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Material Teórico
Sistemas de Classificação dos Solos
Revisão Textual:
Jaquelina Kutsunugi
Sistemas de Classificação dos Solos
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Conhecer e distinguir os sistemas de classificação dos solos;
• Aprender a classificar os solos em diferentes sistemas de classificação.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
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Nessa classificação, os solos são identificados por duas letras: uma que indica
o tipo de solo, representando um grupo geral, e a outra que aponta informações
complementares, formando um subgrupo (Tabela 1). Assim, por exemplo, um solo
com classificação CL corresponde a uma argila de baixa compressibilidade ou GP,
que se refere a um pedregulho mal graduado.
Tabela 1 – Terminologia utilizada pelo Sistema Unificado e os seus significados
Terminologia Significado
G Pedregulho
S Areia
M Silte
C Argila
O Solo orgânico
W Bem graduado
P Mal graduado
H Alta compressibilidade
L Baixa compressibilidade
Pt Turfas
Fonte: Pinto (2006).
Pode-se considerar que os solos desse sistema são classificados em três grandes
grupos: os solos grossos (pedregulho e areia), os solos finos (silte e argila) e os so-
los orgânicos. Para classificá-los em um ou outro grupo, é necessário considerar a
quantidade de materiais finos presentes no solo, ou seja, a quantidade de material
que passa pela peneira de diâmetro 0,075 mm. Se o material passante for superior
a 50%, será considerado granulação fina e, se inferior a 50%, granulação grosseira
(PINTO, 2006).
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O coeficiente de curvatura é expresso por:
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Figura 3 – Gráfico de plasticidade com as classes de solos proposta pelo sistema unificado
Fonte: Adaptado de U. S. Army and Corps of Engineers (1960)
Importante! Importante!
Os solos orgânicos (argila ou silte) são representados pela letra O e podem ser
classificados, conforme o gráfico de plasticidade, como de alta compressibilidade
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ou baixa compressibilidade. Em situação específica, na qual o solo identificado é
uma turfa, é designado o símbolo Pt.
Para que o solo seja classificado como granular (classes A-1 a A-3), é necessário
passar o material pela peneira nº 200 (0,075 mm de abertura). Se menos de 35%
do seu material passar por essa peneira, ele possuirá granulação grosseira. Essa
classificação é diferente do que ocorre com a Classificação Unificada, em que 50%
do material pode passar. Para que o solo seja classificado como fino (classes A-4
a A-7), é necessário que mais de 35% do seu material passe pela peneira nº 200.
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As subdivisões dos solos grossos partem sempre de que menos de 35% do ma-
terial passou pela peneira de nº 200, assim:
A-3: solo composto por areia fina, com ausência de material argiloso ou silto-
so, portanto, sem plasticidade. Mais de 50% passa pela peneira nº 40 e menos
de 10% passa pela peneira nº 200, caracterizando-se, dessa maneira, como mal
graduados.
A-2: são solos compostos por pedregulhos e areia siltosa ou argilosa. Menos de
35% do material passa pela peneira de nº 200. Os subgrupos se diferenciam pelo
limite de liquidez e índice de plasticidade. Assim, no A-2-4 o limite de liquidez é
menor do que 40% e a plasticidade, inferior a 10%; no A-2-5 o limite de liquidez
é superior a 41% e o índice de plasticidade é inferior a 10%; no A-2-6 o limite de
liquidez é menor do que 40% e o índice de plasticidade, superior a 11% e o A-2-7,
em que o limite de liquidez é superior a 41% e o índice de plasticidade maior do
que 11%.
Para os solos finos, considera-se que mais de 35% da amostra total tenha passa-
do pela peneira nº 200. As subdivisões dos solos finos são diferenciadas pelos dis-
tintos valores de índice de consistência, e são utilizados os termos “siltoso” quando
o solo possui índice de plasticidade ≤ 10, ou “argiloso”, quando esse índice é ≥ 11,
conforme representado na Figura 5. Assim:
A-5: solos siltosos, com limite de liquidez superior a 41% e o índice de plastici-
dade é inferior a 10%;
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A-6: solos argilosos plásticos, com limite de liquidez menor do que 40% e o ín-
dice de plasticidade superior a 11%. Esses solos podem apresentar grande variação
de volume entre o estado seco e o úmido;
A-7: solos argilosos, em que o limite de liquidez é maior do que 41% e o índice
de plasticidade é superior a 11%. No subgrupo A-7-5, IP ≤ LL - 30 e no subgrupo
A-7-6, IP> LL - 30. Podem apresentar elevada variação de volume.
IG = (F200 - 35) [0,2 + 0,005 (LL - 40)] + 0,01 (F200 - 15) (IP - 10)
LL = limite de liquidez;
IP = índice de plasticidade.
Segundo Das (2007), algumas regras devem ser consideradas para a aplicação
do índice de grupos, entre elas:
1. se o valor obtido for negativo, deve ser considerado igual a 0;
2. o índice de grupo deve ser arredondado para o número inteiro mais pró-
ximo;
3. não há limite superior para o índice de grupo;
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No Brasil, o Sistema HRB é muito empregado por engenheiros rodoviários e o Sistema Uni-
ficado é mais conhecido entre os engenheiros de barragens. Na área de fundações, ambos
são pouco utilizados, sendo mais conhecidas as classificações regionais de solos (SOUSA
PINTO, 2006).
Exercícios resolvidos
1. A tabela a seguir apresenta a granulometria de um solo e os seus limites
de consistência.
