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É possível afirmar que a questão dos Direitos Humanos não é apenas uma questão social,

política ou jurídica. Existe uma relação muito estreita entre os Direitos Fundamentais a todo e
qualquer indivíduo e a Ética. Se, do ponto de vista jurídico, podemos dizer que ao Poder
Judiciário compete impedir que os Direitos Humanos sejam violados; se, do ponto de vista
Político e Social podemos afirmar que é preciso considerar quais políticas públicas e de Estado
são as “melhores” para garantir o acesso a estes Direitos Fundamentais, também podemos
dizer que existe um compromisso Ético na questão dos Direitos Humanos: a luta por tais
Direitos deve ser entendida como uma poderosa ferramenta de transformação social, com o
objetivo de construir uma sociedade justa e solidária; no fundamento dos direitos humanos,
existe uma determinada ética, uma determinada concepção do homem, uma determinada
concepção do que é bem e daquilo que é mal.

Considerar os Direitos Humanos como um desdobramento da ética significa, de modo


direto e evidente, falar em valores como o direito à vida, a paz, a dignidade humana, a justiça
social, o desenvolvimento, a Democracia e, porque não dizer, o direito a felicidade. Além disso,
uma cultura de Direitos Humanos também pressupõe uma discussão em torno de questões
axiológicas e valorativas como a tolerância, o diálogo, a cidadania, o respeito a diversidade,
entre outros.

As nossas lutas não são apenas sociais e coletivas, mas individuais, e visam o
reconhecimento de nossa condição humana, da nossa dignidade e das nossas potencialidades.
Ao se privar contingentes humanos de seus direitos básicos se está negando-lhes a cidadania
e tornando-os política, socialmente e individualmente impotentes. Por isso somos todos
chamados a uma participação ética, ativa e co-responsável, na garantia dos Direitos
Fundamentais à existência humana.

Desta forma, é preciso pensar não só Políticas Públicas que garantam o acesso de todos
aos Direitos asegurados pela Constituição Federal, como também uma cidadania, eticamente
comprometida com a realidade e a transformação social. Uma Política de Direitos Humanos,
com base na ética e na participação cidadã, que garanta aos indivíduos a condição de ser no
plano econômico, um cidadão sadio, no plano político, um cidadão participante, no plano
intelectual, um cidadão consciente das relações de poder, e no plano da ética um cidadão
comprometido com a realidade social.

Sob uma perspectiva mais atual e contemporânea, fizemos uma análise das teorias da
filósofa alemã Hannah Arendt, destacando sua trajetória como teórica-política, trazendo
valiosas contribuições filosóficas no que diz respeito à ética, como resultado de uma prática
livre e ativa do indivíduo na esfera pública, onde este exerce a sua cidadania. Como uma
autêntica filósofa aristotélica, Arendt salienta em sua obra Responsabilidade e Julgamento,
como o homem público com uma alta capacidade de bem julgar, alcança a justiça social. Nesta
obra, Arendt reflete sobre a importância da liberdade do pensar individual, pondo no querer e
no julgar as características de uma responsabilidade coletiva. Em sua obra A Condição
Humana, no capítulo que aborda a ação como elemento concretizante do ser humano, Arendt
nos conduz por um fio reflexivo sobre a capacidade única de o homem ser um ente ativo e
capaz de influenciar no viver da coletividade.

Com base nestas ideias, este curso pretendeu promover a interação entre a
Universidade e a comunidade parintinense, contribuindo com o seu desenvolvimento, no
sentido de conscientizar as pessoas sobre o seu papel de cidadão ativo e transformador da
realidade social, com ideias que possam orientar suas ações no mesmo sentido de uma práxis
filosófica, uma ação consciente que pressupõe a teoria e a reflexão, articulando a participação
acadêmica com a comunidade parintinense, assegurando relações transformadoras entre a
universidade e a sociedade.

https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/etica-e-direitos-humanos/

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