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Monte Carmelo - MG
2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Monte Carmelo - MG
2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Banca Examinadora
Monte Carmelo - MG
2015
AGRADECIMENTOS
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 6
2. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................10
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................................................13
4. CONCLUSÕES................................................................................................................. 26
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................26
6. ANEXO(S)..........................................................................................................................28
ANEXO A- Reportagem de acidente com garoto de três anos na região da cidade de
Monte Carmelo, MG............................................................................................................ 28
ANEXO B- Questionário a ser aplicado aos operadores e vítimas para levantamento
da ocorrência de acidentes com máquinas e implementos agrícolas na região do Alto
Paranaíba..............................................................................................................................29
6
1. INTRODUÇÃO
constataram que 31 % foi em rodovias e 29% em vias públicas. A causa das mortes foram
43% por lesões múltiplas; 34% por lesões no tórax; 21% de lesões na cabeça e pelve e
26% por asfixia e esmagamento. Sendo que dos acidentados 81% morreram no local do
acidente; 6% na ambulância e no trajeto até o hospital e 11% conseguiram chegar ao
hospital, tendo falecido em até 12 horas após o atendimento. Nos Estados Unidos,
Sanderson et al. (2006) afirmam que o capotamento do trator produziu o maior número
de mortes relacionada com as máquinas agrícolas.
Segundo Prasanna Kumar e Dewangan (2009), muitas pesquisas têm permitido
chegar à conclusão de que a frequência de acidentes de trabalho no setor agrícola tem
sido maior do que no setor industrial. Franklin et al. (2000) afirmam que o trator agrícola
tem provocado mais lesões fatais do que qualquer outro equipamento agrícola. Pickett
et al. (1999) relatam que no Canadá a agricultura é a quarta maior fonte de lesões fatais,
com uma taxa de mortalidade anual de 11,6 por 100 mil agricultores, perdendo apenas
dos setores da mineração, florestal e da construção.
Na Austrália, Jones et al. (2013) conduziram um trabalho de levantamento de
acidentes com tratores agrícolas na região de Victória entre os anos de 1985 a 2012. No
período foram registradas 121 mortes, das quais 55 ocorreram devido aos
capotamentos.
A cerca das mortes relacionadas com lesões na agricultura, aproximadamente,
metade estão associados com tratores agrícolas. Alguns fatores como habilidades
psicomotoras, condução e operação de tais máquinas, são facilmente afetadas pelo uso
de álcool. Este problema também foi constatado na região de Zagreb na Croácia entre
os anos de 2001 a 2005 por Gassend et al. (2009). Naquele país, o limite legal de álcool
no sangue para os operadores de veículos a motor era de 0,50 mg mL-1 até 2004, sendo
alterado para tolerância zero a partir daquele ano.
Em países como o Brasil e a Índia de 40 a 50% dos acidentes com tratores
ocorrem em operações de transporte ou nas estradas. Umas das razões é a utilização
dessa máquina como meio de transporte pessoal e de cargas.
Outro aspecto negativo é o afastamento necessário ao restabelecimento da
saúde. Caso o trabalhador seja empregado, poderá ser necessária outra contratação
para que as tarefas sejam executadas. Na agricultura familiar, quando não for possível
contratar um trabalhador temporário, poderá ocorrer a perda irreversível da produção.
Por fim, devido à ocorrência de acidentes o estado deve disponibilizar uma estrutura de
atendimento e assistência aos feridos. Os gastos começam pela estrutura de pronto
9
Dessa forma, o modo correto e seguro para o transporte desse veículo é embarcado em
um caminhão (BRASIL, 2008).
Diante do exposto, este trabalho foi conduzido com o objetivo de identificar, e
quantificar o problema de acidentes com máquinas agrícolas, além de propor soluções
para sua redução.
2. MATERIAL E MÉTODOS
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na região da pesquisa, 75% das propriedades apresentam área entre 100 e 500
ha. Nestes casos, a média é de seis operadores por propriedade, sendo a cafeicultura a
principal atividade, devido a aptidão da região para o estabelecimento dessa cultura.
A atividade de operador de máquinas agrícolas é na sua totalidade praticada por
pessoas do sexo masculino na região de estudo. Em função de aspectos intrínsecos da
atividade, preconceito, entre outras.
O nível de escolaridade é baixo entre operadores de máquinas agrícolas,
analfabeto (3,92%), ensino fundamental (52,94%) e ensino médio (21,57%). Outra
pergunta foi sobre terem ou não sido vítimas ou sofrido acidentes com máquinas
agrícolas. A partir de respostas positivas estes operadores responderam uma bateria de
perguntas para a caracterização dos acidentes ocorridos.
Independente do nível de gravidade dos acidentes, 31,37% já sofreram algum tipo
de acidente, variando entre incômodos passageiros, sem lesões até situações mais
graves como o óbito do operador (Tabela 2).
