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Coordenação

PAULO HENRIQUE DOS SANTOS LUCON


Copyright© 2019 by Paulo Henrique dos Santos Lucon & Pedro Miranda de Oliveira PEDRO MIRANDA DE OLIVEIRA
Editor Responsável: Aline Gostinski
Capa e Diagramação: Carla Botto de Barros

CONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO:


Eduardo FErrEr Mac-GrEGor Poisot
Presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Investigador do Instituto de
Investigações Jurídicas da UNAM - México
JuarEz tavarEs
Catedrático de Direito Penal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Brasil
Luis LóPEz GuErra
Magistrado do Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Catedrático de Direito Constitucional da
Universidade Carlos III de Madrid - Espanha PANORAMA ATUAL
owEn M. Fiss
Catedrático Emérito de Teoria de Direito da Universidade de Yale - EUA
toMás s. vivEs antón
DO NOVO CPC
3
Catedrático de Direito Penal da Universidade de Valência - Espanha

ou editoriais.
A violação de direitos autorais constitui crime (Código Penal, art.184 e §§, Lei n° 10.695, de 01/07/2003), sujeitando-se
à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei n°9.610/98).
Todos os direitos desta edição reservados à Tirant Empório do Direito Editoral Ltda.

Todos os direitos desta edição reservados à Tirant lo Blanch.

Bairro Jardim Paulista, São Paulo - SP


CEP: 01406-000

Impresso no Brasil / Printed in Brazil São Paulo


2019
8 PANORAMA ATUAL DO NOVO CPC

liarão o estudioso a compreender os principais institutos de direito processual


civil e a refletir sobre o que deve ser ainda aperfeiçoado.
SUMÁRIO
Dessa forma, resta-nos agradecer mais uma vez à Editora EMPÓRIO
DO DIREITO e aos colaboradores pela presteza com que atenderam ao nos-
so convite, que praticamente se transformou em convocação após o esgota- I - O INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS
mento do Volume 2 da Série, e, ao mesmo tempo, registrar que o resultado REPETITIVOS E AS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL . . . 13
dessa parceria firmada entre o Instituto Brasileiro de Direito Processual e a ALEXANDRE FREIRE
Escola Nacional da Advocacia é propiciar ao leitor um panorama geral da II - O PRINCÍPIO DA BOA-FÉ NO PROCESSO CIVIL E AS “NULIDADES DE
correta aplicação do CPC/2015 depois de três anos da sua entrada em vigor. ALGIBEIRA” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
ALEXANDRE FREITAS CÂMARA

Paulo Henrique dos Santos Lucon III - COMPETÊNCIA NA AÇÃO RESCISÓRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53


ARAKEN DE ASSIS
Pedro Miranda de Oliveira
IV - UMA ANÁLISE CRÍTICA DO PREQUESTIONAMENTO FICTO DIANTE
DO ART. 1.025 DO CPC A PROPÓSITO DOS 30 ANOS DE INSTALAÇÃO
DO STJ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
CASSIO SCARPINELLA BUENO

V - PROCESSO CIVIL, VIESES COGNITIVOS E TECNOLOGIA: ALGUNS


DESAFIOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
DIERLE NUNES

VI - RECLAMAÇÃO: DA ORIGEM JURISPRUDENCIAL AO CPC/2015 . . . . . . . . . 97


DOUGLAS ANDERSON DAL MONTE

VII - SENTENÇA INCERTA, SENTENÇA CONDICIONAL E SENTENÇA


INCOMPLETA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
EDUARDO TALAMINI

VIII - POSIÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO SOBRE OS NEGÓCIOS


PROCESSUAIS ATÍPICOS DO ARTIGO 190 DO CPC/15: BREVE CENÁRIO
APÓS TRÊS ANOS DE VIGÊNCIA DO CPC/15 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
ELIAS MARQUES DE MEDEIROS NETO

IX - INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O IMPACTO NO DIREITO PROCESSUAL CIVIL . 149


EZAIR JOSÉ MEURER JUNIOR

X - O INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS E OS


JUIZADOS ESPECIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
FÁBIO VICTOR DA FONTE MONNERAT

XI - AS AUDIÊNCIAS JUDICIAIS PARTICIPATIVAS E O PROCESSO CIVIL


DEMOCRÁTICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177
FERNANDA SELL DE SOUTO GOULART FERNANDES

XII - DIREITO DIGITAL E LEGITIMAÇÃO PASSIVA NAS AÇÕES DE


REMOÇÃO DE CONTEÚDO E RESPONSABILIDADE CIVIL . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
FERNANDO DA FONSECA GAJARDONI
RICARDO MAFFEIS MARTINS
10 PANORAMA ATUAL DO NOVO CPC 11

