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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3

2 BIOMECÂNICA ........................................................................................... 4

3 ASPECTOS BIOMECÂNICOS DA FUNÇÃO NEUROMUSCULAR ............ 6

3.1 Fármacos que reforçam ou bloqueiam a transmissão na junção


neuromuscular e que estimulam a fibra muscular por ação semelhante à da
acetilcolina.. ............................................................................................................. 8

3.2 Movimentos do corpo humano e a aplicação dos princípios físicos com


o objetivo de compreender a relação entre o aparelho musculoesquelético em
movimento e a atividade de trabalho. .................................................................... 10

4 BIOMECÂNICA DAS ARTICULAÇÕES DO ESQUELETO HUMANO ...... 13

4.1 Arquitetura da articulação................................................................... 14

4.2 Articulações imóveis ........................................................................... 14

4.3 Articulações discretamente móveis .................................................... 15

4.4 Articulações móveis............................................................................ 15

5 BIOMECÂNICA DA EXTREMIDADE SUPERIOR .................................... 16

6 BIOMECÂNICA DA COLUNA VERTEBRAL ............................................. 20

6.1 Os gestos humanos e a dinâmica do corpo serão discutidos na sua


globalidade e em situação de trabalho. ................................................................. 23

7 LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER) – Sua História no Brasil


...................................................................................................................26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 40

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 BIOMECÂNICA

Fonte: senshin.com.br

Não há uma definição única para o termo Biomecânica. Entretanto, é possível


identificar nas suas várias abordagens que ela está relacionada à Biologia e à
Mecânica, sendo a segunda considerada a “[...]ciência que descreve e prevê as
condições de repouso ou movimento dos corpos sob a ação de forças. ” (BEER et al,
2012, p. 4). Nessa perspectiva, a Biomecânica é genericamente definida como “[...] a
aplicação dos Princípios da Mecânica ao estudo dos problemas biológicos” ou dos
organismos vivos (HALL, 2013) ou ainda dos sistemas biológicos (HAMILL;
KNUTZEN, 2012).
A definição que, apesar de antiga, segue sendo considerada a mais
apropriada pela Sociedade Americana de Biomecânica (American Society of
Biomechanics) é a proposta por Haztze, quando afirma ser a Biomecânica “[...] o
estudo da estrutura e função dos sistemas biológicos por meio dos métodos da
Mecânica” (BELMONT et al, 2015).
De acordo Zhang (2014) a biomecânica é o campo de estudo que utiliza
ferramentas da engenharia tal como estática, dinâmica e resistência de material es
para analisar a cinética (cargas) e a cinemática (movimentos) experimentada pelo
sistema musculoesquelético.
A Biomecânica Ocupacional forma parte da grande disciplina cientifica da
Ergonomia. Este ramo é uma especialidade da biomecânica que está relacionada ao
estudo das posturas e tarefas do homem. Trata-se de uma área multidisciplinar e
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interdisciplinar onde instrumentos e modelos para cálculos em biomecânica são
utilizados em conjunto com avaliações de outras disciplinas, tais como fisiologia e
psicologia (OLIVEIRA et al, 2017).
A biomecânica Ocupacional possui ligação direta com a Ergonomia e procura
buscar soluções para os problemas existentes entre o homem e a execução do
trabalho. Esses problemas tratam principalmente de distúrbios musculoesqueléticos,
os quais de acordo Mascarenhas et al, (2012) estão entre os principais problemas de
saúde pública que a sociedade tem enfrentado nos últimos anos.
Em relação a esses problemas musculoesqueléticos, principalmente em
extremidades superiores, têm sido apontados como fatores de risco: trabalho físico,
pesado ou repetitivo, trabalhos prolongados no computador, anómalas, estáticas,
dinâmicas, baixo controle, entre outras. A importância da biomecânica ocupacional
reflete principalmente nas relações entre a postura no trabalho e as dimensões
corporais, adequando o equipamento objetivando uma adequada postura do
trabalhador (SOUZA, 2010).
Um fator importante na avaliação de uma atividade executada é a
investigação das posturas adotadas pelos trabalhadores, as quais poderiam trazer
sequelas incapacitantes. Esta área está relacionada com os movimentos e forças
realizadas durante a atividade de trabalho. A relação do homem com a máquina, os
movimentos exercidos para executar determinada ação, e as posturas corporais
adotadas, são questões básicas para compreender a biomecânica. A análise das
propriedades biomecânicas do aparelho locomotor, tais como postura, mobilidade
articular e força muscular, é um dos métodos utilizados pela Biomecânica Ocupacional
para determinar as capacidades e os limites humanos para a execução de tarefas
laborais sem o risco de lesões (OLIVEIRA et al, 2017).

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3 ASPECTOS BIOMECÂNICOS DA FUNÇÃO NEUROMUSCULAR

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

As fibras musculares esqueléticas são inervadas por grandes fibras nervosas


mielinizadas que se originam nos grandes neurônios motores nos cornos anteriores
da medula espinhal. Cada fibra nervosa, depois de penetrar no feixe muscular,
normalmente se ramifica e estimula de três a várias centenas de fibras musculares
esqueléticas. Cada terminação nervosa faz uma junção, chamada junção
neuromuscular, com a fibra muscular próxima de sua porção média. O potencial de
ação, iniciado na fibra muscular pelo sinal nervoso, viaja em ambas as direções até
as extremidades da fibra muscular. Com exceção de cerca de 2% das fibras
musculares, existe apenas uma dessas junções por fibra muscular (GUYTON & HALL,
2011).
A fibra nervosa forma complexo de terminais nervosos ramificados que se
invaginam na superfície extracelular da fibra muscular. Toda a estrutura é chamada
de placa motora. Ela é recoberta por uma ou mais células de Schwann que a isolam
dos líquidos circunjacentes. A membrana invaginada é chamada de goteira sináptica
ou canaleta sináptica, e o espaço entre o terminal e a membrana da fibra é chamado
de espaço sináptico ou fenda sináptica. Este espaço tem de 20 a 30 nanômetros de
largura. No fundo da goteira encontram-se numerosas pequenas dobras da
membrana muscular, chamadas de fendas subneurais, que aumentam em muito a
área de superfície na qual o transmissor sináptico pode agir.

