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ESCOLA SESI Drª. ÊMINA BARBOSA MUSTAFA

ORGANIZADO POR:

PROF. SANDRO ALVES DE OLIVEIRA

DISCIPLINA ENSINO RELIGIOSO

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APOSTILA DE ENSINO RELIGIOSO - 1º BIMESTRE

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................. 04

AULA 1: O QUE É RELIGIÃO? PARA QUE SERVE?................................................................... 05

AULA 2: TIPOS DE RELIGIÕES...................................................................................................... 09

AULA 3: OS COMPONENTES DE UMA RELIGIÃO.................................................................... 14

AULA 4: AS MAIORES RELIGIÕES MUNDIAIS.......................................................................... 26

AULA 5: AS RELIGIÕES POUCO CONHECIDAS......................................................................... 33

AULA 6: LIBERDADE E INTOLERÂNCIA RELIGIOSA.............................................................. 40

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INTRODUÇÃO

Diante do desafio de ministrar aulas de Ensino Religioso, elaboramos este material para
auxiliar o aluno no processo de ensino e aprendizagem nessa área de conhecimento. Este material foi
elaborado de forma clara e objetiva seguindo as diretrizes que regem essa disciplina.
O Ensino Religioso tem sido motivo de debates na sociedade, pois vivemos num país laico
que reconhece a importância de formar cidadãos completos que tenham conhecimentos em todas as
áreas. Com o Ensino Religioso transmitimos aos alunos um conhecimento sobre as religiões e as
diversas manifestações religiosas existentes no mundo.
Começaremos abordando as definições de religião, sua função dentro da sociedade, os tipos
de religiões que podemos encontrar, monoteístas, politeístas, panteístas, monismo, totemismo e
outros. E para concluir o bimestre conheceremos as tradições religiosas afro-brasileiras e
promoveremos a diversidade religiosa com o intuito de fomentar a liberdade religiosa e combater
atitude intolerantes com qualquer tipo de religião.
Aproveite esse material e conheça o diferente, isso vai tornar você uma pessoa mais humana e
disposta a respeitar o outro. QUEM CONHECE TOLERA!

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AULA 1: O QUE É RELIGIÃO? PARA QUE SERVE?

INTRODUÇÃO

Precisamos antes entender que uma religião não está necessariamente ligada a uma crença
monoteísta, isto é, a crença na existência de uma única divindade suprema. Além disso, uma religião
não está necessariamente interligada a preceitos morais. A ideia de que os deuses estão interessados
em definir o modo de comportamento socialmente aceito não existe em várias religiões. Não
devemos também apontar que uma religião está sempre fundamentada sobre um mito de criação do
mundo.
Por fim, não podemos definir uma religião apontando a busca pelo sobrenatural (deuses,
espíritos, fantasmas, demônios etc.) como uma das características-chave. Existem religiões que se
pautam na busca pela harmonia com o mundo e com a convivência imediata e que não estão
interessadas em entender o que está além dos nossos sentidos.
Todos esses pontos são levantados por Anthony Guiddens*, sociólogo britânico, em sua
breve definição do que não deve ser entendido como característica-chave na definição do que é
religião. Entretanto, sua explicação também se ocupa em reunir as formas de definição mais
amplamente aceitas.
A Religião é psicossocialmente falando, um ponto importante de apoio ao homem no que diz
respeito ao preenchimento de espaços vazios, que por vezes prejudica o desenvolvimento social,
humano e psicológico, levando a raça humana a caminhos que são diferentes do ponto de vista do
crescimento espiritual.

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DEFINIÇÕES DE RELIGIÃO

Para definirmos o que é uma religião, precisamos antes entender que não podemos partir de
noções individuais, predefinidas e tendenciosas sobre a forma como se constrói a crença de um
grupo. Assim sendo, não podemos tomar as características do cristianismo, por exemplo, como ponto
de comparação sobre o que é ou o que não é uma religião.
A religião é o “religar” do homem a alguma crença, na qual ele (o ser humano) deposita e
garante a sua fé e confiança, se caracteriza como “o preenchimento da lacuna” que separa o homem
de Deus, e é esta religação que traz os aspectos de transformação e conversão total, que conceitua a
religião num patamar muito acima de qualquer área ou ciência humana.
A religião é um conjunto de símbolos e rituais que possuem significados amparados pela
crença de um grupo de fieis que se identificam com a organização religiosa. As religiões carregam
certos pontos em comum. A primeira delas é que, até onde se sabe, todas as religiões possuem um
conjunto de símbolos que remetem ou são alvos de reverência e/ou respeito. Esses símbolos estão
ligados a rituais ou cerimônias, dos quais a comunidade de fiéis participa ativamente. Isso quer dizer
que, em toda religião, existem objetos ou ideias simbólicas que representam algo a ser reverenciado e
admirado.

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PARA QUE SERVE RELIGIÃO?

O estudo da religião é tema constitutivo e fundador da sociologia. Tanto Karl Marx, como
Émile Durkheim e Max Weber se interessaram pela elaboração de teorias visando compreender
aspectos da vida religiosa e sua influência na sociedade. Os estudos produzidos por Weber, porém,
sem dúvida alguma tiveram maior amplitude teórica e empírica.
Weber analisou e comparou diversas religiões que existiram e que ainda existem no mundo,
avaliando o papel que as crenças religiosas exercem na conduta dos indivíduos em sociedade. Num
plano mais geral, o autor desvelou o potencial que a religião tem de provocar transformações na
ordem social, sejam elas na esfera da economia, da política ou da cultura em geral.
[…] a verdadeira função da religião não é nos fazer pensar, enriquecer nosso conhecimento,
[…] mas sim nos fazer agir, nos ajudar a viver. Durkheim.
Por este motivo, para Durkheim, a vida religiosa é voltada para ação. E Weber iria adiante ao
dizer que toda ação é racional, portanto as religiões não podem ser irracionais. Mas em Durkheim o
simbolismo religioso também atua com a função de reproduzir as hierarquias sociais.
O fato de a religião ter sido legitimadora de diversas formas de poder arbitrários ao longo de
milênios não anula seu potencial criador, seu impulso para a ação coletiva. Por isso, Durkheim
compreendia que, em última instância, a religião ensina as pessoas a viver melhor e fornece
(especialmente para sociedades não modernas) o chão para a estabilidade das relações sociais.