XIII - O PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DA MATRÍCULA E A FRAUDE À XXIV - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS: NATUREZA JURÍDICA E
EXECUÇÃO: UM DIÁLOGO ENTRE A LEI N. 13.097/2015 E O CPC/2015 . . . . 207 IMPLICAÇÕES PROCESSUAIS NO CONCURSO DE CRÉDITOS . . . . . . . . . . . . 367
FREDIE DIDIER JR. MARCUS VINÍCIUS DE ABREU SAMPAIO
PAULA SARNO BRAGA
XXV - PERSPECTIVAS DE ENFRENTAMENTO À JURISPRUDÊNCIA DEFENSIVA . 387
XIV - UM ROL MAIS OU MENOS TAXATIVO E O AGRAVO DE PAULO HENRIQUE DOS SANTOS LUCON
INSTRUMENTO CONTRA A DECISÃO DE PROCESSAMENTO DA
RECUPERAÇÃO JUDICIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 227 XXVI - O PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DO JULGAMENTO DO MÉRITO
GERALDO FONSECA DE BARROS NETO RECURSAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 395
JOÃO VICTOR CARVALHO DE BARROS
PEDRO MIRANDA DE OLIVEIRA
XV - FRAUDE PROCESSUAL E NULIDADE DA SENTENÇA: MANEJAMENTO XXVII - BREVES COMENTÁRIOS SOBRE HONORÁRIOS PARA A
PONTUAL DE IMPUGNAÇÃO (EMBARGOS) À EXECUÇAO COM EFEITO DEFENSORIA PÚBLICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 415
RESCINDENTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243
RAFAEL VINHEIRO MONTEIRO BARBOSA
GUSTAVO GONÇALVES GOMES MAURILIO CASAS MAIA

XVI - O ADVOGADO E OS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS NO NOVO XXVIII - AS UNPUBLISHED OPINIONS DO DIREITO NORTE-AMERICANO:
CPC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253 CONTRIBUIÇÃO PARA A ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 427
HEITOR VITOR MENDONÇA SICA
XXIX - EMBARGOS DE TERCEIRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 449
XVII - DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E SUCESSÃO:
RODRIGO MAZZEI
CONSEQUÊNCIAS SOBRE A POSIÇÃO JURÍDICA DO TERCEIRO TIAGO FIGUEIREDO GONÇALVES
EM CADA HIPÓTESE COM RELAÇÃO AOS SEUS ÔNUS, DEVERES, PEDRO HENRIQUE NOGUEIRA
FACULDADES E DIREITOS PROCESSUAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 259
JOÃO PAULO HECKER DA SILVA
XXX - HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA FIXADOS EM PERCENTUAL: A
ORIENTAÇÃO DO STJ CONTRA A APLICAÇÃO INVERSADO ART. 85, § 8º
XVIII - O ART. 942 DO CPC E A AMPLIAÇÃO DA COLEGIALIDADE:
DO CPC/2015 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 475
QUESTÕES E PROPOSTAS DE INTERPRETAÇÃO PARA DISSIPAR DÚVIDAS
SOBRE A APLICAÇÃO DA REGRA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 283 ROGÉRIA DOTTI
JOSÉ MARIA CÂMARA JUNIOR
XXXI - AGRAVO INTERNO E A DECISÃO MONOCRÁTICA FUNDADA EM
PRECEDENTE VINCULANTE: ENTRE A FARRA, O ARBÍTRIO E A PRUDÊNCIA . 483
XIX - A INVIABILIDADE DA ANÁLISE DE VIOLAÇÃO OU DE NEGATIVA
DE VIGÊNCIA A ATOS NORMATIVOS SECUNDÁRIOS POR MEIO DE RONALDO VASCONCELOS
CÉSAR AUGUSTO MARTINS CARNAÚBA
RECURSO ESPECIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 295
JULIO GUILHERME MÜLLER XXXII - PROCURADORIAS E ESCRITÓRIOS: UMAEXEGESE DO ART. 144,
VIII, DO CPC. A APLICABILIDADE DA REGRA DE IMPEDIMENTO AOS
XX - A PROIBIÇÃO DAS DECISÕES-SURPRESA: EXTINÇÃO DA REGRA JUÍZES PARENTES DE ADVOGADOS PÚBLICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 505
IURA NOVIT CURIA? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 303 RONNIE PREUSS DUARTE
LUCIANO VIANNA ARAÚJO
XXXIII - TUTELA ATÍPICA DE PRESTAÇÕES PECUNIÁRIAS. POR QUE
XXI - A QUESTÃO DAS COISAS JULGADAS CONTRADITÓRIAS . . . . . . . . . . . . 319 AINDA ACEITAR O “É RUIM MAS EU GOSTO”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 515
LUIZ GUILHERME MARINONI SÉRGIO CRUZ ARENHART