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No terminal axonal há muitas mitocôndrias que fornecem trifosfato de
adenosina (ATP), a fonte de energia que é usada para a síntese de um transmissor
excitatório, a acetilcolina. A acetilcolina, por sua vez, excita a membrana da fibra
muscular. A acetilcolina é sintetizada no citoplasma do terminal, mas é absorvida
rapidamente por muitas pequenas vesículas sinápticas, cerca de 300.000, as quais se
encontram normalmente nos terminais de uma única placa motora. No espaço
sináptico há grandes quantidades da enzima acetilcolinesterase, que destrói a
acetilcolina alguns milissegundos depois que ela foi liberada das vesículas sinápticas
(GUYTON & HALL, 2011).
Secreção de Acetilcolina pelos Terminais Nervosos Quando um impulso
nervoso atinge a junção neuromuscular, cerca de 125 vesículas de acetilcolina são
liberadas dos terminais no espaço sináptico. Na superfície interna da membrana
neural estão as barras densas lineares. Nos dois lados de cada barra densa estão
partículas proteicas que penetram na membrana neural; são os canais de cálcio
controlados por voltagem. Quando o potencial de ação se propaga para o terminal,
esses canais se abrem e permitem que os íons cálcio se difundam do espaço sináptico
para o interior do terminal nervoso. Considera-se que os íons cálcio, por sua vez,
exerçam atração sobre as vesículas de acetilcolina, puxando-as para a membrana
neural adjacente às barras densas. As vesículas se fundem então com a membrana
neural e lançam a acetilcolina no espaço sináptico, pelo processo da exocitose.
Embora alguns dos detalhes previamente mencionados sejam especulativos, sabe-se
que o estímulo efetivo que causa a liberação da acetilcolina das vesículas é a entrada
dos íons cálcio e que a acetilcolina das vesículas é esvaziada através da membrana
neural adjacente às barras densas.
Distúrbios das junções neuromusculares:

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Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

Fator de Segurança para a Transmissão na Junção Neuromuscular; Fadiga


da Junção. Ordinariamente, cada impulso que chega à junção neuromuscular provoca
potencial da placa motora de amplitude três vezes maior que o necessário para
estimular a fibra muscular. Portanto, a junção neuromuscular normal tem alto fator de
segurança. No entanto, a estimulação da fibra nervosa com frequências maiores que
100 vezes por segundo, por vários minutos, com frequência diminui tanto o número
de vesículas de acetilcolina que os impulsos não são mais transmitidos à fibra
muscular. Isso é chamado de fadiga da junção neuromuscular, e é o mesmo efeito
que causa a fadiga no sistema nervoso central quando as sinapses são
superexcitadas. Em condições normais de funcionamento, raramente ocorre fadiga
mensurável da junção neuromuscular e mesmo assim apenas nos níveis mais
exaustivos de atividade muscular (GUYTON & HALL, 2011).

3.1 Fármacos que reforçam ou bloqueiam a transmissão na junção


neuromuscular e que estimulam a fibra muscular por ação semelhante à da
acetilcolina.

Muitas substâncias, incluindo a metacolina, o carbacole a nicotina, têm o


mesmo efeito que a acetilcolina sobre o músculo. A diferença entre esses fármacos e
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a acetilcolina é que elas não são destruídas pela colinesterase ou são destruídas tão
lentamente que sua ação frequentemente persiste por muitos minutos ou várias horas.
Os fármacos atuam provocando áreas localizadas de despolarização da membrana
da fibra muscular na placa motora, onde estão localizados os receptores de
acetilcolina. Assim, a cada vez que a fibra muscular se recupera de uma contração,
essas áreas despolarizadas em virtude do vazamento de íons iniciam novo potencial
de ação, levando dessa forma a estado de espasmo muscular. Fármacos que
Estimulam a Junção Neuromuscular, Inativando a Acetilcolinesterase (GUYTON &
HALL, 2011).
Três fármacos, particularmente bem conhecidos, neostigmina, fisostigmina e
fluorofosfato de di-isopropil, inativam a acetilcolinesterase nas sinapses, de forma que
ela não mais hidrolisa a acetilcolina. Dessa maneira, a cada impulso nervoso
sucessivo, mais acetilcolina se acumula e estimula repetidamente a fibra muscular.
Isso provoca espasmo muscular, mesmo quando poucos impulsos nervosos alcançam
o músculo. Infelizmente, isto também pode causar morte por espasmo da laringe que
sufoca o indivíduo.
A neoestigmina e a fisoestigmina se combinam com a acetilcolinesterase para
inativá-la por até várias horas, depois do que elas se deslocam para que a esterase
recupere sua atividade. De forma inversa, o fluorofostato de di-isopropil, que funciona
como potente gás venenoso para os “nervos”, inativa a acetilcolinesterase por
semanas, o que o torna veneno particularmente letal. Fármacos que Bloqueiam a
Transmissão na Junção Neuromuscular. O grupo de fármacos conhecidos como
fármacos curariformes pode impedir a passagem dos impulsos da terminação nervosa
para o músculo. Por exemplo, a D-tubocurarina bloqueia a ação da acetilcolina nos
receptores de acetilcolina da fibra muscular, evitando assim o aumento da
permeabilidade dos canais de membrana muscular, suficiente para iniciar o potencial
de ação (GUYTON & HALL, 2011).

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3.2 Movimentos do corpo humano e a aplicação dos princípios físicos com o
objetivo de compreender a relação entre o aparelho musculoesquelético
em movimento e a atividade de trabalho.

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

A maioria dos movimentos humanos é um movimento geral, uma combinação


complexa de componentes de movimentos lineares e angulares. Como os
movimentos angular e linear são formas “puras” de movimento, algumas vezes é útil
decompor movimentos complexos em seus componentes lineares e angulares
durante a realização de uma análise (HALL, 2016).
Movimento linear
O movimento linear puro envolve o movimento uniforme do sistema de
interesse, com todas as partes do sistema se movendo na mesma direção e na mesma
velocidade. O movimento linear também é denominado movimento de translação, ou
simplesmente translação. Quando um corpo experimenta uma translação, ele se move
como uma unidade, e porções do corpo não se movem em relação às outras. Por
exemplo, um passageiro que dorme em um voo de avião sem turbulência está sendo
transladado através do ar.
Se o passageiro acorda e pega uma revista, entretanto, não ocorre mais uma
translação pura, porque a posição do braço em relação ao corpo mudou. O movimento
linear também pode ser considerado um movimento ao longo de uma linha. Se a linha
é reta, o movimento é retilíneo; Se a linha é curva, o movimento é curvilíneo. Um
motociclista, ao manter uma postura sem movimento enquanto a motocicleta se move
ao longo de uma trajetória reta, está se movimentando em modo retilíneo. Se o
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motociclista salta com a motocicleta e a estrutura desta não roda, tanto o motociclista
como a motocicleta (com a exceção das rodas em movimento) estão se movendo de
modo curvilíneo enquanto estão no ar. Do mesmo modo, um esquiador que desce
uma montanha em posição estática está em movimento retilíneo. Se o esquiador salta
sobre um obstáculo, com todas as partes do corpo se movendo na mesma direção e
na mesma velocidade em uma trajetória curva, o movimento é curvilíneo. Quando um
motociclista ou esquiador passa sobre uma colina, o movimento não é linear, porque
a parte superior do corpo se move em velocidade maior que as partes inferiores do
corpo (HALL, 2016).
Exemplos de movimento retilíneo, curvilíneo e rotacional:

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Fonte: Hall (2016)

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Movimento angular
Movimento angular é a rotação ao redor de uma linha central imaginária
conhecida com o eixo de rotação, orientado perpendicularmente ao plano no qual
ocorre a rotação. Quando um ginasta executa um movimento circular amplo ao redor
de uma barra, todo o corpo roda, e o eixo de rotação passa através do centro desta.
Quando um atleta de saltos ornamentais executa um salto mortal, novamente todo o
corpo está rodando, desta vez ao redor de um eixo de rotação imaginário que se move
juntamente com o corpo. Quase todo movimento humano voluntário envolve a rotação
de um segmento do corpo ao redor de um eixo de rotação imaginário que passa
através do centro da articulação ao qual o segmento se fixa. Quando o movimento
angular ou rotação ocorre, porções do corpo em movimento se movem
constantemente em relação às outras porções (HALL, 2016).

