 Nota: explore cada um dos verbos acima apresentados.


apresen tados. Os advérbios de tempo entre parênteses
p arênteses
ajudam a ver se a forma verbal vai mudar ou não. Ao fazer este exercício não se esqueça de
separar as marcas de sujeito, o radical verbal, a vogal final e as respectivas marcas de tempo
como se mostra na discussão que é feita por língua em seguida.

3.2.2. 1. Língua Xichangana


Esta língua apresenta 3 tempos verbais: o passado, o presente e o futuro como se pode ver na
subsecções que se seguem:

3.2.2.1.1. Tempo passado


A conjugação do verbo será exemplificada com o verbo kuja ‘comer’ na forma afirmativa

Número Pessoa pronome Prefixo de Exemplo significado


gramatical concordância
Singular 1ª pessoa Mina ni- mina ni jile
 jile Eu comi
2ª pessoa Wena u- wena u jile Tu comeste

Plural 13ª pessoa Yiennaa


H ha-i- a jile
hyiennaa hi jile
 jile Ele comeu
Nós comemos
2ª pessoa n’wina mu- n’wina mi jile  jile Vós comestes
3ª pessoa Vona va- vona va jile Eles comeram

A tabela acima mostra a conjugação do verbo no tempo passado. A marca do tempo passado é
expresso por   -ile  colocada na posição final do verbo enquanto o prefixo de concordância é
colocado na posição inicial do verbo.

3.2.2.1.2. Tempo presente


 Nas línguas normalmente
nor malmente distinguem-se do
dois
is tipos de presentes. O presente simples ou pontual e
o presente habitual. O primeiro descreve o que está exactamente a a contecer naquele preciso
77

momento de enunciação e o segundo o que habitualmente acontece sem que necessariamente


esteja a acontecer.

3.2.2.1.3. Tempo presente  simples


Número Pessoa Pronome Prefixo de Exemplo Significado
gramatical concordância
1ª pessoa Mina ni- mina ni  ja
ja Eu como
 Singular  2ª pessoa Wena u- wena u ja Tu comes
3ª pessoa Yena a- yena a ja Ele come
1ª pessoa Hina hi- hina hi  ja
ja Nós comemos
  Plural 2ª pessoa n’wina mu- n’wina mi  jaja Vós comeis
3ª pessoa Vona va- vona va ja Eles comem

 Na tabela do tempo presente simples, as marcas de concordância com o sujeito, tal como na
tabela do tempo passado, são as mesmas. O tempo presente simples marca-se pela substituição
de ku-
ku- em
 em kuja
kuja ‘comer’
 ‘comer’ na forma infinitiva pelo prefixo de concordância do sujeito.

3.2.2.1.4. Tempo presente habitual 


Número Pessoa pronome Prefixo de Exemplo Significado
gramatical concordância

1ª pessoa mina ni- mina na ja Eu estou a comer


 Singular 
2ª pessoa wena u- wena wa ja Tu estás a comer 
3ª pessoa yena a- yena aa ja Ele está comer 
1ª pessoa hina hi- hina ha ja Nós estamos a comer 
  Plural
2ª pessoa n’wina mu- n’wina maja Vós estais a comer 
3ª pessoa vona va- vona vaa ja Eles estão a comer 

O presente habitual é marcado pela vogal [a] que ocorre logo depois do prefixo de concordância
do sujeito. Em alguns casos, a vogal do prefixo de concordância de sujeito é apagada pela vogal
[a] da marca do presente habitual. Compare o presente simples do habitual para ver a diferença
estrutural dos dois tempos.
78

3.2.2.1.5. Tempo futuro


Os verbos no tempo futuro na forma afirmativa nesta língua são conjudagos da seguinte maneira

Número Pessoa Pronome Prefixo de Exemplo Significado


gramatical Pessoal concordância

Singular 1ª pessoa Mina ni- mina nita ja Eu comerei


2ª pessoa Wena u- wena uta ja Tu comerás
3ª pessoa Yena a- yena ata ja Ele comerá
Plural 1ª pessoa Hina hi- hina hita ja Nós comeremos
2ª pessoa n’wina mu- n’wina mita ja Vós comereis
3ª pessoa Vona va- vona vata ja Eles comerão

O tempo futuro é expresso por -ta- que se encontra logo depois da marca de concordância de
sujeito.

3.2.2.2. Língua Cinyungwe


Apresen
Apresentam
tam-se
-se a seg
seguir
uir as form
formas
as do verbo ku-lir-a  "chorar" na primeira pessoa do singular do
 passado (remoto e recente), presente (pontual e habitual) e futuro (próximo e distante) nesta língua
nas formas afirmativa e negativa:

3.2.2.2.1.Passado
Remoto Recente
 Infinitivo Significado
ku-tsuk-a ndi-da-tsuk-a nd(i)-a-tsuk-a ‘lavar’
ku-lir-a ndi-da-lil-a nd(i)-a-lil-a ‘chorar’
Presente

Pontual Habitual
 Infinitivo Significado
ku-tsuk-a ni-n-tsuk-a ni-mba-tsuk-a ‘lavar’

ku-lir-a ni-n-lir-a ni-mba-lir-a ‘chorar’


79

Futuro

Próximo Distante
 Infinitivo Significado
ku-tsuk-a Ni-n-tsuk-a Ni-n-lir-a ‘lavar’
ku-lir-a Ni-n-lira ni-n-lira ‘chorar’

Em Nyungwe, a marca de presente pontual e de passado é o morfema -a- que também pode marcar 
 presente e de futuro. A vogal /i/ de ndi- apaga-se quando próximo de -a- que marca o tempo o segue
imediatamente. Isto sugere um sistema simplicado de marcação de tempos verbais.

A marca de aspecto habitual é -mba-. Neste caso, tal como acontece em muitas línguas bantu, a
marca de aspecto sobrepõe-se à marca de tempo.