XXII - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM DECISÕES PARCIAIS DE XXXIV - CONVENÇÕES PROCESSUAIS NA EXECUÇÃO: MODIFICAÇÃO
MÉRITO E EM DECISÕES PARCIAIS SEM MÉRITO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 329 CONSENSUAL DAS REGRAS RELATIVAS À PENHORA, AVALIAÇÃO E
LUIZ HENRIQUE VOLPE CAMARGO EXPROPRIAÇÃO DE BENS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 537
SOFIA TEMER
XXIII - CRÍTICAS À APLICAÇÃO DO EFEITO MODULADOR PRÓ-FISCO, JULIANA MELAZZI ANDRADE
NO BRASIL, EM PROCESSOS JUDICIAIS QUE TRATAM DA MATÉRIA
TRIBUTÁRIA: SEGURANÇA JURÍDICA, CONFISCO E ENRIQUECIMENTO XXXV - AMPLIAÇÃO DA COLEGIALIDADE: PROBLEMA OU SOLUÇÃO? . . . . . 549
INJUSTIFICADO DO ESTADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 345 TERESA ARRUDA ALVIM
MARCO FÉLIX JOBIM
CLÁUDIO TESSARI XXXVI - A TRANSPOSIÇÃO DO ART. 334 DO CPC PARA O PROCESSO
DE EXECUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 559
12 Paulo Henrique dos Santos Lucon

TRÍCIA NAVARRO XAVIER CABRAL


HIASMINE SANTIAGO

XXXVII - A PROIBIÇÃO DE COMPORTAMENTO PROCESSUAL


I
CONTRADITÓRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 571
WELDER QUEIROZ DOS SANTOS
VALMIR ALAÉRCIO DOS SANTOS
O INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE
RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS
XXXVIII - SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO E PRECEDENTES
JUDICIAIS: UM DIÁLOGO NECESSÁRIO ENTRE O CPC/2015 E O CC/2002 . . 583 REPETITIVOS E AS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
WILLIAM SANTOS FERREIRA
NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
ALEXANDRE FREIRE
Doutor em Direito pela PUC-SP. Mestre em Direito pela UFPR.
Assessor da Presidência da Comissão Mista de Planos, Orçamen-
tos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional. Professor da
Especialização em Direito Processual Civil da PUC-Rio. Secretá-
rio para Assuntos Legislativos da Presidência do IBDP. Exerceu
as funções de Subchefe adjunto para assuntos jurídicos da Casa
Civil da Presidência da República. Foi Coordenador-Geral de
Políticas Sociais da Casa Civil da Presidência da República. Ex-
-Assessor de ministro do Supremo Tribunal Federal.

SUMÁRIO: 1. Considerações gerais – 2. Natureza jurídica e estrutura do


incidente de resolução dos recursos extraordinários repetitivos – 2.1 Inci-
dente processual: conceito, características e outras categorias relacionadas
– 2.2. Questão incidental – 2.2.1 Conceitos características – 2.2.1.1 Aces-
soriedade – 2.2.1.2 Acidentalidade – 2.3. Procedimento incidental. – 2.3.1
Conceito e características – 2.3.1.1 Autonomia estrutural – 2.3.1.2 Vincula-
ção funcional – 3. Julgamento de recursos extraordinários repetitivos: um
incidente processual – 4. A audiência pública como espaço democrático
de legitimidade das decisões formalizadas no incidente de recursos ex-
traordinários repetitivos – 4.1 Procedimento para realização de audiên-
cias públicas no Supremo Tribunal Federal – 4.2. A audiência pública no
Supremo Tribunal Federal: da legitimidade técnica à legitimidade demo-
crática – 4.3. Lições decorrentes das audiências públicas realizadas no Su-
premo Tribunal Federal para sua devida convocação no julgamento dos
incidentes de recursos extraordinários repetitivos – 5. Conclusão.