CONCLUSÃO

O fato de a religião ter sido legitimadora de diversas formas de poder arbitrários ao longo de
milênios não anula seu potencial criador, seu impulso para a ação coletiva. Por isso, Durkheim
compreendia que, em última instância, a religião ensina as pessoas a viver melhor e fornece
(especialmente para sociedades não modernas) o chão para a estabilidade das relações sociais.

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Perguntas:

1 – O que devemos evitar na hora de definir o que é religião?


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2 – A religião é um conjunto de símbolos e rituais.


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3 – Como Durkheim explicou a função da religião para a vida?


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REFERÊNCIAS

Disponível em://bertonesousa.wordpress.com/2013/12/14/a-funcao-social-da-religiao-em-durkheim/

Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/o-conceito-e-a-importancia-da-religiao-na-vida-


humana/81523

Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/religiao-o-papel-que-as-crencas-


religiosas-desempenham-na-vida-social.htm?cmpid=copiaecolmaua

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AULA 2: TIPOS DE RELIGIÕES

Vivemos num mundo onde a diversidade religiosa causa impactos na sociedade e à modifica de tal
maneira que influencia políticas, ideologias e leis sociais. Não existe uma só religião, mas inúmeras
tradições religiosas que tem contribuído para o desenvolvimento da humanidade. Temos como tipos
de religiões, os monoteístas, politeístas, panteístas e outros grupos que serão apresentados durante
essa aula. Com ela aprenderemos a conhecer outras manifestações religiosas que muitas das vezes
são bem distintas das que já conhecemos. Conhecer o outro é uma atitude nobre que desenvolve a
humanidade e a coloca no caminho do progresso e da felicidade.

PANTEÍSMO

A expressão ‘Panteísmo’ deriva do grego ‘pan’, que tem o sentido de ‘tudo’; e de ‘theos’, que
significa ‘Deus’. Desta forma este termo se traduz aproximadamente por ‘tudo é Deus’. Segundo esta
doutrina, Deus está presente em todo o Universo, em cada elemento; ela defende igualmente a
existência de várias divindades ligadas aos mais variados componentes da Natureza.
De acordo com os panteístas, Deus seria, em relação ao todo, a cabeça, enquanto o Cosmos
seria seu aspecto corporal. E convivem igualmente a crença em um único Ser Supremo, e a certeza
da existência de diversos deuses conectados aos elementos naturais. Esta doutrina conjuga a esfera
mental à dimensão material, e percebe nesta identidade a natureza divina.

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O perecível e o eterno
se confundem, pois são
redutíveis um ao outro, embora
se manifestem de forma
diferente no plano da realidade,
como faces distintas do mesmo
evento. O universo, para o
Panteísmo, não tem princípio,
sendo assim auto existente; mas
pode, com certeza, sofrer
mutações. O principal aspecto
desta doutrina, porém, é que
Deus existe em tudo, em todas as coisas, permeando completamente a sua Criação.
Para esta doutrina, Deus se identifica com o Cosmos. Os panteístas não adotam locais
sagrados e a única norma que seguem é a Lei Natural, vigente também no âmbito da Ciência.

POLITEÍSMO

Politeísmo é a crença em muitos


deuses ou sua adoração. Resulta de crenças
em espíritos, demônios e forças
sobrenaturais, definidas vagamente em
crenças como o animismo, totemismo e
culto aos ancestrais. As forças sobrenaturais
são organizadas e personificadas em uma
família cósmica que é o núcleo do sistema
de crenças de um povo ou etnia. O
politeísmo se espalhou pelo mundo antigo e
em muitas culturas antigas existiu a prática do politeísmo e seus deuses tinham características
humanas (antropomorfismo) e funções específicas, como na Grécia e Roma antigas, onde havia um
intrincado sistema mitológico e diversas divindades que interferiam nas atividades humanas
(mitologia grega): Zeus, Hera, Palas-Atena, Poseidon, Ares, Apolo, Afrodite etc. O Império Romano
assimilou o politeísmo grego e de outras culturas que conquistara (mitologia romana): Júpiter, Juno,
Minerva, Netuno, Marte, Apolo, Vênus. No Egito antigo os deuses tinham formas híbridas de objetos
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da natureza, animais e humanos num sistema de crenças bem desenvolvido e que era a base de sua
cultura. Os faraós eram as personificações de deuses na terra e seus deuses eram o sol (Amon-Rá), a
fertilidade (Isis), a fecundidade (Osíris) e outros.
Conforme os sistemas de crenças politeístas se desenvolviam, se estabeleciam sistemas de
hierarquia entre essas divindades e as famílias de deuses explicavam os fenômenos naturais e sua
relação com o universo. Raramente admite uma verdade absoluta como no monoteísmo e o
politeísmo praticado em muitas antigas culturas asiáticas, africanas, europeias e entre indígenas nas
Américas, ainda hoje é a crença de muitos povos. Politeístas são as religiões e crenças popularmente
praticadas em todo o mundo atual, ou seja, no Hinduísmo, Budismo Mahayana, Confucionismo,
Taoísmo, Xintoísmo e nas religiões tribais africanas e americanas.

MONOTEÍSMO

Monoteísmo é a crença em um deus único, singular e deriva das palavras gregas μόνος
(monos) "único" e θεός (theos) "divindade". Acredita em um único Deus onipresente, onisciente e
onipotente, responsável pela criação de todas as coisas no Universo, diferindo dos politeístas que
creem que cada particularidade da natureza ou atividade humana seja de responsabilidade de
diferentes divindades. Difere, portanto, das crenças em várias divindades (politeísmo), ainda que se
admita que o politeísmo possa ser conciliável com o monoteísmo inclusivo ou outras formas de
monismo. Difere também do
henoteísmo – a adoração a um único
deus, mas que admite a existência de
outros deuses. Contrasta com o
dualismo teísta (ou diteísmo), como
existente no gnosticismo e
contrasta com a monolatria –
reconhece muitos deuses, mas a adora
apenas uma divindade de forma
consistente.
Dificilmente se aceita a teoria de que houve uma evolução natural do politeísmo ao
henoteísmo e depois chegando-se ao monoteísmo. As religiões monoteístas são o judaísmo, o
cristianismo e o islamismo – as chamadas religiões abraâmicas - e o próprio monoteísmo abriga,
internamente, diversas concepções de Deus.

