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4. Tensões Principais............................................................................................................................................12
6. Exemplo nº 1 ....................................................................................................................................................17
9. Exercício nº 2 ...................................................................................................................................................29
13 - Bibliografia ...................................................................................................................................................57
1
TEORIA DAS TENSÕES
1. Introdução
Isolando-se uma parte deste sólido, conforme a Fig. 2, o equilíbrio é garantido pelo
princípio da ação e reação (Lei de Newton), por se tratar de uma parte de um sólido em
equilíbrio.
2
De maneira geral, pode-se dizer que uma área elementar dS é responsável por uma
parcela dF daquelas forças transmitidas (ação e reação). Na Fig. 3 é mostrada a parcela dF
segundo suas componentes nos eixos x, y, z, com "origem" no centro da área do elemento dS.
O sistema Oxyz é cartesiano.
σz = lim dFz
dS → 0 dS
dFy
τ zy = lim
dS → 0 dS
3
Convém observar que, as definições expressas por (1) são colocadas na forma de um
processo limite, e essa colocação parte da suposição da existência de continuidade do corpo
sólido. Outro fato é que dF pode variar de direção e de sentido ao longo da área S, porém, na
passagem ao limite tais características ficam definidas no ponto em consideração
(continuidade).
A grandeza σz é chamada tensão normal e as grandezas τ e τ são chamadas
tensões tangenciais (cisalhantes). Nota-se que nestas grandezas os índices tem o seguinte
significado:
τ ij onde,
Considerando-se, agora, uma barra sem peso tracionada por uma força axial F igual σ1
A, conforme a fig. 5.
Numa seção transversal genérica − aparecem tensões normais σ1, necessárias para
manter o equilíbrio. Num corte oblíquo α, − , temos a seguinte situação:
4
Na seção − temos que a força σ A1 (equilíbrio) deve ser igual a força interna
agindo em − . Interessante observar que a área vale, agora A/cos α.
Pode-se, também, exprimir a tensão na seção − pelas componentes normal σ e a
componente tangencial τ , como mostra a fig. 7.
eixo x-x :
σ α= σ α
∴ σ=σ α
como:
α− α= α
e:
α+ α=
vem:
α= + α
∴ α= + α
5
e daí:
+ α
σ=σ (I)
eixo y-y :
σ α=τ α
→τ=σ α α
α
τ=σ (II)
Estas duas fórmulas dão a variação das componentes de tensão em função da posição
do plano de corte (1-3).
Estas fórmulas permitem uma representação gráfica muito útil, chamada círculo de
Mohr (1895), apresentadas a seguir.
σ=σ + α
α
τ=σ
σ α σ α
σ= +σ →σ− =σ
α
τ=σ
σ σ
σ− +τ = α+ α
σ σ
σ− +τ = (III)
σ− +τ =
6
sendo: a e b constantes que representam a posição do centro da circunferência e o raio,
respectivamente, resulta:
σ σ
= =
σ σ
Desta forma, tem-se uma circunferência de ordenadas ( 1 , 0 ) e o raio , cuja
2
representação num sistema de eixo τ e σ fica:
Considera-se, agora, um estado de tensão mais geral num elemento onde não só atua
tensão normal em uma direção mas em duas direções. Tal situação é conhecida como tensões
biaxiais. Distinguindo-se, assim da tensão em uma direção, ou uniaxial.
7
As tensões biaxiais aparecem em análise de vigas, eixos, chapas etc. No momento, o
interesse é determinar as tensões normais e tangenciais num dado plano de um estado de
tensão.
Seja, então, uma chapa retangular com espessura unitária com tensões normais e
tangenciais atuando sob esta chapa com uma convenção de sinais definida seguindo a Fig. 9
Tensão Normal:
σ > 0 → TRAÇÃO
σ < 0 → COMPRESSÃO
Tensão Tangencial:
Escolhe-se uma face, se σ for de tração e concordar com o eixo x ou y para ser
positivo. Caso σ seja de compressão e concordar com o eixo x ou y, τ para ser positivo, terá
de discordar do sentido positivo de x ou de y.
De um modo geral, o objetivo do estudo é obter as tensões normais e/ou tangenciais
em um plano genérico que corta a chapa numa direção qualquer.