1. Considerações gerais
O Supremo Tribunal Federal instituído com o objetivo de definir e as-
segurar a unidade de sentido da norma constitucional, desde o início revelou
que enfrentaria sérios problemas com o crescimento exponencial de proces-
sos, haja vista a intensa e crescente litigiosidade, em regra versando sobre
teses idênticas, principalmente nos últimos 30 anos, em razão da previsão de
direitos e garantias insertos na Lei Fundamental.
Essas controvérsias idênticas são levadas ao Supremo Tribunal Federal
mediante recursos extraordinários e agravos que se avolumam nos gabinetes
dos ministros e lhes tomam o tempo para análise de questões de alta indaga-
XXXVII
A PROIBIÇÃO DE COMPORTAMENTO
PROCESSUAL CONTRADITÓRIO

Doutor, mestre e especialista em direito processual civil pela


PUC-SP. Especialista em Direito Empresarial pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Professor nos cursos de graduação,
especialização e mestrado da Faculdade de Direito da UFMT.

de Justiça do Estado de Mato Grosso.

1. Introdução

de aplicabilidade.
Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é analisar a boa-fé objeti-
va processual, suas funções e, em especial, uma de suas vertentes consistente
na proibição de comportamento contraditório, conhecida pelo brocardo latino
Nemo potest venire contra factum proprium, no processo civil.

2. Boa-fé objetiva processual


Uma das inovações trazidas pelo CPC, ao menos no que diz respeito ao
direito processual civil positivo, foi o princípio da boa-fé objetiva processual,
572 WeLDeR qUeiROZ DOs sANTOs / VALMiR ALAÉRCiO DOs sANTOs XXXVii. A PROiBiÇÃO De COMPORTAMeNTO PROCessUAL CONTRADiTÓRiO 573

Aquele que de qualquer forma participa do processo deve


o.
como correta, não podendo ser contraditória e frustrar as legítimas expec-
comportar-se de acordo com a boa-fé”. tativas decorrentes de uma conduta anterior.
O desenvolvimento da boa-fé objetiva ocorreu precipuamente no âm- Recentemente, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, ao
bito do direito civil, mas é indubitável a sua importância na formação dos ins- analisar o pedido de habeas corpus decorrente da limitação da liberdade de ir
titutos jurídicos e sua aplicabilidade a todas as relações jurídicas, inclusive -
as processuais. pio da boa-fé processual impõe aos envolvidos na relação jurídica processual
deveres de conduta, relacionados à noção de ordem pública e à de função
social de qualquer bem ou atividade jurídica”.
Essa previsão foi inspirada no direito processual civil português, que Assim, resta claro que a boa-fé objetiva processual tutela o comporta-
mento de todos os sujeitos do processo, inclusive e principalmente o compor-
de boa-fé processual. As partes devem agir de boa-fé e observar os deveres de tamento das partes.
cooperação resultantes do preceituado artigo anterior”.
3. Funções da boa-fé objetiva processual
- A partir das lições de Franz Wieacker,6 a doutrina civilista esclarece
partecipano al procedimento devonocomportarsisecondobuona fede”.2 i -
Se de um lado, a boa-fé relaciona-se com a vontade do agen- ii
te por ocasião de determinado comportamento, por outro, a boa-fé
consiste em dever de conduta, obrigando os sujeitos a adotarem comporta- iii

fazem parte.
ou contraditórios.
das Jornadas de Direito Processual Civil do Centro de Estudos Judiciários do Na seara processual, a doutrina também tem enfatizado que a boa-fé
- objetiva exerce essas três funções, sendo necessário analisar, ainda que bre-
va dispensa a comprovação do animus do sujeito processual”.
4. El principio de labuenafeprocesal
OCPC amplia a importância de todos os sujeitos processuais agirem Fundamentos do princípio da cooperação no direito processual civil
em conformidade com boa-fé. Não só na perspectiva , ao preservar, português Manual de
direito processual civil Novo
3
dentre Código de Processo Civil anotado
, prevista Novo Código de Processo Civil. 2 ed. São Paulo: Revista dos
Curso de processo civil. São Paulo: Malheiros,