4 BIOMECÂNICA DAS ARTICULAÇÕES DO ESQUELETO HUMANO

As articulações do corpo humano contribuem decisivamente para dar ao corpo


o movimento direcional dos segmentos corporais. A estrutura anatômica de uma
determinada articulação, como a do joelho sadio, varia pouco de pessoa para pessoa,
assim como as direções em que segmentos corporais conectados, como a coxa e a
perna, podem se mover na articulação. Entretanto, diferenças na rigidez ou na
frouxidão relativas dos tecidos moles circundantes resultam em diferenças na
amplitude de movimento das articulações. Este capítulo discute os aspectos
biomecânicos da função articular, incluindo os conceitos de estabilidade e de
flexibilidade articular e as implicações relativas ao potencial de lesão.

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4.1 Arquitetura da articulação

Fonte: anatomiadocorpo.com

Os anatomistas classificam as articulações em diferentes tipos, com base na


complexidade da articulação, no número de eixos presentes ou na capacidade de
movimento. Uma vez que este livro aborda o movimento humano, é apresentado um
sistema de classificação das articulações com base na capacidade de movimento.

4.2 Articulações imóveis

1. Sinartroses (imóveis) (syn = junto; arthron = articulação): essas articulações


fibrosas podem atenuar a força (absorver impacto), mas permitem pouco ou nenhum
movimento dos ossos que formam uma articulação.
a) Sutura: nessas articulações, as lâminas ósseas irregulares se encaixam
intimamente e estão firmemente conectadas por fibras contínuas ao periósteo. As
fibras começam a ossificar no início da vida adulta e, por vezes, são completamente
substituídas por osso. O único exemplo no corpo humano são as suturas do crânio.
b) Sindesmose (syndesmosis = ligado por feixes): nessas articulações, um
tecido fibroso denso mantém os ossos juntos, permitindo um movimento
extremamente limitado. Exemplos incluem as articulações coracoacromial, radiulnar
média, tibiofibular média e tibiofibular inferior.

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4.3 Articulações discretamente móveis

1. Anfiartrose (levemente móveis) (amphi = dos dois lados): essas articulações


atenuam as forças aplicadas e permitem mais movimento nos ossos adjacentes do
que as articulações sinartróideas.
a) Sincondrose (syncondrosis = unido por cartilagem): nessas articulações, os
ossos são unidos por uma fina camada de cartilagem hialina. Os exemplos incluem
as articulações esterno costais e as lâminas epifisiais (antes da ossificação).
b) Sínfise: nessas articulações, um disco de fibrocartilagem separa os ossos.
Os exemplos incluem as articulações vertebrais e a sínfise púbica.

4.4 Articulações móveis

Fonte: auladeanatomia.com

Diartrose ou sinovial (móvel) (diarthrosis = “articulação completa”, indicando


apenas pequenas limitações à capacidade de movimento): nessas articulações, as
superfícies dos ossos são cobertas por uma cartilagem articular, uma cápsula articular
envolve a articulação e uma membrana sinovial aderida ao interior da cápsula articular
secreta um lubrificante conhecido como líquido sinovial. Existem diferentes tipos de
articulações sinoviais.
Deslizante (plana; artrodial): nessas articulações, as superfícies articulares
dos ossos são necessariamente chatas e o único movimento permitido é o

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deslizamento não axial. Os exemplos incluem as articulações intermetatarsais,
intercarpais e intertarsais e as articulações dos processos articulares.
Dobradiça (gínglimo): nessas articulações, uma superfície óssea articular é
convexa e a outra é côncava. Ligamentos colaterais fortes restringem o movimento,
tornando o planar, em formato de dobradiça. Os exemplos incluem as articulações
úmero ulnar e interfalângicas.
Pivô (trocoidea): nessas articulações, a rotação é permitida ao redor de um
eixo. Os exemplos incluem a articulação atlantoaxial e as articulações radiulnar
proximal e distal.
Condiloide (ovoide; elipsoide): nessas articulações, a superfície articular de
um osso tem formato convexo oval e a outra tem superfície com formato
reciprocamente côncavo. São permitidos movimentos de flexão, extensão, abdução,
adução e circundução. Os exemplos incluem da segunda à quinta articulação
metacarpofalângica e a articulação radiocarpal (HALL, 2016).

5 BIOMECÂNICA DA EXTREMIDADE SUPERIOR

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

A biomecânica da articulação do ombro é bastante complexa. O ombro é a


articulação mais móvel do corpo humano, em decorrência disso, também é a mais
instável. Ela permite os movimentos em todos os planos e eixos, e ainda combinando
realizando a circundução. Os movimentos, na sua maioria, são combinados entre
mais de uma articulação, a combinação mais estudada é o ritmo escapulo-umeral, que
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é a combinação dos movimentos da articulação glenoumeral com os movimentos
escapulo torácicos. Nos movimentos de elevação do braço (flexão e abdução) no
plano da escápula, obtemos uma relação de 2:1, ou seja, a cada dois graus de
elevação da glenoumeral temos um grau de elevação escapulo torácica. Essa relação
se intensifica a partir dos 30º e é presente até a abdução completa em cerca de 170º.
O músculo deltoide é um músculo em formato triangular, formado por três porções
distintas, anterior, média e posterior. A porção média tem atuação em todos os
movimentos que envolvam elevação do braço. Já a porção anterior está mais
envolvida com a flexão e a porção posterior com a extensão.
Embora o deltoide tenha função primaria, os movimentos não acontecem sem
o apoio de músculos sinergistas, em especial do manguito rotador, que ora agem
como estabilizadores dinâmicos, ora como motores do movimento. O manguito
rotador é um conjunto de músculos internos e profundos da articulação do ombro,
formado pelos músculos: supra espinhal, infra espinhal, redondo menor e
subescapular. Esses músculos são responsáveis pela estabilização do ombro e suas
rotações, interna (subescapular) e externa (infra espinhal e redondo menor). O
músculo supra espinhal permanece ativo em todo o movimento de abdução do braço,
mantem a estabilização do ombro em conjunto com os músculos infra- espinhal e
redondo menor.
O trio tem função primordial na elevação do braço acima da linha do ombro
(90º). Esse momento do movimento é necessário realizar uma rotação externa afim
de que o trocanter maior do úmero não colida com o acrômio, permitindo a amplitude
do movimento, em sinergia ao movimento a atuação do músculo subescapular atua
contrapondo suas forças, impedindo a transladação anterior da cabeça do úmero,
evitando a sua subluxação (KAPANDJI, 2007).
Os músculos do manguito rotador (Fig.4, Fig.5 e Fig.6) não têm suas ações
isoladas na estabilização do ombro, suas forças são contrapostas e neuromoduladas
garantindo a estabilidade dinâmica da glenoumeral em todos os movimentos.
(KAPANDJI, 2007; NETTER, 2015).
Em seguida podemos observar nas figuras o posicionamento anatômico dos
músculos do manguito rotador. Os três músculos posteriores, Supra espinhal, infra
espinhal e Redondo menor, tem a inserção no tubérculo maior do úmero, esta região