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ATEISMO

Desde tempos ancestrais, há pessoas


que colocam em dúvida a existência de
Deus, de qualquer ser sobre-humano. Há
uma antiga controvérsia, que na verdade
persiste até nossos dias, na qual um
determinado grupo religioso acusa outro de
ateísmo por não compartilhar de suas
crenças. Foi assim com as autoridades
romanas em relação ao nascente
Cristianismo, e também ocorreu o mesmo
com a doutrina cristã no que diz respeito aos seus algozes e, igualmente, aos considerados heréticos.
Em seu sentido mais amplo, porém, ele simboliza todos os que não creem em uma entidade divina.

Além desses tipos de religiões que já foram apresentados encontramos outros tipos. Quando
olhamos para o mundo religioso percebemos uma significativa evolução do pensamento religioso.

CONCLUSÃO

Esta aula nos levou por uma viagem no universo das religiões, um lugar onde nos deparamos com o
transcendente, o místico, o misterioso e sobrenatural. Aulas como essas fazem toda a diferença, pois
nos ensina algo extraordinário que é a religião. Na próxima aula aprenderemos um pouco mais sobre
os componentes que formam as religiões e perceberemos o quanto ainda temos que aprender sobre
religião. Um conhecimento que pode fazer a diferença na forma como nos relacionamos.
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Perguntas:

1 – Segundo o que foi apresentado nesta aula explique o que é o Panteísmo?


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2 – O Monoteísmo é um tipo de religião que defende a ideia da existência de uma só divindade. Dê


exemplos de três religiões monoteístas.
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3 – Quais são os principais tipos de religiões que foram apresentados na aula de hoje?
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REFERÊNCIAS

Disponível em: https://www.infoescola.com/religiao/monoteismo/


Disponível em: https://www.infoescola.com/religiao/ateismo/
Disponível em: https://www.infoescola.com/religiao/panteismo/
Disponível em: https://www.infoescola.com/religiao/politeismo/

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AULA 3: OS COMPONENTES DE UMA RELIGIÃO

As religiões são formadas por um conjunto de elementos que as diferenciam uma das outras e
as identificam como singular. Os principais componentes são: símbolos, rituais, livros sagrados,
lugares sagrados, a transcendência e as crenças. Durante esta aula estaremos conhecendo cada
elemento desse de forma mais detalhada. O objetivo é mostrar a composição de uma religião para
que você possa entender sua as particularidades. Veja os principais componentes:

SÍMBOLOS

É muito comum que as religiões estabeleçam seus próprios símbolos, estes, essencialmente,
são criados com o objetivo de relacionar a humanidade com a espiritualidade e seus valores morais.
Muitas delas possuem narrativas, tradições, simbolismos e histórias sagradas que se destinam a dar
sentido à vida ou explicar a sua origem e do universo.
Entende-se por simbolismo religioso todo, e qualquer, uso de símbolos, incluindo arquétipos,
atos, trabalhos artísticos, eventos, ou fenômenos naturais, por uma religião. A maioria das doutrinas
visualizam textos, rituais e obras de arte como símbolos de ideias convincentes ou ideais.
O uso de símbolos religiosos exprime os valores morais da sociedade, os ensinamentos da
religião, cria um sentimento de solidariedade entre os seguidores e funciona como uma forma de

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aproximação do adepto com o seu deus ou deuses. Os principais símbolos e seus respectivos
significados são:

Cruz (Cristianismo)

Antes de Cristo, símbolos semelhantes já apareciam em culturas


pagãs. No início do século IV, o imperador romamo Constantino aboliu as
condenações na cruz e o símbolo foi adotado pelo cristianismo. Além de
representar a morte de Cristo, a cruz simboliza Deus, Jesus e o Espírito
Santo (Santíssima Trindade), nas pontas superior, inferior e nas laterais,
respectivamente.
A forma da cruz muda de acordo com a tradição – latina, grega, de Santo Antão, cópta, etc -.
Porém algumas culturas ligam o símbolo a formas de adoração do paganismo, e não de fé ao
cristianismo, que por sua vez não é o catolicismo.

Estrela de Davi (Judaísmo)

O maior símbolo do Judaísmo é formado por duas pirâmides – uma


apontando para cima e a outra invertida- representando a união ou
equilíbrio entre o céu e a terra. Segundo a literatura, Davi, rei de Israel,
mandava gravar o símbolo nos escudos de seu exército como amuleto de
proteção.
Não se sabe, precisamente, quando este símbolo foi gerado, no
entanto temos conhecimento que o mesmo foi geometricamente construído em forma de estrela com
duas letras Dálet, que compunham o nome David (entrelaçando-as, e girando uma das letras em 180
º, para que seu vértice se colocasse para baixo). Mais tarde, a estrela de Davi tornou-se símbolo da
nação israelita e do povo judeu, estando presente na bandeira de Israel.

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Lua crescente com estrela (Islamismo)

O símbolo admite diversas interpretações: casamento da lua com a


Estrela D’ Alva (fenômeno da natureza que ocorre no mês de outubro com
a ‘aproximação’ dos dois astros); como também é o símbolo do Islã. Tal
representação pode ser observado, em branco, na bandeira vermelha da
Turquia – nesse país cerca de 99% das pessoas têm o islamismo como
religião.
Antes do islamismo, supõem estudiosos, árabes nômades cultuavam a Lua por viajarem à
noite. Quando o símbolo foi adotado na bandeira do império turco-otomano ganhou a identificação
com os muçulmanos. Ainda assim, alguns fiéis mais radicais negam a utilização de qualquer símbolo
para representar a fé islâmica.

OM (Hinduísmo)

O Om ou Aum (“aquilo que protege”) é, além do símbolo do


Hinduísmo, o principal mantra da tradição religiosa. Assim como
muitos outros poemas religiosos, este também está presente no
Budismo e no Jainismo e representa o trimurti, isto é, o conjunto
formado pelas três principais divindades hindus: Brahma, o criador
do universo; Vishnu, o reformador; e Shiva, o destruidor (ou
transformador).
Os mantras são palavras, poemas ou textos entoados durante a meditação para auxiliar na
concentração e invocar divindades. Sua forma é semelhante a de um número três e, como todos os
outros, funciona como uma espécie de oração.

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Suástica (Jainismo)

Este símbolo, que também aparece no hinduísmo e no budismo, na


teoria é um desenho com quatro letras gregas gama (G). Normalmente é
utilizado para representar conceitos da natureza relacionados ao número
quatro, como por exemplo os quatro ventos, os quatro pontos cardeais e as
quatro estações. Apesar de sua imagem estar diretamente ligada ao Regime
Nazista de Adolf Hitler, a suástica esteve presente em muitas culturas
milenares, sendo representada por meio de diversas formas gráficas.
A palavra ‘suástica’ é originária do sânscrito e significa “aquilo que traz boa sorte”. A sua
raiz, “Svas”, quer dizer bondade. No século XX, o nazismo popularizou o símbolo que, mais tarde,
passou a ser associado a algo negativo.