A boa-fé objetiva processual é um princípio de direito que assegura


juridicamente que a conduta de todos sujeitos processuais — partes, terceiros, Código de Processo Civil anotado. 3 ed. Rio de
Código de Processo Civil:
advogados, defensores públicos, membros do Ministério Público, juiz, auxi- anotado, comentado e interpretado
liares da justiça etc. — deve ser ética,reta, coerente e socialmente admitida
6. El principio general de labuenafe
A boa-fé no direito privado
1. A obrigação como processo A proibição do comportamento
contraditório
Código Civil interpretado conforme a Constituição
2. “ da República
” Curso de direito civil
3. Direitos dos contratos – temas atuais. Porto Alegre: Livraria do advogado,

Código de Processo Civil comentado 8. Comportamento processual contraditório


574 WeLDeR qUeiROZ DOs sANTOs / VALMiR ALAÉRCiO DOs sANTOs XXXVii. A PROiBiÇÃO De COMPORTAMeNTO PROCessUAL CONTRADiTÓRiO 575

vemente, a aplicação de cada uma delasno direito processual civil brasileiro. No ambiente processual, os deveres processuais principais constam

3.1. Função hermenêutico-interpretativa pedidos ou apresentar defesa sem fundamento, de não produção de provas
A primeira função da boa-fé objetiva é ser um cânone hermenêutico-
cumprimento das decisões judiciais, de não embaraçamento à efetivação da
Ou seja, a boa-fé deve ser levada em consideração na interpretação dos atos
jurídicos em geral, inclusive os processuais. O próprio CPC destaca essa fun- -
ção em dois momentos. culações ou limitações à vontade dos sujeitos do processoque por eles são al-
cançados, devendo serem cumpridos, sob pena de o sujeito praticar um ilícito
-
processual e submeter-se a sanção jurídica estipulada. Todos os sujeitos do
pretação do pedido deve ser feita levando em consideração o conjunto da
processo são destinatários dos deveres processuais.
postulação, ou seja, as partes e as causas de pedir expostas, e deve observar o
princípio da boa-fé. Por sua vez, a função criativa de deveres anexos decorrentes da boa-fé
objetiva processual é intimamente ligada ao princípio da cooperação. O art. 6º
A outra previsão legislativa expressa da boa-fé em sua função interpre-
tativa encontra-se no artigo que trata dos elementos da sentença, ao prever
si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”,
consagra expressamente o princípio da colaboração no processo civil brasilei-
conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio
ro.Trata-se de um subprincípio que decorre do princípio do contraditório, do
da boa-fé”.
princípio do devido processo legal e do princípio da boa-fé.
-
No processo civil, o princípio da colaboração cria deveres a todos sujei-
tos processuais, como dever de atuar com ética e lealdade, de modo a evitar
sentença, permite a reprimenda do abuso de direito processual e das condutas
a ocorrência de vícios que levem o processo a ser extinto sem resolução do
dolosas de todos os sujeitos processuais e veda seus comportamentos contra-
ditórios”.
Essa função interpretativa leva ao ambiente processual o dever de bus-
Além disso, o princípio da cooperação cria também deveres laterais ou
car o sentido moralmente recomendável e socialmente útil ao analisar a peti-
anexos para o juiz em sua atuação jurisdicional, em especial, os deveres de
ção inicial e as decisões judiciais proferidas no curso do processo.
esclarecimento, prevenção, consulta e auxílio.
O dever de esclarecimento exige das partes coerência, clareza e transpa-
3.2. Função de criação de deveres secundários,
rência em suas manifestações processuais, inclusive que se esclareçam peran-
anexos, laterais ou instrumentais
te juiz, e do juiz o dever de se esclarecer junto às partes, inclusive quanto a
A segunda função da boa-fé objetiva é criar deveres jurídicos secundá- fatos e provas, a partir de uma fundamentação clara e transparente.
rios, anexos, laterais ou instrumentais em relação aos deveres principais.
O é um dever assistencial do juiz de prevenir as par-
No âmbito do direito civil, os deveres principais muitas vezes consis- tes da necessidade de aperfeiçoamento de seus postulados. A possibilidade
tem em pagamento de quantia, fazer ou deixar de fazer ou entregar coisa. de emenda ou de complemento à petição inicial é uma regra que consagra o
Já em relação aos deveres secundários, anexos, laterais ou instrumentais, a
doutrina enfatiza os deveres de cooperação, lealdade,informação, veracidade,
10. Princípio do contraditório e vedação de decisão surpresa. Rio
proteção etc.
11. Curso sistematizado de direito processual civil