3.2.2.3. Língua Emakhuwa


A estrutura básica do verbo em Emakhuwa é o – Radical – a. Diferentemente das línguas bantu
vistas
vistas acim
acimaa que apres
apresent
entam
am a form
formaa ku-, em Emakhuwa, o prefixo que marca a forma de
infinitivo é o-. Em seguida apresenta-se a conjugação do verbo nesta língua.

Passado

khorowa omatta
Miyo kho eu fui a machamba
António oho
ohollya enika o António comeu a banana
O temp
tempoo pass
passad
adoo é a co
cons
nstr
truí
uído
do at
atra
ravé
véss da ad
adju
junç
nção -ho-  lo
ão de -ho-  logo
go depo
depois
is da marca
marca de
conc
concor
ordâ
dânc
ncia
ia com
com o su
suje
jeit
ito.
o. O pr
pref
efix
ixoo do in
infi
fini
niti
tivo
vo ku-  é subst
substit
ituí
uído
do pe
pelo
lo pr
prefi
efixo
xo de
concordância e a vogal do prefixo é substituído por -ho-.

Presente pontual

Miyo kin
kinrowa omatta eu vou à machamba
onlya enika
António on o António come a banana
80

 Na formação do tempo pr esente (simples), a marca de tempo é  –n- que


presente  –n- que é colocada
colocada lodo
lodo depois
depois
do prefixo de concordância nominal

Presente habitual

Miyo kini
kinirowa
rowa omatta eu estou a ir a machamba
onillya enika
António oni o António está a comer a banana
O tempo presente habitual é construído através da adição do prefixo –ni-
prefixo  –ni- logo
 logo depois da marca
de concordância com o sujeito.

Futuro

kinorrowa omatta
Miyo kino eu irei à machamba

António ano
anollya enika o António comerá a banana
O futuro é construído com a adjunção do prefixo -no- logo depois da marca de sujeito. Para a
conjugação de verbos neste tempo o prefixo ku- da marca do infinitivo é substituído pelo prefixo
de sujeito.

Tabela comparativa das marcas de tempo passado, presente e futuro em Makhuwa

Passado (-ho-) Presente (-n-) Presente habitual Futuro (-no-)

(-ni-)

 Miyo k horowa
horowa kinrowa
miyo kin kinirowa
miyo kini rowa kinorowa
miyo kino

weyo moho
mohorowa
rowa weyo on
onrowa weyo oni
onirowa
rowa weyo ono
onorowa
rowa

oorowa
owo oo onrowa
owo on onirowa
owo oni rowa onorowa
owo ono rowa

hiyo no
norowa hiyo nin
ninrowa hiyo nini
ninirowa
rowa hiyo nno
nnorowa
rowa

moorowa
nyuwo moo munrowa
nyuwo mun munirowa
nyuwo muni rowa monorowa
nyuwo monorowa

awo aa
aarowa awo an
anrowa awo ani
anirowa
rowa awo ano
anorowa
rowa
81

3.2.2.4. Língua Cisena


Apresen
Apresentam
tam-se
-se a segu
seguir
ir as form
formas
as dos ver
verbos
bos ku-suk-a  ‘l
‘lav
avar
ar’’ e ku-lir-a  "chorar" na primeira
 pessoa do ssingular
ingular ddoo pass
passado
ado (remoto e recente), presente (pontual e habitual) e futuro (próximo
( próximo e
distante) nesta língua nas formas afirmativa e negativa:
82

Passado

Remoto Recente
 Infinitivo Significado
Ku-suk-a ndi-da-suk-a nd(i)-a-suk-a ‘lavar’
Ku-lir-a ndi-da-lir-a nd(i)-a-lir-a ‘c
‘ chorar’
Presente

Habitual
 Infinitivo Pontual  Significado
Ku-suk-a n-a-suk-a ndi-as-suk-a ‘lavar’
Ku-lir-a n-a-lir-a ndi-as-lir-a ‘chorar’

Futuro

Próximo Distante
 Infinitivo Significado
Ku-suk-a n-a-dza-suk-a ndi-na-dza-suk-a ‘lavar’
Ku-lir-a n-a-dza-lir-a ndi-na-dza-lir-a ‘chorar’

Obsevando as formas verbais constantes das tabelas, (7) pode concluir-se que, tal como se notou no
estudo da morfologia nominal, a estrutura morfológica do verbo merece também observações como
as que se seguem:

(i) As modifi
modificações
cações gramat
gramaticais
icais (ocorrência
(ocorrência de morfemas
morfemas co-referentes
co-referentes de sujeito
sujeito na estrutura
estrutura
da forma verbal, marcadores de tempo e de aspecto), verificam-se em posição pré-radical, ficando,
 portanto, a base verbal indiferente a estas idiossincrasias;

(ii) Em Sena, parece existirem dois morfemas diferentes co-referentes de sujeito (ndi- e ni-) que
estão em distribuição complementar e ocorrem em posição inicial na estrutura da forma verbal. O
morfemaa co-referente de sujeito realiz
morfem realiza-se
a-se ndi-  em todos os tempos verbais excepto no presente

 pontual e futuro próx imo, onde se realiza ni- . A vogal /i/ de ndi-  e de -ni- sofre elisão antes do -a-
próximo,
que
que oc
ocor
orre
re im
imed
edia
iata
tame
mente
nte a segu
seguir
ir.. No
Noss da
dado
doss anali
analisad
sados
os não foi encont
encontrad
radaa ev
evid
idên
ênci
ciaa de
83

ocorrência de /i/ como parte do prefixo marcador de sujeito. Contudo, a evidência dos processos
fonológicos em contextos análogos sugere que a nasal n- seja ni- a nível subjacente.

(iii)A marca do passado remoto é -da- e do passado recente é -a- que também é marca aspectual
 perfectivo do presente (pontual) e do futuro próximo.