Dharmacakra (Budismo)

O Dharmacakra ou Roda do Dharma, na sua forma mais simples, é


reconhecido como um símbolo budista. Embora muitos dos adeptos não
considerem o budismo como religião, a filosofia também carrega algumas
marcas características. O círculo de onde partem oito raios é conhecido também
como roda da doutrina ou da lei, que por sua vez são os ensinamentos de Buda
para que se alcance a iluminação, entre eles o nobre caminho óctuplo, com oito vias que levam ao
fim do sofrimento.
Cada um dos braços representa cada uma das oito práticas do ‘nobre caminho’: compreensão
correta, pensamento correto, fala correta, ação correta, meio de vida correto, atenção correta,
sabedoria correta e visão correta. O símbolo aparece na bandeira da Índia, sendo que no pavilhão são
muitos os raios.

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Yin-Yang (Taoismo)
Yin e Yang são os dois princípios cósmicos primários do universo,
segundo a filosofia tradicional chinesa. Yin (do Mandarin, lua) é o princípio
passivo, feminino. Yang (do Mandarin, sol) é o principio ativo, masculino. Ainda
de acordo com a lenda, o imperador chinês Fu Hsi afirmou que o melhor estado
para tudo no universo é o estado de harmonia representado pelo equilibrio entre
as forças de yin e yang.
Foi estudando as sombras projetadas pelo movimento do Sol que os chineses montaram o
‘infográfico’ indicando a duração de dias e noites ao longo do ano. Esse equilíbrio, fundamental para
a prática agrícola, passou a representar a importância dos opostos e a presença de ‘um dentro do
outro’.

KHANDA (Sikhismo)
O símbolo é resultado da junção de quatro armas: a espada de dois gumes
no centro do círculo simbolizando o Deus único, cuja infinitude e perfeição é
representada pela circunferência; a espada da esquerda que se refere ao poder
espiritual cruzando o poder político, esse representado pela espada à direita. O
significado político, raro em símbolos religiosos, é resultado das perseguições
sofridas pelos sikhs ao longo da sua história.

Estrela de nove pontas (Fé Bahá’í)


O número 9 é considerado sagrado na Fé Bahá’í, representa perfeição –
pois é o maior dígito – e também é o valor numérico da palavra Bahá em Árabe,
onde é possível utilizar letras e numerais ao mesmo tempo nas palavras. Por outro
lado simboliza as nove religiões divinamente reveladas: sabeísmo, hinduísmo,
budismo, zoroastrismo, judaísmo, cristianismo, islamismo, fé babí, e fé bahá’í.
A estrela de nove pontas não possui apenas um significado simbólico. Essa religião persa,
fundada em 1844, prega que as lideranças religiosas ao longo dos séculos, como Maomé e Jesus, são
enviados de um mesmo Deus. Tal premissa justifica o fato da doutrina elenca nove religiões –
representadas pelas pontas.

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A despeito do símbolo sagrado do número 9, considerado pelos bahá’ís e nos escritos
sagrados, a estrela de 5 pontas – o ser humano – é a que representa esta fé, conforme afirma Shoghi
Effendi e explica o Bád.

Flor de Lótus (Ayyavazhi)


Fundada no século XIX, a religião indiana Ayyavazhi tem como principal
símbolo a flor de lótus. O símbolo está presente no Sahasrara (também chamado de
chacra da coroa), o sétimo e mais importante dos chacras que situa-se no alto da
cabeça da pessoa e se relaciona com o padrão de energia global da mesma.
Esse chacra é originado na tradição hindu mas, assim como diversos outros
elementos do hinduísmo, foi assimilado por outras religiões. No alto da flor está o Namam (ou
Thirunamam), também presente no Sahasrara.

Hexagrama (Ocultismo)
É um dos símbolos mais malignos e poderosos da feitiçaria. Usado para
conjurar demônios a esta dimensão, para estabelecer comunicação com os mortos,
para descrever o ato sexual e para representar deuses, como Brahma, Vishnu e
Shiva. É formado da união de um triângulo da água com o triângulo do fogo,
formando a estrela de seis pontas, também conhecida como Selo de Salomão. Esse símbolo é
semelhante a Estrela de Davi, a diferença é que os dois triângulos ocultista estão entrelaçados,
enquanto que, no símbolo israelita, um triângulo sobrepõe o outro.

Pentagrama (Wicca)
O pentagrama é um dos símbolos mais importantes e característico da
religião neo-pagã Wicca. Também conhecido como ‘o símbolo do infinito’, pois é
possível inserir infinitos pentagramas no pentagrama maior, o símbolo está
presente em rituais e cerimônias Wicca. Além de ter sido adotado como
representação de uma das principais divindades da religião.

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Baphomet (Templários/Maçonaria)
Mais conhecida por sua relação com a maçonaria e os templários, Baphomet
ou Bafomé é uma soma de vários conceitos mágico-místicos. A imagem é uma das
mais fortes no universo ocultista. Segundo teóricos, o símbolo do Baphomet é
fálico, haja vista que em uma de suas míticas representações há a presença do falo
devidamente inserido em um vaso (símbolo da vulva). Algumas pessoas o vêem
como um demônio, ou o próprio Lúcifer.
A representação do Baphomet de Eliphas Levi possui seios femininos e o pênis é
metaforicamente representado por um Caduceu. Este tipo de simbologia sexual aparece com
frequência na alquimia (coito do rei com a rainha), com a qual o ocultismo tem relação.
A figura do Baphomet também é relacionada às virgens que apresentavam anomalias em seus
bustos. Virgens com três mamilos e as de apenas um seio eram tatuadas com a cabeça do Bafomé
para que nenhum homem a tocasse. Diziam que tais mulheres eram amaldiçoadas.

Faravahar (Zorastrismo)
O Faravahar ou Ferohar é um dos símbolos mais importantes
do Zoroastrismo, religião monoteísta fundada na Pérsia pelo profeta
Zaratustra (ou Zoroastres). Formado por uma asa com um círculo no
centro, no mesmo encontra-se uma figura humana.
O Ferohar representa a alma dos seres humanos antes do nascimento e depois da morte, ou
seja, a alma humana das pessoas enquanto estas não estão vivas. Outro símbolo importante no
Zoroastrismo é o elemento do fogo.