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sofre colisão com o acrômio, situação que será discutida mais adiante, levado a
constante lesão mecânica dessas estruturas.
Músculos do Manguito Rotador - Vista Anterior

Fonte: NETTER (2015)

Músculos do Manguito Rotador - Vista posterior

Fonte: NETTER (2015)

Músculos do Manguito Rotador – Vista superior

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Fonte: NETTER (2015)

Os movimentos do ombro são dados pelos músculos: Deltoide em suas três


porções, responsáveis pela abdução (porção média), flexão (porção anterior),
extensão (porção posterior), redondo maior (extensão), grande dorsal (extensão),
cabeça longa do bíceps atua como sinergia a da flexão, supre espinhal (abdução) infra
espinhal (rotação externa), redondo menor (rotação externa), subescapular (rotação
interna). Esses últimos quatro são conhecidos como manguito rotador, além dos
movimentos do úmero outros músculos atuam nos movimentos da escapula
realizando sua estabilização permitindo a harmonia dos movimentos do braço, entre
eles o trapézio, os romboides e serra til. O ombro é a articulação do corpo humano
com a maior liberdade de movimentos, a concavidade da fossa glenóide em conjunto
com a formação esférica da cabeça do úmero permitem movimentos nos três planos
e eixos. Essa liberdade confere ao ombro um aspecto muito instável, sendo
estabilizada, em grande parte pelos músculos do complexo do manguito rotador.

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Fonte: drmarciosilveira.com

6 BIOMECÂNICA DA COLUNA VERTEBRAL

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

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A coluna vertebral é uma estrutura importante de suporte do organismo
humano, que possibilita a manutenção de uma postura ereta e tem a complexa
capacidade de conciliar a estabilidade estrutural e o movimento (dois processos
fundamentais). Esta é considerada um pilar ósseo e está situada no eixo mediano do
corpo, articulando-se com o crânio, as costelas e as raízes dos membros superiores
e inferiores e divide-se em quatro regiões -cervical, dorsal, lombar e sacrococcígea
(QUARESMA, 2010; ANDRADE FILHO & PEREIRA, 2015).
Ainda que, seja um grupo exclusivamente esquelética, do ponto de vista
prático, quando se refere à “coluna vertebral”, na verdade trata-se do seu conteúdo e
anexos com ela relacionados, tais como: os músculos, nervos e vasos. Assim, a
coluna vertebral tem comprimento de aproximadamente dois quintos da altura total do
corpo, formada por 33 ou 34 unidades, denominadas vértebras, e divide-se em regiões
que se designam por:
a) Cervical: constituída por sete vértebras cervicais e constitui o esqueleto
axial do pescoço e suporte da cabeça;
b) Coluna dorsal ou torácica: composta por 12 vértebras dorsais suporta a
cavidade torácica (corresponde a região das costas);
c) Coluna lombar: composta por cinco vértebras e corresponde à região
da cintura, suporta a cavidade abdominal e permite mobilidade entre a parte torácica
do tronco e a pelve;
d) Coluna sacrococcígea: formado pelo sacro (com cinco vértebras
soldadas), une a coluna vertebral à cintura pélvica;
e) Cóccix: formado por quatro ou cinco vértebras soldadas entre si,
localizada na região dos glúteos, é uma estrutura rudimentar em humanos, mas possui
função no suporte do assoalho pélvico (SANTOS et al., 2011; SANTOS, 2015).
A coluna vertebral em ângulo anterior ou posterior deve ser linear, sem
desvios ou curvaturas, entretanto analisada em vista lateral deve apresentar
curvaturas fisiológicas. As curvaturas torácica e sacral são intituladas primárias
porque apresentam a mesmo sentido da coluna vertebral fetal e decorrem da
dessemelhança de altura entre as partes anteriores e posteriores dos corpos
vertebrais (NETTER, 2011; SANTOS, 2015; SANTOS & SILVA, 2019).

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Estas curvaturas são responsáveis pela força, sustentação e
equilíbrio corporal, mais especificadamente, servem para aumentar a resistência da
coluna, melhorar a distribuição de carga e evitar compressões.
Coluna vertebral e unidade funcional:

Fonte: Hall (2016)

Os movimentos da coluna sempre são uma ação combinada de vários


segmentos. Este é produzido pela ação coordenada dos nervos, músculos agonistas
(iniciam e levam o movimento) e os músculos antagonistas (frequentemente
controlam e modificam o movimento). A coluna vertebral é flexível porque as
vértebras são móveis, entretanto sua estabilidade depende, em especial, dos
músculos e ligamentos (LINARDI et al., 2020).
O termo “estabilização” refere-se ao controle mecânico articular, o qual se
atribui à ação dos músculos sobre os limitadores e controladores do movimento e na
prevenção de danos a ligamentos e cápsulas.
A estabilidade da coluna vertebral depende da integração de três sistemas,
são eles:
a) Sistema passivo: composto pelos corpos vertebrais, articulações
facetarias, cápsulas articulares, ligamentos espinhais e discos intervertebrais;

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b) Sistema ativo: constituído de músculos e tendões e;
c) Sistema neural: sistema nervoso central e periférico (BONFIM et al, 2020).
Sob condições normais, esses subsistemas garantem a estabilidade estática
e dinâmica da coluna, bem como representam um componente importante para prover
uma base sólida e exercer ou resistir às forças, e promover o aperfeiçoamento da
estabilidade segmentar e do controle neuromuscular do tronco pode proporcionar
melhores condições biomecânicas (MELO FILHO et al., 2013).
A musculatura tem uma função de proteger as estruturas da coluna vertebral,
sendo que esse papel em muitos casos se encontra comprometida pela hipotonia dos
músculos responsáveis pela estabilidade, proveniente do desuso ou uso inadequado
dessa musculatura, por posições viciosas e postura inadequada, causando algias. A
estabilidade vertebral é realizada pelos músculos profundos, principalmente os
multivídeos e transverso do abdômen. Entretanto, quando ocorre falha nos
mecanismos estabilizadores da coluna, ocorrerão possíveis deformidades vertebrais
levando a alterações do eixo e comprimento da coluna vertebral (MELO FILHO et al.,
2013).

6.1 Os gestos humanos e a dinâmica do corpo serão discutidos na sua


globalidade e em situação de trabalho.