(iv) O prefixo -sa- marca o aspecto imperfectivo (habitual) no presente e prefixo -na-,  futuro,
onde a marca de tempo é -dza-.

(iv) É de notar que a marca de tempo pode se sobrepor à marca de aspecto que, na ausência de
morfema co-referente de objecto, ocorre imediatamente antes de radical. Nos casos em que a
marca de tempo é distinta da marca de aspecto, esta a precede imediatamente, como acontece no
futuro.

2.2.3. Reduplicação
A reduplicação é “um processo de repetição de uma parte ou de todo o tema verbal (Ngunga
2004:181). Este fenómeno é comum nas línguas bantu e visa sobretudo modar a interpretação
semântica do radical verbal. Observe-se os seguintes exemplos extraídos de Ngunga (2004:182):
Changana:
- tlanga-tlanga 'brincar repetidamente'
-famba-famba 'andar repetidamente'
-hu
-hundza
dza-hu
-hund
ndzza 'pa
passsar re
reppetidament
ntee'
Sena:
-fungula-fungula ‘abrir frequentemente’
-gula-gula ‘comprar frequentemente’
-lima-lima ‘cultivar rreepetidamente’
Rhonga:
-famba-famba ‘andar repetidamente’
-jondza-jondza ‘estudar frequentemente’
-tsala-tsala ‘escrever ffrrequentemente’
Como
Como se pode
pode ver dos exempl
exemplos
os aci
acima,
ma, a repeç
repeção
ão do tema
tema verba
verball ori
origin
ginaa novos
novos sig
signif
nifcad
cados.
os.
Normalmente a reduplicação expressa a repeção, a requência, iteravadade.

Sugestão metodológica
Para aperfeiço
aperfeiçoar
ar est
estaa subu
subunid
nidade
ade o form
formado
adorr deve
deve procede
procederr como
como vem procedi
procedindo
ndo nesta
nesta
unidade. Escolhar alguns verbos e repita dos seus temas ou radicais na totalidade. Verá que o
significado do verbo muda
84

2.2.4. Frase verbal e frase não verbal


Como foi dito na introdução, a Sintaxe
Sintaxe é
 é a área da Linguística que tem a  frase
 frase   como
objecto de estudo. Segundo Costa (2010), é um enunciado de sentido completo, unidade mínima
de comunicação, que pode ser constituída por uma única oração (frase simples), por mais do que

uma oração (frase complexa) ou apenas por um verbo (frase elíptica), onde os restantes
constituintes são subentendidos. Esta ideia pode ainda ser recuperada em Ngunga (2004), ao
considerar a frase como uma palavra ou conjunto de palavras dispostas de uma maneira, de
acordo com certas regras, para exprimir um determinado sentido.

Segundo Katupa (1983) apud Ngunga (2005), nas LB, por vezes, nem sempre o núcleo da
F é uma forma verbal. Na verdade, o núcleo pode ser uma cópula, um nome ou um ideofone.
Para estes e outros estudiosos das LB, este aspecto não é marginal na medida em que permite a
frases em verbal e não verbal. A diferença entre estas duas realidades reside no facto
divisão das frases 

de, segundo Ngunga (op cit), a frase verbal ter como núcleo uma forma verbal, enquanto a frase
não verbal não é uma forma verbal, mas sim, um nome (frase nominal), uma cópula (frase
copulativa) ou um ideofone (frase ideofónica), como
ideofónica),  como mostra o esquema e os exemplos seguintes:

Verbal

 
Frase 
a. Fr
Fras
asee no
nomi
mina
nall

 Não verbo b. Frase copulativa

c. Frase ideofónica

 Adaptado de Costa
de Costa (2010)

Exemplos:

Xirhonga; 1. a. Maria adile nyama ya patu. “Maria comeu carne de prato”

  b. hileyi homo “está aqui o boi"


85

  c. mbhinyi wa xikomu “cabo da enxada”

d. dambu dropsuu “o sol está vermelho”

 Nos exemplos (1) temos as frases verbais e as não verbais na língua rhonga. A Frase em (1a.)

 porque exibe uma forma verbal de kuda “comer”, destacado a negrito. As restantes frases não
cabem na categoria de frase verbal (FV) na medida em que os seus núcleos não são formas
verbais. Para o caso da língu
línguaa Rhonga, em b. o núcleo é um nome (pronome demonstrativo), em
c., uma cópula e em d.
d. um
 um ideofone. 
ideofone. 

2.2.5. Sistema de Concordância


Uma das características das LB é sem dúvida o seu sistema de concordância. Segundo Crystal
(1988), a concordância é um termo usado na descrição gramatical para mostrar uma relação
formal entre os elementos, em que a forma de uma palavra exige uma forma correspondente da
outra. Isto significa que, na constituição de frases e sobretudo de discursos, as palavras não
funcionam isoladamente. Para o caso das LB faladas no nosso país, existe um sistema de classes
nominais em que os nomes estão organizados por classes, de acordo com os seus prefixos
nominais e marcas de concordância. Esta concordância pode ser, por exemplo, em relação ao
número.

 Nesta subsecção vamos analisar as estratégias de concordância que ocorrem em  sintagma


nominal simples
simples   (aq
(aque
uele
le que é co
const
nstit
ituí
uído
do por apena nome) e em  sintagma nominal 
apenass um nome)
complexo (aquele
complexo  (aquele que é constituído por dois ou mais nomes ligados por uma conjunção ou por 
um sinal de pontuação).
Exemplos

Xirhonga; 1. a. xi londra
londra xi holile
holile “ferida sarou”

  b. svilondra svi holile
holile “feridas sararam”

  c. mbzana ni huku svavabza “cão e galinga estão doente”

d. mudondrisi ni n’wana vavabza “professor e filho (a) estão doente”


86

 Nos exemplos (1) temos as frases que exibem o sintagma nominal simples e o sintagma nominal
complexo. Os exemplos mostram que nesta língua, quando o SN é simples existe um tipo de
morfema de concordância que se altera, quando o SN passa a ser complexo. Em (1.a), por 
exemplo, xi llondra
ondra “uma e única ferrida” faz concordância com o prefixo xi- da classe 6. Quando

alteramos o número para o plural svilondra “muitas ferridas” verifica-se, também a mudança da
marca
mar ca de conc
concordâ
ordânci
nciaa para svi-. Ist
Istoo justif
justifica
ica a agra
agramat
matical
icalida
idade
de das sequênc
sequências
ias *svilondra
 xi holile
holile (*ferridas sarrouou) ou *xilondra sviholile (*ferrida sarraram).