Torii (Xintoísmo)

O Torii, símbolo do Xintoísmo, é um portal composto por duas barras


verticais com uma horizontal no topo (chamada de Kasagi), geralmente mais
largo que a distância entre as duas bases. Sob o kasagi está o nuki, outra trave
horizontal que liga os postes. Sua presença anuncia que há um santuário
xintoísta por perto. Atualmente, o Torii é considerado um dos mais importantes símbolos da tradição
japonesa. Simboliza, essencialmente, a separação entre o mundo dos homens e o dos kami.

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RITUAIS

De acordo o dicionário eletrônico Michaelis, Ritual tem a seguinte definição: adj m+f (lat
rituale) 1 Pertencente ou relativo aos ritos. 2 Que contém os ritos. sm 1 Livro que contém os ritos, ou
a forma das cerimônias de uma religião. 2 Cerimonial. 3 Conjunto das regras a observar; etiqueta,
praxe, protocolo.
Frente à tal diversidade, evidenciamos, logo, que ritual não está apenas ligado à religião ou
formas de expressão religiosa. Um ritual acontece em concomitância de sujeitos, tempo e espaço.
Necessita, também, de objetivos, procedimentos, técnicas, instrumentos, objetos... Em Man and his
works: the science of cultural antropology, Melville Herskovits adverte-nos para a necessidade de
atermo-nos para os aspectos que dão sentido às práticas sociais. Música, dança, festas, produções
estéticas, roupas, comidas, por exemplo, fazem parte de um universo cuja ordenação social, cultural
e política amplia o conceito de ritual.
Os propósitos dos rituais são variados. Eles podem incluir a concordância com obrigações
religiosas ou ideais, satisfação de necessidades espirituais ou emocionais dos praticantes,
fortalecimento de laços sociais, demonstração de respeito ou submissão, estabelecendo afiliação,
obtenção de aceitação social ou aprovação para certo evento - ou, às vezes, apenas o prazer do ritual
em si.
Os rituais são característicos de quase todas as sociedades humanas conhecidas, passadas ou
atuais. Eles podem incluir os vários ritos de adoração e sacramentos de religiões organizadas e
cultos, mas também os ritos de passagem de certas sociedades, como coroações, posses
presidenciais, casamentos e funerais, eventos esportivos e outros.

TRANSCENDÊNCIA

A palavra transcendência estabelece, em sua característica primeira, a superioridade do


criador em relação à criatura. Dessa forma, a linguagem da experiência religiosa implica reconhecer
que os sujeitos carecem de transcender o que está posto no mundo. A transcendência marca a
possibilidade de abertura para a existência de um ser superior independente da cultura na qual se
insere. A transcendência nos sujeitos é percebida a partir do reconhecimento do limite do ser humano
diante de explicações racionais, um dos aspectos misteriosos da própria existência humana.
A experiência religiosa conduz os sujeitos a reconhecer a existência de um ser
transcendente (Deus, ser supremo, uma inteligência superior, energia, etc.). A manifestação este
transcendente torna-se possível mediante uma experiência comunicável, sejam através de gestos,
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testemunhos, conversas, ritos, num movimento permanente dos seres no mundo. Essa manifestação
no mundo da cultura apresenta-se de formas diferenciadas, uma vez que os sujeitos são iguais apenas
no que se refere à espécie. Por outro lado, a experiência do transcendente ou a sua manifestação leva-
nos a interiorizar valores que nos são legados pela experiência histórica da humanidade e pelas
instituições portadoras desses valores: a família, a escola, a religião, entre outras.
(Trecho do texto Experiência religiosa de Amauri Carlos Ferreira – Diálogo)

LIVROS SAGRADOS

Principais Livros Sagrados da humanidade.

Alcorão

O Alcorão ou Corão é o livro sagrado do Islã. Para os muçulmanos o Alcorão é a palavra


literal de Alá (Deus) revelada ao profeta Maomé durante um período de vinte e três anos.

Codificação Espírita

A Codificação Espírita é um conjunto de cinco livros publicados pelo pedagogo francês


Hippolyte Léon Denizard Rivail, mas conhecido pelo psedônimo de Allan Kardec, o fundador da
Doutrina Espírita.

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Vedas

Vedas são um conjunto de quatro obras literárias, em idioma vêdico, que formam o livro
sagrado dos Hindus. São consideradas verdadeiras revelações divinas. Seus textos constituem a
camada mais antiga da literatura hindu e por muito tempo foi transmitida exclusivamente de forma
oral.

Bíblia

A Bíblia é o livro sagrado dos Cristãos, sendo constituída de vários livros cujo seus autores
estariam sob inspiração divida. Como existem diversas igrejas cristãs, existe também algumas
divergências quanto a quantidade de livros ela possui.

Guru Granth Sahib

Guru Granth Sahib é o nome do livro sagrados do Sikhismo, religião nascida do sincretismo
entre elementos do hinduísmo e do islã. É composto de uma coletânea de orações e hinos escritas por
gurus do Sikhismo e por santos hindus e islãs.

Tanakh

Tanakh é o nome do conjunto de livros sagrados do judaísmo, sendo formado pelo Torá,
Neviim e Ketuvim. São a origem do Antigo Testamento Cristão, tendo suas particularidades, quanto
aos livros e a ordem deles. Os textos do Tanakh são a base estrutural da cultura judaica.

Analectos de Confúcio

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Os Analectos de Confúcio, também conhecidos como Diálogos de Confúcio, constituem um
livro sagrado das mais importantes doutrinas atribuídas ao pensador chinês Confúcio. As Analectos
formam a base da ideologia religiosa conhecida como Confucionismo. O Analectos de Confúcio foi
uma das obras mais lidas na China, o equivalente a Bíblia no Ocidente.

CONCLUSÃO

No mundo das religiões nos deparamos com uma imensa diversidade de elementos que
ajudam a definir cada religião. Uma religião é a junção de alguns componentes que determinam o
perfil de um grupo religioso. Neste capítulo tivemos a oportunidade de ver detalhes sobre esses
elementos, símbolos, rituais, livros sagrados e demais itens. Quando necessário refaça essa viagem
quantas vezes quiser, seja um desbravador no universo das religiões.

Perguntas:

1 – O símbolo do Taoismo é o YN-YANG. Explique o que significa esse símbolo nesta religião.