Curso sistematizado de direito processual civil 12. Estudos sobre o novo processo civil
Novo CPC – Fundamentos e sistematização. Revista Dialética de Direito Processual, São Paulo,

A boa-fé no direito privado Revista Dialética de Direito Processual, São


576 WeLDeR qUeiROZ DOs sANTOs / VALMiR ALAÉRCiO DOs sANTOs XXXVii. A PROiBiÇÃO De COMPORTAMeNTO PROCessUAL CONTRADiTÓRiO 577

-
O dever de consulta impõe ao juiz o dever de oportunizar o debate prévio
de todos os fundamentos da futura decisão, que não tenham se submetido ao lícito do direito de ação não pretende exercer seu direito subjetivo, mas tem
contraditório. Trata-se de dever que garante o direito das partes de não serem em vista obstruir ou inviabilizar o exercício do direito subjetivo da parte con-
surpreendidas por decisão surpresa. O juiz deve advertir às partes sobre a
possibilidade de haver questões, inclusive que podem ser conhecidas de ofí- a parte responderá pelos prejuízos causados em decorrência da efetivação da
cio, que não foram debatidas e que podem ser fundamento da decisão, nos tutela de urgência que cumpriu todos os requisitos legais para realizar-se, a
vantagem processual obtida através da medida encontra um ilícito, já que a
pretensão do autor está prescrita”.
devendo ajudar as partes a
A tu quoque consiste no comportamento surpreendente adotado por um
de cumprirem seus ônus ou seus deveres processuais. sujeito que deve ser coibido pela boa-fé objetiva. Nas palavras de Antonio
Portanto, a função de criação de deveres secundários, anexos, laterais
viole uma norma jurídica não poderia, sem abuso, exercer a situação jurídica
ou instrumentais no âmbito do processo é intimamente ligada ao princípio da
que essa mesma norma lhe tivesse atribuído”. Como esclarece Luciano de
cooperação.
tu quoque objetiva-se a vedação de dois
pesos e duas medidas, ou seja, da adoção de comportamentos contraditórios
3.3. Função de limitação ou regulação do no interior de relações obrigacionais com referência a determinado direito
exercício de direitos subjetivos subjetivo derivado do contrato”.
A última função da boa-fé objetiva consiste na limitação ou restrição ao Darci Guimarães Ribeiro entende que a tu quoque se aplica às relações
exercício de direitos subjetivos, funcionando como parâmetro de valoração do
- que a parte que tenha desrespeitado a lei ou decisão judicial possa exigir da
dos como irregulares, arbitrários, abusivos ou contraditórios.
A boa-fé, nesta função, impõe a observância de parâmetros éticos-jurí- ambas as partes foram devidamente intimadas para apresentarem documen-
dicos, vedando a prática de determinados atos. Em outras palavras, compor-
tamento dos sujeitos processuais no processo é balizado pela boa-fé objetiva parte contrária apresente documentos se ela mesma não exibiu os seus em
processual. juízo”.
Muitas das práticas vedadas pela boa-fé objetiva são conhecidas por Por sua vez, a suppressio e a surrectio são duas faces de uma mesma
expressões jurídicas, dentre outras, exceptio doli, tu quoque, suppressio, surrectio, moeda. Enquanto a suppressio verwirkung
duty tomitigatethelosse torna inadmissível o exercício de um direito de forma desleal e surpreenden-
A exceptio doli ou exceção do dolo consiste na lícita recusa do cumpri- te, depois de transcorrido um longo espaço de tempo sem o seu exercício ou
mento ou da efetivação de pretensões dirigidas de forma dolosa Sobre a sua exercido de outro modo. A surrectio, por sua vez, caracteriza-se pelo surgi-
incidência no direito processual civil, Darci Guimarães Ribeiro cita os seguin- mento de um direito à outra parte em decorrência do reiterado exercício por
um longo período tempo. Como leciona Judith Martins-Costa, a suppressio
13. Princípio do contraditório e vedação de decisão
surpresa. Rio de Janeiro: Forense, 2018. longos anos não exercido repentinamente, e contra todas as fundadas expec-
14.
Civis: “
”. 16.
Comentários ao Código de Processo Civil

” Da boa-fé no direito civil
venire contra factumproprium.
Revista de direito privado 18. venire contra
trata-se da “ factumproprium. Revista de direito privado