Os exemplos em 1.b e 1.c mostram que a concordância nas LB não é um assunto simples.
Existem marcas de concordância conforme a natureza dos seres que corporizam o SN. É que o
SN pode ser constituído por seres (+ Animados) ou seres (-Animados).

2.2.6. Discurso directo vs indirecto


Xirhonga; a. xi londra
londra xi holile
holile “ferida sarou”

  b. svilondra svi holile
holile “feridas sararam”

  c. mbzana ni huku svavabza “cão e galinga estão doente”

d. mudondrisi ni n’wana vavabza “professor e filho (a) estão doente”

2.2.7. Frase activa vs passiva


Segundo Matos (2010), a oposição entre a construção activa e a construção passiva constrói-se
com base na oposição criada pela perspectiva distinta na análise de uma situação.

 Na construção
construçã o da frase activa, os lugares de predicação
pred icação são os opostos
opos tos daqueles que ocorrem
ocorr em na
frase passiva. Assim, na construção activa, a frase representa a perspectiva centrada a partir do
sujeito que estabelece uma relação com outra (s) entidade (s), que, na frase passiva, se torna o
agente da passiva ( ).

Ronga: a. vavanuna vaxavile sviluva. (FA) “homens compraram flores”

  b. sviluva svixaviwile hi vavanuna. (FP) “ flores foram compradas pelos homens”


87

  c. Maria anhlampsa buluku “Maria lava calças”

d. buluku dranhlampsiwa ha Maria “as calças são lavadas pela Maria”

 Bibliografia

Bernardo, Maurício. 2009. A Morfofonologia das Marcas do Passado Remoto Imperfectivo em


(ed).  Lexicografia e Descrição de Línguas Bantu
Emakhuwa. In. Ngunga, Armindo .2009. (ed). Lexicografia Bantu..
Colecção: As Nossas Línguas I. Maputo: Centro de Estudos Africanos (CEA) – UEM

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Chimbutan
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ano. 2002.
2002. Gra
Gramma
mmatic
tical
al Functi
Function
on in Changan
Changana:
a: Types,
Types, Propert
Properties
ies and
Funct
Functio
ionn Al
Alte
terna
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tion.
on. (T
(Tese
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Mest
strad
radoo nã
nãoo publi
publicad
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Fumo,, Paul
Paulin
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Tempoo e As
Aspe
pect
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Bantu.. Colecção: As Nossas Línguas I. Maputo:
Centro de Estudos Africanos (CEA) – UEM.

Guthrie, M. 1967-71. Comparative Bantu.


Bantu. Vols. I-IV. Claredon. Oxford University Press

Langa, David. 2003. Ideofones em Changana. In. Ngunga, Armindo & Inocêncio Pereira. (eds).
2003. Progressos na
2003. Progressos n a Investigação em Ciências Sociais e Humanas: Actas de Seminário de
 Investigação.. Maputo: Imprensa Universitária. PP 59-77
 Investigação

Langa, David. 2008. O Aspecto no Passado Afirmativo na Morfologia Verbal Do Changana.


Tese de Mestrado não publicada. Maputo: UEM- Faculdade de Letras e Ciências Sociais,
Departamento de Linguística

Langa, David. 2009. Negation in the Past Tense in Changana (Comunicação apresentada na
Conferência da LASU em Lesoto de 24-28 Novembro de 2009). Maputo: FLCS-UEM.

1967. Bantu Grammatical Recons


Meeussen, A. 1967. Bantu Reconstructions
tructions.. Tervuren: Annales du Musée Royalle
Royalle
de l’Afrique Centrale.

 Ngunga, Armindo (ed). 2009.  Lexicografia e Descritiva de Línguas Bantu


Bantu.. Colecção as nossas

línguas I. Maputo: Centro de Estudos Africanos (CEA)-UEM.


88

2004. Introdução à linguística Bantu .


 Ngunga, Armindo. 2004. Introdução Bantu . Maputo, Livraria Universitária.

 Nhampoca, Ezra. 2010. Um proposta Metodológica para a Compilação de um dicionário de


ideofones do Changana. Dissertação de mestrado em Linguística. Maputo: Faculdade de
Letras e Ciências Sociais.

Bachetti, C. 2006. Gramática da Língua Ronga.


Ronga. 1a Edição. Maputo: Paulinas Editorial. 

(1997). A Dictionary of Linguistics and Phonetics.


Crystal, D. (1997). A Phonetics. Oxford: Blackwel Publishers.

2000. Dicionário de Ciências da Comunicação.


Leão, Isabel V. Ponce de. 2000. Dicionário Comunicação. 2ª Edição. Porto:
Porto Editora, Lda., Portugal.

2000. Introdução à Linguística Bantu. Maputo:


 Ngunga, Armindo. 2000. Introdução Bantu. Maputo: Imprensa Universitária.

(1995). Language Teaching Methodology: a texbook for teachers


 Nunan, D. (1995). Language teachers.. New York:
Phoenix.

Genouvrier, Emile e Jean Peytard. (1974). Linguística e Ensino do Português. 4ª Edição.


Coimbra: Livraria Almedina, Portugal.