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_________________________________________________________________________________
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2 – Qual é o livro sagrado do Hinduísmo e como ele é formado?

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3 – O que é a transcendência com as suas palavras?

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REFERÊNCIAS

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ritual


Disponível em: https://www.simbolos.net.br/simbolos-religiosos/
Disponível em: http://mjpp77.blogspot.com.br/2014/02/transcendencia.html
Disponível em: https://oportaln10.com.br/conheca-os-principais-livros-sagrados-da-humanidade-
40214/

25
AULA 4: AS MAIORES RELIGIÕES MUNDIAIS

Apesar de existirem diversas religiões no mundo, temos um ranking das maiores ou mais numerosas
em número de seguidores, conhecidas como as principais religiões mundiais. Nesta aula teremos a
apresentação das dez mais conhecidas e seguidas. Iremos realizar uma viagem cheia de mistérios,
aventuras, segredos e coisas sobrenaturais, aperte o cinto e prepare o coração. Vamos nessa!

Top 10 maiores religiões do mundo


10°

Wicca e Neopaganismo – De 12 a 19 Milhões de Adeptos


Altar neopagão
Wicca é religião
neopagã com influência
de crenças pré-cristãs e
práticas da Europa
ocidental. É afirmada
existência do poder
sobrenatural, como a
magia, e princípios
físicos e espirituais,
tanto masculinos como femininos, completando a natureza. Há celebração dos ciclos da vida e
festivais sazonais, populares como Sabbats, geralmente estes acontecem 8 vezes anualmente.

26

Espiritismo – Cerca de 13 Milhões de Adeptos

Psicografia. O Espiritismo não é de forma exata religião, porém compõe esta seleção. As bases da
doutrina são sobrevivência do espírito depois da morte e reencarnação. A origem é na França, com
expansão pelo mundo partindo da publicação de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. A maior
comunidade espírita é a brasileira, sendo 1,3% do país, espírita.

Judaísmo – De 14 a 18 Milhões de Adeptos

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Muro das lamentações, local sagrado dos judeus. Esta é uma das 3 principais religiões
abraâmicas, e pela definição é religião, filosofia e modo de vida do povo judeu. Trata-se de
expressão do relacionamento e da aliança desenvolvida entre Deus com Filhos de Israel, de acordo
com judeus religiosos. O Judaísmo ocupa a oitava posição entre as 10 maiores religiões do mundo.

Sikhismo – Cerca de 20 Milhões de Adeptos

Guru Nanak e o livro sagrado dos sikhs O Sikhismo é pouco difundido, porém ocupa a sétima
posição entre as 10 maiores religiões do mundo. A fundação desta doutrina monoteísta foi no século
16 pelo Guru Nanak, com base em seus ensinamentos.
Esta religião nasceu na província de Punjab, Índia, com grande parte dos adeptos vivendo ainda pelo
local. Os adeptos se distribuem em 1,9% da população da Índia e ainda 0,3% de Fiji.

Xintoísmo – De 27 a 65 Milhões de Adeptos

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Troii, portal xintoista que indica proximidade com o templo sagrado O Xintoísmo, apesar de
ser religião por estudiosos ocidentais, significa espiritualidade tradicional do Japão e japoneses. São
incorporadas práticas espirituais derivadas de várias tradições pré-históricas japonesas, regionais e
locais.

Budismo – Cerca de 376 Milhões de Adeptos

Templo do Buda de Primavera Esta doutrina tem base em ensinamento do Siddharta


Gautama, Buda de 600 a.C., com procura pela realização plena da natureza humana. A existência é
ciclo contínuo de morte e renascimento, e as vidas presentes e passadas são interligadas.
O Budismo é a principal doutrina em muitos países do sudeste asiático, como Tailândia e Camboja.
Já pelo Japão, esta doutrina simboliza a segunda maior religião.

Religião Tradicional Chinesa – Cerca de 400 Milhões de


Adeptos

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Imagens tradicionais da religião Trata-se de termo utilizado para descrição de complexa
interação entre diversas religiões e tradições filosóficas, com prática na China. Os adeptos juntam
credos e práticas de várias doutrinas, como Budismo e Taoísmo. Os adeptos representam em torno de
6% da população do mundo.

Hinduísmo – Cerca de 900 Milhões de Adeptos

Durga, divindade hindu. A base é em textos Vedas, com abrangência de seitas e variações
monoteístas e politeístas, em ausência de corpo único de escrituras ou doutrinas. Hindus são mais de
80% da população no Nepal e Índia. É ostentado título muito original de maior monumento religioso
do planeta, o templo Angkor Wat, mais tarde convertido em mosteiro budista.

Islamismo – Cerca de 1,6 Bilhões de Adeptos

30
O sagrado Alcorão islã. Os muçulmanos representam a segunda posição, entre as 10 maiores
religiões do mundo. De acordo com projeções, a partir de 20 anos, os muçulmanos vão representar
mais de um quarto da população do mundo.
Se essa condição ocorrer, a quantidade de muçulmanos nos Estados Unidos vai ultrapassar, de
maneira dinâmica, o dobro; a França e Bélgica serão mais de 10% islâmicas.

Cristianismo – Cerca de 2,2 Bilhões de Adeptos

A cruz, simbolo cristão. Apesar do crescimento de várias religiões, o cristianismo é líder


nesta seleção, das 10 maiores religiões do mundo. Mas, os seguidores desta doutrina apresentam
mudança em perfil. Dois terços dos adeptos estavam pela Europa, há um século. Atualmente, os
europeus são somente um quarto dos cristãos.
A África Subsaariana é região em que mais o Cristianismo cresceu pelo último século. A informação
interessante é que de 1910 para dias atuais, os cristãos dessa região saltaram de 9 para 516 milhões
de seguidores. Atualmente, o Cristianismo é a maior religião do Brasil.

CONCLUSÃO

O fato dessas serem as mais numerosas não significa que as demais não devem ser
valorizadas. Independente do quantitativo de adeptos todas são importantes nas suas culturas. Cada
religião tem um valor para a humanidade, elas contribuem para o desenvolvimento do ser humano.
31
Perguntas:

1 – Quais são as três principais religiões abraâmicas apresentadas nesta aula?

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2 – Quais são as principais afirmações da religião Wicca ou neopaganismo?

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3 – Qual é a base da doutrina espírita?