Fonte: thumbs.dreamstime.com

Descarte era cantor, e iniciou, oficialmente, sua carreira em 1830, como tenor
na Opera Comisque, mas após apenas quatro anos, sua carreira foi interrompida por

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um grave comprometimento da voz, segundo ele mesmo, ocasionado por falhas nas
técnicas de ensino utilizadas no Conservatório. Essa experiência malsucedida como
aprendiz, o impulsionou no desenvolvimento de suas pesquisas acerca de formas de
treinamento mais humanizadas, e que não fossem cristalizadas em fórmulas rígidas,
mas adaptáveis a qualquer organismo, a qualquer físico, a qualquer corpo. É
interessante notar, que com o episódio da perda da voz, Descarte começou a valorizar
outra forma de linguagem – a linguagem corporal –passando a analisar,
minuciosamente, o gestual humano. Assim sendo, seu trabalho de pesquisa constitui
um rico estudo, embasado cientificamente, nas relações entre o gestual humano e
seus significados emocionais.
Conforme ele, a artisticidade do comportamento humano é o fundamento
necessário para toda a arte performática composta não por séries de gestos
mecanicamente realizados, mas por movimentos que expressam verdadeiramente os
mais profundos sentimentos da alma humana. Delsarte elegeu como fundamentos de
seu método, a “Lei da Trindade” e a “Lei da Correspondência”. A primeira, baseada
na Santíssima Trindade Católica (visto ser um fervoroso praticante do catolicismo),
postulava que o homem é formado por três unidades indissociáveis: Vida, Espírito e
Alma.
Essa trindade encontraria diversas outras correspondências orgânicas no seu
método, tendo em vista que ele desenvolveu várias categorias de sistematização do
corpo e de qualidades de movimento. Por exemplo, para ele, o corpo humano poderia
ser dividido em três zonas principais: a cabeça (correspondente ao intelecto), o tronco
(correspondente às emoções), e os membros (correspondentes àquilo que é
propriamente físico). Nessa visão das tríades, Delsarte dispensa atenção específica
aos elementos: Voz, Palavra e Gesto, no processo de construção expressiva, que
estariam ligados aos aspectos formadores do humano (Vida, Espírito e Alma), de
modo que a Vida estaria relacionada às sensações corpóreas expressas pela Voz (o
que é bem interessante, pois já traz uma ideia de unicidade do elemento Voz ao
próprio Corpo), o Espírito ao pensamento, que, por sua vez, seria expresso pela
Palavra, e a Alma se relacionaria aos sentimentos, expressos pelos Gestos.
O reconhecido teórico francês delineou também, três grandes ordens de
movimento – oposições, paralelismos e sucessões – e nove leis que regem os gestos,
cada uma delas, relacionada às zonas principais do corpo humano (cabeça, tronco e

24
membros), e subdividida em outras que, por sua vez, eram ainda mais subdivididas,
compreendendo assim, um processo que resulta em uma extensa relação de milhares
de movimentos descritos segundo seu significado, temporalidade, espacialidade, e
assim por diante.
A “Lei da Correspondência” postula uma correlação semântica ao gestual, ou
seja, defende que todo e qualquer gesto é a expressão de alguma sensação ou
sentimento vivenciado pelo seu agente.
A expressividade do movimento passou a ser considerada uma necessidade
do indivíduo que, conforme foi mencionado no capítulo anterior é entendida como
“sendo o próprio corpo”, e não como “tendo um corpo em dicotomia do seu próprio
ser”. Se o indivíduo é o seu próprio corpo, logo, o desenvolvimento da expressividade
corporal passa a ser um refinamento global da expressividade daquele ser como um
todo. Tal maneira de pensar encontrou ressonância numa interessante área de estudo
acerca da educação do movimento – a educação somática – que embora também
tenha surgido no final do século XIX, passou a ser mais amplamente desenvolvida no
século seguinte, a partir da década de 1930.
Técnicas de Educação Somática
As técnicas de Educação Somática são constituídas de agrupamentos de
exercícios corporais, que não visam exatamente a padrões estéticos de movimento,
mas estratégias de refinamento da consciência corporal do indivíduo, que por meio de
um maior domínio acerca das possibilidades do próprio corpo, passa a desenvolver
com mais facilidade o domínio da sua expressividade. De fato, a maioria das técnicas
de Educação Somática, embora tenham sido amplamente adotadas por bailarinos e
atores, são originárias da área da saúde, ou seu mote de desenvolvimento é a busca
para a cura de alguma lesão pessoal do próprio criador, ou algo do gênero.
Dentro da Educação Somática, a expressão – Autoridade Somática – se
refere exatamente a essa capacidade gradualmente adquirida pelo praticante de
tomar decisões próprias, baseadas no conhecimento de si e, mais especificamente,
levando em consideração as experiências do corpo vivido. Dizendo de outro modo, o
aluno passa a reconhecer seus próprios limites, sabendo até onde pode ousar em
suas tentativas, sem se machucar e, principalmente, passa a confiar cada vez mais
em seu próprio potencial expressivo, nas possibilidades de seu corpo. A Educação
Somática não se pauta em modelos de movimentos, como é muito comumente

25
observado nas técnicas codificadas de Dança. Pelo contrário, nas técnicas somáticas,
o que prevalece são orientações que propiciam o refinamento da percepção.
Diferentemente de uma sequência rígida de movimentos de braços, por exemplo, é
proposta uma minuciosa percepção da ossatura e das articulações que compõe a
estrutura dos braços (ombros, cotovelos, punhos, dedos), e a partir desse
reconhecimento, experimentam-se as diversas possibilidades de movimentação
dessa estrutura corporal. A partir de então, pode ser aplicada alguma sequência
simples de movimentação e/ou um encorajamento à prática do improviso – da
experimentação autônoma dos seus próprios movimentos. Desse modo, Percepção,
Criação e Expressividade acabam caminhando juntas dentro desse processo de
autoconhecimento do corpo.

7 LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER) – SUA HISTÓRIA NO BRASIL

As Lesões por Esforços Repetitivos (LER)/Distúrbios Osteomusculares


Relacionados ao Trabalho (DORT) representam um problema de saúde comum e
prevalente na contemporaneidade, afetando inúmeras classes de trabalhadores
(BRASIL, 2012).Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT)
foram inicialmente denominados lesões por esforços repetitivos (LER) por
apresentarem um fator casual relacionado à maior velocidade e repetição dos
movimentos executados durante a jornada de trabalho (BRASIL, 2012).