Da boa-fé no direito civil Comentários ao Código de Processo Civil
578 WeLDeR qUeiROZ DOs sANTOs / VALMiR ALAÉRCiO DOs sANTOs XXXVii. A PROiBiÇÃO De COMPORTAMeNTO PROCessUAL CONTRADiTÓRiO 579

tativas, passa a exigi-lo, muito embora tenha suscitado no cocontratante a fun- relações processuais.
O comportamento contraditório, vedado pelo ordenamento jurídico
tanto pela aplicação direta da boa-fé objetiva, quanto pela teoria do abuso de
por seu retardamento desleal”.20 surrectio ocorre não a direito
paralisação de um direito [ou da possibilidade de exigir], mas o surgimento decorrente de ato anteriormente praticado. Trata-se de aplicação do brocardo
de um benefício conferido à contra parte”. latino Nemo potest venire contra factum proprium venire
No âmbito do direito processual civil, muitas das questões que teriam contra factum proprium
a incidência da suppressio e da surrectio são resolvidas pela preclusão,22 insti- contra seus próprios atos”.
tuto tipicamente de direito processual. São quatro os pressupostos para a aplicação do nemo potest venire contra
De outro modo, dutytomitigatetheloss consiste na limitação do exercício factum proprium factum proprium
de direitos subjetivos pela boa-fé objetiva pelo não cumprimento pelo credor
do dever de mitigar seus próprios prejuízos ou suas perdas, impedindo o au- segundo comportamento incompatível ou contraditório com o comportamen-
mento desnecessário e irrazoável do seu montante. -
Fredie Didier Jr., Leonardo Carneiro da Cunha, Paula Sarno Braga e do comportamento, com ocorrência ou potencial ameaça de dano.
dutytomiti- A incidência da proibição do comportamento contraditório incide no
gatetheloss no direito processual civil brasileiro, ao tratar da possibilidade de âmbito do direito processual civil, sendo possível que ocorra o exercício de
- pretensões processuais posteriores contraditórias com pretensões processuais
anteriormente exercidas.26
razoável, deixando que o valor da multa aumente consideravelmente, o autor venire contra factum proprium na
comporta-se abusivamente, violando o princípio da boa-fé. Esse ilícito proces- impugnação de decisões judiciais, José Carlos Barbosa Moreira, em sua tese
supressio -
ao período de tempo considerado pelo órgão jurisdicional como determinante sos civis”, já apontava pela inadmissibilidade de um sujeito processual apre-
- sentar concordância com um ato processual e praticar outro em contradição
”.23
Por último, a venire contra factum proprium consiste na proibição do -
comportamento contraditório praticado por uma das partes da relação jurídi-
ca. O tema, de suma importância para o presente trabalho, será abordado de impugnanda, se originou de ato praticado por aquêle mesmo que pretende
forma detalhada no item a seguir. impugná-la. No fundo, trata-se de aspecto particular do princípio que proíbe
o venire contra factumproprium.
4. Proibição de comportamento -
processual contraditório gura denominada preclusão lógica, que consiste, como. é sabido, na perda de

das partes, proíbe a prática de comportamento contraditório, inclusive nas


24. O abuso do processo.
20. SCHREIBER, Anderson. A proibição do comportamento contraditório. 4 ed. São Paulo: Atlas, Revista de Processo, São Paulo,

21. A boa-fé no direito privado SCHREIBER, Anderson. A proibição do comportamento contraditório. 4 ed. São Paulo: Atlas,
Coisa julgada e preclusões dinâmicas. 4 ed. Salvador:
22.
Novo CPC – Fundamentos e sistematização 26. SCHREIBER, Anderson. A proibição do comportamento contraditório. 4 ed. São Paulo: Atlas,
“ ”.
23. et alli Novas tendências do processo civil, vol. III. Salvador:
Curso de direito processual civil Coisa julgada e preclusões
633. dinâmicas
580 WeLDeR qUeiROZ DOs sANTOs / VALMiR ALAÉRCiO DOs sANTOs XXXVii. A PROiBiÇÃO De COMPORTAMeNTO PROCessUAL CONTRADiTÓRiO 581