2.3. Actividades
1. Com rec recursos
ursos a exempl
exemplos,os, expl
explica
ica a diferenç
diferençaa entre vogais e consoantes.
consoantes.
2. Qua
Quanta
ntass vo
vogai
gaiss ex
exist
istem
em em
em Ci
Ciyaa
yaawo?
wo?
a) Indic
dica-as.
-as.
 b) Qual é a função da duração voc vocálica
álica nesta língua?
3. O ququee sã
sãoo cl
class
asses
es nnom
omininai
ais?
s?
4. Como é as lí línguas
nguas babantu
ntu form
formam
am o aumenta
aumentativo
tivo e o diminutiv
diminutivo?
o?
5. Apresent
Apresentaa as estestrutura
ruturass morfol
morfológicas
ógicas do
do nome e do verbo,
verbo, em bantu.
6. O ssão
ão exten
extensõe
sõess ver
verbai
bais?
s?
. Fornece 3 exemplos de extensões verbais da sua língua bantu.
7. O qque
ue é umum ver
verbo
bo??
8. Traduz ooss segui
seguintes
ntes vverbos
erbos e conjuga-os
conjuga-os no pr
presente
esente,, passado
passado e futuro.
futuro.
a) Jogar;
89

 b) Brincar 
9. Identi
Identifica
fica as marcas de tem
tempo
po (MT) das form
formas
as verba
verbais
is conjugadas
conjugadas em
em 6.
10. O que são iideofones
deofones??
11. O que é redupli
reduplicação?
cação?
12. Diferen
Diferencia
cia a reduplicaçã
reduplicaçãoo total verbal da reduplicaçã
reduplicaçãoo parcial
13. Expli
Explica
ca a diferença ent
entre
re a frase verbal e a frase não verbal
verbal..
14. Quando é que se considera que numa frase exist
existee concordância?
concordância?

2.4. Autoavaliação:
1. Recorre
Recorrendo
ndo à língua
língua Ciyaawo
Ciyaawo expli
explica
ca explica
explica a função
função da
da duração
duração vocálica.
vocálica.
2. Com recurso
recurso a exempl
exemplos
os apresenta
apresenta as
as classes
classes nominai
nominaiss da sua
sua LB.
LB.
3. Faz o levantament
levantamentoo de todas
todas as
as extensões
extensões verbais
verbais da sua língu
língua.
a.
4. Traduz ooss segui
seguintes
ntes vverbos
erbos e conjuga-os
conjuga-os no pr
presente
esente,, passado
passado e futuro.
futuro.
a) Escrever
 b) Comer
5. Apre
Apresent
sentee 10 ideo
ideofone
foness da sua
sua líng
língua.
ua.
6. Apoian
Apoiando
do se a exemplos
exemplos da sua língua
língua (ou
(ou outra), explic
explicaa a diferença
diferença entre a redupli
reduplicação
cação
total da reduplicação parcial.
7. Elabor
Elaboraa 5 exemplos
exemplos de frases verbais
verbais e igual número de frases
frases não verbais.
verbais.
8. Tra
Traduz
duz as
as segui
seguinte
ntess frases
frases para a sua
sua LB
a. A Maria
Maria gost
gostaa da sua
sua filha
filha - afirmo
afirmouu a Sandra
Sandra..
 b. Peço a sua caneta vermelha – afirmou a Júlia
c. Ond
Ondee está
está a chave
chave de carro
carro – pergun
perguntou
tou o pai
pai ao empreg
empregado
ado
d. Não quero
quero a sua ajud
ajudaa – replic
replicou
ou a aluno
aluno à sua
sua amiga
amiga
e. No próxim
próximoo ano passa
passarei
rei de clas
classe
se – promet
prometeu
eu a filha
filha ao pai
a) Em que
que discur
discurso
so estão
estão as
as frases
frases tradu
traduzid
zidas?
as?
 b) Passa-as para o discurso
discurs o contrário.
90

9. Col
Coloca
oca A nas
nas frases
frases activa
activass e P nas frases
frases passi
passivas
vas
a) Nyama ya patu yidiwil
yidiwilee hi xipixi.
xipixi. “carne
“carne de patu
patu foi comida
comida pelo
pelo gato”
gato”
 b) Xinyanyana xihluviwile hi muhloti. “pássaro foi depenado pelo caçador”
caçador ”
c) Marhung
Marhungana
ana axavile
axavile ximar
ximarhi.
hi. “alfaia
“alfaiate
te comprou
comprou agulha”

10. Passa as frases em 2 para a forma activa


activa e passiva, conforme
conforme o caso.
11. Traduz as frases as frases e identifica
identifica os prefixos de concordância
concordância (PC)
a) A escola que foi construída no ano passado tem rachas.
c) O meu
meu traba
trabalh
lhad
ador
or não
não veio
veio..
d) Os meus
meus tra
trabal
balhado
hadores
res não
não vier
vieram
am
e) A cade
cadeir
iraa plás
plásti
tica
ca não
não dura
dura..
f) As cad
cadei
eiras
ras pl
plást
ástic
icas
as não
não dur
duram
am

12. Indica a marca de negação


negação na frase 4.5, traduzida.
traduzida.

2.5. Chave de Correcção:


1. Ao critério do formando e do formador.
2. Ao critério do formando e do formador.
3. O formando deverá apresentar, entre as várias extensões, a aplicativa,…
4. Ao critério do formando e do formador.
5. Ao critério do formando, tendo em conta a sua LB. É preciso referir que
6. Ao critério do formando, tendo em conta a sua LB. É preciso referir que a reduplicação é
um termo que Morfologia se refere a um processo de repetição através do qual a forma de
um prefixo/sufixo reflecte certas características da raiz.
7. Ao critério do formando. A frase verbal é aquela que exibe uma forma verbal e a não
verbal, o seu núcleo não é uma forma verbal. Ela exibe outros elementos.