Leve 1 6,25
Média-baixa 3 18,75
Média 2 12,50
Média-alta 0 0
Grave 0 0
Muito Grave 1 6,25
Extremamente Grave 0 0
Fatal 1 6,25
Total 16 100
durante a safra do café. Durante essa etapa, os operadores são submetidos a carga
horária de serviços de até 12 horas diárias, sendo estas horas excedentes pagas como
horas extra. Algumas propriedades, com o consentimento dos funcionários, optam por
terem a jornada de trabalho de 9 horas diárias de segunda a quinta-feira e 8 horas nas
sextas-feiras, tendo folga aos sábados, totalizando 44 horas semanais.
Foi constatado que durante as operações os operadores utilizam aparelhos
musicais e o transporte de passageiros em locais inadequados como para lamas e
estribo de tratores. Estas atividades podem ocasionar acidentes graves como
atropelamentos e colisões.
o
"D
03 0
2
•
c
03
=3
Cf
0
Amputação Ferimento Ferimento Invalidez Morte Nenhum
Leve Grave
A Figura 4 mostra que 75% dos operadores, sofreram algum tipo de acidente,
sendo desde lesões leves até o óbito. Entre os tipos de acidentes, o que mais se
destacou, foi o acidente com ferimentos leves, aproximadamente 45%. Apesar da
maioria dos operadores acidentados terem saído sem sequelas dos acidentes que, esta
consequência não acompanhou todos os demais, pois alguns obtiveram sequelas
graves, como perda parcial das funções (Invalidez), amputação de membros (ferimentos
graves), e até a morte de um operador (morte). Consequências estas que, em sua
maioria, poderiam ser evitadas realizando o trabalho com mais atenção.
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■ Eixo Cardã
■ Capotamento
■ Manutenção
■ Colisão Frontal
■ Outros
Figura 8. Trator Massey Ferguson 275 equipado com arco de proteção durante
capotamento e capota semiaberta.
Pelo fato de ser mais caro que somente o arco de proteção, a cabine (Figura 9),
apresenta maior segurança para o operador, sendo também contra poeira, produtos
químicos e barulho, trazendo mais conforto e segurança para o operador, fazendo com
que este trabalhe com mais motivação e maior ergonomia, melhorando suas condições
de trabalho. Este trator possui incluso itens como setas, pisca alerta, buzina e
23
retrovisores, para poder transitar em vias públicas de acordo com as normas do código
de trânsito brasileiro.
Figura 9. Trator Massey Ferguson 4292 equipado com cabine de fábrica, pisca alerta e
retrovisores.
ATENÇÃO__ CUIDADO
Use sempre o cinto de segurança
m a n te n d o -o bem apertado.
Em caso de capotagem, firme-se
no volante e permaneça no assento.
não ocorra acidentes de altos níveis de gravidade. Na em tratores agrícolas que não
apresentam estrutura de proteção durante o capotamento, o cinto de segurança não
deve ser usado.
Com a existência de acidentes em vias publicas com máquinas agrícolas, o
questionário possui a pergunta destinada a quem transita com máquinas nestas vias, a
maioria afirmou que transita com tratores em vias públicas, dentro da cidade e em
rodovias conforme abordado na Figura 11.
De acordo com o artigo 115, § 4°, do código de trânsito brasileiro (CTB), os tratores
e colhedoras são autorizados a transitar nas vias, mas para isso precisam ter o registro
e licenciamento do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN) recebendo
numeração especial. Segundo o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) o veículo
deverá estar identificado externamente por meio de placas dianteira e traseira, lacrada
em sua estrutura (BRASIL, 2008). Os operadores afirmaram que os maquinários não
estão emplacados, conforme Figura 12.
Diante do exposto, se o trator agrícola estiver com toda a simbologia de
advertência, faróis, alerta, cinto de segurança, entre outros, e o operador devidamente
capacitado para exercer tal função e com atenção, as chances de ocorrer acidentes
diminuem.
Conforme mostrado na Figura 13, toda máquina agrícola deve apresentar
dispositivos de segurança como luzes de freio, luz de ré e sinaleiras.
A
A V IS O
RISCO DE ATROPELAMENTO
Para evitar ferimentos graves ou morte
Somente dê a partida a partir do assento
com a transmissão e o PTO. no ponto morto.
Não faça ligações diretas nos terminais
do dispositivo de partida para ligar o motor.
Foi enviado um ofício para a Polícia Militar de Minas Gerais e para a Polícia Civil
de Minas Gerais para mencionar neste trabalho a quantidade de acidentes envolvendo
máquinas agrícolas ocorridos em rodovias e estradas municipais e se possível, a
gravidade destes acidentes, porém até o momento não recebemos respostas dos ofícios
enviados.
4. CONCLUSÕES
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
27
BALDIN, N.; MUNHOZ, E. M. B. Snow Ball (Bola de Neve): Uma técnica metodológica
para pesquisa em educação ambiental comunitária. X Congresso Nacional de Educação
- EDUCERE. I Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e
Educação - SIRSSE - Pontifica Universidade Católica do Paraná. Curitiba, 2011.
Disponível em http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/4398_2342.pdf. Acesso em
novembro de 2013.
