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Material Teórico
Identificação e Classificação dos Solos
Revisão Textual:
Jaquelina Kutsunugi
Identificação e Classificação dos Solos
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Conhecer as formas de identificação e classificação dos solos;
• Aprender as principais características dos materiais constituintes dos solos e como
eles se comportam.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
Unidade Identificação e Classificação dos Solos
Para conhecer a textura do solo, deve-se manusear uma amostra entre os dedos.
O pedregulho é facilmente identificável devido ao seu diâmetro, mas a areia pode
ser sentida pelo tato, quando úmida, em razão do aspecto áspero de que o material
é atribuído.
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comportamento de argila, se for menos resistente e se pulverizar quando quebrada,
o comportamento é de silte. A ductilidade também é diferente entre os dois ma-
teriais finos. Assim, ao tentar moldar o solo com as mãos em estado próximo ao
limite de plasticidade, as argilas terão comportamento mais resistente, comparado
aos siltes.
Na Pedologia, ciência que estuda a origem, formação e a classificação dos solos, existe
manuais de classificação dos solos em campo. Esses manuais caracterizam cada camada
(horizonte) do solo até a profundidade de interesse, nomeando os diferentes horizontes
e determinando a sua cor, textura, estrutura dos agregados, porosidade visível, consis-
tência (quando o material está seco, úmido e molhado) e transição entre as camadas.
São levantadas também informações adicionais sobre o local de coleta, o material de
origem, a presença de processos erosivos ou outros tipos de feições superficiais, que
possam auxiliar no entendimento sobre a gênese e transformação dos solos..
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Os argilominerais também são comumente encontrados nos solos e tratam-se de
silicatos complexos compostos por tetraedros de sílica (quatro átomos de oxigênio
ligados a um de sílica) e octaedros de alumínio (seis átomos de oxigênio ligados ao
alumínio), formados pelo intemperismo de minerais primários, como o feldspato,
ou pela transformação de minerais secundários. Além das argilas silicatadas, exis-
tem também as argilas oxídicas, que não possuem os octaedros de sílica em sua
composição.
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UNIDADE Identificação e Classificação dos Solos
A montmorilonita e a ilita são argilas do tipo 2:1, que se compõem por uma lâ-
mina octaédrica envolta por duas lâminas tetraédricas, formando uma camada. No
caso da ilita, entre as camadas existem íons de potássio, que reforçam as ligações
(Figura 2). A grande diferença entre a ilita e a montmorilonita é o fato de a segunda
não conter os íons de potássio e apresentar propriedades expansivas, sendo consi-
derada uma argila muito ativa. Isso ocorre porque entre as lâminas há a entrada e
saída de água contendo íons ou radicais orgânicos (LEPSCH, 2011).
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A montmorilonita apresenta camadas adjacentes, unidas por fracas ligações de
oxigênio, com espaço variável entre elas, permitindo a entrada da água (Figura
3). Suas partículas se agrupam em flocos que tendem a se empilhar uns sobre os
outros, formando microporos. Quando umedecidas, a água é absorvida nos micro-
poros, ocasionando na expansão da argila (BRADY; WEIL, 2013).
Figura 3 - Representação da montmorilonita: espaço em que ocorre a entrada e saída de água e cátions.
Fonte: Lepsch (2011).
Explor
O modelo rotacional 3D das esmectitas, grupo de argila do tipo 2:1, no qual a montmori-
lonita se enquadra, pode ser visualizado no website do Museu Virtual de Moléculas e Mi-
nerais da Universidade de Wisconsin-Madison, disponível em: <https://virtual-museum.
soils.wisc.edu/display/soil-smectite/>.
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dos solos são determinadas, principalmente, pelo tamanho das partículas, a forma
e a composição mineralógica.
Segundo Das (2007), nos solos não-coesivos são encontradas duas categorias de
estruturas predominantes: grãos isolados e alveolares.
• Estrutura de grãos isolados ou grãos simples: é o tipo de estrutura característi-
ca dos pedregulhos e areias (Figura 4). Nesse tipo de estrutura, as partículas de
solos estão em contato com as adjacentes. Os grupamentos de partículas pos-
suem densidades distintas, conforme a sua posição e tamanho, apresentando
distintos índices de vazios. Pode variar entre uma estrutura de grãos isolados
fofa ou compacta, conforme a organização das partículas dos solos.
$GC=\frac{e~m\acute{a}x~-~e~nat}{e~m\acute{a}x~-~e~m\acute{i}n}$
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Tabela 1 – Classificação dos solos em relação a sua compacidade.
Classificação do solo Compacidade (%)
Muito fofo 0-15
Fofo 15-50
Compacto 70-85
• Estrutura alveolar: são estruturas comuns em solos com areia muito fina e silte
(Figura 4). Nesse tipo de estrutura, a areia e o silte se organizam em pequenos
arcos, com grande volume de índices de vazios, podendo suportar cargas está-
ticas moderadas (DAS, 2007).
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Amolgamento
O amolgamento é o processo de destruição da estrutura original do solo, pelo
qual ele perde toda a sua resistência. A maior ou menor perda de resistência de
solos estruturados é chamada de sensitividade da argila, cujo índice é medido pela
resistência à compressão de uma amostra indeformada e a resistência da mesma
amostra após a sua destruição. Tal relação é descrita por:
$Gs=~\frac{Rci}{Rcf}$
Tixotropia
A tixotropia ocorre quando um solo com partículas muito finas é completamente
amassado, e, após repousar por um tempo, essa massa de solo adquire uma resis-
tência coesiva maior. Se a amostra é novamente amassada, mantendo a mesma
umidade, a coesão diminui e, após um tempo em repouso, ela tem novamente sua
resistência aumentada (CAPUTO, 1988).
