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Denilson,

professor
de História

Conjurações
republicanas
Ideias e práticas de contestação no Brasil do século XVIII
1) Objetivos da aula

Compreender Identificar Caracterizar Relacionar


o movimento de as conjurações do final do
os principais fatores,
apropriação e de as conjurações século XVIII com o processo
materiais e ideológicos,
reinterpretação de mineira, carioca e de desgaste do poder
das conjurações do final
ideias europeias no baiana. colonial, adentrando o
do século XVIII brasileiro.
Brasil colonial. século seguinte.
2) INTRODUÇÃO

A ERA DAS REVOLUÇÕES E DOS DIREITOS

“Os povoadores por mais arraigados que na terra estejam, tudo pretendem
levar para Portugal. [...] Mesmo os que para cá nasceram não são senhores,
mas usufrutuários que desfrutam e deixam a terra destruída.
Nenhum homem nessa terra é republico, nem zela ou trata do bem
comum, senão cada um do bem particular.”

Frei Vicente do Salvador, 1627. (Historia do Brazil)

(Fonte do mapa de fundo: Map of Brazil in the Miller Atlas of 1519. Autor: Lopo Homem. Sno fe 1519. Disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Brazil_16thc_map.jpg )
Matrizes republicanas

Romana Inglesa
Antiguidade Século XII

Amor pela pátria Direito à resistência

Italiana Americana
Renascimento e francesa
VELHO VOCABULÁRIO, NOVO REPERTÓRIO:
Humanismo
cívico
“pátria”; “bom governo”; “justiça”; “bem comum”; “direito
natural”; “corrupção”; “felicidade”; “liberdade”; “igualdade”.
3) Conjurações republicanas no Brasil de fins do século
XVIII
Conjuração Conjuração
Mineira Carioca
(1789) (1794)
República República das
florente Letras

Conjuração
Baiana
(1798)

República
popular
3.1. REPÚBLICA FLORENTE
Libertas quae sera tamem

Minas do A política Circulação


ouro colonial de ideias

Esgotamento Combate ao Leituras proibidas,


aurífero e derrama contrabando e ideias ingovernáveis
cobrança de dívidas
Inconfidentes, repúblicos Poetas
Mulheres
Tomás Antônio
Hipólita Jacinta Gonzaga, Ouvidor em
Teixeira de Mello, Vila Rica;
proprietária em São Cláudio Manuel da
José Del Rei; Costa, Procurador da
Bárbara Coroa em Vila Rica;
Heliodora, musa de Inácio Alvarenga
Alvarenga Peixoto, Peixoto, Ouvidor da
de São João Del Rei. Comarca do Rio das
Mortes.

Militares

Francisco de Paula
Religiosos
Freire de Andrde,
comandante dos Pe. Rolim, Distrito
dragões; Diamantino.
Joaquim José da Pe. Toledo, São José
Silva Xavier, alferes Del Rei.
“Andava falando pelas tabernas,
quartéis, por onde se achava que essas
Minas Gerais podiam vir a ser uma
República.”
Sobre Dizia que “a beleza, formosura e riqueza
Tiradentes deste país de Minas Gerais era o melhor
do mundo, porque tinha em si ouro e
Devassando a devassa diamantes, que bem poderia ser uma
República livre e florente.”

Se nas Minas existisse “outro governo e


fosse uma República, assim como a
América inglesa, seria o país mais feliz do
mundo.”
“Maldito seja aquele, que só trata
Tomás Antônio De contar, escondido, a vil riqueza,
Que, cego, se arrebata
Gonzaga Em buscar nos Avós a vã nobreza,
Com que aos mais homens, seus
Poesia e política iguais, abata.
Graças, ó Nise bela,
Graças à minha Estrela!”

(GONZAGA. Tomás Antônio. Marília de Dirceu. Porto Alegre: L&PM,


2019, p. 164)
Projeto de República

Nova Perdão de
Universidade Escravidão
Capital Alvares
dívidas
Criação de uma Maciel:
universidade em Alívio para parte
manutenção;
Vila Rica. São João del-Rei da elite e
Alvarenga
conquista de
Peixoto:
apoio
libertação

Suspensão da
Libertação de Criação de uma
Implantação de legislação restritiva
do Distrito escravos e mulatos fábrica de pólvora.
manufaturas.
Diamantífero nascidos no país.
3.2. REPÚBLICA DAS LETRAS
(Sociedade Literária do Rio de Janeiro, 1794)
Manoel Inácio Silva Alvarenga possuía
Naturalistas, botânicos,
uma biblioteca formada por 1576
médicos, químicos, professores,
títulos, entre os quais constavam
literatos e curiosos. Montesquieu, Voltaire, D’Alembert e
Rousseau.
“Se havendo chegado a minha notícia que muitas pessoas desta cidade, esquecidas de si e da honra do
nome português, que até o presente consistia principalmente no amor e fidelidade aos nossos
clementíssimos soberanos, se arrojam, não só em casas particulares, mas ainda nos lugares públicos dela;
e com a ocasião das atuais alterações da Europa, a altercar questões sobre o governo público dos
estados, e em que algumas das referidas pessoas têm escandalosamente proferido: que os reis não
são necessários; que os homens são livres e podem em todo o tempo reclamar a sua liberdade; que
as leis por que hoje se governa a nação francesa são justas e que o mesmo que quela nação
praticou se devia praticar neste continente; que a Sagrada Escritura, assim como dá poder aos reis para
castigar os vassalos, o dá aos vassalos par castigar os reis; cujas proposições, e outras de semelhante
natureza em que até envolvem a religião, além de mostrarem a pouca fidelidade de quem as profere,
como próprias de enganar e seduzir o povo rústico e ignorante [...] podem produzir consequências muito
perigosas e que convém atalhar.” (Conde de Resende, Autos da Devassa Prisão dos Letrados do Rio de Janeiro 1792)
3.3. REPÚBLICA POPULAR
(Conjuração dos Alfaiates, Salvador, 1798)
Panfletos Panfletos
“A vós povos que “Cada um soldado e cidadão,
nascestes parfa seres
livres e para gozares dos
mormente os homens pardos e
bons efeitos da pretos que vivem escornados e
liberdade… A liberdade abandonados, todos serão
consiste no estado feliz, Lucas Dantas iguais, não haverá diferença só
no estado livre do e Rousseau
abatimento: a liberdade
haverá liberdade, igualdade e
“Igualdade e Liberdade,
é a doçura da vida, o fraternidade. Aquele que se
No sacrário da Razão
descanso do homem Ao lado da sã Justiça opuser a Liberdade Popular
com igual paralelo de Preenchem meu será enforcado sem mais
uns para outros,
finalmente a liberdade é
coração” apelação: assim seja entendido,
o repouso e a bem- aliás… Breve teremos socorro
aventurança do mundo.” estrangeiro. Do Povo.”
Estátua de Luiz
Gonzaga no Largo da
Piedade, em Salvador,
Bahia, Brasil.

(Fonte: Disponível em
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Gonza
ga_das_Virgens#/media/Ficheiro:Luizgonzaga.jpg )
Considerações finais
Conjuração Conjuração
Mineira Carioca
(1789) (1794)
República República das
florente Letras

Conjuração
Baiana
(1798)
1817 1848 1889 1930
República
popular
Dicas de leitura
A ERA DAS REVOLUÇÕES E DOS DIREITOS

Referências
importantes
para saber
mais

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