Este documento discute a importância da teoria da ação significativa para o Direito Penal. A ação é parte essencial do delito e não há como compreender o delito sem antes compreender a ação. A teoria da ação significativa foi formulada por Tomás Salvador Vives Antón com base nos princípios filosóficos de Wittgenstein e Habermas, notadamente que a linguagem é construída socialmente e media todas as ações humanas.
Descrição original:
Acerca da Imprescindibilidade da Teoria da ação significativa de Vives Antón
Título original
A imprescindibilidade da teoria da ação significat
Este documento discute a importância da teoria da ação significativa para o Direito Penal. A ação é parte essencial do delito e não há como compreender o delito sem antes compreender a ação. A teoria da ação significativa foi formulada por Tomás Salvador Vives Antón com base nos princípios filosóficos de Wittgenstein e Habermas, notadamente que a linguagem é construída socialmente e media todas as ações humanas.
Este documento discute a importância da teoria da ação significativa para o Direito Penal. A ação é parte essencial do delito e não há como compreender o delito sem antes compreender a ação. A teoria da ação significativa foi formulada por Tomás Salvador Vives Antón com base nos princípios filosóficos de Wittgenstein e Habermas, notadamente que a linguagem é construída socialmente e media todas as ações humanas.
A imprescindibilidade da teoria da ação significativa para o
Direito Penal
A ação é parte essencial do delito tal como diz Juarez Tavares: “O
conceito de ação é, assim, fundamental para a constituição do delito em todas as suas formas (Tavares, 2020). Desse modo, a teoria da ação se mostra imprescindível para o Direito Penal, visto que a ação constitui parte essencial do delito, e portanto não há como compreender o delito sem antes compreender a ação. A ação permeia a constituição do delito do início ao fim, toda infração de uma norma penal é precisamente uma conduta, a distinção entre comissão e omissão não é nada mais do que a diferenciação interpretativa da própria natureza da ação humana. Sendo assim não há como interpretar o crime sem antes interpretar a ação que o constitui essencialmente. É nesse contexto que Tomás Salvador Vives Antón irá formular a teoria da ação significativa, cujos pressupostos metadogmáticos são fundamentados principalmente em Ludwig Wittgenstein e em Jurgen Habermas. Portanto, necessita-se entender esses princípios filosóficos para alcançar a compreensão dessa teoria da ação e sua relevância. Primeiramente, o princípio basilar das filosofias de Ludwig Wittgenstein e Jurgen Habermas é a linguagem, a comunicação e o discurso. Nesse contexto, de acordo com o primeiro, não há entendimento entre pessoas sem um entendimento na linguagem (Wittgenstein, 2014) e de acordo com o segundo toda relação intersubjetiva deve possuir um medium linguistico (Habermas, 2014). A partir disso é imprescindível entender que a linguagem se constrói social e publicamente, nesse aspecto Habermas defende a construção social- normativa da linguagem a partir das relações de práticas discursivas guiadas por pretensões de validade (Habermas, 2003). Ponto que é semelhantemente defendido por Wittgenstein que afirma que a construção da linguagem é pública (Wittgenstein, 2014). Nesse sentido deve-se compreender que as relações sociais e a linguagem coexistem em relações de reciprocidade, são fundamentais para a própria constituição da razão que é mediada linguisticamente e mediam toda ação humana, visto que se toda ação é racional in lato sensu - dado que o homem nunca deixa de ser racional, se não deixaria de ser a si mesmo - logo toda ação é linguisticamente interpretável e se toda linguagem é social, a ação tamém só pode ser compreendida em sua realidade social. Nesse sentido, de acordo Habermas o que torna um ser ativamente comportamental é o seguimento de uma regra na condução da consecução de um fim. (ANTÓN, 1996, p.209, p.210 apud HABERMAS, p.233) Mas o que distingue o homem que age e um animal que meramente se comporta é que o homem é consciente das regras que segue e não só é consciente como é capaz de explicitá-las. A ação para Habermas é um sentido fruto de um processo de interpretação conforme regras (HABERMAS, 1978).