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Métricas Ágeis

INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS ÁGEIS

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Principais metodologias ágeis
O desenvolvimento ágil é um grande guarda-chuva que abrange uma série de
metodologias ágeis com abordagens distintas, mas todas elas convergem para os
valores centrais do Manifesto Ágil.

A lista de metodologias e práticas ágeis é extensa. As mais comuns são Scrum,


Extreme Programming (XP), kanban, Feature Driven Development (FDD), Dynamic
Systems Development Method (DSDM) e o Adaptive Software Development (ASD).

O termo agile abrange diversas metodologias ágeis.

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Principais metodologias ágeis
De acordo com o State of Agile Report (2020), uma pesquisa global realizada com
mais de quarenta mil participantes de diversas organizações e indústrias variadas, as
metodologias ágeis mais usadas são Scrum, XP, Kanban e algumas variações híbridas,
como ScrumBan e Scrum/XP).

A pesquisa retrata também que os principais motivos para adotar métodos ágeis são:
acelerar a entrega de software (71%);
melhorar a capacidade de gerenciar prioridades em mudança (63%);
aumentar produtividade (51%);
melhorar a qualidade (42%).

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As metodologias ágeis mais
populares segundo o State of
Agile Report (2020).

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Scrum
Segundo SCHWABER (c2021), o Scrum é um processo iterativo e incremental para desenvolver
qualquer produto ou gerenciar qualquer trabalho. Ele produz um conjunto de funcionalidades
potencialmente entregáveis ao final de cada iteração.

Esse framework ágil se destaca pela ênfase dada ao gerenciamento do projeto, permitindo que
pessoas resolvam problemas complexos e adaptativos de forma auto-organizada.

Enquanto isso, entregam produtos com o valor mais alto possível de forma produtiva e criativa.

Modelo do Scrum

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Os pilares do Scrum
A metodologia Scrum se estabelece com base em três pilares.

Transparência: requer que os fatos sejam apresentados e


visíveis para todos os envolvidos e responsáveis por ele. Com
confiança e colaboração, as pessoas buscam alcançar um
objetivo organizacional comum.

Inspeção: todos no Time Scrum realizam inspeções no


produto, artefato, processo, prática e nas melhorias contínuas
para detectar variações indesejáveis.

Adaptação: capacidade de adaptação com base nos


resultados da inspeção. Adaptar-se o mais rápido possível
para minimizar novos desvios.
Os três pilares do Scrum.
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Os valores do Scrum
O método Scrum possui cinco valores que norteiam seu modo de aplicação.

CORAGEM 1
Trabalhar em equipe fortalece o enfrentamento dos desafios

FOCO 2
selecionar algumas atividades e manter o foco nelas para realizar entregas
mais rápidas, mais valiosas e com maior qualidade.

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COMPROMISSO 3
promover um ambiente adequado que permita o alinhamento com o Time Scrum
e a meta da sprint.

RESPEITO 4
respeitar uns aos outros e se ajudarem mutuamente sem julgamentos.

ABERTURA 5
tornar o processo transparente para que todos sabiam tudo sobre o trabalho que
está sendo feito. Desse modo, todos trabalham para que os desafios e problemas
sejam superados.
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Time Scrum
Segundo o Guia Scrum, o Time Scrum é formado por três elementos.

Product Owner: responsável por maximizar o valor


do produto resultante do trabalho do time, além de
gerenciar eficazmente o backlog do produto.

Scrum Master: responsável pela eficácia do time,


permitindo que melhorem suas práticas. É um líder
servidor que resolve os impedimentos e garante o
seguimento dos processos.

Time: responsável e comprometido em criar


incrementos funcionais do produto, adaptando o
plano, quando necessário, para seguir em direção à
meta da sprint.

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Eventos do Scrum
São eventos que foram criados de forma prescritiva,
visando regularizar o Scrum e evitar a necessidade de
reuniões não planejadas. Alguns desses eventos são:
sprint;
planejamento (planning);
reuniões diárias (daily ou stand-up meetings);
retrospectiva (retrospective);
revisão (review).

Os eventos do Scrum visam o alinhamento e


acompanhamento do projeto.

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Artefatos do Scrum
Com base no Scrum Guide, "Os artefatos do Scrum representam o
trabalho ou o valor para o fornecimento de transparência e oportunidades
para inspeção e adaptação.” (SCHWABER; SUTHERLAND, 2017, p. 14)

O backlog do produto é uma lista de itens implementada para construir o


produto. Além disso, é a fonte dos requisitos gerida pelo Product Owner
(PO), que determina as prioridades de acordo com seus valores.