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

26
No dia 05 de agosto de 1998, o Ministério da Previdência e Assistência Social
(MPAS) baixou a Ordem de Serviço 606 - Norma para a Avaliação de Incapacidade
para Fins de Benefícios Previdenciários - que utiliza a sigla DORT (distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho) ao invés da sigla LER (Lesão por Esforço
Repetitivo), para “evitar que na própria denominação já se apontem causas definidas”
(BRASIL, 2012).
A existência do trabalho repetitivo data de muito tempo, havendo relatos de
meados de 1700. O Japão foi um dos primeiros países a reconhecer esta patologia
como decorrente do trabalho. Por volta dos anos 1980 é que no Brasil começaram a
aparecer os primeiros casos de LER, e eles estavam ligados à profissão dos
digitadores. As LER/DORT são doenças muito frequentes provocadas pela atividade
laboral. São patologias de difícil diagnóstico já que dependem do relato subjetivo de
quem as possui, bem como de aspectos psicológicos e da susceptibilidade individual
(SIMAMOTO et al. 2018).
A sigla LER – Lesões por Esforços Repetitivos – é a tradução de um termo
internacional, criada para identificar um conjunto de doenças caracterizadas por dor
crônica que atingem principalmente os membros superiores (dedos, mãos, punhos,
antebraços, ombros e braços). As pessoas mais atingidas são digitadoras,
publicitários, jornalistas, bancários, secretárias e todos os profissionais que têm o
computador como companheiro de trabalho. Não é contagiosa, pois não é causada
por bactérias, fungos ou vírus, mas sim por movimentos repetitivos, membros
inferiores e coluna vertebral (pescoço, coluna torácica e lombar), decorrentes de
sobrecarga do sistema musculoesquelético no trabalho (BARBOSA et al., 2014).
No Brasil, na década de 80, os casos de tenossinovite entre digitadores,
levaram os sindicatos de trabalhadores em processamento de dados a lutar pelo
reconhecimento das lesões como doenças profissionais. Em 06 de agosto de 1987, o
Ministério da Previdência atendeu à reivindicação dos sindicatos e, com a portaria
4.602, incluiu a tenossinovite do digitador no rol de doenças do trabalho. Em 1993, foi
publicada uma norma técnica, que instituiu o nome lesões por esforços repetitivos
LER, ampliando o conceito e aplicando os direitos previdenciários a esse grupo de
doenças relacionas ao trabalho.
Em 1998, na revisão de sua norma técnica, a Previdência Social mudou o
termo LER para Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho –DORT,

27
reduzindo consideravelmente os direitos previdenciários. No campo da prevenção,
fruto de mobilização sindical, há uma Norma Regulamentadora (NR-17), que fixa
alguns limites para as empresas em que há postos de trabalho que exigem esforços
repetitivos, ritmo acelerado e posturas inadequadas, mas ainda não contempla
diversos fatores responsáveis pelas lesões.
A LER e DORT ganharam proporção tão grande, que não são mais
consideradas doenças profissionais, passou a ser questão de saúde pública mundial.
Desde 2000, o dia 28 de fevereiro é o Dia Internacional do Combate às Lesões por
Esforços Repetitivos (LER), ou Distúrbios Osteo Musculares Relacionados ao
Trabalho (DORT) como são conhecidos. No Brasil, segundo dados do INSS, as lesões
por esforço repetitivo (LER) são a segunda maior causa de afastamento, gerando um
custo para empresa e a previdência. O alto número de afastamento pode se dar pela
falta de um projeto ergonômico (UIPI, 2014).
Quanto aos fatores de riscos para o desenvolvimento de LER estão
relacionados ao posto de trabalho, carga osteomuscular, carga estática, manutenção
de posturas inadequadas, constância da tarefa, exigências cognitivas e fatores
organizacionais e psicossociais (MARQUES et al., 2010).
A LER\DORT é responsável também pela grande maioria dos afastamentos
temporários de profissionais do trabalho, podendo levar ao afastamento definitivo, pois
esses distúrbios podem provocar invalidez. Os cirurgiões-dentistas acabam por adotar
posições inadequadas ou viciosas, que poderão acarretar prejuízos para a sua saúde.
A falta de conhecimento aprofundado sobre a LER/DORT leva o profissional a não
procurar assistência médica diante da sintomatologia relacionada à posição de
trabalho (BERNARDI e LOPES, 2016)
Postura correta e incorreta de um escriturário:

28
Fonte: Extraído e modificado de Realiza Ergonomia, 2017.

Em termos psicossociais a LER está associada atualmente ao medo de perder


o emprego provocado pela atual instabilidade mundial, dessa forma, o sofrimento
físico e mental oriundo do adoecimento torna-se uma dor moral, impossibilitando
projetos de vida, gerando um comprometimento da vida pessoal e familiar. Neste
sentido, tem-se a biomecânica ocupacional definida como a análise postural e suas
consequências. Há dois tipos de trabalho: o estático e o dinâmico. O trabalho dinâmico
permite contrações e relaxamentos alternados dos músculos. No trabalho estático o
músculo se contrai e permanece contraído. Nas atividades de escritório, o trabalho
estático predomina na maior parte do tempo, pois o operador permanece sentado
durante as atividades no computador (SANTOS, et al. 2017).
A postura é frequentemente, determinada pela natureza da tarefa ou do posto
de trabalho. As posturas prolongadas podem prejudicar os músculos e as articulações.
Uma boa postura é definida como a posição do corpo que envolve o mínimo de
sobrecarga das estruturas, com o menor gasto energético para o máximo de eficiência
do corpo. Quando não há possibilidade de evitar o trabalho estático, devem-se adotar
medidas como mudanças de posturas, melhorias no posicionamento de ferramentas
de trabalho ou uso de apoios para partes do corpo. Além dessas providências, devem
ser feitas pausas de curta duração com elevada frequência. O músculo humano se
nutre principalmente no período de relaxamento, porque com o esforço muscular, a
pressão interna do músculo excede o valor da pressão arterial do sangue, provocando
um fechamento dos vasos que nutrem os músculos (SANTOS, et al. 2017).
Fatores de risco
29
 Repetitividade
Ao realizar atividades que exijam frequência e continuidade, levando a lesões
que comprometem o desempenho e funcionalidade nas atividades laborativas.
 Postura inadequada
Permanecer na mesma postura por muitas horas e ficam expostos a cargas
estáticas.
 Força excessiva
Ocasiona em sobrecarga para os sistemas osteomuscular e circulatório. A
força excessiva agrava o desgaste físico, aumentando o quadro de dor.
 Compressão/vibração
Ao utilizar alguns instrumentais que podem levar a comprometimentos das
extremidades superiores, podendo levar a quadros de parestesia e dor.
 Esforço físico
 Invariabilidade de tarefas
 Fatores organizacionais e psicossociais
Diagnóstico
O diagnóstico deve ser o mais precoce possível, evitando que lesões sejam
instaladas e que exija intervenções mais incisivas.

