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04 - Tecido Conjuntivo
04 - Tecido Conjuntivo
HISTOLOGIA 2016
Arlindo Ugulino Netto.
TECIDO CONJUNTIVO
O tecido conjuntivo forma um conjunto contínuo com os tecidos epiteliais, muscular e nervoso, a fim de manter o
corpo funcionalmente integrado.
Ele é originado do mesoderma embrionário. As células multipotentes (mesênquima) além do mesoderma
originam-se da também da crista neural (região da cabeça e pescoço). As células mesenquimatosas migram para todo o
corpo dando origem aos tecidos conjuntivos e suas células.
FUNÇÕES
Sustentação estrutural: estabelecimento e manutenção da forma do corpo. Ligamentos, cartilagens, tendões que
prendem os músculos aos ossos.
Servir de meio para trocas: nutrientes e oxigênio.
Defesa e proteção: células fagocitárias e imunocompetentes (que produzem anticorpos) e células produtoras de
substâncias farmacológicas (que regulam a inflamação).
Protegem formando uma barreira física contra invasão e traumas mecânicos.
Regeneração.
Armazenamento de gorduras.
ORIGEM EMBRIONÁRIA
A origem embrionária do tecido conjuntivo é mesodérmica, contudo, tecidos conjuntivos da cabeça se originam
das células das cristas neurais (neuroectoderma).
CARACTERIZAÇÃO DO TECIDO
Inúmeros tipos de células, separadas por abundante material extracelular produzido por elas;
Grupo diversificado de tecidos com várias funções.
Alta vascularização.
COMPOSIÇÃO
MATRIZ EXTRACELULAR
É composta fundamentalmente de fibras que resistem à tração e compressão. A matriz extracelular conjuntiva
consiste em diferentes combinações de proteínas fibrosas e de substância fundamental.
Substância Fundamental Amorfa (SFA): material hidratado amorfo. É composto por:
o Glicosaminoglicano (GAGs): longos polímeros não ramificados de dissacarídeos.
o Proteoglicanos: eixos proteicos em que os glicosaminoglicanos estão ligados covalentemente.
o Glicoproteínas de Adesão: grandes moléculas responsáveis pela adesão dos componentes da
matriz extracelular.
Fibras: também é um dos principais constituintes da matriz extracelular e podem ser de três tipos:
o Fibras Colágenas (Tipo I ao Tipo XX): são fibras inelásticas e possuem grande resistência à
tração. São constituídas por subunidades finas ou tropocolágenos. São sintetizados pelos
fibroblastos. São encontrados na pele e têm participação importante no processo de cicatrização.
Tipo I (mais resistente): T.C.P.D., osso, dentina.
Tipo II: cartilagens hialina e elástica.
Tipo III: fibras reticulares (são encontradas em órgãos hematopoiéticos).
Tipo IV: lâmina densa da lamina basal.
Tipo V: associado ao colágeno Tipo I e constitui a placenta.
Tipo VII: liga a lâmina basal a lamina reticular
o Fibras Elásticas: são constituídas por elastina (responsável por sua elasticidade), cujos principais
componentes são: glicina e prolina, e microfibrilas que dão estabilidade. Estão presentes nas
paredes das artérias e nos alvéolos pulmonares.
o Fibras Reticulares: pouco resistentes, encontrados em órgãos hematopoiéticos (medula óssea,
timo, baço, fígado e rins.
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Fluido Intersticial: Água, íons, pequenas moléculas e proteínas de baixo peso molecular.
OBS: Colágeno:
Características e definição:
Proteína mais abundante do corpo, produzida por grande variedade de
células;
Existem vários tipos, com composição bioquímica, morfologia e
funções diferentes;
A molécula de colágeno (tropocolágeno) possui 3 cadeias
polipeptídicas enroladas em hélice.
Classificação quanto a estrutura e função
o Colágenos que formam fibrilas: I, II, III, V, XI (dão resistência ao tecido);
o Colágenos que se associam a fibrilas: IX, XII (ligam fibrilas entre si e a outros componentes da MEC);
o Colágeno que forma rede: IV (aderência, filtração);
o Colágeno de ancoragem: VII (prende fibras colágenas à lâmina basal).