Graficamente temos:
8
Fig. 10 - Tensões no estado Plano
Obs: Teorema de Cauchy: este teorema garante a igualdade de tensões tangenciais em planos
normais entre si. Assim por equilíbrio de momentos no C.G. da chapa
τ = τ
∴ τ =τ
F x = 0 → σ x dA = σ x dA cosθ cosθ + τ xy dA x
θ θ+σ θ θ
9
σ x dA = σ x dA cos 2 θ + σ y dA sen 2 θ + τ xy dA sen 2θ
ou:
σ =σ θ+σ θ+τ θ
ou:
+ θ − θ
σ =σ +σ +τ θ
e finalmente:
σ x +σ y σ x −σ y
σx =( 2
)+( 2
) cos 2θ + τ xy sen 2θ
Analogamente:
ou:
τ xy dA = −σ x dA sen2 2θ + σ y dA sen22θ + τ xy (cos θ 2 − sen θ ) 2
ou:
σ y −σ x
τ xy = 2
sen 2θ + τ xy cos 2θ
σ x ,σ y e τ xy
10
Fig. 12 - Tensão σ
Assim:
σ =σ θ+ +σ θ+ +τ θ+
ou
σ =σ θ+σ θ−τ θ
e finalmente:
σ x +σ y (σ y +σ x )
σ y = 2
+ 2
cos 2θ − τ xy sen 2θ
σ = σ
onde:
11
σ τ σ τ
σ = σ = τ σ
τ σ
θ θ
=
− θ θ
4. Tensões Principais
σ y −σ x
τ xy = 0 → 2
sen 2θ + τ xy cos 2θ = 0
2τ xy
∴ tg 2θ 1 =
σ x −σ y
ou:
dσ x σx −σy
dθ
= 0 → −2 2
cos 2θ + 2 τxy sen 2θ = 0
2τ xy
∴ tg 2θ 1 =
σ x −σ y
2θ1 = pode ser dois valores e estes se defasam de 180 º. Num certo valor de θ'1 atua
a máxima tensão normal e noutro valor θ''1 defasado de 90 º atua a mínima tensão normal.
Para saber qual o plano em que atua uma determinada tensão, por exemplo σ1 , basta substituir
σ x +σ y σ x −σ y
na fórmula σ x = + cos 2θ + τ x sen 2θ , o valor de θ por θ1 e determinar o σ e
2 2
comparar com σ1 e σ2, se der σ x = σ1 então θ1 indica o plano de σ1 .
Para θ1 que determina as máximas tensões normais as tensões tangenciais são nulas.
12
Os planos em que atuam as máximas tensões são chamados de planos principais de
tensão e as tensões máximas são chamadas tensões principais.
Análise Gráfica de tg θ1
Assim:
2
1 / 4(σ x − σ y ) 2 + τ xy = r 2
τ xy
sen 2θ'1 = − sen 2θ'1 = = − τxy
r
(1 / 4 ( σx −σy ) 2 + τ2 xy
1 / 2 ( σ x −σ y ) 1 / 2( σ x −σ y )
cos 2θ' = − cos 2θ' = =− r
(1 / 4( σx −σy ) 2 + τ2 xy
substituindo-se em
σ x +σ y σ x −σ y
σx = 2
+ 2
cos 2θ + τ xy sen 2θ
vem:
σ x +σ y σ x −σ y 1 ( σ x −σ y ) τ xy ( τxy )
σx = 2
+ 2 2 r
+ r
σx +σy σ x −σ y 2 2
∴ σx = 2
+ 1r ( 2
) + τ rxy
13
σx − σy 2 σx − σy 2
1
r
[( ) 2 + τ xy ] = 1
σ x −σ y 2
(( ) 2 + τ xy )
2 ( ) + τ xy 2 2
2
onde:
σx − σy
r= ( ) 2 + τ 2 xy
2
daí:
σ x +σ y (σ x −σ y )2
σx = 2
± 2
+ τ 2 xy
e:
σ1 - tensão máxima
σ σ2 - tensão mínima
σ y −σ x
τ xy = 2
sen 2θ + τ xy cos 2θ
d τ xy
se fizermos:
dθ
= 0 temos que:
(σ x −σ y )
tg 2θ 2 = −
2τ xy
2θ2 tem dois valores e chamando de θ'2 e θ''2 , estes valores estão defasados de 90 º.