Tabela 2
Descrição Índices dos solos
Porcentagem que passa pela peneira nº 4 100
Porcentagem que passa pela peneira nº 10 100
Porcentagem que passa pela peneira nº 40 93
Porcentagem que passa pela peneira nº 200 75
Limite de liquidez 59
Limite de plasticidade 21
Fonte: Marcatto (2019).
Solução:
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a) A porcentagem de material passante pela peneira nº 200 é superior a
50%. Trata-se um solo fino, classificado como M ou C, de acordo com
o índice de plasticidade e limite de liquidez.
IP = 59 - 21 = 38
Assim, o solo pode ser classificado como CH ou uma argila de alta compressi-
bilidade.
b) O material passante na peneira nº 200 é superior a 35%, portanto, um
solo classificado como fino. O índice de plasticidade e o limite de liqui-
dez que determinam o grupo ao qual o solo pertence, assim:
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Tabela 2
Porcentagem que passa (%) Diâmetro da partícula
60 0,165
30 0,115
10 0,085
Fonte: Marcatto (2019)
Solução:
CNU = 1,9
CC = 0,94
O solo pode ser classificado como uma areia mal graduada, pois CNU < 6 e CC < 1.
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2. se a porcentagem retida na peneira nº 200 for superior a 50%, será classi-
ficado como um solo grosso (pedregulho e areia), procedendo como segue:
a) determinar a fração granulométrica predominante. Se for pedregulho,
atribui-se o símbolo G e para a areia, o símbolo S;
b) determinar o coeficiente de não-uniformidade (CNU) e o coeficiente de cur-
vatura (CC), analisando o gráfico com a curva de distribuição granulométrica;
c) a partir dos valores encontrados para o coeficiente de curvatura e coeficien-
te de uniformidade, determinar se o solo é bem graduado ou mal graduado:
Pedregulho:
Areia:
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A-1-a: o material passante pelas peneiras nº 10, 40 e 200 deverá ser inferior a
50%, 30% e 15%, respectivamente.
A-1-b: o material passante pelas peneiras nº 40 e 200 deve ser inferior a 50%
e 25%.
c) A areia fina será classificada no grupo A-3 e não deverá apresentar
plasticidade. O material passante na peneira nº 40 deve ser superior a
51% e, na peneira nº 200, inferior a 10%;
d) a areia e as areias siltosas e argilosas serão classificadas no grupo A-2.
O material que passa pela peneira nº 200 deve ser inferior a 35%. Os
subgrupos serão diferenciados pelo limite de liquidez e índice de plasti-
cidade, como segue:
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A-2-4: LL ≤ 40 e IP ≤ 10
A-2-5: LL ≥ 41 e IP ≤ 10
A-2-6: LL ≤ 40 e IP ≥ 11
A-2-7 LL ≥ 41 e IP ≥ 11
3. Se a porcentagem de material passante pela peneira nº 200 for superior
a 35%, o solo será classificado como fino (siltoso ou argiloso), seguindo os
seguintes procedimentos:
a) determinação do limite de liquidez do solo, conforme a NBR 6459;
b) determinação do limite de plasticidade do solo, conforme a NBR 7180;
c) determinação do índice de plasticidade do solo, a partir dos valores ob-
tidos com o limite de liquidez e limite de plasticidade;
d) observação do limite de liquidez e do índice de plasticidade para a clas-
sificação do solo em grupos e subgrupos, conforme segue:
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Em Síntese Importante!
Nesta Unidade, conhecemos os sistemas mais utilizados na classificação dos solos e suas
aplicações. É importante recordar:
1. os sistemas de classificação buscam enquadrar os solos em clas-
ses com características semelhantes;
2. o sistema unificado utiliza uma terminologia com letras, que
indicam as características principais do solo e as características
secundárias;
3. nos solos grossos, a fração predominante indicará se se trata
de um pedregulho (G) ou areia (S). Nos solos finos, ocorrerá a
partir da observação do gráfico de plasticidade, em que os solos
argilosos (C) se localizam acima da linha A e os solos siltosos
(M), abaixo dessa linha;
4. os solos grossos podem ser classificados como bem graduados
(W) ou mal graduados (P) de acordo com a uniformidade do
material. Já os solos finos serão classificados de acordo com a
compressibilidade alta (H) ou baixa (L), conforme o gráfico de
plasticidade;
5. o sistema HRB divide os solos em 7 grandes grupos e 8 sub-
grupos. Os solos grossos são representados pelos grupos A-1,
A-2 e A-3 e os solos finos, por A-4, A-5, A-6, A-7 e seus res-
pectivos subgrupos;
6. os solos grossos se diferenciam pela quantidade de material
passante pelas peneiras e pela presença ou não de plasticidade;
7. os solos finos se diferenciam pelo índice de plasticidade e limite
de liquidez.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Estudo Comparativo de Diferentes Sistemas de Classificações Geotécnicas aplicadas aos Solos Tropicais
A dissertação de mestrado intitulada Estudo comparativo de diferentes
sistemas de classificações geotécnicas aplicadas aos solos tropicais, apresenta
outros tipos de classificações, que consideram o comportamento distinto
dos solos tropicais. Trata-se de um estudo interessante, pois aplicam-se
diferentes classificações nas mesmas amostras de solos, buscando compará-las.
SANTOS, E. F. Estudo comparativo de diferentes sistemas de classificações geotécnicas
aplicadas a solos tropicais. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) –
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
https://bit.ly/2SrxVRn
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Referências
DAS, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. 7. ed. São Paulo: Cen-
gage Learning, 2007.
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