uma faculdade processual pelo fato ‘de haver realizados uma atividade in-
Mais um exemplo de incidência da proibição do comportamento con-
-
ma não haver vinculação deste com ação de controle de constitucionalidade
A menção a preclusão lógica no trecho acima destacado ocorre porque pendente de julgamento que foi utilizada pelo juízo na origem como razão
os recursos são meios de impugnação às decisões judiciais, na mesma relação de decidir, mas, posteriormente, em sede de agravo interno contra decisão
jurídica processual.A preclusão, como se sabe, é instituto que se relaciona à que lhe foi contrária, alega o necessário sobrestamento do feito em razão da
mesmo processo. identidade absoluta das controvérsias do recurso extraordinário e da ação de
Assim é que, verbi gratia, ao transpor o destacado raciocínio para os controle de constitucionalidade.32
casos nos quais a impugnação da decisão judicial sustenta a ocorrência de
cerceamento de defesa quando anteriormente a parte havia expressamente
dito não ter interesse na produção de provas e requerido o julgamento anteci-
pado do mérito da causa, a conclusão a se chegar, diante do comportamento -
da parte, é de que se trata de comportamento antijurídico. Não só em face da va, já aceita em processo anterior”.33
ocorrência de preclusão lógica, mas, também, em virtude da boa-fé objetiva -
- cessual contraditório, destaca que a aplicação da venire contra factum proprium
i
não querer produzir provas e requerer o julgamento antecipado do mérito é ii -
incompetível com posterior alegação de ocorrência de cerceamento de defesa -
em sede recursal. iii
Da mesma forma, não se deve admitir alegação de nulidade da utiliza- iv
ção de prova emprestada feita por uma parte que expressamente concordou princípios processuais, como entre a boa-fé e a cooperação processual.
anteriormente com o aproveitamento dessa mesma prova.30 Assim, é correto entender que a boa-fé objetiva processual, previstano
Também caracteriza um comportamento processual contraditório -
quando a parte autora estabelece determinado valor à causa ciente que este rente deve alcançar todos os sujeitos processuais, sendo-lhes vedado a prática
de comportamento processual contraditório.

31. “
BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Juízo de admissibilidade no sistema dos recursos civis.

28. Preclusão processual civil. São Paulo: Atlas, 2008,


32. “

30. “ ”

33. DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil


111.
” 34. Comportamento processual contraditório
582 WeLDeR qUeiROZ DOs sANTOs / VALMiR ALAÉRCiO DOs sANTOs

5. Conclusão
Uma das inovações trazidas pelo CPC foi a previsão expressa do princí-

do processo civil.
XXXVIII
A boa-fé objetiva é um princípio de direito que assegura juridicamente SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DA
que a conduta dos sujeitos de direito deve ser ética e coerente, e, por conse-
quência, não pode ser contraditória e frustrar as legítimas expectativas de-
PRESCRIÇÃO E PRECEDENTES
correntes de uma conduta anterior. No direito processual civil, ela tutela o JUDICIAIS: UM DIÁLOGO NECESSÁRIO
comportamento de todos os sujeitos do processo. ENTRE O CPC/2015 E O CC/2002
A boa-fé objetiva exerce três funções essenciais no direito, inclusive no
i -
ii - Doutor e Mestre em Direito pela PUC-SP. Professor dos Cursos
iii de Graduação e Pós-graduação da Faculdade de Direito da PU-
de direitos subjetivos, funcionando como parâmetro de valoração do compor- C-SP. Advogado.

irregulares, arbitrários, abusivos ou contraditórios.


-
a importância de os sujeitos processuais adotarem comportamentos éticos,
retos e coerentes, sendo vedado o comportamento processual contraditório
nemo potest venire contra factum proprium 1. Breve evolução histórica da prescrição
Câmara Leal, um dos doutrinadores que estudou a fundo o tema, relata

para duração de determinadas ações por ele criadas, denominadas de ações


temporárias, em função do período de tempo de jurisdição do pretor. A partir
daí coexistiam as ações perpétuas e as ações temporárias. Desta situação sur-
giu o termo latino praescriptio

-
ria determinava ao juiz popular que quando decorrido o prazo de duração da
ação, deveria absolver o réu.
Bernardo Corraliza relata, citando Donello, que as ações perpétuas es-
tavam submetidas a prescripción
obrigado. Ao contrário, as ações temporárias seriam nulas ipso iure pelo sim-
”.2
Para Bernardo Corraliza as ações temporárias foram o germe, o em-
brião, do que posteriormente seria a noção jurídica de decadência.

1.

2. La Caducidad.

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