θ
= θ → θ =− θ
14
daí: 2θ1 e 2θ2 diferem de 90 º.
σ −σ
substituindo-se θ =− τ
em τ tem-se:
τ max (σ x −σ y )2
min = + (τ xy ) 2
2
Dessa forma a máxima tensão tangencial difere da mínima apenas pelo sinal. Do ponto de
vista físico esses sinais não tem significado e por esta razão a maior tensão tangencial será
chamada de tensão máxima tangencial ou de cisalhamento.
Ao contrário das tensões principais, para as quais não existem tensões de cisalhamento
(tangenciais), as máximas tensões de cisalhamento atuam em planos não livres de tensões
normais.
Tomando-se a equação:
σ x +σ y σ x −σ y
σx = 2
+ 2
cos 2θ + τ xy sen 2θ
e aplicando
15
Fig. 15 - Análise gráfica de tensões normais e tangenciais
Assim:
σ −σ
= +τ = !
σ −σ τ
θ =± " ! θ =± " !
temos:
(σ x +σ y )
σx = 2
, tensões normais.
e:
(σx −σy ) 2
τ xy = / r + τ 2 xy / r
2
(σx −σy ) 2
∴τ xy = 1 [ 2 + τ 2 xy]
r
16
se:
σ −σ
!= !→τ =+ +τ
!
σ x +σ y (σ x −σ y ) 2 σ x +σ y (σ x −σ y ) 2
σ1 − σ 2 = 2
+ 2
+τ 2 − 2 + 2
+τ 2
xy xy
σ1−σ 2 (σ x −σ y ) 2
= + τ 2 = τ max
2 2 y
σ −σ
τ =
6. Exemplo nº 1
Calcular:
SOLUÇÃO: Em primeiro lugar suponhamos ser este elemento de uma chapa ou de uma
viga para um melhor entendimento.
17
a) Definição dos planos principais:
τ
Utilizando-se de: θ = σ − σ , resulta que:
θ &= &
θ = %$
−%
= # →
θ && = &
Tensões Principais
σ =σ θ+σ θ +τ θ
1)
θ = θ& = &
σ = % & +% & +$ &
σ x = 174,0 kN / cm 2
2)
θ = θ && = &
σ = % & +% & +$ &
2
σ y = 45,96 kN / cm
Conclusão:
σ1 = 174,0 kn/cm2
σ2 = 45,96 kn/cm2
18
b) as tensões no elemento a 45 º
para θ = 135º
σ −σ
b2) τ = θ+τ θ
com θ = 45º
τ xy = 60−2160 = 50 kN / cm 2
Esquematicamente:
19
daí:
∴σ x = 110 kN / cm 2
σ y = 110 kN / cm 2
∴τ xy = −64 kN / cm 2
Esquematicamente:
20
equações será atingido uma melhor compreensão do problema geral da transformação de
tensão; segundo, com a ajuda da construção gráfica, é possível obter, freqüentemente, uma
solução mais rápida para os problemas de transformação de tensão.
Do mesmo modo, sua análise do estado simples de tensão, as equações:
σ x +σ y (σx −σy )
σx = 2
+ 2
cos 2θ + τ xy sen 2θ
(σ x −σ y )
τ xy = − 2
sen 2θ + τ xy cos 2θ
Daí:
σ x +σ y (σ x −σ y )
σ− 2
= 2
cos 2θ + τ xy sen 2θ
(σ x −σ y )
τ xy = − 2
sen 2θ + τ xy cos 2θ
σ x +σ y 2
σx − 2
+ (τ xy ) 2 = (σ x − σ y ) 2 + τ 2 xy
Portanto:
σ x +σ y
Posição do centro do "círculo": , 0
2
(σ x −σ y ) 2
Raio do círculo ao quadrado:
2
+ τ 2 xy = R 2
Temos num sistema de eixos (σ, τ) a representam gráfica, através do círculo de Mohr,
das tensões normais e tangenciais num plano genérico θ.
