DANIEL O. TASAICO
ENG. MECÂNICO, M.SC. ENGENHARIA AMBIENTAL
DIFUSÃO
A maioria das situações práticas envolvendo difusão ocorre em condições de estado não-
estacionário (condições transientes).
O fluxo de difusão e o gradiente de concentração em um ponto específico no interior de um
sólido variam ao longo do tempo, havendo como resultado um acúmulo ou esgotamento
líquido do componente que se encontra em difusão.
Perfis de concentração em
três momentos diferentes do
processo de difusão.
SEGUNDA LEI DE FICK
𝜕𝐶 𝜕 𝜕𝐶
= 𝐷
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑥
Condições de contorno:
Para t = 0, C=C0 em 0 ≤ 𝑥 ≤ ∞
Para t > 0, C=Cs (a concentração superficial constante) em x = 0.
C = C0 em x = ∞.
Suponha que se deseje atingir uma determinada concentração de soluto C1 em uma liga, o lado esquerdo da
equação se torna então:
ou
Perfil de concentração para a difusão em estado não-estacionário.
EXEMPLO 1
Para algumas aplicações, torna-se necessário endurecer a superfície de um aço (ou liga ferro-
carbono) para níveis acima do existente em seu interior. Uma das maneiras de se executar isso
é pelo aumento da concentração superficial de carbono, através de um processo conhecido
por carbonetação. A peça de aço é exposta, em temperatura elevada, a uma atmosfera rica
em um hidrocarboneto gasoso, como o metano (CH4).
Considere uma dessas ligas que contenha inicialmente uma concentração uniforme de
carbono de 0,25%p e que deva ser tratada a uma temperatura de 950℃ (1750℉). Se a
concentração de carbono na superfície for repentinamente elevada e mantida em 1,20%p,
quanto tempo será necessário para se atingir um teor de carbono de 0,80%p em uma posição
localizada 0,5 mm abaixo da superfície? O coeficiente de difusão para o carbono no ferro a
essa temperatura é de 1,6 x 10-11 m2/s. Suponha que a peça de aço seja semi-infinita.
Como este é um caso de difusão em estado não – estacionário onde a composição na superfície é mantida
constante, utilizaremos a última equação. Os valores dos parâmetros em esta expressão, exceto o tempo, são
especificados no enunciado do problema:
C0 = 0,25%p C
Cs = 1,20%p C
Cx = 0,80%p C
X = 0,50 mm = 5 x 10-4 m
D = 1,6 x 10-11 m2/s
Portanto,
Da tabela 5.1:
EXEMPLO 2
Os coeficientes de difusão para o cobre no alumínio a 500 e 600℃ são de 4,8 x 10-14 e 5,3 x
10-13 m2/s, respectivamente. Determine o tempo aproximado a 500℃ que irá produzir o
mesmo resultado de difusão (em termos da concentração de Cu em algum ponto específico
no Al) que um tratamento térmico a 600℃ com duração de 10 horas.
Solução:
A composição nas duas situações de difusão deve ser a mesma na mesma posição (x é
também uma constante), portanto
Espécies Difusivas
A magnitude do coeficiente de difusão D é um indicativo da taxa segundo a qual os átomos se
difundem. Os coeficientes, tanto de autodifusão como de interdifusão, para vários sistemas metálicos
estão listados na Tabela 5.2. As espécies difusivas, bem como o material hospedeiro, influenciam o
coeficiente de difusão.
TEMPERATURA
Apresenta uma influência das mais profundas sobre os coeficientes e taxas de difusão.
Para a autodifusão de Fe no Fe α, o coeficiente de difusão aumenta em aproximadamente seis ordens de
magnitude (de 3,0 x 10-21 para 1,8 x 10-15 m2/s) ao se elevar a temperatura de 500 para 900℃.
A dependência dos coeficientes de difusão em relação à temperatura se da de acordo com a expressão
Uma vez que D0, Qd e R são todos valores constantes, a equação assume a forma
da equação de uma reta.
y e x são análogos, respectivamente, às variáveis logD e MT. Dessa forma, se o valor
de logD for plotado em função do inverso da temperatura absoluta, o que resulta
deve ser uma linha reta, possuindo inclinação e interseção com o eixo y de –Qd/2,3R e
logD0, respectivamente.
A partir desse tipo de gráfico para diversos sistemas de ligas, pode-se observar que
existem relações lineares para todos os casos mostrados.
Gráfico do
logaritmo do
coeficiente de
difusão em
função do inverso
da temperatura
absoluta para
diversos metais.
EXEMPLO 3
Usando os dados na Tabela 5.2 calcule o coeficiente de difusão para o magnésio no alumínio a 550℃.
Da tabela 5,2, os valores de D0 e Qd são, respectivamente, 1,2 x 10-4 m2/s e 131 kJ/mol.
EXEMPLO 4
Se 𝜌 é constante:
Base molar:
Se C é constante:
Também pode ser expresso o fluxo de massa (por difusão) e o fluxo molar (por difusão) da espécia
A como a transferência de massa por difusão, por unidade de tempo e por unidade de área normal
à transmissão de massa, conhecido como o fluxo específico de difusão.
Basse mássica:
Base molar:
No casso particular de densidade constante 𝜌 da mistura e concentração molar C
constante, as relações anteriores são simplificadas a:
Base mássica:
Base molar:
EXEMPLO 5
Uma tubulação contém uma mistura de He e N2 gasoso a 298 K e 1 atm de pressão total, constante em
todo o comprimento do tubo. Em uma das extremidades deste ponto 1, a pressão parcial PA,1 do He é de
0,60 atm, e na outra extremidade, a 20 cm, PA,2 é de 0,20 atm. Calcule, em unidades SI, o fluxo específico
de He no estado estacionário, quando o valor de DAB da mistura He- N2 é de 0,687 cm2/s.
EXEMPLO 6