8. Ao critério do formando, tendo em conta a sua língua.


91

8.1.
8.1. As fr
fras
ases
es es
estã
tãoo no
no dis
discu
curs
rsoo dir
direc
ecto
to..
8.2.
8.2. Ao cr
crit
itér
ériio do fo
form
rman
ando
do..

9. Coloca A nas frases activas e P nas frases passivas


9.1.
9.1. Nyam
Nyamaa ya
ya pat
patuu yid
yidiw
iwil
ilee hi
hi xip
xipix
ixi.
i. (P
(P))
9.2.
9.2. Xiny
Xinyany
anyan
anaa xi
xihl
hluv
uviw
iwil
ilee hi
hi mu
muhl
hlot
oti.
i. (P
(P))
9.3.
9.3. Marh
Marhun
unga
gana
na ax
axav
avil
ilee xi
xima
marh
rhi.
i. (A
(A))
10. Ao critério do formando.
11. Traduz as frases e identifica os prefixos de concordância (PC)

a) A escola
escola que foi
foi constru
construída
ída no ano
ano passado
passado tem racha
rachas.
s.
 b) O meu trabalhador não veio.
c) Os meus
meus tra
trabal
balhad
hadores
ores não vie
vieram
ram

d) A cadei
cadeira
ra plást
plástic
icaa não dur
duraa
e) As cadeir
cadeiras
as plás
plásti
ticas
cas não dur
duram
am
12.  Indica a marca de negação na frase 4.5, traduzida.

2.8. Bibliografia Complement


Complementar ar:
In.. Actas de Seminário: Celebrando o Dia de
Langa, David. 2004. Ideofones em Changana. In
 África. Maputo: Imprensa Universitária. Pp 59 – 77.
 África. Maputo:

2000. Introdução à Linguística Bantu. Maputo:


 Ngunga, Armindo. 2000. Introdução Bantu. Maputo: Imprensa Universitária.

Sitoe, Bento e Armindo Ngunga. 2000. Relatório do II Seminário de Padronização da Ortografia


de línguas moçambicanas. Maputo:NELIMO, Universidade Eduardo Mondlane.

1996. Dicionário Changana – Português.


Sitoe, Bento. 1996. Dicionário Português . Maputo: INDE.
92

Sito
Sitoe,
e, Be
Bent
ntoo e Ar
Armi
mind
ndoo Ng
Ngun
unga
ga.. 2000..  Relatório do II Seminário de Padronização da
2000
Ortogra
Ortografia
fia de lí
língua
nguass moç
moçamb
ambica
icanas
nas.. Ma
Mapu
puto
to:: NE
NELI
LIMO
MO,, Uni
Unive
versi
rsida
dade
de Ed
Edua
uardo
rdo
Mondlane.
93

Unidade III. Produção Oral

Duração da Unidade: 03

4.1 Introdução
Estimado formador, depois de termos discutidos aspectos da gramática das línguas bantu de
Moçambique, nesta unidade vamos abordar as formas de tratamento (horizontais vs verticais) , a
conversa directa (em contextos formais e informais) e também debater temáticas transversais,  em
na
nass nos
nossa
sass língu
línguas
as.. Os de
deba
bate
tess ver
versar
sarão
ão so
sobre
bre asp
aspec
ecto
toss ac
actu
tuai
aiss do pa
país
ís e so
sobre
bretu
tudo
do,, da
comunidade onde o Instituto está inserido, como forma de motivar os formandos a uma
 participação efectiva. Daí que se
s e justifica a participação destes no processo de selecção
se lecção de temas.
A realização de debates visa fundamentalmente oferecer, ao futuro professor, uma oportunidade
de aplicar, em situação real de comunicação, algumas palavras e expressões apreendidas nas
unidades passadas, condição fundamental para o desenvolvimento de habilidades de expressão
oral, na sua língua bantu.

4.2. Evidências Requeridas da Unidade Temática


 No fim desta unidade temática o formando deve ser capaz
 No cap az de:
 Usar as formas de tratamento adequadas a diversas situações de comunicação;

Seleccionar as formas de tratamento adequadas aos interlocutores de comunicação;
Produzir enunciados orais adequados a diferentes contextos e

  Expressar os seus argumentos em debates formais

4.3. Orientação metodológica


metodológica
 

XXXXXXXXXXXXXX
94

4.4. Formas de tratamento


Para o formador O professor deve explorar nesta unidade temas específicos das línguas bantu
nomeadamente:

(i) Formas de tratamento

a. Como é que na sua lí


língua
ngua um filho
filho se dirige
dirige aos
aos pais (pai
(pai ou mãe)
mãe) no incio
incio do dia,
durante o dia e no fim do dia?

 b. Como é que o filho fala com os pais ou outros legítimos superiores?

c. Como é que os meninos


meninos fal
falam
am com as me
meninas?
ninas? Em casa,
casa, na rua, com
com
conhecidos, com desconhecidos, etc

d. Como é que um alu


aluno
no deve falar
falar com o se
seuu professor
professor ou director
director da escola
escola ou em
em

contextos formais no geral?


e. Na sua ccultur
ultura,
a, o que signi
significa
fica um beiji
beijinho,
nho, um abraço, um aperto
aperto de mão,
mão, um
acenar da mão e em que contexto cada forma de cumprimento é feito?

f. Na sua ccomuni
omunidade,
dade, que papel ttem
em cada membro da família
família (pai,
(pai, mãe,
mãe, filho,
filho, filha,
filha,
etc) nas actividades do quotidiano?

Nota: O professor ao colher as respostas dos temas acima sugeridos estará, ao mesmo tempo, a
ver que os alunos apresentam culturas diferentes e que as mesmas devem ser respeitadas como

tal. Lembre-se que quanto mais sabemos das nossas diferenças, melhor nos conhecemos e nos
respeitamos.