Esquematicamente:
21
Fig. 20 - Representação do círculo de Mohr
Assim, para um círculo de Mohr com base nas advindas pela figura acima, parte (a),
temos:
22
8. Construção do círculo de Mohr para o estado plano de tensões
Para traçar o círculo de Mohr, via regra prática, considera-se os seguintes itens:
σ - eixo horizontal
τ - eixo vertical sem circulação
Esquematicamente:
23
Fig. 22 - Círculo de Mohr
4. Posição do Polo
Polo é um ponto P do círculo de Mohr, que se por este ponto se traçar uma reta
paralela a direção de um plano qualquer no elemento em questão, onde se deseja saber as
tensões atuantes. Esta reta cortará o círculo num ponto, que representa σe τ atuantes naquele
referido plano. A localização de P é simétrica a Tx ou Ty, se este ou aquele for o primeiro par.
Regra Prática
Escolhe-se um eixo σ paralelo a uma das bordas do elemento e percorre-se, no sentido
do eixo deste eixo, o desenho do elemento. O primeiro τ encontrado indica a ordenada τ a ser
colocada para se obter T, o polo P está em posição oposto.
24
Fig. 23 - Exemplo: Determinação das P e das direções principais.
25
5. Pode-se colocar os elementos importantes do estado plano da tensão no desenho construído,
ficando então.
Adota-se τ sem sinal ou sentido. Para σx < 0 (compressão) pode-se adotar um eixo σ
com um determinado sentido.
26
Traça-se o círculo. Por P traça-se retas até os pontos de interseção com do círculo com
o eixo σ. Nestes pontos tem-se σ1 σ2 e os planos das direções principais.
Face 2
O eixo σ tem sentido de σx < 0
Face 3
σ tem sentido para cima pois σy >0 (tração)
27
Fig. 29 - Posição do Polo. Face (3).
Face 4
σ tem sentido para baixo pois σy > 0 (tração)
Notar que qualquer sentido de entrada para se desenhar o círculo de Mohr (qualquer
face) nas direções das retas P-σ1 e P-σ2 são sempre paralelas.
Para o elemento de chapa tem-se, desse modo, o seguinte desenho:
28
Sob esta ótica, basta escolher um sentido de entrada no elemento, geralmente aquele
em que se conhece as tensões normal e tangencial, e desenha-se o círculo de Mohr.
9. Exercício nº 2
σ1 σx +σy σx −σ y 2
σ2 σx = 2
± ( 2
) + τ 2xy
Para o estado A
↓ ↓
σ x = σ1 σ x = σ2
Para o estado B
29
2 x 0,3
tg 2θ 1 = = −0,25 2θ 1 = 14 ,03
−16 − 0,8
* Para o Estado A
30
Fig. 34 - Tensões no Estado B.
Exercício nº 3
σ I = 10 kN / cm 2 σ II = 0 σ III = −10 kN / cm 2
Calcular:
31
Fig. 35 - Planos de cortes
σ x +σ y (σ x −σ y )
σx = 2
+ 2
cos 2θ + τ xy sen 2θ
(σ x −σ y )
τ xy = − 2
sen 2θ + τ xy cos 2θ
Fig. 36 - Corte II
Do corte II tem-se:
(10+σ y ) (10−σ y )
σ II = 0 = 2
+ 2
cos 60 + τ xy sen 60
(10 + σ y ) (10 − σ y ) 1 3
0= 2
+ 2 2
+ τ xy 2
(1)
32
Do corte III tem-se
(10+σ y ) (10−σ y )
σ III = −10 − 2
+ 2
cos 120 + τ xy sen 120
3
σy = −10 kN / cm 2 e τ xy = −10 kN / cm 2
3
33
τ II = −( +102+10 )sen 60 − 10 3
3
cos 60 τ II = −11,5 kN / cm 2
2( −10 3 / 3) − 3
tg 2θ1 = 10+10
= 3
2θ1 = −30º θ =− '
ou:
θ1' = -105°
θ1'' = 75°
Portanto:
34
Fig. 40 - Círculo de Mohr
Exercício nº 4
35
Fig. 41 - Estrutura analisada
Solução: A obtenção das tensões (normal e tangencial) nos pontos 1 e 2 da seção transversal
do apoio B, exige a determinação do momento fletor e da força cortante nessa seção obtidos a
seguir:
R B = 15,625 kN
Fy = 0 R A + R B = 0,1 x 250
R A = 25 − 15,625 R A = 9,375 kN
30 x103 10 x 20 2
Iz = 12
+ 30 x10 x 6 2 + + 10 x 20 x 9 2 = 36.167 cm 4
12
S1 = 0
S2 = |10x15x11,5| = 1725 cm3
36
Fig. 43 - Diagramas M e V.
