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UFRJ - Fisiologia da voz - Professor: Leonardo Fuks.

Aluna: Stephanie Ferreira dos santos. DRE: 121053784

Atividade: Leia o texto dado e escreva em uma ou duas páginas um texto explicativo, em
suas palavras, que busque explicar para uma pessoa adulta leiga em música, o que seja
a voz humana e como ela é produzida.

Definir o que é a voz não é uma tarefa fácil. De maneira geral, o que entendemos
por voz humana é a emissão do som produzido principalmente, mas não exclusivamente,
durante a fala ou canto. Outros padrões como choro, gritos, e sussurros também podem
ser considerados com sons vocálicos.
Concordamos que a voz pode variar de indivíduo para indivíduo. Há características
fisiológicas e anatômicas que alteram a qualidade e o tipo da voz. Um exemplo claro disso
é a diferença da voz masculina (considerada mais grave) para a feminina (mais aguda).
Ao ouvirmos um homem e mulher falando ou cantando, conseguimos facilmente (raras
as exceções) identificar seu gênero. Explicando de forma superficial, o corpo humano
possui uma estrutura muscular e óssea que permite a produção, a emissão e a
modificação da voz. Existe em nós o chamado aparelho fonador (que possui dimensões
distintas para homens, mulheres e crianças), que é resultado da interação entre o
aparelho respiratório (pulmões, traqueia, etc.), musculatura torácica, pregas vocais,
laringe e faringe e cavidades nasais e orais. Há, portanto, a produção de uma corrente
de ar que passa pelas pregas vocais que vibram, produzindo som. Este é modificado
acusticamente pela movimentação dos lábios, da língua e da mandíbula. Ou seja, a
maneira como articulamos as palavras altera a nossa percepção do som, principalmente
das vogais. Adicionalmente, as propriedades das pregas vocais (como espessura e
comprimento) também auxiliam na caracterização das nossas vozes.
Do ponto de vista linguístico, consideramos como fala a produção de som que faça
sentido entre um grupo de indivíduos. Ou seja, um código que carregue conteúdo: a
linguagem. Entendemos também que as muitas variedades de idiomas (e a região onde
são falados) permitem uma modificação do tipo de voz de cada falante (o “jeito” de falar).
À exemplo da Língua Portuguesa falada no Brasil, percebemos que a fala é centralizada
na região mediana ou de peito (com influência da garganta e língua mais retraída);
diferente, por exemplo do Inglês, que possui um uma nasalidade mais acentuada (de
forma geral) e fonemas que trazem a vibração para a ponta da língua e mais para a frente
da boca (palavras como “that” e “they”). Essa diferença também se dá entre os estados
brasileiros. No sotaque carioca, o “r” é sentido na base da língua e no fundo da garganta
(“porta”); já nas regiões Sul do Brasil, a pronúncia da consoante é similar ao Italiano, onde
o “r” é pronunciado a partir da vibração da língua nos dentes superiores (“certo”).
No âmbito musical, a voz cantada pode ser considerada como a voz da fala (às
vezes modificada ou não) aliada a elementos musicais como, por exemplo, uma melodia.
O produto final da voz no canto (aquilo que recebemos como ouvintes) também será
resultante do estilo musical cantado (seja ele popular, lírico, tribal, etc.) e das referências
e conhecimentos de técnica que o cantor decida aplicar durante a sua performance.

Outros fatores também influenciam a qualidade vocal, como o humor. É fácil


reconhecer quando um indivíduo está feliz ou chorando devido a certos padrões aplicados
à voz durante a fala ou canto.
É correto, então dizer que a voz é um fenômeno cultural, moldado pela sociedade
na qual um indivíduo está inserido e das influências e estímulos recebidos durante a vida.
Nosso estilo vocal não é puramente “nosso”, mas representa a nossa história, laços
familiares e relação com o ambiente que nos cerca. A partir desse pensamento,
entendemos também que certas características vocais podem ser modificadas se
mudadas as condições que rodeiam o indivíduo, sejam elas fisiológicas, sociais e
psicológicas. A voz, portanto, carrega muito mais do que somente “som” e é, até certo
ponto, mutável.

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