7.1 Estágios da LER/DORT:

a) Grau I: representa a fase inicial das lesões, onde as queixas são subjetivas
e a dor rara. Há relatos de sensação de peso e desconforto na região afetada, como
braços e ombros, sensação essa evidenciada geralmente pela manhã, ao levantar.
Pode haver dor quando a região afetada for comprimida e comumente os portadores
relatam que os objetos comuns parecem mais pesados do que o habitual. Neste
estágio as LER dificilmente prejudicam o rendimento no trabalho e o prognóstico é
ótimo;
b) Grau II: a dor nesta fase é mais intensa e localizada e aumenta à medida
que o quadro clínico evolui. A sintomatologia dolorosa está presente durante o
trabalho cotidiano, de forma intermitente. A dor, apesar de ser de média intensidade,
já afeta o rendimento no trabalho, principalmente nos momentos de exacerbação.
Pode haver calor, parestesia, leve edema e alterações de sensibilidade. O repouso e

30
a desaceleração do ritmo de trabalho proporcionam o desaparecimento da dor. O
prognóstico é bastante favorável;
c) Grau III: nesta fase a dor se intensifica ainda mais, tornando-se persistente.
Os trabalhadores têm mais queixas. O repouso somente alivia a dor, mas ela persiste.
É comum a perda da força muscular e a parestesia. O edema é frequente e ocorre
hipertonia muscular e sensível queda na produtividade. Há dificuldades para segurar
objetos e as tarefas cotidianas ficam prejudicadas. Há dificuldade para dormir e dor
noturna. O afastamento das atividades laborais para poupar os membros afetados
evitando dores já não surte mais efeito. Há edema bem pronunciado na região afetada,
calor, crepitação, perda de movimentos, mãos frias e suadas e muita dor durante a
realização de movimentos simples. O prognóstico é reservado e depende muito do
pronto-atendimento;
d) Grau IV: esta fase é a mais grave e a de maior sofrimento para o paciente.
A dor é muito intensa e constante, podendo chegar ao insuportável. Qualquer
movimento é fator agravante para a dor. Ocorrem atrofias, principalmente dos dedos,
perda da força muscular e dos movimentos. O paciente perde a capacidade de
trabalho e fica inválido. Essa fase é caracterizada por distúrbios psicológicos,
depressão, ansiedade e angústia, exatamente pela perda da capacidade laboral e
pelas dificuldades cotidianas impostas pela doença. O prognóstico é sombrio. O
próprio paciente não acredita na sua capacidade de recuperação.

7.2 Prevenção

Um princípio muito importante para prevenir as LER/ DORT é a ergonomia.


Esta ciência estuda a atividade do homem no trabalho e tem como objetivo a
racionalização e simplificação do processo de trabalho, permitindo ao trabalhador que
ele produza mais e melhor, e tenha mais conforto e menos fadiga (NARESSI e
ORENHA, 2012).
A Ergonomia, como ciência, é um conjunto de saberes multidisciplinares
aplicados na organização da atividade laborativa e nos elementos que compõem o
posto de trabalho, com o objetivo de se estabelecer um ambiente seguro, saudável e
confortável, prevenindo agravos à saúde e contribuindo para a eficiência produtiva.
Dentro desse contexto, a Ergonomia aplicada tem como finalidade obter meios e

31
sistemas para diminuir o estresse físico e cognitivo, prevenir as doenças relacionadas
ao trabalho, buscando uma produtividade mais expressiva, com melhor qualidade e
maior conforto, tanto para o profissional quanto para o paciente (NARESSI e
ORENHA, 2012).
A implantação de diretrizes ergonômicas para orientação de postura
adequada, formas de tratamento, manuseio de instrumentais e adequação do trabalho
no tratamento de paciente; e a sua legalização junto aos órgãos competentes são
extremamente importantes.

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

7.3 Manifestações Clínicas

Os distúrbios osteomusculares são queixas comuns e de destaque entre os


CDs e revelam a íntima relação entre a prática odontológica e o desenvolvimento de
LER/Dort pelo desgaste físico e psicológico a que o profissional é submetido no seu
cotidiano laboral. Os distúrbios musculoesqueléticos representam graves problemas
para os dentistas, interferindo inclusive na sua capacidade funcional. Problemas como
degeneração de discos intervertebrais na região cervical da coluna, bursite, tendinite
e artrite nas mãos são doenças muito prevalentes em dentista.

32
a) Síndrome do túnel do carpo: é compressão do nervo mediano em nível de
punho devido à inflamação dos tendões, espessamento e fibrose. Produz dor e
impotência funcional durante a flexão do primeiro, segundo e terceiro dedos e borda
interna do quarto dedo. É a síndrome de mais interesse para o cirurgião-dentista,
porque representa um distúrbio ocupacional frequente principalmente entre
periodontistas e endodontistas, e está mais ligada à repetição do movimento do que
à força empregada.

Fonte: espondilitebrasil.com.br

b) Bursite: é a inflamação da membrana sinovial ocorrendo geralmente no


ombro, provocada por movimentos de flexão e abdução do braço, causa bastante dor.

Fonte: ytimg.com

33
c) Cervicobraquialgia: é a dor na região cervical da coluna, podendo se
disseminar para os membros superiores. É provocada por fadiga muscular,
movimentos repetitivos e posturas incorretas. Os músculos mais suscetíveis são o
trapézio, o elevador da escápula, os romboides, o supra espinhoso e os cervicais.

Fonte: hong.com.br

7.4 Avaliação

Posição do paciente: sentado com os braços estendidos no limite máximo que


suportar ou em pé, em decúbito dorsal.
Descrição do teste: o terapeuta utiliza o goniômetro para avaliar o máximo de
amplitude de movimento articular que o paciente alcança sem referir dor.
Sinais e sintomas: Limitação nos movimentos da articulação do ombro e dor
irradiada.

d) Tenossinovites: são inflamações das bainhas tendinosas, geralmente


acometem os músculos flexores do punho e dedos, causando dor e dificuldades de
realizar movimentos. Há presença de edema e perda de força muscular.