Ponto 1
VB .S
τ(1) = bI z
=0
MB
σ(1) = Iz
Y1 = 125 x11
36167
= 0,038 kN / cm 2
A tensão σ(1) será negativo porque o ponto 1 está abaixo da linha neutra, região da
seção em que MB causará compressão (ver diagrama de momento fletor)
σ1 − 0,038 2 σ1 =0
= − 0,038 ± ( ) + 02 =
σ2 2
2 σ 2 = −0, 038 kN / cm 2
Estado de Tensão
37
Fig. 45 - Estado de tensão.
Ponto 2
VB M S 2 −10.625 x1725
τ ( 2) = = = −0,050 kN / cm 2
b Iz 10 x36167
Mby
τ ( 2) = 2 = 125 x 4 = 0,0138 kN / cm 2
Iz 36167
38
Fig. 48 - Estado de tensão.
Obs.: τxy > 0 e V < 0, isto ocorre devido a convenção de sinais adotado para tensão tangencial
e força cortante
Círculo de Mohr
Ponto 2:
2τ xy
tg 2θ 1 = = 2 x 0,050 = 7,24
σ x −σ y 0,0138
θ1 ≅ 41 ,07
Diz-se que um elemento está em estado de tensões triaxial quando se encontra sujeito
a tensões σx , σy , e σz.
A figura a seguir mostra um elemento dx, dy, dz retirado de um sólido solicitado a este
estado de tensão.
39
Fazendo abstração das forças volumétricas e das diferenciais de tensão, o equilíbrio
permite concluir que os respectivos vetores de tensão, em cada uma das seis faces do
elemento, serão iguais em valor e de sentido oposto. (Equilíbrio de forças).
τ =τ
τ =τ
τ =τ ) *) +) , -.
τ =τ
Este teorema de igualdade recíproca das tensões tangenciais, ou Teorema de Cauchy
reduz o nº de parâmetro que determinam o estado triplo de tensão a 6:
40
Fig. 51 - Equilíbrio de tensões
Direções Principais
chamando-se de dA a área da face obliqua do elemento, as outras faces terão áreas CxdA,
CydA e CzdA. No tetraedo vemos estas representações bem como das tensões.
41
Assim tem-se:
→
* = tensão total no plano oblíquo
→ → → →
t ( t x, t y, t z ) e tx 2 + ty 2 + tz 2
* No plano obliquo: t 2 = σ 2 + τ 2
* Analogamente para y e z:
=τ +σ +τ
=τ +τ +σ
→
O fato do vetor possa ser calculado por tx, ty e tz mostra a suficiência dos
parâmetros σ σ σ τ τ τ para representação do estado triplo de tensão.
Procuraremos agora um plano onde não há tensões de cisalhamento. A tensão normal
referente a direção principal será chamada de σ, ou seja σ1, σ2 e σ3 no estado triplo. O vetor
→
tensão principal terá o valor σ e a sua direção coincidirá com a do vetor (normal ou plano)
e suas componentes serão Cxσ, Cyσ e Czσ. Assim:
=σ
=σ
=σ
42
Fig. 53 - Tensão principal
t x = C xσ x + C y τ yx + C z τ zx
fazendo-se: t y = C xτ xy + C y σ y + C zτ zy
t z = C xτ xz + C yτ yz + C z σ z
σC x = C x σ x + C y τ yx + C z τ zx
igual ao valor anterior tem-se: σC y = C x τ xy + C y σ y + C z τ zy (*)
σC z = C x τ xz + C y τ yz + C z σ z
ou:
C x (σ x − σ ) + C yτ yx + τ zx C z = 0
C xτ xy + (σ y − σ )C y + τ zy C z = 0
C xτ xz + τ yz C y + (σ z − σ )C z = 0
σ x −σ τ yx τ zx
σ xy σ y −σ τ zy = 0
σ xz τ yz σ z −σ
43
A resolução dá uma equação do 3º grau em σ do tipo:
σ 3 − I1σ 2 + I 2σ − I 3 = 0
com: σ1 > σ2 > σ3 ; σ1, σ2, σ3 raízes. São os autovalores que associados com versores
resultam em atuto-vetores, indicando o módulo e o sentido das tensões principais (Planos
principais). Os termos I1 , I2 , I3 são chamados de invariantes de tensão e valem:
I 1 = σ x + σ y + σz
I 2 = σ xσ y + σ xσ z + σ y σ z − τ 2 xy − τ 2 xz − τ 2 yz
σ x τ yx τ zx
I 3 = det τ xy σ y τ zy
τ xz τ yz σ z
Uma vez provada a existência de σ1, σ2 e σ3, não se procurará determiná-las a partir
das 6 componentes de tensão. Esta procura é complicada e de pouco interesse prático.
