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Além desse aspecto coletivo, sob uma análise individual, foi possível
notar a evolução de cada aluno, a perca de suas individualidades, os conflitos
anti-naturais causados pelo regime autocrático no psicológico dos indivíduos,
e como o efeito “manada” pôde influenciar a mentalidade pessoal, fazendo
com que cada indivíduo pertecente se perde-se em prol do todo.
-Eu começo com os jovens. Nós os mais velhos estamos desgastados, mas
mundo? Olhe para todos esses homens e garotos! Que material! Juntos, nós
CONCLUSÃO
No filme ocorreram efeitos diversos, há mensagens de esvaziamento ou
negação de sentido de valores historicamente tradicionais, submissão cega
ao poder centralizado do líder, no caso o Rainer e a neutralização do
indivíduo no meio coletivo. Por outro lado, também é visível a força da união
de pessoas com mesmo propósito, espírito de equipe, disciplina e
organização de poder.
É evidente que os efeitos negativos são mais proeminentes, os danos
causados por um controle manipulador egocêntrico são inestimáveis, bem
como ocorrência de vários danos físicos, morais e psicológicos.
Desse modo conclui-se que o professor tentou estabelecer um modelo
autocrático e totalitário organizado em sua sala de aula e obteve êxito,
ensinou perfeitamente os passos necessários para que se estabeleça um
absolutismo organizacional.
De acordo com Miguel Reale existem estruturas de poder na sociedade
que possuem suas próprias normas regulativas, o mesmo é coadunado por
Luhmann quando fala de núcleos sociais ou ainda núcleos jurídicos (Tércio
Sampaio).
Essas sub-estruturas ou núcleos são responsáveis por criarem relações
normativas e organizacionais entre seus membros, funcionam como um
sistema integrado a um sistema maior (Estado de Direito) e a ele deve ser
subserviente, o núcleo integrativo criado pelo professor perdeu seu caráter
lícito quando se apartou do sistema maior e quando seus membros passaram
a tomar as razões desse núcleo como razões excludentes em detrimento das
razões fornecidas pelo Estado de Direito.
É visível que o método empregado pelo professor para a criação de um
núcleo autocrático que serve como modelo para um Estado totalitário foi
conquistado através de uma violência simbólica (Bourdieu), onde um discurso
é tomado como vinculativo, imperativo e excludente de outros.
Através da criação dessa violência simbólica o professor pôde criar
princípios e normas fundamentais que serviram como ponto de partida para
que o sistema espontâneamente se desenvolvesse.
Consequente a isso, normas espontâneas passaram a surgir dentro do
grupo, como um movimento autônomo e consciente da mente dos indivíduos,
que se adequaram a nova realidade primeiro vinculando-se a autoridade
máxima do professor e segundamente criando relações e normas de conduta
baseado apenas no coletivismo e na ideologia autoritária criada.
Através desse filme foi possível perceber o alto nível de periculosidade de
um regime autoritário, os métodos linguísticos e normativos empregados, o
processo formador do grupo autocrático, e os efeitos causados nos
indivíduos e no grupo como um todo. “A onda” serve como modelo para que
possamos nos previnir e combater movimentos semelhantes que possam
ocorrer na realidade.
Referências:
SAMPAIO, Tércio. Introdução ao Estudo do Direito
REALE, Miguel. Lições Preliminares do Direito
A Onda. Direção de Dennis Gansel.