_________________________________________________________________________________
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REFERÊNCIAS

Disponível em: https://top10mais.org/top-10-maiores-religioes-do-mundo/

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AULA 5: AS RELIGIÕES POUCO CONHECIDAS

13 religiões que você (provavelmente) não conhecia

As religiões surgiram como uma forma dos humanos responderem suas dúvidas existenciais:
como surgiu a vida? O que acontece após a morte? As religiões estão muito fortemente ligadas à
nossa cultura e à nossa noção de moral. Acontece que, num mundo tão grande, existem várias fés que
muitos de nós desconhecemos totalmente. Conheça uma lista com 13 religiões que você
provavelmente nem sabia que existiam.

1. Baha’i

A fé Baha’i foi fundada no século 19, na Pérsia, pelo profeta Baha’u’llah. Eles acreditam na
unidade espiritual de toda a humanidade e creem num Deus único, que a mente humana não é capaz
de compreender. Dessa forma, para eles, todos os ensinamentos de amor e tolerância de Krishna,
Buda, Jesus, Maomé e Abraão são válidos, e o fanatismo e a intolerância são responsáveis pelos
conflitos. Existem cerca de 5 milhões de seguidores de baha’i no mundo.

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2. Eckankar

Eckankar é um movimento religioso criado em 1965 pelo americano John Paul Twitchell. É
descrita como a religião da “Luz e Som de Deus”. Eles acreditam na reencarnação para atingir a
libertação espiritual, até a reunificação com o espírito divino Eck. Em Minnesota, nos Estados
Unidos, existe um templo eckankar, uma capela ao ar livre e o Campus Universitário Espiritual ECK.

3. Cheondoísmo

O cheondoísmo surgiu na Coreia, no século 20, com base no xamanismo e no budismo. Essa
é a principal religião hoje na Coréia do Norte. Eles acreditam que Deus existe dentro de cada pessoa
e devemos tem boas atitudes na Terra, uma vez que, para eles, não existe vida após a morte.

4. Asatrú

Asatrú é uma religião neopagã que busca reviver as crenças nórdica que existiam no tempo
dos vikings. Politeísta e baseada em lendas míticas, fundamenta-se na vivência das “Nove Nobres

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Virtudes”: Coragem, Verdade, Honra, Fidelidade, Disciplina, Hospitalidade, Laboriosidade,
Independência e Perseverança. Asatrú surgiu na Islândia nos anos 60, onde é oficialmente
reconhecida, assim como na Dinamarca e na Noruega.

5. Zoroastranismo

O zoroastranismo é baseado nos ensinamentos do profeta iraniano Zoroastro, que viveu no


primeiro milênio antes de Cristo. A base da religião é a crença em um Deus universal, o Ahura
Mazda, que vivia em conflito com as forças do caos, lideradas por Arimã. Um salvador chegaria à
Terra para terminar a luta entre o mal e o bem. Tais concepções religiosas do zoroastranismo, como a
crença no paraíso, na ressurreição, no juízo final e na vinda de um messias, teriam influenciado as
grandes religiões, como cristianismo e islamismo. Hoje, existem cerca de 150 mil seguidores da
religião, principalmente na Índia e no Irã.

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6. Mazdakismo

O mazdakismo foi fundado pelo profeta Mazdak, no século 6 A.C. Mazdak era um socialista
na Pérsia e criou essa religião como uma crítica ao zoroastranismo. O mazdakismo pregava a
diminuição das formalidades religiosas, do acumulo de riqueza e o fim do clero. Para eles, a outra
religião oprimia o povo persa e causava muita pobreza.

7. Builders of the Adytum

Builders of the Adytum, ou Construtores de Adytum (também conhecida como BOTA), foi
criada pelo Dr. Paul Foster Case, na California. A BOTA é dedicada ao estudo, prática e adoração da
Tradição dos Mistérios Ocidentais – ou seja, psicologia esotérica, tarô oculto, Cabala, astrologia e
técnicas de meditação. Existem cerca de 5 mil seguidores no mundo hoje.

8. Jainismo

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O jainismo surgiu na Índia há 2500 anos e tem hoje cerca de 4 milhões de seguidores. A
religião tem vários templos na Índia. Possui elementos do hinduísmo e do budismo. Eles não
acrediram em nenhum Deus criador, e buscam atingir a perfeição espiritual através de ciclos de
renascimento. Para se livrar do karma durante a vida, é preciso seguir doze votos, como praticar a
não violência e não consumir produtos de origem animal.

9. Falun Gong

O Falun Gong é um movimento religioso fundado em 1992, na China, por Li Hongzhi.


Combina elementos do budismo, taoismo, confucionismo e folclore tradicional chinês. O movimento
tem como objetivo conseguir a renovação mental e espiritual através da meditação. O governo chinês
passou a perseguir a Falun Gong, que em 1999 já tinha quase 10 milhões de seguidores. O fundador
fugiu para os Estados Unidos, e, mesmo com a repressão, a religião ainda tem milhões de fieis.

10. Aladura

Aladura tem cerca de um milhão de seguidores, a maioria na Nigéria. Surgida no início do


século 20, é uma mistura de tradições anglicanas com rituais africanos. A religião acredita na cura
pelo profeta, uma resposta aos movimentos missionários na África. Os líderes da fé são conhecidos
como profetas que tem o poder da cura, através de rituais e reza.

11. Caodaísmo

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Religião que surgiu no Vietnã em 1926, o caodaísmo, nome que significa a “terceira grande
amnistia religiosa universal”, combina elementos do taoísmo, budismo, confucionismo e catolicismo.
Atualmente, tem cerca de 6 milhões de seguidores. A missão dessa religião é tornar o mundo mais
tolerante. Eles acreditam em um deus único, o Cao Dai, responsável pela criação da vida. Os
seguidores dessa fé também acreditam em reencarnação e karma.

12. Igreja da Unificação

A Igreja da Unificação surgiu na Coreia do Sul em 1954. Descrita como uma interpretação
única do cristianismo, a fé tem cerca de 3 milhões de seguidores, que acreditam que o fundador, Sun
Myung Moon, é um messias e salvador da humanidade. A Igreja da Unificação busca a salvação
através da restauração de uma nova família verdadeira. Por isso, eles promovem grandes casamentos
coletivos.

13. Mandeísmo

O mandeísmo surgiu na região da Mesopotâmia no primeiro século depois de Cristo. Os


seguidores da religião acreditam que Jesus foi um falso messias, que corrompeu os ensinamentos de
João Batista. O batismo e João tem um lugar especial na mitologia da religião, assim como Adão,
Abel, Noé. Abraão, Moisés e Mohamed também são considerados falsos profetas. Existiam cerca de
70 mil seguidores do mandeísmo em comunidades indígenas no Iraque, antes da guerra em 2003.
Com a guerra e perseguições religiosas, sobraram apenas 5 mil mandeístas.