Admitir-se-á dado um estado de tensão mediante suas tensões principais e procurar-se-á a
→
representação gráfica do vetor σ τ encontrado num plano de direção genérica. Supor-se-á:
σ ≥σ ≥σ .
→
σ, como já visto, é a componente de perpendicular ao plano de atuação e τ a
componente tangencial no referido plano, por exemplo, no plano yz:
2 2
τ = τ zx + τ zy
C12 + C 22 + C32 = 1
Para obter as componentes do vetos de tensão basta substituir em (*), σx = σ1; σy = σ2;
σz = σ3 e suprimir as parcelas que contém tensões de cisalhamento, nulas nos planos
coordenados dos eixos X1 , X2 , X3 :
t1 = C1 σ 1
44
t 2 = C2 σ 2
t 3 = C3 σ 3
→
O módulo de é dado por:
→ → →
t = t . t = t 2 = σ 2 + τ 2 = t12 + t 22 + t 32
ou:
t 2 = σ 12 C12 + σ 22 C 22 + σ 32 C32
t 2 + ( σ −σ 2 )( σ −σ3 )
C12 = ( σ1 −σ 2 )( σ1 − σ 3 )
t 2 + ( σ −σ3 )( σ − σ1 )
C 22 = ( σ − σ )( σ −σ )
2 3 2 1
t 2 + ( σ − σ1 )( σ −σ 2 )
C32 = ( σ 3 −σ1 )( σ 3 −σ 2 )
sendo:
σ ≥σ ≥σ
τ 2 + (σ − σ 2 )(σ − σ 3 ) ≥ 0
(σ 2 −σ 3)
Esta expressão, é a equação resultante de um círculo de raio no plano (σ, τ).
2
45
Fig. 54 - Círculo de Mohr
Portanto, a desigualdade implica que os pontos (σ, τ) estão situados fora desse círculo.
Como C 22 é positivo e o denominador da segunda equação é negativo, o numerador
também deverá ser negativo, assim:
(σ 1+σ 3) 2
τ 2 + (σ − σ 1+2σ 3 ) 2 ≤ 2
(σ 1−σ 2) 2
τ 2 + (σ − σ 1+2σ 2 ) 2 ≥ 2
46
resultando pontos (σ, τ) fora do círculo.
47
TRAÇÃO SIMPLES COMPRESSÃO SIMPLES
CISALHAMENTO PURO
a) Seria sempre necessário considerar (a não ser em casos particulares freqüentes) os três
círculos, pois o estudo da variação de tensões em um dos três planos pode não exibir as
tensões extremas.
b) A maioria dos casos de estruturas correntes estarão considerados em normas técnicas, com
indicações razoáveis sobre os procedimentos a adotar.
Conforme foi mencionado em a) há casos particulares freqüentes em que basta o
estudo de tensões em um dos planos principais.
É o caso das vigas (não vigas parede!). Nelas a solicitação típica será do tipo:
48
É fácil de ver que mesmo se nos preocupássemos com o estado triplo o outro valor de
tensão principal σ3 (abandonando a convenção σ1 ≥ σ2 ≥ σ3) seria nulo e os dois círculos
restantes seriam internos.
Então, em casos como este, o estudo das tensões do plano de σ1 , σ2 já fornece tensões
extremas (em módulo), tanto σ quanto τ.
Para certas finalidades, como no caso do dimensionamento ou verificações, usando
CRITÉRIOS DE RESISTÊNCIA, esse fato também será levado em conta, embora pudesse
passar desapercebido.