4.4.1.Debates

4.4.1.1. Aspectos a considerar na organização e realização de um debate


e  permite a
O debate é uma actividade que decorre naturalmente da vida em sociedade e permite
troca de ideias, confronto de pontos de vista e uma refle
reflexão
xão activa.
activa. No PEA, ela permite que o
aluno aumente
aumente as suas experiênc
experiências
ias e aprenda a expressar as suas ideia
ideias,
s, formalmente.
formalmente. Para que
exista um debate, em primeiro lugar, deve haver pelo menos duas posições difentes. Uma
 posição defendendo um Sim e a outra um Não, em relação a um dado tema.
95

Uma vez escolhido o tema, o sucesso do debate depende muito da sua preparação. Por 
isso,
isso, nas
nas linha
linhass seg
segui
uint
ntes
es of
ofere
erece
cemo
moss al
algu
guma
ma in
infor
forma
maçã
çãoo qu
quee esper
esperam
amos
os qu
quee auxil
auxilie
ie os
 preparativos e a realização.

4.4.1.2. Preparação
. Escolha de assunto (simples e que desperte o interesse da turma);
. Disponibilização de material de consulta
. Acompanhamento dos alunos na exploração dos materiais
. Estruturação da sala de aulas, tendo em conta o número de participantes
. Ornamentação da sala de aulas tendo em conta o tema
. Escolha de animadores
. Escolha de secretários

4.4.1.3. Papel do animador


. Efectua o lançamento do debate, explicando com clareza o assunto;
. Orienta o uso da palavra, durante o debate
. Estimula os participantes de modo a expressarem as suas opiniões livremente
. Assegura o tratamento do tema, evitando desta forma a discussão de assuntos marginais
. Controla o tempo e, no fim apresenta as principais conclusões

4.4.1.4. Expressões a usar na introdução das opiniões


Construir um texto oral é ser capaz de organizar uma rede de sentido, garantindo a sua
continuidade de modo a que o leitor o entenda do princípio ao fim do discurso. Assim, durante o
uso da palavra é necessário ordenar as ideias, estabelecendo etapas. Para isso é preciso usar 
expressões que permitam articular, entre si, frases e unidades de discurso.
96

4.5. Autoavaliação
“ Produção Oral ”,
Tendo em conta a natureza da unidade “ Produção ”, não vamos sugerir actividades de
fundo. Contudo, pensando na futura função de docência, elaboramos algumas questões:
1. Exp
Explic
licaa a im
impor
portân
tância
cia ddee debate
debatess no PE
PEA.
A.
2. Que aaspecto
spectoss é precis
precisoo aca
acautelar
utelar na pre
preparação
paração de debates.
debates.
3. Qual é o ppapel
apel ddoo mod
moderador
erador durant
durantee a re
realiza
alização
ção do debate.
debate.

4.6. Chave de Correcção

1.  No PEA, os debates permitem que os formandos aumentem as suas experiências e


aprendam a expressar as suas ideias em situações formais.

2. Dura
Durante
nte a prepar
preparacao
acao de debat
debates
es é necessá
necessário
rio (i) esco
escolhe
lherr um assu
assunto
nto “polém
“polémico
ico”,
”, (ii)
disponibilizar o material de consulta, (iii) estruturar da sala de aulas, (iv) escolher os
animadores e (v) escolha os secretários.

3. Dura
Durante
nte o debat
debatee o animad
animador
or (i) lança o debate,
debate, expli
explicand
candoo com clareza
clareza o assunto
assunto,, (ii)
orienta o uso da palavra, (iii) estimula os participantes de modo a expressarem as suas
opiniões livremente, (iv) assegura a não discussão de assuntos marginais e (v) controla o
tempo.

4.6. Bibliografia Complement


Complementar
ar 
2000. A arte de Argumentar . Cotia: ateliê Editores.
Abreu, António S. 2000. A

1993. Aprender a Comentar um texto Literário — Modelos de análise


Barreto, Luís de Lima. 1993. Aprender
Crítica e Comentário.
Comentário. 3ª Edição. Lisboa: Texto Editora.

1977. Manual de Expressão oral e Escrita.


Câmara JR. & J. Mattoso. 1977. Manual Escrita . Petrópolis: Editora Vozes.
97

 Nunes, M. R. 1973. O Estilo na Comunicação.


Comunicação . Rio de Janeiro: Editora Agir.

1950.  Dicionário Português-Chope e Chope-Português


Santos, Pe. L. dos. 1950. Dicionário Chope-Português.. Lourenço Marques:
Marques:
Imprensa Nacional de Moçambique.

2000. Relatório do II Seminário de Padronização da


Sitoe, Bento e Armindo Ngunga. 2000. Relatório
Ortografia de línguas moçambicanas.
moçambicanas. Maputo: NELIMO, Universidade Eduardo Mondlane.

1996. Dicionário Changana – Português.


Sitoe, Bento. 1996. Dicionário Português . Maputo: INDE.
98

Unidade IV
IV:: Tipologia Textual

Duração da Unidade: 18

5.1. Introdução
 Na unidade anterior passámos em revista as formas de tratamento adequadas ao
relacionamento entre os membros de uma família, entre amigos bem como ao diálogo com os
superiores hierárquicos, em situações formais e informais. Em debates formais, expressou as
suas opiniões e convições de modo a “convecer” os colegas. Aprendeu a usar da palavra “o
 poder” em situaçoes formais. Esperamos que tenha enriquecido as suas experiências não só
linguísticas, mas sobretudo da vida em comunidade.
Agora estamos na última unidade do Módulo. Ela está reservada à tipologia textual em
 bantu. Nela, o formando vai aprofundar os seus conhecimentos em matéria da Tipologia Textual.
Falamos dos Textos Funcionais (aviso, anúncio, requerimento, convite, carta formal e informal),
Literários  (narrativo, 
Textoss Literários
Texto descritivo, exp
exposi
ositi
tivo
vo/a
/argu
rgume
ment
ntat
ativ
ivoo e po
poét
étic
ico)
o) e de Textos
 Informativos (notícia e reportagem). Também vai recolher e resumir algums textos (contos e
lendas)
lendas) da sua com
comuni
unidade
dade li
linguí
nguísti
stica.
ca. A inc
inclusã
lusãoo destes
destes conteúd
conteúdos
os nest
nestee program
programaa visa
visa
 possibitar a aplicação de conhecimentos sobre a ortografia e sintaxe das línguas bantu de
Moçambique.