FIELD, B. Safety with farm tractors. Indiana: Cooperative Extension Service, Purdue
University, 2000. 10p. (Bulletin S-56).
GASSEND, J. L.; BAKOVIC, M.; MAYER, D.; STRINOVIC, D.; SKAVIC, J.;
PETROVECKI, V. Tractor driving and alcohol - A highly hazardous combination.
Forensic Science International Supplement Series . v. 1, p. 76-79, 2009.
JONES, C. B; DAY, L.; STAINES, C. Trends in tractor related fatalities among adults
working on farms in Victoria, Australia, 1985-2010. Accident Analysis and Prevention,
v. 50, p. 110-114, 2013.
PICKETT, W.; HARTLING, L.; BRISON, R. J.; GUERNSEY, J. R. Fatal work related farm
injuries in Canada, 1991-1995. Canadian Agricultural Injury Surveillance Program .
v. 160, n. 29, p. 425-433, 1999.
28
SANDERSON, W. T.; MADSEN, M. D.; RAUTIAINEN, R.; KELLY, K. M.; ZWERLING, C.;
TAYLOR, C. D.; REYNOLDS, S. J.; STROMQUIST, A. M.; BURMEISTER, L. F.;
MERCHANT, J. A. Tractor overturn concerns on Iowa: perspectives from the Keokuk
county rural health study. Journal of Agricultural Safety and Health, v. 12, n. 1, p. 71
81, 2006.
6. ANEXO(S)
Figura 3. Reportagem de acidente com garoto de três anos na região da cidade de Monte
Carmelo, MG no site: http://patrocinioonline.com.br/
ANEXO B- Questionário a ser aplicado aos operadores e vítimas para levantamento da
ocorrência de acidentes com máquinas e implementos agrícolas na região do Alto
Paranaíba.
1. INFORMAÇÕES DA PROPRIEDADE
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1.3. Qual é o tamanho da propriedade: ( ) até 100 ha, ( ) de 100 a 500 ha, ( ) de
500 a 1000 ha, ( ) de 1000 a 1500 ha, ( ) de 1500 a 2000 ha, ( ) de 2000 a 3000 ha,
( ) de 3000 a 4000 ha, ( ) de 4000 a 5000 ha, ( ) mais de 5000 ha.
1.5. Há algum registro de acidente com máquinas agrícolas com algum funcionário na
propriedade: ( ) sim, ( ) não.
1.5.2. Há algum registro de óbito por acidente com máquinas agrícolas com algum
funcionário na propriedade: ( ) sim, ( ) não.
2. INFORMAÇÕES DO OPERADOR
2.2. Já sofreu algum acidente no trabalho com máquinas agrícolas? ( ) sim ( ) não,
quantos?___________________________________.
2.5. Idade:______________ .
2.18. O veículo estava identificado com placas dianteira e traseira, segundo as normas
do CTB? ( ) sim, ( ) não.
3.3. A simbologia de segurança das máquinas utilizada para alertar sobre perigos esta
funcionando, presente ou visível? ( ) sim, ( ) não.
3.4. A simbologia permite ao operador uma visualização dos perigos durante a operação
da máquina, mostrando as consequências em caso de acidentes ou indicando como os
perigos podem ser evitados? ( ) sim, ( ) não.
3.4.1. As seguintes simbologias de aviso de perigo estão presentes? ( ) uso do
trator em condições de inclinação acentuada, ( ) risco de atropelamento, ( ) risco de
capotamento lateral, ( ) uso de cinto de segurança, apenas em tratores com estrutura
de proteção na capotagem, ( ) proibido transporte de caronas, ( ) risco de captura pela
TDP, ( ) outros.________________________________________________________ .
3.8.1. Os dados têm sido utilizados para aplicação a taxa variável? ( ) sim, ( )
não.
3.8.2. Como são interpretados os mapas gerados pelas máquinas, quem faz a
interpretação? ( ) Proprietário, ( ) responsável técnico da fazenda, ( ) empresa
contratada, ( ) ou tros______________________________________________________ .
4. Operador ( ) Vítima ( )
4.1. Quantos acidentes sofreu? ( ) um, ( ) dois, ( ) três, ( ) quatro, ( ) cinco, (....)
seis ou ( ) mais de seis.
4.5. Houve tempo para atendimento da vitima? ( ) não, a vitima faleceu no local do
acidente, ( ) sim, mas a vitima faleceu em trânsito para o hospital, ( ) sim, mas a
vitima faleceu no hospital, ( ) sim, a vitima sobreviveu.
5.3. Você (operador) considera que as principais causas dos acidentes que sofreu
foram: ( ) falta de atenção às medidas de segurança, ( ) falta de um curso de
capacitação, ( ) má condição da máquina agrícola.
6.1. O trator ou máquina agrícola durante o trajeto ( em via pública) permaneceu com os
faróis acessos? ( ) sim, ( ) não.
6.3. Durante a condução da máquina, o trator estava tracionando algum outro veículo? (
) sim, ( ) não.
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