COMPONENTES CELULARES
As células do tecido conjuntivo estão agrupadas em duas categorias: células fixas e células transitórias.
CÉLULAS FIXAS
São populações de células residentes que se desenvolvem e permanecem no local do tecido conjuntivo onde
exercem suas funções. Possuem vida longa. Estão incluídos neste grupo os: fibroblastos, pericitos, células adiposas,
mastócitos e macrófagos.
OBS: Todas as células em atividade, além do aumento de tamanho, apresentam desenvolvidos o R.E., Aparelho de
Golgi e Mitocôndrias.
Pericitos: envolve células endoteliais dos capilares e pequenas vênulas. Situa-se fora do compartimento do
tecido conjuntivo por possuírem sua própria lamina basal. São originadas das células mesenquimais
indiferenciadas. Podem se diferenciar em células de músculos lisos e de células endoteliais após lesões. Por sua
contratilidade, ajudam a regular o fluxo sanguíneo dos vasos.
Células Adiposas: são células completamente diferenciadas cuja função é sintetizar, armazenar e liberar
gorduras.
Células Transitórias (células livres ou migrantes): são originadas principalmente na medula óssea e sob
estímulo adequado migram da corrente sanguínea para o tecido conjuntivo para realizar suas funções
específicas. Possuem vida curta, por isso são repostas pelas células tronco. Estão incluídas plasmócitos,
leucócitos (linfócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos) e macrófagos.
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Mastócitos: são as maiores células fixas do tecido conjuntivo, com contorno ovoide, núcleo esférico e central.
São originadas na medula óssea e participam no processo inflamatório e nas reações de hipersensibilidade
imediata. São diferenciados pela grande quantidade de grânulos citoplasmáticos que armazenam heparina
(glicosaminoglicano) e histamina, que são mediadores primários. Os mastócitos distribuem-se por todo corpo e
localizam-se, principalmente, no tecido conjuntivo propriamente dito.
OBS: Fagocitose de Antígenos (ativação e degranulação dos mastócitos). Os mastócitos possuem imunoglobulina
E (IgE) na superfície de sua membrana. Elas atuam no sistema imunológico iniciando uma resposta inflamatória
chamada de reação de hipersensibilidade imediata, a forma sistêmica pode causar reações anafiláticas que podem
levar a morte. Esta resposta é induzida por proteínas estranhas (antígenos) como veneno de abelha, pólen, algumas
drogas, etc.
A primeira exposição a qualquer um desses antígenos sensibiliza a célula, induzindo a formação de IgE pelo
plasmócito. Em uma segunda exposição, o invasor será reconhecido e encaminhado para as vesículas, onde será
degenerado e sendo, logo então, exorcitado junto à heparina (anticoagulante), histamina (vasodilatador) e
proteoglicanos (responsável por migração de células).
OBS:
Febre do feno: os pacientes sofrem devido aos efeitos das histaminas liberadas pelos mastócitos da mucosa
nasal, o que causa edema, aumentando a permeabilidade dos pequenos vasos sanguíneos. O intumescimento
da mucosa leva a congestão nasal e prejudica a respiração.
Asma: os pacientes têm intensa dificuldade respiratória em consequência do broncoespasmo causado por
leucotrienos liberados nos pulmões.
OBS: Recrutamento celular. Algumas células do tecido conjuntivo têm a capacidade de deslocamentos para outras
estruturas do corpo. Este processo é desencadeado pela liberação das integrinas (proteínas presentes na membrana
plasmática que agem como receptores) promovendo uma quimiotaxia, atraindo células do sangue para o tecido
conjuntivo. A seleção da célula recrutada é realizada pela proteína selectina, que permite apenas a passagem de
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células necessárias na ocasião. Essas células, ao serem selecionadas (por ação da selectina), são atraídas para as
paredes dos vasos, realizando movimentos rotacionais (para a fixação no endotélio), promovendo a adesão da célula, e
por diapedese, ocorre a transmigração.
