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A COMPAIXÃO DE KRISHNA
No final de lauto festim dado pelo rei, todos os
convidados entregaram presentes a Krishna, em
conformidade com a tradição.
Uns traziam-lhe dinheiro, e ele dizia:
- Serás para sempre rico, e a tua riqueza crescerá
sem parar.
Outros traziam-lhe escravas, e ele dizia:
- Terás muitas escravas.
Nisto, perante si, surgiu um pobre homem, que
trazia consigo o seu único bem: uma vaca leiteira.
Ofertou então, ao Senhor Krishna um copo de leite,
que este bebeu. Mas, um tanto inexplicavelmente
Krishna apontou para o animal com o dedo
indicador da mão direita. A vaca morreu
instantaneamente.
No meio do silêncio geral, um homem, de cognome
“O Justo”, não se conteve:
- Não te entendo Senhor. Aos ricos prometes mais
riqueza e maior prosperidade, e a este pobre
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homem tudo lhe tirastes. Com o respeito devido te
questiono se será este um acto de compaixão?
- A vaca deste homem era o único obstáculo, a
única coisa que o separava de mim - respondeu
Krishna
REZAR POR TUDO E POR NADA
A escola de Nasrudin estava em chamas.
Sentado debaixo de uma árvore, Nasrudin via-a
arder.
Passou um motorista da aldeia.
- Professor, a escola está em chamas!
- Eu sei.
- E não faz nada?
- Não estou a fazer?
- O quê?! – questionou-se com algum espanto o
motorista.
-Desde que começou o incêndio que rezo para
chover.
A PAZ DA ACEITAÇÃO DO INEVITÁVEL
Em todas as suas acções o Sage parecia unificado
com tudo o que o cercava; com os outros, com a
Natureza e com o próprio Cosmos.
Os seus movimentos, nos mais pequenos detalhes
eram harmónicos e elegantes. Nada em si denotava
ansiedade, inquietude, tudo era Paz, ausência de
conflagrações interiores.
Um jovem questionou-o:
- Diga-me, qual o segredo da sua serenidade, dessa
Paz que nada parece abalar?
Respondeu o velho Sage:
- A irrestrita cooperação com o inevitável.
O Mestre disse:
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- Tende confiança, não no mestre, mas no
ensinamento.
Tende confiança, não no ensinamento, mas no
espírito das palavras.
Tende confiança, não na teoria, mas na experiência.
Não creiais em algo simplesmente porque ouviste.
Não creiais nas tradições, simplesmente porque
foram mantidas de geração em geração.
Não creiais em algo, simplesmente porque foi falado
e comentado por muitos.
Não creiais em algo, simplesmente porque está
escrito em livros sagrados.
Não creiais no que imaginais, pensando que um
Deus vos inspirou.
Não creiais em algo, meramente baseado na
autoridade de mestres e anciãos.
Mas, após contemplação e reflexão, quando vos
aperceberdes que algo é conforme ao que é
razoável e leva ao que é bom e benéfico, tanto para
vós quanto para os outros, então deveis aceitá-lo e
deveis fazer disso a base da vossa vida.