O exercício seguinte pretende mostrar os detalhes de como seria a procura de σ1 , σ2 ,
σ3 , a partir do conhecimento de σx , σy , assim como mostrar outra maneira de rever o que foi
feito no chamado "estado duplo" ou "plano de tensões".
11. Exercício nº 5.
49
Nó 1:
Fy = 0 N15 = − F / cos 45
N12 = F
N15 = − F 2
Nó 2:
N12
Fx = 0 N 26 = − = −F 2
cos 45
Fy = 0 N 23 = N 26 cos 45 = F
Por simetria :
N 37 = N15 = − F 2
N 34 = N12 = F
N 48 = N 26 = − F 2
Esquematicamente:
Figura 63 – Forças em equilíbrio
Este elemento fica sujeito a um estado triplo de tensões. Seria errado supor um estado
plano do tipo:
σ1 = F 2 ≥σ = F 2
2
202 a2
50
Fig. 64 - Círculo de Mohr
Exercício nº 6
σ x = 10 MPa τ xy = 10 MPa
σ y = 20 MPa τ yz = 0
σz =0 τ zx = 0
σ −σ τ
τ σ −σ = (A)
−σ
σ −σ τ
−σ = ∴1ª raiz σ = σ3 = 0
τ σ −σ
51
(σ x − σ )(σ y − σ ) − τxy 2 = 0
σ x2 − σ y (σ x + σ y ) + σ xσ y − τ 2 xy = 0
σx +σy σx −σy 2
σ 12 = 2
± ( 2 ) + τ 2 xy
Numericamente:
σ3 = 0
σ x −σ τ xy 0 Cx
τ xy σ y −σ 0 Cy = 0 (B)
0 0 −σ Cz
e observando que:
σ −σ τ σ τ
I) ∆= τ σ −σ = τ σ =
−σ
σ −σ τ
= (B1)
τ σ −σ
e:
−σ = (B2)
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mas (B2) se resume em 0 = 0 (σ = σ3 = 0) e não serve para determinar cz.
− 16,18 10 0 Cx
10 − 6,18 0 C y = 0 Desenvolvendo: 99,99 - 100 ≈ 0
0 0 − 26,18 Cz
− 16,18 10 Cx
=0 (B3)
10 − 6,18 Cy
e -26,18 cz = 0 ∴cz = 0 ou αz = ± 90º ∴a normal ao plano onde atua σ1 está no plano (xy).
De (B4): =± −
16,18 Cx = ±10 1 − Cx 2
261,79 Cx 2 = ±100(1 − Cx 2 )
100 = ± αx = ± 58,26
Cx = ± 0,526
361,79
αx = ±121,74
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Basta conhecer aquele de αx para definir a direção associada a (já que, com o
resultado anterior, σ1 e σ2 estarão no plano xy)
A direção de σ2, neste caso particular, não precisa ser determinada com a consideração
de σ = σ2 = 3,82 em (B) pois, já se sabe que σ2 atua no plano xy e sua direção é perpendicular
à de σ1
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Fig. 67 - Círculo de Mohr
Confirmando com cálculo prático e mais usual no que se refere à varação das tensões
no plano xy.
tg 2θ = 2−x10
10 = −2 ∴θ = −31,72
Este é o ângulo entre a direção de uma das tensões principais e a direção do plano de
σx (ou a direção do eixo y). Com:
Examinaremos elementos de uma seção transversal de uma viga sob flexão estática.
55
≡
Observação:
56
materiais frágeis à tração, como o concreto, podendo ocorrer fissuras a 45º. Neste caso são
colocadas barras de aço inclinadas a 45º.
Para elucidar mais o assunto, pode-se representar a variação das direções das tensões
principais, na viga, por exemplo, sujeita a uma carga distribuída. As linhas cheias da figura
são direções de tração e as pontilhadas, as compressão. Estas linhas são chamadas de
ISOSTÁTICAS ou CURVAS DE TRAJETÓRIA DE TENSÕES.
Estas curvas representam as direções de tensões em cada ponto da viga, ou seja, um
conjunto de curvas que indicam as tangentes em cada ponto e sua mudança de direção.
13 - Bibliografia
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POPOV, E.G. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Editora Edgard Blucher
Ltda, 1978. 534p.
SCHIEL, F. Introdução à Resistência dos Materiais. São Paulo: Harpet & Row do
Brasil, 1984. 395p.
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