Macrófagos: células que se comportam tanto como residentes quanto transitórias. São originadas de
precursores da medula óssea, tendo o monócito como intermediário. São células irregulares, com
prolongamentos de vários tamanhos. Seu citoplasma é basófilo, com muitos pequenos vacúolos e grânulos
densos (lisossomas). Possuem Aparelho de Golgi bem desenvolvido e R.E.G. proeminente.
o Sistema Mononuclear Fagocitário: todos os membros deste sistema originam-se
de uma célula tronco na medula óssea e são capazes de realizar fagocitose. Os
monócitos desenvolvem-se na medula óssea e circulam no sangue. Sob um
estímulo adequado, eles deixam o sangue migrando do endotélio para o tecido
conjuntivo, amadurecendo e tornando-se macrófagos.
o Eles são responsáveis por retirar células sinecentes do corpo (por exemplo,
hemácias envelhecidas).
o Em outros locais, recebem nomes específicos:
Célula de Kupfer – fígado.
Célula de poeira – pulmão.
Célula de Langerhans – pele.
Micróglia – tecido nervoso.
Osteoclastos – tecido ósseo.
Plasmócitos: são originários de precursores da medula óssea, tendo os linfócitos B como intermediários.
Concentram-se em áreas de inflamação crônica e onde partículas estranhas invadiram o organismo e são
responsáveis por produção de anticorpos.
Leucócitos: são glóbulos brancos que circulam no sangue. Frequentemente eles migram dos
capilares sanguíneos para os tecidos conjuntivos durante a inflamação exercendo várias
funções. Os linfócitos estão divididos:
o Monócitos: após a migração para tecidos conjuntivos diferenciam-se em macrófagos.
o Linfócitos: defesa imunológica.
o Neutrófilos: fagocitam e digerem bactérias na área da inflamação resultando na
formação de pus (neutrófilos mortos + resíduos).
o Eusinófilos: combatem parasitos liberando citotoxinas e fagocitam complexos “anticorpo-antigeno”
regulando a reação alérgica.
o Basófilos: liberam agentes farmacológicos que iniciam, mantém e controlam o processo inflamatório.
1. Tecido Mesenquimatoso: está presente somente na fase embrionária, formada por células mesenquimatosas
(células que possuem atividade mitótica dando origem a maioria das células do tecido conjuntivo frouxo) imersas
em uma substância fundamental gelatinosa contendo fibras reticulares dispersas.
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2. Tecido Mucoso: tecido conjuntivo frouxo amorfo possuidor de uma matriz gelatinosa composta basicamente de
ácido hialurônico e esparsamente povoada por fibras de colágeno tipo I. III e fibroblastos. Este tecido também é
denominado geleia de Wharton e é encontrado somente no cordão umbilical e no tecido conjuntivo subdermico
do embrião.
2. Tec. Conjuntivo Denso: é formado por uma quantidade maior de fibras e menor de células quando comparado
ao tecido conjuntivo frouxo. É classificado quanto a disposição de suas fibras. Pode ser:
Tec. Conjuntivo Denso Não Modelado: as fibras estão dispostas irregularmente. Resistente a trações em
todas as direções. Entre as fibras de colágeno estão presentes os fibroblastos. Este tipo de tecido é
encontrado na derme, nas bainhas dos nervos, testículo, ovários, cápsula do baço, rins, nodos linfáticos.
Tec. Conjuntivo Denso Modelado: pode ser de colágeno (composto por fibras de colágenos compactas
orientadas em cilindros que resistem a trações). Seus fibroblastos são delgados e achatados e encontram-se
entre os feixes de colágeno. Estão presentes nos tendões e aponeuroses.
E pode ser também elástico possuindo fibras elásticas paralelas umas as outras, formando laminas
delgadas ou membranas fenestradas. Possuem fibroblastos dispostos entre os espaços intersticiais.
Tec. Reticular: é formado por fibras de colágeno tipo III secretados pelos fibroblastos. São encontrados em
órgãos hematopoiéticos (medula óssea, baço, timo, fígado) e as ilhotas de Langerhans (pâncreas).