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TEIXEIRA, Aloisio - Marx e A Economia Política A Críica Como Conceito
TEIXEIRA, Aloisio - Marx e A Economia Política A Críica Como Conceito
Aloisio Teixeira
V. II N. 4 DEZ. 00 pp. 85-109
7. Smith faz aí um balanço das idéias de seus antecessores, o que é precedido por uma
introdução em que apresenta uma definição de Economia Política que devemos reter.
Para ele, economia política, considerada como um setor da ciência própria de um estadista
ou de um legislador, propõe-se a dois objetivos distintos: primeiro, prover uma renda ou
manutenção farta para a população ou, mais adequadamente, dar-lhe a possibilidade de
conseguir ela mesma tal renda ou manutenção; segundo, prover o Estado ou a comunidade
de uma renda suficiente para os serviços públicos. Portanto, a economia política visa
enriquecer tanto o povo quanto o soberano (Smith, 1776, p. 357).
10. Basta lembrar que Wiliam Petty e Quesnay eram médicos; Say trabalhou em bancos e
companhia de seguro, posteriormente foi jornalista e empresário têxtil, e, finalmente,
professor de economia; Ricardo foi um homem de negócios que fez fortuna na Bolsa;
Malthus era sacerdote da Igreja Anglicana; Marx estudou Direito, em Bonn e Berlim, mas
defendeu sua tese de doutoramento em Filosofia; David Hume vem da Filosofia Moral,
bem como Adam Smith. O mais próximo da exceção foi Stuart Mill filho de um
economista, James Mill -, que não só teve uma educação acadêmica formal, mas desde
cedo iniciou-se no estudo dos problemas econômicos, orientado pelo pai.
11. Para uma apresentação mais detalhada desse ponto, ver Teixeira (1989, pp. 46 e ss.).
12. Marshall, com isso, aprofunda a distinção anteriormente feita por Walras. É interessante
também notar que Marshall, logo no início do Capítulo I, define economia política ou
economics como um estudo da Humanidade nas atividades correntes da vida; examina a
ação individual e social em seus aspectos mais estritamente ligados à obtenção e ao uso
dos elementos materiais do bem-estar. E continua: ... de um lado é o estudo da Riqueza;
de outro, e mais importante, uma parte do estudo do homem (Marshall, 1890, p. 23). É
curioso observar que, com essa definição, Marshall não apenas procura minimizar a ruptura
que está realizando com os clássicos, como explicita a antropologia ingênua que funda
a ciência econômica, em suas versões clássica, vulgar ou moderna.
13. Chamo aqui de textos da maturidade não apenas o Livro 1 de O Capital, publicado por
Marx em 1867, como a Contribuição à crítica da Economia Política, igualmente publicado por
Marx em 1859, e os três conjuntos de manuscritos por ele elaborados nos períodos de
1857-1858, de 1861-1863 e de 1863-1865, dos quais resultaram as publicações póstumas
dos Livros 2 e 3 de O Capital, a famosa Introdução de 1857, os Grundrisse e as Teorias da
mais-valia.
Referências bibliográficas
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