Já o backlog da sprint refere-se à porção de itens retirada do backlog de


produto que será objetivo de desenvolvimento da sprint, sendo
transformado no próximo incremento de produto.

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Vantagens e desvantagens
Como toda metodologia, o Scrum possui pontos positivos e negativos na sua utilização.

VANTAGENS
funciona bem para projetos de curto e médio prazos;
aumenta a motivação nas equipes para cumprir cada sprint;
o foco na qualidade é uma constante;
permite reorganizar as prioridades ao término de cada sprint.

DESVANTAGENS
quando o foco é segmentado em partes menores, a equipe pode perder a noção
do todo;
pode haver conflitos internos se a equipe não for coesa e as funções de cada
membro não estiverem claras. 12
Extreme Programming (XP)
Essa metodologia foi desenvolvido por Kent Beck em 1996.

O XP é centrado em ciclos curtos de desenvolvimento e em


lançamentos frequentes, usando programação de pares,
testes unitários, revisão de código e comunicação
frequente com o cliente.

Ele enfatiza valores como comunicação, simplicidade,


feedback, coragem e respeito, priorizando a satisfação do
cliente. Com isso, os desenvolvedores são constantemente
motivados a aceitar as mudanças nos requisitos do cliente,
independentemente do estágio do ciclo de
desenvolvimento.

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Valores do XP
Assim como a metodologia Scrum, o XP possui alguns valores que norteiam sua ação.

COMUNICAÇÃO 1
A colaboração entre os membros visa criar melhores soluções para os
problemas enfrentados.

SIMPLICIDADE 2
Eliminação de desperdícios com complexidades desnecessárias para o
problema, tornando o código mais flexível.

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FEEDBACK 3
a demonstração do produto, embora inacabado, o mais cedo e frequentemente
possível para realizar alterações necessárias.

CORAGEM 4
a equipe está aberta a ser desafiada para além de suas capacidades,
concentrada em resolver os problemas.

RESPEITO 5
manter o respeito entre as partes, honrando seus acordos e compromissos,
variações e a diversidade.

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Planejamento e feedbacks contínuos
Na metodologia XP, existem alguns elementos que são cruciais para o andamento do projeto.

PLANEJAMENTO DE LIBERAÇÃO 1
É baseado nas histórias de usuários estimadas pela equipe, onde os marcos de
entrega alimentam o plano de liberação. Além disso, tem feedbacks mensais.

PLANEJAMENTO DA ITERAÇÃO 2
Baseia-se nas tarefas quebradas a partir das histórias de usuários que são estimadas pela
equipe e firmados compromissos por iteração. Além disso, possui feedbacks semanais.

RASTREAMENTO 3
Baseia-se na investigação de defeitos e também na produtividade da equipe. Os
feedbacks variam de segundos à dias.
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Planejamento e feedbacks contínuos

Planejar e receber
orientações do cliente é de
extrema importância no XP.

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Vantagens e desvantagens
A metodologia XP possui pontos positivos e negativos como qualquer outra.

VANTAGENS
um código simples permite seu aprimoramento a qualquer momento;
visibilidade de todo o processo e ciclo de desenvolvimento;
com o feedback constante, aumenta a maturidade das equipes;
com os testes regulares, o desenvolvimento fica mais rápido.

DESVANTAGENS
o foco no código e não no design pode gerar retrabalho maior se a complexidade
aumentar;
dificuldades na adoção em times distribuídos.
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Kanban
Quadro Kanban.
Consiste em um método de gestão evolucionário
para a implantação de mudanças que oferece uma
série de princípios que buscam reduzir desperdício
e melhorar o desempenho.

É um sistema de gestão visual que auxilia no


controle de tarefas e fluxos de trabalho por meio
de colunas e cartões.

O Kanban é caracterizado por mostrar o início do trabalho sua evolução gradual, por meio da
visualização simples do fluxo de trabalho.

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Princípios básicos do Kanban
David Anderson (2020), criador do método Kanban, definiu alguns princípios básicos:
começar com o que você faz agora;
buscar uma mudança incremental e evolutiva;
respeitar os processos, papéis e responsabilidades da organização. Não existe um
processo de desenvolvimento Kanban;
incentivar atos de liderança em todos os níveis hierárquicos.

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Práticas gerais do Kanban
Como toda metodologia, o Kanban possui práticas gerais que direcionam suas ações.

VISUALIZE 1
o que é invisível não pode ser gerenciado, por isso, visualize todo o processo
para gerenciá-lo melhor e fazê-lo de forma colaborativa e com consenso.

