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Volúpia

Gilka Machado

Tio Jason
“Sonhei em ser útil à humanidade. Não
consegui, mas fiz versos. Estou convicta de
que a poesia é tão indispensável à existência
como a água, o ar, a luz, a crença, o pão e o
amor".

“Sonhei

amor".
Tenho-te, do meu sangue alongada nos veios,

Volúpia à tua sensação me alheio a todo o ambiente;


os meus versos estão completamente cheios
do teu veneno forte, invencível e fluente.

Por te trazer em mim, adquiri-os, tomei-os,


o teu modo sutil, o teu gesto indolente.
Por te trazer em mim moldei-me aos teus coleios,
minha íntima, nervosa e rúbida serpente.

Teu veneno letal torna-me os olhos baços,


e a alma pura que trago e que te repudia,
inutilmente anseia esquivar-se aos teus laços.

Teu veneno letal torna-me o corpo langue,


numa circulação longa, lenta, macia,
a subir e a descer, no curso do meu sangue.
Mitologia
Volúpia Hedonê, é a daemon ou deusa
do prazer. Filha de Eros e Psiquê.
Dicionário Sua correspondente da mitologia
romana é "Volúpia".
1. Prazer sensitivo; satisfação
obtida através dos sentidos:
beber com volúpia.
2. Excesso de prazer em geral: as
volúpias do trabalho, do estudo.
conduto natural de água subterrânea. aquilo que serve de fundamento
ou base; ponto central, essência.
corrente de água doce; riacho, ribeirão, regato. "atacar o v. de um raciocínio"
Tenho-te, do meu sangue alongada nos veios,

à tua sensação me alheio a todo o ambiente;

os meus versos estão completamente cheios

do teu veneno forte, invencível e fluente.


que corre como um
líquido; corrente, fluido.
Por te trazer em mim, adquiri-os, tomei-os,

o teu modo sutil, o teu gesto indolente.


Qualidade do que não é dolorido
ou que não sente dor.
Por te trazer em mim moldei-me aos teus coleios,
1.mover o colo, a cabeça, ou mover ao mesmo tempo a cabeça e o pescoço.
2. mover(-se), deslizar (a serpente). - "a serpente coleava à sombra"
minha íntima, nervosa e rúbida serpente.
bastante avermelhado; rubro, rúbeo, rubicundo, rúbido.
Teu veneno letal torna-me os olhos baços,
Que não possui brilho ou que
deixou de o possuir; embaciado.
e a alma pura que trago e que te repudia,

inutilmente anseia esquivar-se aos teus laços.


Teu veneno letal torna-me o corpo langue,
de grande fraqueza física;
sem forças, sem energia.
numa circulação longa, lenta, macia,

a subir e a descer, no curso do meu sangue.

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