34
Fonte: image.slidesharecdn.com

Sinais e sintomas/ Diagnóstico


 Dor ao longo do polegar. Pode aparecer gradualmente ou subitamente.
 Progressivamente a dor será sentida no punho e pode irradiar até o
antebraço.
 A dor geralmente piora com a atividade da mão e do polegar, principalmente
na preensão e flexão do punho.
 Edema pode ser observado na face radial da base do polegar.
 Sensação de que o polegar está com dificuldade em movê-lo livremente.
 Pode ser percebida dormência na parte de trás do polegar e dedo indicador.
 Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica e exame atento do punho,
mão e polegar, incluindo à sua função motora e nervosa, é geralmente suficiente para
o diagnóstico de uma tenossinovite de De Quervain.
Investigação Diagnóstica
O diagnóstico das LER/Dort é basicamente clínico e é feito através de estudo
da vida profissional pregressa, da história da doença e de exame físico minucioso.
São analisados o tipo de função realizada no trabalho, a frequência dos movimentos,
os equipamentos empregados, a postura durante a jornada, as condições ambientais,
o tempo na função, a existência de pausas durante o trabalho e as relações
interpessoais com colegas e superiores. Inicialmente, quando surgem os sintomas, a
primeira providência a ser tomada é o afastamento imediato dos fatores de risco,
cessando com atividades que demandam esforço repetitivo e imobilizando a região
afetada. Recomenda-se ainda fazer repouso e procurar um médico imediatamente.
35
Na realidade, como os sintomas aparecem lentamente, o profissional muitas vezes se
acostuma com eles, postergando a consulta ao médico, o que acaba comprometendo
o sucesso do tratamento, já que a doença vai evoluindo, e quanto mais tardio o
tratamento, pior será o prognóstico.
Neste sentido, torna-se importante seguir os seguintes passos:
a) Investigação da história clínica
As queixas mais comuns são: dor localizada, irradiada ou generalizada,
desconforto, fadiga e sensação de peso. Podendo ocorrer ainda: parestesia,
dormência, diminuição de força, edema, choque. Torna-se importante considerar o
tempo de duração, localização, intensidade, tipo ou padrão, momentos e formas de
instalação, fatores que acentuam ou atenuam, variações no tempo.
b) Considerar comportamentos e hábitos relevantes
Verificar os hábitos que possam agravar o quadro clínico, tais como: uso
excessivo de computador, postura inadequada nas atividades realizadas no cotidiano
e no ambiente de trabalho, sobrecarga de peso, exercícios que sobrecarreguem as
articulações.
c) Verificar antecedentes pessoais e familiares
Histórico de traumas, fraturas e outros quadros que possam ter desencadeado
ou agravado os processos de dor crônica; além da existência de outros membros da
família apresentar diabetes, doenças reumatológicas, distúrbios hormonais, dentre
outros que mereçam atenção.
d) Realizar anamnese ocupacional
Torna-se de extrema importância avaliar o ambiente de trabalho, a disposição
dos mobiliários, os equipamentos, duração da jornada de trabalho, se há existência
do tempo de pausas, execução e frequência de movimentos repetitivos, existência de
sobrecarga estática, identificação de músculos e articulações mais utilizados.
e) Realizar exame físico detalhado
Avaliar força, amplitude de movimento articular, se há presença de edema,
contraturas, deformidades.
f) Realização de exames complementares
Avaliar a necessidade de solicitar radiografia, ultrassonografia,
eletroneuromiografia, cintilografia óssea, tomografia computadorizada, mediante a
necessidade e particularidade de cada caso em questão.

36
Tratamento
A constituição de uma equipe interdisciplinar torna-se fundamental para a
reabilitação, funcionalidade e melhora na qualidade de vida. Neste sentido, vários
profissionais são importantes nesse processo.
a) Médico reumatologista: Para avaliar as condições clínicas, prescrever
medicamentos e solicitar exames de imagem e/ou complementares.
b) Fisioterapeuta: Avaliar os aspectos biomecânicos e propor exercícios que
melhorem as condições motoras.
c) Psicólogo: Promover suporte psicológico diante da atividade estressante e
rotineira, minimizando a ansiedade e reorganizando as ideias no ambiente de
trabalho.
d) Terapeuta ocupacional: Realizar adequações e adaptações na rotina
laboral, organizando o ambiente de trabalho mediante as questões ergonômicas;
orientando e prescrevendo o uso de órteses para imobilizar as áreas comprometidas,
além de adequar a rotina laborativa com pausas e atividades que promovam conforto
e bem-estar.
Alongamento para ginástica laboral:

37
Procedimentos terapêuticos
1. O tratamento não é exclusividade médica. É desejável a participação de
outros profissionais da saúde, tais como fisioterapeuta, terapeuta ocupacional,
enfermeiro, assistente social, psicólogo, profissional de terapias complementares,
terapeuta corporal com domínio de técnicas diversificadas para se obter a efetividade
no tratamento.
2. Nos casos iniciais, o tratamento pode ser menos complexo e abrangente,
porém nos casos crônicos, com múltiplas localizações, é importante se definir um
programa de tratamento, com metas.
3. Em qualquer caso, agudo ou crônico, mesmo com regressão dos sintomas,
é de fundamental importância prevenir recidivas e/ou agravamentos.
4. Os medicamentos devem ser prescritos de maneira cautelosa. Os
pacientes precisam ser bem orientados quanto à forma correta de utilização e o que
esperar deles. Além disso, é importante considerar o tempo de tratamento, que pode
ser um fator importante nos medicamentos de alto custo. Os medicamentos
analgésicos e anti-inflamatórios são úteis no combate a dor aguda e inflamação, mas,
se usados isoladamente não são efetivos no combate da dor crônica. Neste caso, é
necessária a associação dos psicotrópicos (antidepressivos tricíclicos e
fenotiazínicos), que proporcionam efeito analgésico e ansiolítico, estabilizam o humor
e promovem alteração na simbologia da dor.
5. A fisioterapia é primordial para o tratamento dos pacientes com LER/Dort,
tendo como objetivos principais: alivio de dor, relaxamento muscular e prevenção de
deformidades, proporcionando uma melhora da capacidade funcional. Para isso irá
utilizar recursos de eletrotermofototerapia, massoterapia e cinesioterapia, sendo que
a combinação de técnicas deverá ser definida após a avaliação fisioterápica. Não é
possível padronizar o tipo nem a duração do tratamento. A presença ativa do
fisioterapeuta é fundamental para uma avaliação continua da evolução do caso e para
mudanças de técnicas ao longo do tratamento. A utilização de grupos terapêuticos
para pacientes crônicos, abordando temas como percepção corporal, automassagem,
alongamento e relaxamento, têm se mostrado eficiente na reabilitação física destes
pacientes.
6. A psicoterapia individual ou em grupo é essencial para os pacientes de
LER/Dort, para que se sintam amparados em sua insegurança e temor no que se

38
refere às situações de conflito no trabalho, as consequências do adoecimento e as
perspectivas de futuro e reinserção profissional.
7. A terapia ocupacional tem se mostrado bastante útil na conquista da
autonomia dos pacientes adoecidos por LER/Dort. As atividades relacionadas com a
vida cotidiana, lazer, trabalho, fazem com que os pacientes reapropriem suas
capacidades e resignifiquem o seu “fazer”, considerando todas as mudanças
decorrentes do adoecimento. A terapia ocupacional faz a avaliação, indicação e
confecção de órtese de posicionamento para prevenção de deformidades.
8. As terapias complementares, como acupuntura, do-in, shiatsu, entre outras
tem se mostrado pertinentes no tratamento da LER/Dort.
9. As atividades em grupo para pacientes com LER/Dort, de caráter
terapêutico educativo, realizados nos serviços públicos de saúde por equipes
multiprofissionais, têm obtido resultados significativos permitindo a reflexão do
processo de adoecimento, discussão sobre as dúvidas, dificuldades enfrentadas no
estabelecimento do diagnóstico, tratamento, proporcionando o estabelecimento dos
limites e o resgate da cidadania.
10. Os procedimentos cirúrgicos não têm se mostrado útil nos casos de
LER/Dort. Frequentemente os pacientes com história relativamente longa, submetidos
a procedimentos cirúrgicos, evoluem para dor crônica de difícil controle (BRASIL,
2006).

39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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