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ESCOLA MUNICIPAL PROF.

ª JOSEFINA TEIXEIRA DE AZEVEDO


Secretaria Municipal de Educação
Prefeitura Municipal de Guanambi

ALUNO:
Ano/ Turma: Data de envio: 10 / 08 / 2021 1ª
8º ano A Data de devolução: 24 /08/ 2021 Atividade II Unidade

Professora: Marlene Castro Disciplina: Português

Devolutiva no e-mail: marlenecastro@edu.guanambi.ba.gov.br ou na


plataforma.

CONTO DE ENIGMA
1. CONCEITO
Os contos de enigma se caracterizam, entre outros elementos, por apresentar um crime ou um
mistério a ser desvendado. Por esse motivo, essas histórias, geralmente, apresentam a figura de
um detetive ou de alguém que desempenha o papel de esclarecer o enigma, tornando-se um
herói após desmembrar todo o "problema".

2. ELEMENTOS

- Há sempre um mistério a ser desvendado.


- A investigação do enigma corresponde ao foco principal da história.
- Caso o mistério corresponda a um crime, no início da narrativa são apresentados alguns indícios
deixados pelo culpado.
- Conforme surgem pistas sobre o crime, possíveis culpados e novos suspeitos ganham destaque
na narrativa.
- Os enigmas são desvendados por meio de raciocínio lógico.
- O suspense, o medo e o desejo de saber são ingredientes importantes na trama.
- Os romances e os contos de enigma estabelecem um jogo entre o leitor e a narrativa

- Por meio do texto, o leitor assume uma postura investigativa.

3. A NARRATIVA

A narrativa se desenvolve a partir de um crime cometido, e o leitor acompanha todos os


procedimentos da investigação, por meio do olhar do narrador. Uma das características da
narrativa de enigma é o fato de que a história da investigação é algumas vezes contada por um
amigo do detetive, no papel de narrador. Esse, na maioria das vezes, reconhece estar
escrevendo um livro e, assim como o leitor, desconhece o que vai acontecer, ao longo da
história - o que ajuda a criar o suspense.
4. LINGUAGEM

Nesse tipo de conto, adjetivos e locuções adjetivas auxiliam na caracterização do ambiente


sombrio.

Exemplos: Homem de ferro, grito de agonia, novo som, grito mais alto, grito muito mais perto,
último grito desesperado, noite silenciosa, troar sussurrado, grito desesperado, murmúrio baixo e
constante do mar, pancada forte e ensurdecedora, noite sem vento.

Observe também o papel dos advérbios: Rapidamente, imediatamente que dão à cena rapidez
nas ações de investigação por parte do detetive e seu ajudante.

5. CONTO DE ENIGMA

 Síntese:

- História de investigação

- Público curioso pela resolução do crime

- Personagens típicos (Detetive, vítima, suspeitos, criminoso)

- Pontuação (interrogação e exclamação usados para gerar ênfase e duvidas da história)

6. EXEMPLOS

Conto 1:

A FAIXA MANCHADA

Helen Stoner é irmã gêmea de Julia, vivem com o padrasto o Dr. Roylott que estudou medicina
na Índia e conhecera a mãe das gêmeas quando elas tinha dois anos. Nessa época sua mãe
casaria de novo, viúva e com boa quantia de dinheiro deixou que o Dr. Administrasse a herança
com um acordo: ele daria uma quantia anual para elas quando se casassem.

Contudo, um tempo depois de voltarem para a Inglaterra, a mãe morre. Após esse
acontecimento, o comportamento dele mudou, tornou-se meio psicótico, criava uma pantera e
um babuíno trazidos da Índia, saia pouco de casa e quando saia discutia com os vizinhos.

Voltando ao presente, Julia havia morrido há dois anos, ela havia conhecido um major da
marinha com quem se noivou. Porém duas semanas antes do casamento algo horrível
aconteceu.

Julia perguntou a Helen se ela não teria escutado assobios nas noites anteriores, Helen
negou e Julia foi para o seu quarto. Helen estava dormindo quando do seu quarto escutou gritos
de uma mulher, reconheceu a voz que era de Julia. Então ela saltou da cama e saiu para o
corredor, abriu a porta escutou um assobio. Quando abriu a porta viu sua irmã em meio aos
gritos:
“– Helen foi a faixa manchada! A faixa manchada! “

Queria dizer algo a mais, porém, não conseguiu e caiu no chão morta. A polícia concluiu
que Julia estava sozinha quando morreu, não havia marcas de violências no corpo.

Depois de algum tempo, Helen iria se casar, há dois dias estavam ocorrendo reformas na
casa e furaram a parede do quarto dela. Ela teve que se mudar para o quarto onde sua irmã
havia morrido. Porém o que assustou Helen foi que nesses dias, estava escutando o mesmo
assobio daquela noite tão triste.