LIMITE WORK IN PROCESS (WIP) 2


em um sistema puxado, um novo trabalho só é iniciado quando há capacidade
disponível.

GERENCIE O FLUXO 3
os itens de trabalho devem ser monitorados em cada estado do fluxo, rápido e
suave, a fim de criar valor rapidamente.
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TORNE O PROCESSO EXPLÍCITO 4
As regras devem estar compreensíveis para possibilitar uma discussão de
questões mais racional, empírica e objetiva, facilitando o consenso.

IMPLEMENTE CICLOS DE FEEDBACK 5


Um processo evolutivo com ciclos de feedback permite comparar os resultados e
fazer ajustes rápidos.

MELHORE COLABORATIVAMENTE 6
E EVOLUA EXPERIMENTALMENTE
A compreensão compartilhada dos objetivos, fluxos, processos e riscos, possibilita
que um problema seja solucionado por toda a equipe de forma colaborativa.
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Vantagens e desvantagens
Apesar de bem quista, a metodologia Kanban, como as demais, tem pontos fortes e fracos.

VANTAGENS
todas as tarefas são visíveis e todos estão na mesma página;
os gargalos são nítidos em seu fluxo;
flexibilidade e entregas contínuas;
equipe mais responsiva que atende à demanda real.

DESVANTAGENS
se as tarefas não estiverem atualizadas, a interpretação do quadro será
equivocada;
como não há iterações, pode haver atraso associado ao fluxo.
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Referência Bibliográfica
ANDERSON, David J. Kanban: successful evolutionary change for your technology business.
Washington: Blue Hole Press, 2010.

ANDERSON, David J. The Principles and General Practices of the Kanban Method. David J
Anderson School of Management, 2020. Disponível em: https://djaa.com/principles-and-general-
practices-of-the-kanban-method/. Acesso em: 9 fev. 2021.

EXTREME PROGRAMMING - Additional Features. Feedback Loops. Tutorials Point. Disponível em:
https://www.tutorialspoint.com/extreme_programming/extreme_programming_additional_featur
es.htm. Acesso em: 9 fev. 2021.

24
Referência Bibliográfica
HAUNTS, Stephen. Agile Software Development Succinctly. [S.l.]: Syncfusion, 2015.

HIGHSMITH, James. Adaptive Software Development: a collaborative approach to managing


complex systems paperback. [S.l.]: Dorset House, 1999.

LAMELAS, Ana. Top 5 main Agile methodologies: advantages and disadvantages. Xpand it, 2018.
Disponível em: https://www.xpand-it.com/2018/10/11/top-5-agile-methodologies/. Acesso em: 9
fev. 2021.

SLIGER, Michele; BRODERICK, Stacia. The Software Project Manager's Bridge to Agility. Boston:
Addison-Wesley Professional, 2008.

25
Referência Bibliográfica
SCHWABER, Ken; SUTHERLAND, Jeff. Guia do Scrum 2017 - Um guia definitivo para o
Scrum: as regras do Jogo. 2017. Disponível em:
http://www.scrumguides.org/docs/scrumguide/v2017/2017-Scrum-Guide-Portuguese-
Brazilian.pdf. Acesso em: 9 fev. 2021.

SCHWABER, Ken. Scrum is simple, just use it as is! Ken Schwaber's Blog: Telling It Like It Is, 2017.
Disponível em: https://kenschwaber.wordpress.com/2017/11/11/scrum-is-simple-just-use-it-as-
is/. Acesso em: 9 fev. 2021.

SCHWABER, Ken. What is Scrum? A Better Way Of Building Products. [S. l.]: Scrum.org, c2021.
Disponível em: <https://www.scrum.org/resources/what-is-scrum>. Acesso em: 15 fev. 2021.

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Leitura Complementar
AGILE Business Consortium. What is DSDM? Disponível em:
https://www.agilebusiness.org/page/whatisdsdm. Acesso em: 9 fev. 2021.

BECK, Kent. ANDRES, Cynthia. Extreme programming explained: embrace change. [S.l.]: Addison-
Wesley Professional, 2004.

DIGITAL.AI. The 14th annual State of Agile Report. State of Agile, 2020. Disponível em:
https://stateofagile.com/#ufh-i-615706098-14th-annual-state-of-agile-report/7027494. Acesso
em: 9 fev. 2021.

SCHWABER, Ken. Control Chaos. Disponível em: www.controlchaos.com. Acesso em: 30 jan. 2021.

WELLS, Dom. Extreme Programming: a gentle introduction. Extreme Programming, 2013.


Disponível em: http://www.extremeprogramming.org/. Acesso em: 30 jan. 2021.

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