5.2. Evidências Requeridas da Unidade Temática


  No
No fim desta unidade temática o formando deve ser capaz
cap az de:
 Interpretar diferentes tipos de textos;
 Traduzir para a sua língua bantu difetentes tipos de textos
 Redigir na sua língua bantu diferentes tipos de textos e
 Identifiqucar as características linguísticas de diferentes tipos de textos;
 Recolher contos e lendas da sua comunidade e
 Resumir constos e lendas da sua comunidade
99

5.3. Metodologia
O estudo de textos de carácter informativo, reflexivo, argumentativo e literário utilizando
técnicas
técnicas e final
finalidades
idades específi
específicas
cas em diferente
diferentess contextos
contextos não é específico
específico de línguas
línguas bantu. Na
verdade, a estrutura dos diferentes tipos de textos não varia de uma língua para a outra. Por isso,
neste módulo este tema não será desenvolvido, cabendo ao senhor formador a tarefa de usar os
materiais das disciplinas de língua portuguesa ou da língua inglesa. Todavia, tratando-se de
línguas bantu, é preocupação deste módulo sugerir algumas indicações metodológicas como se
 pode ver a seguir:

 Depois de o formador ter dado a estrutura do texto que pretende ensinar, bem como as
suas características, as principais actividades das aulas vão se desenvolver em grupos de
língua (i.e. formar grupos de alunos que falam a mesma língua);

 Dado um modelo de um texto em Português, o formador orienta a actividade de tradução


do mesmo para as línguas bantu faladas na sala de aulas (cada falante de uma língua
traduz o texto no seu caderno);

 Em grupos ou individualmente, o formador manda os alunos identificar os aspectos


estruturais dos textos e outros exercícios relevantes para a assimilação dos conteúdos dos
textos e

 Individualmente, o professor orienta os alunos para redigirem textos e oralmente, os


mesmos lê-nos para mostrar o grau da assimilaçãoo de conteúdos.

 Note-se que esta unidade visa acima de tudo, pôr os alunos a praticar a ortografia das suas
línguas e a redigir e a interpretar os diferentes tipos de texto. Apostamos na criatividade do
formador. Em anexo, sugerimos os aspectos a trabalhar, durante a interpretação de textos de
vária natureza.
100

5.4. Autoavaliação
1. Elabo
Elabora
ra (na
(na sua llín
íngua
gua ban
bantu
tu):
):

. Um requerimento dirigido ao director do IFP a solicitar o certificado de conclusão do curso;


. Um convite ao seu melhor amigo para a festa da sua graduação;
. Um texto argumentativo argumentando a favor ou contra o consumo de tabaco;
. Uma notícia sobre a abertura do ano lectivo de 2013.
2. Recolh
Recolhee 3 ccontos
ontos e 3 lendas
lendas da sua co
comunid
munidade
ade li
linguíst
nguística.
ica.
. Faz o resumo dos textos recolhidos.

5.5. Chave de Correcção 


1. Ao ccrit
ritéri
érioo do form
formand
andoo e do
do formad
formador.
or.

2. Ao cr
crité
itério
rio do fo
forma
rmando
ndo e do formad
formador.
or.

5.6. Bibliografia C
Co
omplementar:

Alves, P. Albano. 1957. Dicionário Português-Chisena e Chisena-Portutuês. Beira: Tipografia da


Escola de Artes.

1993. Aprender a Comentar um texto Literário — Modelos de análise


Barreto, Luís de Lima. 1993. Aprender
Crítica e Comentário.
Comentário. 3ª Edição. Lisboa: Texto Editora.

Bran
Branco,
co, Pedro
Pedro.. (Edt
(Edt).
). 1996.  Língua Portuguesa 5. 2ª Edição. Lisboa: Constância Editores,
1996.
Portugal.

2009.  Língua Portuguesa, 8ª Classe.


Morais, Maria Emília & Bertina Oliveira. 2009. Língua Classe . 1ª Edição. Porto:
Plural Editoras, Portugal.
101

 Ngunga, Armindo. 2001. Writing in Ciyao: The past and the Future. In Pfaffe (ed). Cross-
 Border Languages within the Context of Mother Tongue Education.
Education .

 Ngunga, Armindo & Osvaldo Faquir. 2011. Padronização da Ortografia de Línguas


 Relatório do III Seminário de Padronização.
Moçambicanas: Relatório
Moçambicanas: Padronização . Maputo: Ciedima, Centro de
Estudos Africanos.

Santos, Pe. L. dos. 1941. Gramática da língua chope.


chope . Lourenço Marques: Imprensa Nacional de
Moçambique.

1950.  Dicionário Português-Chope e Chope-Português


Santos, Pe. L. dos. 1950. Dicionário Chope-Português.. Lourenço Marques:
Marques:
Imprensa Nacional de Moçambique.

2000. Relatório do II Seminário de Padronização da


Sitoe, Bento e Armindo Ngunga. 2000. Relatório
Ortografia de línguas moçambicanas.
moçambicanas. Maputo: NELIMO, Universidade Eduardo Mondlane.

1996. Dicionário Changana – Português.


Sitoe, Bento. 1996. Dicionário Português . Maputo: INDE.

Wilkes, A. 1985. Words and word division: A study of some orthographical problems in the
 problems in the writing sys
systems
tems of the Ng
Nguni
uni and Sotho Languages
Languages.. Pretoria: University of 
Pretoria.

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