CONCLUSÃO

Pequena ou grande, a religião independente de seu tamanho tem o seu valor e sua função
social na sociedade em que está inserida. Nesta aula abordamos as menores e pouco conhecidas, tudo
para promovermos a diversidade e liberdade religiosa. O mundo terá mais respeito e paz quando
aprendermos a conhecer para tolerar.

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Perguntas:

1 – Qual é a base da religião zoroastranismo?

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_________________________________________________________________________________
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2- Em que acredita o cheondoísmo?

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3- Segundo o Caodaísmo qual é a missão da religião?

_________________________________________________________________________________
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REFERÊNCIA

Disponível em: https://super.abril.com.br/blog/superlistas/13-religioes-que-voce-provavelmente-nao-


conhecia/

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AULA 6: LIBERDADE E INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

A constituição de 1988 diz que o Estado é laico, isso quer dizer que todas as crenças devem
ser respeitadas. Um indivíduo que acredita em uma Doutrina religiosa, com toda certeza anulará as
outras, isso é o direito de crer e afirmar publicamente sem que haja conteúdo intolerante ou de ódio,
pois caso ele extrapole a orbita da liberdade religiosa, poderá responder pelos os atos no direito civil
(artigo 186 e 187, do Código Civil de 2002) e penal (artigo 140, 3º e 208 do Código Penal e Lei
Federal 7.716/1989).

Por meio de algumas perguntas estaremos esclarecendo questões e situações que são reproduzidas
em sociedade. As respostas dessas perguntas são baseadas na Constituição Federal do país. Veja:

1 - Fundações religiosas podem usar como critério de seleção a religião do candidato?

A Constituição veda a discriminação de qualquer indivíduo, logo, não poderá a


fundação discriminar qualquer pessoa quando esta apresenta as características necessárias
para exercer as atividades da função.

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Não se proíbe o poder discricionário da fundação em escolher os seus funcionários de acordo
com os perfis que melhor se encaixem às suas expectativas, mas o que se proíbe é a discriminação
pura e simples, por condições irrelevantes ao labor, que denotem inconteste preconceito.

2 - Canais de comunicação têm, por lei, algum limite em expressar a religião?

Todos possuem a liberdade de exteriorizar seu pensamento, e também da atividade de


comunicação, sendo ilícita a censura.
Os meios de comunicação devem observar os demais princípios elencados na constituição, e
também, no artigo 221 da Constituição Federal, precisamente no inciso IV onde diz que devem ser
observados os valores éticos e sociais da pessoa e da família. Com isso, a limitação legal do direito
da liberdade religiosa aos meios de comunicação será igual ao caso do indivíduo que expressa seu
pensamento, sendo vedado então o discurso de ódio a outras doutrinas.

3 - Casos de preconceitos religiosos e até mesmo discriminação são julgados como danos
morais?

A Constituição Federal prevê no artigo 5º, V:

É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano


material, moral ou à imagem.
Portanto, o preconceito ou injuria por crença religiosa terá como foco principal o que prevê o
artigo supra, além das disposições das leis infraconstitucionais, como o direito penal, civil e leis
extravagantes, claro que dependerá do caso em concreto.

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O Brasil é um país de várias religiões que se manifestam formando a identidade nacional. Apesar de
ser um Estado laico desde 1890, a intolerância religiosa ainda é muito praticada por alguns grupos, que por
meio do preconceito ou agressão, infringem o direito dos cidadãos de manifestarem a sua crença -
independente da qual seja - de forma igualitária.
O preconceito está muito presente na visão do brasileiro, principalmente quando se trata das religiões de
origem africana. Um exemplo clássico disso é a visão que se tem do Vodu, que é visto pelas pessoas como
bruxaria ou "coisa maligna", quando na verdade trata-se de um misto de crenças cristãs e africanas, na qual o
Vodu é visto pelos seus praticantes como
uma adoração aos seus deuses.
Além do preconceito, a agressão também é
muito presente no contexto da
intolerância. Um caso que ganhou destaque
foi o da menina Kaylane Costa de 11
anos, que ao sair de um culto de
Candomblé, foi agredida fisicamente
com uma pedrada na cabeça, o que deixa
claro o ódio que esses intolerantes possuem.
Ao analisarmos esses casos - e levando em
conta que os ateus também são vítimas de intolerância -, seria crucial a promoção de um maior vigor das
autoridades com a Decradi, pois ela é a maior defesa que os afetados têm em mãos. Outra solução - embora
seja a longo prazo - seria transmitir através do ensino religioso nas escolas, a aprendizagem das diversas
religiões e seus contextos, pois na prática isso ainda não acontece.
Nessa perspectiva, torna-se evidente que é nosso dever respeitar as manifestações religiosas
decorrentes em nossa sociedade. Afinal, essas religiões fazem parte da nossa identidade cultural e se
caso não agirmos de uma forma que busque preservá-las e assegurá-las de seus direitos de atuação,
estaremos fragmentando de forma direta a cultura brasileira.

CONCLUSÃO

Essa é uma temática de grande relevância para a sociedade, por isso de suma importância ser
trabalhada em sala de aula. O objetivo dessa aula é despertar em cada pessoa a consciência e o
respeito pelo outro e por suas diferenças. A diversidade religiosa é uma realidade em nossa sociedade
e algo que deve ser dado mais atenção. No mundo milhares de pessoas estão sofrendo vítimas da
intolerância por parte de alguns grupos radicais que usam a religião para conquistar o poder a
qualquer custo. Viva a liberdade religiosa e os direitos humanos!

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Perguntas:

1 – O que é diversidade e liberdade religiosa?

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2 – Quais são as principais formas de intolerância religiosa que percebemos na sociedade?

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3 – Como você pode contribuir para a liberdade religiosa?

_________________________________________________________________________________
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_________________________________________________________________________________

REFERÊNCIAS

Disponível em: https://www.projetoredacao.com.br/temas-de-redacao/a-intolerancia-religiosa-no-


brasil/intolerancia-religiosa-cade-a-liberdade-de-expressao/8354.

Disponível em: https://ianvarella.jusbrasil.com.br/artigos/297566034/consideracoes-sobre-a-


intolerancias-religiosa-e-a-liberdade-de-expressao.

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