Ela contratou o detetive Sherlock Holmes e seu assistente Dr. Watson, para investigar o
caso. O detetive e seu assistente vão para a casa de Helen investigar, pois o padrasto não
voltaria tão cedo. Eles examinam o quarto de Helen, foram para o quarto de Julia em que Helen
estava ocupando devido a reforma de seu quarto, examinou cada coisa que estava no quarto,
viram uma campainha ao lado da cama, Helen contara que a campainha era nova, há dois anos
havia sido instalada. Desconfiado, Holmes puxa a campainha e conclui que ela é falsa. Depois
foram para o quarto do Dr., Holmes viu um cofre e perguntou para Helen o que havia dentro do
cofre, Helen respondeu que o cofre estava cheio de papéis. Porém quando abrem o cofre não
havia nada dentro, e sobre o cofre havia um pires de leite. Holmes fala para Helen que eles
terão que dormir no quarto de Julia, pois eles investigariam o barulho que a incomodava.

Naquela noite Holmes e Watson investigavam, mas o Dr. Roylott não desconfiou. De
repente, às três horas eles escutam um assobio, Holmes ascende um fósforo e bate com uma
bengala na corda da campainha, Holmes perguntou a Watson se ele não havia visto nada, mas
Watson estava com sono e não havia percebido nada. Porém em segundos, começaram a ouvir
gritos de dor, então Watson pega seu revólver automático e segue Holmes, que ia em direção ao
quarto do Dr., bateu na porta, sem resposta. Entraram no quarto, em cima da mesa havia uma
lamparina, o cofre estava aberto, ao lado da mesa estava o Dr.Roylott, com um olhar para cima
e fixo, havia uma faixa estranha na testa. Então Holmes fala para Watson:

“-- A faixa! A faixa manchada!”

De repente do cabelo do Dr., saiu uma nojenta cobra. Holmes falara que era a cobra do
brejo, a mais venenosa da Índia, o padrasto morrera pouco tempo depois de ter sido mordido.

Holmes concluiu que a cobra descia pela campainha falsa e para que a vítima não visse a
cobra, o padrasto assobiava para a cobra voltar, devia ter treinado a cobra com pires de leite. O
Dr. havia morrido pela sua própria armadilha.

Arthur ConanDoyle

 Análise do conto
Tempo: cronológico
Contexto: um assassinato acontece em uma casa e o detetive é chamado para desvenda-lo
Espaço: a casa de Helen Stoner
Narrador: toda a história é narrada em terceira pessoa, mostrando um nível maior de
detalhamento.
Personagens: Helen Stoner, Julia Stoner, Dr. Roylott, a mãe, Sherlock Homes, Watson.
7. PROPOSTA DE PRODUÇÃO

Serão apresentados três textos e uma atividade de planejamento como preparação para a
produção de texto.

TEXTO 01:

Alguns contos do escritor Edgar Allan Poe são exemplares para o gênero em questão. Além disso, os
filmes de Sherlock Holmes são clássicas narrativas de enigma. A seguir, um excerto em que Holmes e Dr.
Watson estão às voltas com o mistério que envolve os uivos do cão, ouvidos no castelo de Baskerville.

TEXTO 02

O Cão dos Baskervilles

[...] “Onde está ele?”, cochichou Holmes, e eu vi pela expressão de sua voz que ele, o homem
de ferro, estava abalado até a alma. “Onde está ele, Watson?”

“Lá, acho eu.” Apontei para a escuridão.

“Não, lá!”

Novamente o grito de agonia passou pela noite silenciosa, mais alto e muito mais perto do que
nunca. – E um novo som misturou-se com ele, um troar sussurrado e diminuindo como o
murmúrio baixo e constante do mar.

“O cão!”, exclamou Holmes. “Venha, Watson, venha! Deus nos livre de chegarmos tarde
demais!” Ele havia começado a correr rapidamente pela charneca, e eu o seguia nos seus
calcanhares. Mas agora, de alguma parte por entre o terreno irregular imediatamente à nossa
frente, veio o último grito desesperado e depois uma pancada forte e ensurdecedora. Paramos e
ficamos ouvindo. Nenhum outro som rompeu o silêncio da noite sem vento.

Sir Arthur Conan Doyle. O Cão dos Baskervilles. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1987
Agora, leia atentamente o fragmento da notícia a seguir. Ela deverá ser o ponto de partida para
a escrita do seu conto de enigma.

TEXTO 03

Leia atentamente o fragmento da notícia.

Proposta: Veja que as informações a respeito dos motivos do crime, dos culpados e dos fatos
que levaram um dedo humano a cair do céu não constam no trecho da notícia, acima
reproduzido. Imagine, então, que a investigação dessas informações omitidas está sendo
narrada em um conto de enigma. PRODUZA UM CONTO ORIGINAL DESVENDANDO o
mistério que envolve o dedo que caiu do céu.

Planejamento: Comece a planejar seu conto de enigma, respondendo, no caderno, às perguntas


abaixo:

1 – Quem/como será a vítima?

2 – Quem será o assassino e qual será seu relacionamento com a vítima?

3 – Como o criminoso executará o crime?

4 – Que pistas ele deixará?

5 – Quem serão os suspeitos?

6 – Qual a motivação do crime?

7 – Que pistas falsas vai haver?

8 – Quem desvendará o crime? Como?

8. REFERENCIAS

http://www.conteudoseducar.com.br/conteudos/arquivos/3397.pdf

https://tecnicaderedacao.blogspot.com/2010/04/contos-de-enigma-o-que-e.html

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/tecnicas-de-redacao-narracao-o-enigma.htm

https://armazemdetexto.blogspot.com/2019/06/conto-faixa-manchada-fragmento-arthur.html

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