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Explor
A bentonita é um tipo de argila muito fina, que possui tixotropia. Esse termo foi usado
pela primeira vez para nomear uma rocha com material argiloso descoberta nos Estados
Unidos, e atualmente utiliza-se para designar o argilomineral montmorilonita. Mais infor-
mações sobre a bentonita podem ser consultadas no livro Rochas e minerais industriais,
publicado pelo CETEM, em 2005, e que está disponível em: <http://mineralis.cetem.gov.
br/bitstream/cetem/1046/1/10.Argila-BENTONITA%20ok.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2019.
Exercícios resolvidos
Solução:
Gs = Rci/ Rcf
Gs = 96/34
Gs = 2,8
Umidade = 12%
y = 1,8 g/cm³
yg = 2,63 g/cm³
e max = 0,823
e min = 0,438
ya = 1 g/cm³
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Solução:
$y~=~\frac{yg~\times ~h+~yg}{1~+e}$
$1,8=\frac{2,94}{1~+~e}$
$e=~\frac{1,14}{1,8}$
Os solos colapsíveis são aqueles que sofrem uma rápida compressão quando
ocorre um aumento da umidade, sem a variação da tensão a que o solo esteja sub-
metido. Segundo Pinto (2006), o colapso nos solos ocorre devido à destruição dos
meniscos capilares, que são responsáveis pela tensão de sucção ou a um amoleci-
mento do cimento natural do solo, que mantém as partículas unidas.
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A determinação da colapsividade de um solo é feita pelos ensaios de compres-
são endométrica, com a saturação de uma amostra e aplicação de tensões, tendo,
o recalque, como dependente da quantidade de água presente no solo e das ten-
sões a que foi submetido.
Os solos colapsíveis podem ser vistos na paisagem, em áreas onde ocorreu o es-
corregamento de taludes, devido à presença de água, ou em deformações verticais
que ocorrem em terrenos planos ( PINTO, 2006).
Em Síntese Importante!
Nesta Unidade, conhecemos como os solos são identificados em campo e algumas pro-
priedades importantes para entender o seu comportamento. É importante lembrar:
1) os solos podem ser identificados em campo por meio de testes táctil visuais, que tor-
nam possíveis o conhecimento de algumas propriedades qualitativas do material;
2) os materiais constituintes dos solos possuem tamanhos distintos e podem ser carac-
terizados de acordo com propriedades particulares. Por exemplo, a argila se diferencia
pelo seu tamanho e pela plasticidade que apresenta;
3) os solos possuem constituições mineralógicas distintas, podendo ser compostos por
partículas primárias ou secundárias. Os pedregulhos e areias são formados pela agrega-
ção de um único mineral, predominantemente, mas podem ser formados pela agrega-
ção de minerais distintos;
4) os argilominerais são formados pela combinação de lâminas de tetraedros de silício e
lâminas de octaedros de alumínio, que, quando unidas, formam camadas;
5) as camadas constituídas por uma lâmina de tetraedro de sílica ligada a uma lâmina de
octaedro de alumínio são chamadas de argilas do tipo 1:1, e a mais comum é a caulinita;
6) as camadas constituídas de uma lâmina octaédrica de alumínio envolta por duas lâ-
minas tetraédricas de silício formam as argilas do tipo 2:1, representadas pela montmo-
rilonita e a ilita;
7) a forte ligação existente entre os hidrogênios nas camadas de argila do tipo 1:1 impe-
dem a entrada de água e a expansão dessas argilas. A entrada de água entre as camadas
de argilas, como ocorre nas montmorilonitas, investem-nas de propriedades expansivas;
8) os solos podem ser classificados em relação a sua estrutura em grãos isolados, alveo-
lar, dispersa e floculada;
9) o amolgamento e a tixotropia são propriedades que indicam a perda da resistência do
solo e a sua capacidade de se recuperar. A maior ou menor perda de resistência do solo
estruturado é chamada de sensitividade da argila
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Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Os Colóides do Solo
O material desenvolvido pelo professor Dr. Erico Sengik, com colaboração de Karina
Perehouskei Albuquerque, traz importantes informações sobre os coloides dos
solos, como a formação dos argilominerais, suas estruturas mineralógicas e o seu
comportamento.
https://bit.ly/1UR1VCQ
Visite
Museu Virtual de Moléculas e Minerais
O museu virtual de Moléculas e Minerais, da Universidade de Wisconsin-Madison,
reproduz em formato 3D a estrutura mineralógica de diversos minerais encontrados
na natureza, como o quartzo, a caolinita e as esmectitas.
https://bit.ly/2GRaKPi
Leitura
Alternativa de Controle da Compacidade Relativa de Solos Não-coesivos
O artigo intitulado “Alternativa de controle da compacidade relativa de solos não-
coesivos” apresenta alternativas metodológicas para a determinação do índice de
vazios mínimo do solo, objetivando facilitar a obtenção dos dados de compacidade.
NETO, F. O. P.; SHINOHARA, D.; FARIAS, J. B. R.; SAMPAIO, A. S. Alternativa
de controle da compacidade relativa de solos não-coesivos. In: Anais do XXVII
Seminário Nacional de Grandes Barragens, Belém-PA, 2007.
https://bit.ly/2H8ct1Z
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Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6502: Rochas e
solos. Rio de Janeiro, 1995.
PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos. São Paulo: Oficina de tex-
tos, 2006.
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